23.12.2017
MAGOS DO ORIENTE
Mateus 2.1-12
1Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém 2e perguntaram: Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. 3Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado, e com ele toda Jerusalém. 4Tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes do povo e os mestres da lei, perguntou-lhes onde deveria nascer o Cristo. 5E eles responderam: Em Belém da Judéia; pois assim escreveu o profeta: 6Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor entre as principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como pastor, conduzirá Israel, o meu povo. 7Então Herodes chamou os magos secretamente e informou-se com eles a respeito do tempo exato em que a estrela tinha aparecido. 8Enviou-os a Belém e disse: Vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá adorá-lo. 9Depois de ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino. 10Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo. 11Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra. 12E, tendo sido advertidos em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram a sua terra por outro caminho.
O nascimento do Rei
Após a primeira apresentação desta cantata do coral (Chegou o Natal!), na última quarta-feira, nós estudamos o primeiro dos três personagens principais que compõem a narrativa da visita dos magos do Oriente a Belém (Mt 2.1-12). Estudamos sobre a estrela de Belém. Hoje, nós olharemos para os magos do Oriente. Deus permitindo, amanhã à noite, véspera do Natal, refletiremos sobre a chegada do Rei.
A sabedoria dos magos
Quem foram estes magos?
Muito já foi dito sobre os magos: a quantidade deles, os nomes (Belquior, Gaspar e Baltasar), a identidade, os ornamentos, seus animais (se eram camelos ou elefantes) e outras tantas coisas mais. Detalhes que não estão na Bíblia e que, apesar de muito interessantes, não podem ser usados para nos salvar, edificar e instruir.
Sabemos que eram magos vindos do Oriente, de origem persa (pois o nome grego magoi é de origem persa) e, portanto, dedicados ao estudo de todas as ciências, especialmente astrologia, filosofia, e religiões. Homens sábios, com certeza. Então, o que há na sabedoria desses homens que deve chamar nossa atenção neste Natal?
1. A humildade dos magos
Mt 2.1-2 | 1Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém 2e perguntaram: Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.
Homens cultos e respeitáveis que eram, espécie de realeza em suas terras longínquas, mesmo assim não agiram de forma orgulhosa, não se contentaram em apenas identificar a estrela, comparando-a com a profecia de Balaão (Nm 24.17 — “uma estrela procederá de Jacó”). Eles foram adorar!
A sabedoria desses magos nos ensina que diante da revelação de Deus nós abrimos mão da sabedoria humana e nos submetemos com humildade à verdade e à vontade do Soberano Senhor, mesmo que tenhamos de nos “misturar” com pessoas “simples”. Afinal, o que teriam esses pobres judeus a ensinar para os sábios da Pérsia?
Maria, ao cantar o Natal, destacou a virtude da humildade:
Lc 1.52 | Derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os humildes.
Paulo falou do tipo de gente que recebe Cristo no coração:
1Co 1.20-31 | 20Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta era? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? 21Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação. 22Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; 23nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios, 24mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. 25Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem. 26Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. 27Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. 28Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, 29a fim de que ninguém se vanglorie diante dele. 30É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, 31para que, como está escrito: Quem se gloriar, glorie-se no Senhor.
Abrir mão da sabedoria deste mundo não é abrir mão da verdade. Cristo é “a verdade” (Jo 1.14; 14.6). Abrir mão da sabedoria deste mundo é 1repudiar todo conhecimento que se opõe à revelação de Deus para se 2submeter em humildade diante de Deus, no 3convívio com os irmãos.
Tg 3.13-18 | 13Quem é sábio e tem entendimento entre vocês? Que o demonstre por seu bom procedimento, mediante obras praticadas com a humildade que provém da sabedoria. 14Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso, nem neguem a verdade. 15Esse tipo de sabedoria não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é demoníaca. 16Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males. 17Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. 18O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores.
A sabedoria dos magos do Oriente nos ensina a abrir mão da sabedoria que não é “espiritual, mas é demoníaca” (Tg 3.15), para, em humildade, nos aproximarmos de Cristo e convivermos em amor uns com os outros no corpo de Cristo (Ef 4.2-4).
2. A perseverança dos magos
Mt 2.1-2, 7-9 | 1Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém 2e perguntaram: Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. (…) 7Então Herodes chamou os magos secretamente e informou-se com eles a respeito do tempo exato em que a estrela tinha aparecido. 8Enviou-os a Belém e disse: Vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá adorá-lo. 9Depois de ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino.
Não sabemos ao certo o quanto nem por quanto tempo eles caminharam. Sabemos sim que viajar era extremamente difícil naqueles dias. Havia tribos hostis para se evitar ou enfrentar, rios largos para se atravessar; desertos escaldantes para se penetrar e percorrer; animais perigosos e peçonhentos para deles fugir; clima desfavorável, que mudava o tempo todo, para se enfrentar. Era realmente uma longa e dura aventura. Do tipo que o Hobbit, da ficção de Tolkien, deveria encarar e, a princípio, relutou enfrentar.
É bem verdade que essa viagem tenha tomado aproximadamente dois anos da vida dos magos (do nascimento de Jesus, quando deveriam ter visto a estrela pela primeira vez, até a chegada deles em Belém).
