02.10.2016
A CARTA DA PRISÃO
Apocalipse 1.4-8
4 João às sete igrejas da província da Ásia: A vocês, graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do seu trono, 5 e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue, 6 e nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai. A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém. 7 Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém. 8 “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso.”
Cartas da prisão
Imagine-se preso. Não há previsão para a sua libertação. O que você faria no cárcere? como investiria o seu tempo nas longas horas dos dias e das noites intermináveis? Você leria? escreveria? o que faria?
Frei Betto, por exemplo, preso pela ditadura militar no final dos anos década de 60, dedicou-se a escrever longas cartas. O período de quatro anos encarcerado, rendeu-lhe um livro intitulado Cartas da prisão 1969-1973. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, em maio do ano passado, o frei compartilhou que
apesar de todo sofrimento, a prisão tem duas coisas boas: você pode falar mal do governo sem risco de ser preso e tem tempo para escrever. Por isso no livro há cartas tão longas. Segundo o psicanalista Hélio Pellegrino, um grande amigo, o que me salvou da loucura na prisão foi justamente a “epistoloterapia”.
A história registra incontáveis testemunhos de pessoas que, durante os anos de prisão, para não se enlouquecerem, puseram-se a escrever. Entre os batistas, por exemplo, há o caso de John Bunyan que, dentre outras obras, produziu O Peregrino, seu clássico de todos os tempos. Outro de quem gosto de me lembrar é Dietrich Bonhoeffer.
Preso pelo nazismo, Bonhoeffer publicou obras e produziu cartas que ainda hoje falam com poder e poesia inigualáveis ao coração dos seus leitores. Prefaciando a coletânea de escritos do alemão, no livro Resistência e submissão: cartas e anotações da prisão (Ed. Sinodal), os editores teceram comentários preciosos, que merecem nossa atenção.
A prisão, lugar de isolamento, significou para Dietrich Bonhoeffer: separação da família, de pai e mãe, irmãos e irmãs e seus filhos; separação dos amigos, dos irmãos da igreja e dos companheiros de conspiração; separação do trabalho com as igrejas e dos manuscritos para o próximo livro (Ética); por fim, separação também da jovem noiva que ele há bem pouco tempo havia conquistado, e isso ainda antes que tivessem tido possibilidade de tornar-se mais íntimos. Prisão significa, como Dietrich anotou num bilhete um mês após sua detenção: “Continuidade com o passado e com o futuro interrompida… Para mim, o confronto com o passado, a tentativa de tê-lo e reavê-lo, principalmente o temor de perdê-lo, é a música de fundo quase cotidiana da minha vida atual”.
O que Bonhoeffer fazia para não perder as coisas passadas nem parar de sonhar com o futuro? Fazia anotações e escrevia cartas. Em suas próprias palavras:
Tudo com vistas à geração vindoura, como trabalho em favor de um futuro melhor, a serviço do futuro da igreja.
As prisões produziram algumas das melhores cartas de que a história tomou conhecimento. Dentre todas, porém, destacam-se as cartas que o apóstolo Paulo escreveu de suas prisões: Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom e 2Timóteo. Realmente, o prisioneiro de Cristo, como Paulo gostava de se auto-descrever, deixou para a igreja documentos de valores inestimáveis.
João foi outro apóstolo que escreveu da prisão. Qual carta? Nenhuma das três cartas que carregam o seu nome, mas o Apocalipse.
A carta “esquisita” de João
Apesar de incomum (e para a maioria estranho), o Apocalipse é sim uma carta. Pode-se verificar nele os tríplices componentes de abertura e costumeira conclusão de uma epístola do Novo Testamento; i.e.: nome do autor: “João” (1.4); destinatário: “às sete igrejas da província da Ásia:” (1.4); saudação inicial e bênção apostólica: “A vocês, graça e paz da parte daquele que . . .” (1.4); e a conclusão: “A graça do Senhor Jesus seja com todos. Amém.” (22.21).
A estranheza que hoje nós sentimos ao ler o Apocalipse não era nem de perto o sentimento experimentado pelos cristãos da província da Ásia Menor. Ao lerem esta carta “esquisita” de João, aqueles primeiros cristãos saciaram a garganta sedenta com a água fresca da revelação divina. Salomão escreveu (Pv 25.25) que
Como água fresca para a garganta sedenta é a boa notícia que chega de uma terra distante.
Realmente, o Apocalipse foi como água fresca para as almas secas daqueles cristãos perseguidos e sofredores.
A carta da prisão
Já na saudação (1.4-8) os destinatários do Apocalipse puderam provar do que João descortinaria e revelaria com detalhes aos olhos deles ao longo dos 22 capítulos desta carta. Nos primeiros versos eles já tinham bebericado e experimentado do frescor que estava por vir, na medida que eles prosseguissem com a leitura.
O que hoje nós chamamos de “saudação e doxologia” ou “dedicação às sete igrejas” (veja em sua Bíblia o sub-título acima dos versos 4 a 8 do capítulo 1), funcionou (e ainda funciona) muito bem como um roteiro para o Apocalipse. Neste trecho (Ap 1.4-8) está bem detalhado o que os leitores devem esperar ao lerem o restante da obra. É uma prévia da “água fresca”, “da boa notícia”, que chega da “terra distante” da presença de Deus para refrescar a garganta ressecada pelo sofrimento (Pv 25.25).
Chegando a Apocalipse 1.8 os primeiros leitores já estariam radiantes, pois já haviam compreendido do que se tratava esta carta, já tinham entendido o roteiro do Apocalipse.
Os três primeiros versículos já os haviam introduzido ao assunto:
Ap 1.1-3 – 1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer. Ele enviou o seu anjo para torná-la conhecida ao seu servo João, 2 que dá testemunho de tudo o que viu, isto é, a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo. 3 Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.
Os quatro versículos seguintes, saudação e doxologia (1.4-8), completaria a alegria inicial daquela gente, revelando o roteiro que a mensagem desta carta celestial seguiria. É sobre este conteúdo que refletiremos hoje à noite, destacando quatro assuntos que o permeiam: conduta cristã; conhecimento bíblico; cuidado divino; cristianismo básico.
1. Conduta cristã
A primeira observação que nós podemos fazer à partir da introdução desta carta é sobre conduta cristã. Não está explicito, mas inferido no texto. Nosso texto é uma saudação epistolar – ou seja, saudação típica das cartas do mundo greco-romano. Como já dissemos, há o remetente: João (1.4), os destinatários: as sete igrejas da Ásia Menor (1.4) e a saudação: graça e paz (1.4). Esta forma da saudação é que nos chama a atenção.
Pode-se observar que o cumprimento comum a qualquer correspondência é totalmente modificado por João (e também pelos demais apóstolos no Novo Testamento). O apóstolo não se limita a expressar sua simpatia e cumprimentos de forma ordinária. Ele exala o perfume de Cristo mesmo na forma comum de escrever.
Como todo cristão deve fazer, mesmo nas coisas mais corriqueiras, João transforma o costume social mais ordinário, mais simples e comum, em uma expressão magnífica do Evangelho de Cristo. Veja de novo:
Ap 1.4-8 | 4 João às sete igrejas da província da Ásia: A vocês, graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do seu trono, 5 e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue, 6 e nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai. A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém. 7 Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém. 8 “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso.”
Qualquer leitura superficial do Novo Testamento revelará que tudo o que o cristão faz, desde o mais simples gesto, deve servir para expressar a graça transformadora do Senhor carregada no evangelho de Jesus Cristo, agindo em nossas vidas.
Sempre deve existir alguma coisa diferente na maneira como os cristãos fazem as coisas – seja escrever uma carta, um e-mail, ou um post nas redes sociais; seja comer e beber; seja conviver com outras pessoas; seja no falar ou no agir; seja trabalhar e servir; seja viver em família; enfim, seja o que for, tudo o que nós cristãos fazemos deve ser diferente da forma como o mundo faz (1Co 10.31; Ef 4.20-32; 5.18-6.9).
São nas coisas mais incidentais e menores possíveis que as pessoas verão, através de palavras e atitudes, que Cristo fez a diferença em nossas vidas, transformando-nos pela sua graça e para a sua glória. Por isso que Paulo advertiu os crentes de Colosso da seguinte maneira:
Cl 3.16-17 | 16 Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem- se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. 17 Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam- no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai.
João nos ensina que em todo momento, sob qualquer circunstância, nossas palavras e atitudes, das invisíveis às visíveis, devem exalar o bom perfume de Cristo e estampar a graça de Jesus que nos salvou e está nos santificando. Como o mundo seria diferente! A igreja e nossos lares também.
A carta da prisão modela como deve ser a conduta cristã.
2. Conhecimento bíblico
Além da conduta cristã diferenciada (expressa na forma como João escreveu sua saudação), observa-se também nesta carta o conhecimento bíblico adequado que todo cristão deve cultivar.