Mt 2.16 | Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.
Quando vemos nos presépios de Natal os pastores na companhia dos magos, não pense que todos chegaram lá ao mesmo tempo. Os pastores foram primeiro, na estrebaria em Belém (Lc 2.12,16). Os magos vieram depois, provavelmente dois anos mais tarde, quando Jesus já estava em casa (Mt 2.11).
Impressionante a perseverança dos magos. Coragem e perseverança. Abriram mão de muita coisa para uma longa jornada até Belém. Nada os impediu de prosseguir nem os fez desistir. Nem mesmo a atitude estranha, perigosa e hipócrita de Herodes, quando eles pararam em Jerusalém. Como nós precisamos aprender com a perseverança desses magos do Oriente! Perseverança é fundamental e indispensável na vida cristã.
Mt 24.12-13 | 12Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, 13mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
Hb 10.32-36 | 32Lembrem-se dos primeiros dias, depois que vocês foram iluminados, quando suportaram muita luta e muito sofrimento. 33Algumas vezes vocês foram expostos a insultos e tribulações; em outras ocasiões fizeram-se solidários com os que assim foram tratados. 34Vocês se compadeceram dos que estavam na prisão e aceitaram alegremente o confisco dos seus próprios bens, pois sabiam que possuíam bens superiores e permanentes. 35Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada. 36Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que ele prometeu.
Vimos: a humildade e a perseverança, agora vejamos a reação dos magos.
3. A reação dos magos
Impressionam as reações dos magos ao longo de toda aquela jornada, especialmente quando, finalmente, eles se veem frente a frente com Jesus. Observem.
3.1. Alegria contagiante
Mt 2.10 | Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo.
Depois dos problemas da viagem e da perplexidade diante de Herodes em Jerusalém, os magos pularam de alegria diante da possibilidade de, finalmente, encontrarem-se com Jesus: “Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo”.
Como falta alegria e emoção (i.e., adoração em espírito e em verdade) no coração do povo de Deus, quando todos se ajuntam para adorar! Como falta gente que se alegra diante da exposição da Bíblia! Como falta gente alegre na comunhão da igreja de Cristo!
3.2. Aproximação confiante
Mt 2.11a | Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe,
Impressionante que esses magos não se deixaram levar por duas das principais ameaças à espiritualidade de todos os tempos: eles não ficam admirando a estrela, pois não buscavam meras experiências espetaculares; também não ficaram adorando Maria, pois quem eles “viram” foi “o menino com Maria”. Os magos se aproximam de Jesus e não se deixam levar por experiências espetaculares nem pela idolatria. Para eles, Jesus é o que importava. O que os levou a Jesus, os meios que os apontaram para ele, seguem em seus devidos lugares, noutro plano distante. Jesus é o centro.
Como existem pessoas mais admiradas com estrela, personalidades, casa, Maria e outras coisas mais do que com Jesus! Isso é idolatria. É puro misticismo. Culto à personalidade. É pecado. Tudo e todas as coisas devem nos levar para uma aproximação maior de Jesus. Se não for assim não serve. É pecado. É pedra de tropeço.
3.3. Adoração cristocêntrica
Mt 2.11 | Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra.
Diante de Jesus não nos sobra outra alternativa a não ser adorar. Adorar com alegria sim, mas reverentes. Adorar com vida e voz. Adorar com dons e talentos. Adorar com tudo o que somos e temos — “ouro, incenso e mirra” (como eles precisariam de ouro ao fugirem para o Egito, tendo José que deixar todos os seus negócios para trás!). Adorar com conhecimento (ouro: homem e Rei, incenso: sacerdote e Deus, mirra: substituto).
3.4. Abertura comedida
Mt 2.12 | E, tendo sido advertidos em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram a sua terra por outro caminho.
Esses homens estão abertos para ouvirem a direção de Deus; dispostos a seguirem por caminhos desconhecidos; dispostos a pagarem o preço para fazerem a vontade de Deus; não medem esforços ao terem que deixar a zona de conforto. Ao assim procederem, eles se resguardaram da maldade e da malícia dos homens.
A sabedoria dos magos
Que a chegada do Natal, revelando-nos os magos do Oriente, inspire-nos atitudes de fé em Cristo, de coragem, de perseverança e de humildade. Que nós saiamos daqui com a disposição de sermos melhores adoradores, mais abertos à vontade de Deus, alegres e jubilosos por termos o Cristo.
Permitam-me fazer como a estrela em Belém: parar sobre a casa. Aqui estamos, na casa de Deus. Cristo, que veio para salvar seu povo dos seus pecados (Mt 1.21) foi anunciado aqui nesta noite, foi-lhes apresentado. Faça, portanto, como os magos, entre, aproxime-se de Jesus. Confesse o seu pecado e receba a Cristo em seu coração. Deixe de lado a estrela (meios e distrações), não se concentre em Maria (ou noutro ídolo qualquer). O Senhor do Natal, o Salvador, é Cristo. Entre na sua presença e adore-o. Receba-o no seu coração. Arrependa-se e creia para a sua salvação. Afinal, Cristo veio ao mundo para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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