O Apocalipse foi originalmente escrito para igrejas da Ásia Menor (atual Turquia). João diz assim: “João às sete igrejas da província da Ásia” (Ap 1.4). Foram, portanto, os cristãos turcos da província romana asiática que primeiramente leram esta carta. Havia mais cristãos na Turquia naquela época do que há hoje. Aqueles irmãos estavam vivendo sob grande e terrível perseguição. Eles precisavam de uma palavra pastoral.
Apesar de João saber que havia outras igrejas na Ásia menor (p.ex.: Colosso – Cl 1.2, 2.1; Hierápolis – Cl 4.13; Trôade – At 20.5; sabe-se também que Inácio escreveu cartas às igrejas de Magnésia e Trales), o apóstolo especifica apenas sete igrejas como destinatárias do Apocalipse: “Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia” (Ap 1.11).
Por que apenas as sete igrejas citadas? George Eldon Ladd, em seu competente comentário do Apocalipse, disse assim:
Não há nenhuma indicação nas sete igrejas que elas representem sete períodos sucessivos da história da igreja. Mas sete era um dos números favoritos de João, e parece ter sido símbolo de plenitude, de se estar completo. João escolheu estas sete igrejas que ele conhecia bem para que elas servissem de representantes da igreja toda [em todos os tempos].
Portanto, esta é uma carta para todas as igrejas, com uma nota de observação, um p.s. (post script), para cada igreja em particular. Ela fala em todas as épocas, para cada uma das igrejas do Senhor Jesus, em toda e qualquer circunstância.
Ap 1.3 | Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.
O Apocalipse, assim como cada palavra de toda a Escritura, foi escrito para edificação, exortação, encorajamento, conforto e crescimento. É para a nossa salvação e santificação. Não é para ser lido em uma cadeira de balanço, buscando decifrar seus códigos e inchar a mente. É para ser lido de joelhos, com os olhos da alma bem abertos, almejando crescer em graça e inflamar o coração. Ao ler o Apocalipse, devemos ser como Maria:
Lc 2.19 | Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração.
Ao endereçar esta carta às sete igrejas da Ásia Menor, João revela que o livro foi escrito para edificação e não para especulação, para promover esperança e não para espalhar confusão, para aprofundar o conhecimento bíblico e não para especular sobre os final dos tempos. Observe, de novo:
Ap 1.3-4 | 3 Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo. 4 João às sete igrejas da província da Ásia: (…)
A carta da prisão aprofunda o conhecimento bíblico.
3. Cuidado divino
O estilo desta introdução revela como deve ser a conduta cristã e os destinatários para quem foi escrita atestam que ela serve para aprofundar e aplicar o conhecimento bíblico. Mas há algo mais . . .
A carta revela o cuidado divino. Note bem que a saudação de João carrega uma bênção que vem do conselho da Trindade divina.
Ap 1.4-5 | A vocês, graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do seu trono, 5 e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra.
Qual é o propósito de João em revelar que a bênção de Deus parte do conselho da santíssima Trindade divina? Simples: somente quando nós compreendemos o que Deus é em seu glorioso ser trino; quando a Trindade deixa de ser pra nós algo obscuro (esotérico) e passa a ser uma fonte de amor (Deus Pai), graça (Deus Filho) e comunhão, consolação e alegria (Deus Espírito Santo) é que nós passamos a desfrutar de todos os seus benefícios, bebemos de sua bênção. Por isso que os profetas advertiram o povo da forma que fizeram:
Os 4.6 | Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. “Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos.”
Os 6.3 | Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra.
Dn 11.32 | Com lisonjas corromperá aqueles que tiverem violado a aliança, mas o povo que conhece o seu Deus resistirá com firmeza.
Agora, quando nós meditamos nestas palavras de João em Apocalipse 1.4-8, observe atentamente o que descobrimos sobre o cuidado do Deus trino. Não existe situação alguma, em qualquer momento de nossas vidas, para a qual o Senhor não seja adequado.
Ele é aquele que “é, que era e que há de vir” | Não há tempo, época, espaço ou idade para os quais Deus não seja adequado.
Ele é aquele que do trono age pelos “sete espíritos” | Não há necessidade, problema, dificuldade ou sofrimento para os quais ele não tenha força e recursos.
Ele é Jesus Cristo, “a testemunha fiel”, o sacrifício perfeito que aplacou a ira de Deus, o soberano Senhor dos senhores. Por isso que Paulo disse o que disse . . .
Rm 8.31-39 | 31 Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? 33 Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós. 35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36 Como está escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”. 37 Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38 Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, 39 nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
É do Deus trino que cada cristão precisa em seu dia-a-dia. Não nos basta o exemplo perfeito de Cristo (a ética do Reino de Deus), pois, por nós mesmos, jamais conseguiremos viver como ele viveu. Nós precisamos de sua graça, força e poder (do milagre do rei em nós).
Gl 2.20 | Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Pela fé, nós precisamos de, dia-a-dia, momento-a-momento, buscar o cuidado divino na manifestação do conselho da santíssima Trindade. Apenas pelo cuidado do trino Deus é que conseguiremos perseverar até o final. Somos pecadores quebrados e deformados pelo pecado. Apenas pelo amor de Deus Pai, com a graça de Jesus o Filho e por causa da obra do Espírito Santo (consolando, corrigindo, fortalecendo e alegrando) que conseguiremos chegar até o final para receber a coroa da vida.
Que Deus amoroso e cuidadoso, que derrama do seu trono sobre nós todos os recursos de que precisamos para sobreviver e perseverar até o final; e que graciosamente restaura a nossa paz com ele, uns com os outros e em nós.
A carta da prisão revela o cuidado divino.
4. Cristianismo básico
Tendo mostrado a conduta cristã (na forma de escrever a saudação), o conhecimento bíblico (endereçando o Apocalipse às igrejas perseguidas da Ásia Menor) e o cuidado divino (na bênção derramada do trono no céu, pela santíssima Trindade, sobre os filhos de Deus), a introdução da carta do Apocalipse descreve o que é o cristianismo em sua forma mais básica ou essencial.
Observe que ao falar da Trindade, Jesus fica por último. A questão é puramente didática, pois o objetivo é descrever a maravilhosa obra de Deus através de Cristo, pelo poder do Espírito, na vida de seu povo. Note o que João deseja revelar sobre Jesus e o cristianismo que devemos viver no dia-a-dia.
Ap 1.5-6 | 5 e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da terra. Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do seu sangue, 6 e nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai. A ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém.
Amou-me;
encarnou e viveu sem pecado no mundo;
morreu e ressuscitou como meu substituto;
tornou-me reino e sacerdote para servi-lo aqui e além; por isso…
a ele seja glória e poder para todo o sempre! Amém.
Ap 1.7 | Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém.
O que Cristo completou em sua obra humilhante na cruz, ele manifestará em fabulosa consumação por ocasião de sua majestosa segunda vinda. Cristãos devem louvar e viver na esperança da vida eterna!
Paulo coloca o cristianismo básico da seguinte maneira:
Tt 1.1-2 | 1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade; 2 fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos.
Ap 1.8 | “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso.”
João traz à memória a grande lição aprendida por Moisés diante da sarça ardente: a questão nunca é quem nós somos ou o que os outros pensam de nós ou de Deus; a questão é sempre quem é Deus!
Êx 3.10-14 | 10 Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo, os israelitas”. 11 Moisés, porém, respondeu a Deus: “Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito?” 12 Deus afirmou: “Eu estarei com você. Esta é a prova de que sou eu quem o envia: quando você tirar o povo do Egito, vocês prestarão culto a Deus neste monte”. 13 Moisés perguntou: “Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele?’ Que lhes direi?” 14 Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”.
Quem é o seu Deus? Alguém criado pela sua imaginação? Alguém produzido pelo senso comum? Faça do Senhor Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo o seu Deus. Ele é o Alfa e o Ômega; o que é, que era e o que há de vir, o El-Shaddai – o Todo-poderoso.
Como nós precisamos de um Deus assim: um Deus que provê caminho até ele – salvador (provê um meio); um Deus eterno – singular (não é produto do meio); um Deus poderoso – sustentador.
Quanta gente há por aí quebrada, manipulada e enganada pelo pecado – precisando de um Deus salvador, singular e sustentador.
O convite do Senhor para você é este – confesse o seu pecado e receba Jesus.
A carta da prisão
A carta que João escreveu da prisão revela maravilhas:
Como você reagirá diante desta carta?
Como será a sua conduta à partir de hoje?
O que você fará com todo o conhecimento adquirido até aqui?
Você buscará descansar no cuidado de Deus?
Viverá a vida cristã no poder de Deus?
Para quem acha que não consegue, e realmente ninguém consegue, busque a força do Todo-poderoso, do El-Shaddai.
Is 40.29 | Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças.
Jo 7.38 | [Disse Jesus] Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
Receba pela fé a graça de Deus em Cristo e saia daqui desfrutando da paz de Deus e da força de seu poder.
Esta é a mensagem da carta da prisão, do Apocalipse de João.
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