26.08.2018
DEUS DO NÃO IMPOSSÍVEL
João 6.1-15
1Depois disso, Jesus atravessou o mar da Galileia, conhecido também como mar de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia por toda parte, pois tinham visto os sinais que ele havia realizado ao curar os enfermos. 3Então Jesus subiu a um monte e sentou-se com seus discípulos. 4Era quase tempo da festa judaica da Páscoa. 5Jesus logo viu uma grande multidão que vinha a seu encontro. Voltando-se para Filipe, perguntou: “Onde podemos comprar pão para alimentar toda essa gente?”. 6Disse isso para pôr Filipe à prova, pois já sabia o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Mesmo que trabalhássemos vários meses, não teríamos dinheiro suficiente para dar alimento a todos!”. 8Então um de seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, falou: 9“Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que adianta isso para tanta gente?”. 10Jesus respondeu: “Digam ao povo que se sente”. Todos se sentaram na grama que cobria o monte. Só os homens eram cerca de cinco mil. 11Então Jesus tomou os pães, agradeceu a Deus e os repartiu entre o povo. Em seguida, fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. 12Depois que todos estavam satisfeitos, Jesus disse a seus discípulos: “Agora juntem os pedaços que sobraram, para que nada se desperdice”. 13Eles juntaram o que restou e encheram doze cestos com as sobras. 14Quando o povo viu Jesus fazer esse sinal, exclamou: “Sem dúvida ele é o profeta que haveria de vir ao mundo!”. 15Jesus sabia que pretendiam obrigá-lo a ser rei deles, de modo que se retirou, sozinho, para o monte.
Deus é especialista em realizar impossíveis
Haveria alguma coisa impossível para Deus? Jesus afirmou que não, nada é impossível para Deus.“O que é impossível para as pessoas é possível para Deus”, afirmou o Senhor (Lc 18.27). Deus é especialista em fazer acontecer o que para nós é impossível. Ele não é Deus de impossíveis. Para Deus não há impossíveis. Ele é Deus do não impossível.
Quando Deus prometeu dar um filho à Sara (ela com 90 e Abraão com 100 anos), incrédula, aquela senhora riu consigo mesma, dizendo (Gn 18.12): “Como poderia uma mulher da minha idade ter esse prazer, ainda mais quando meu senhor, meu marido, também é idoso?”.
Respondendo ao deboche de Sara, o Senhor repreendeu o casal, dizendo (Gn 18.13-14):
13[…] “Por que Sara riu? Por que disse: ‘Pode uma mulher da minha idade ter um filho’? 14Existe alguma coisa difícil demais para o SENHOR? Voltarei por esta época, no ano que vem, e Sara terá um filho”.
Deus é especialista em não impossíveis. Ele é Deus do não impossível, porque para ele não há impossíveis. Nós? Nós jamais conseguiremos tornar o pau que nasce torto em algum cabo retinho de vassoura; nunca arrancaremos leite de pedra nem tampouco faremos jorrar água de uma rocha; é impossível aos homens treinar um carangueijo a ponto de fazê-lo correr para frente. Por mais que adestremos um cachorro, fazê-lo falar é outra história, é impossível. Deus, no entanto, é especialista em fazer acontecer o que para nós é impossível. Ele é Deus do não impossível. Para ele não há impossíveis.
Quando olhamos para a vida e a obra de Jesus, descobrimos que homens de vida torta foram por ele transformados em discípulos e apóstolos piedosos — afinal, pau que nasce torno fica sim retinho nas mãos do carpinteiro de Nazaré (Jo 1.35-54); água ele transforma em vinho (Jo 2.1-11); mesmo distante e com apenas uma palavra de comando, sem ao menos ter que tocar, ele pode curar o filho muito doente de um pai desesperado (Jo 4.43-54); homem enfermo, há mais de 38 anos, ele é capaz de curar (Jo 5.1-18); ele também consegue andar sobre as águas do mar (Jo 6.16-21); faz cego de nascença enxergar (Jo 9.1-41); e o amigo, morto e sepultado já de quatro dias, ele traz de volta à vida, fazendo-o ressuscitar (Jo 11.1-44). Deus é especialista em fazer acontecer o que para nós é impossível. Para ele não há impossíveis. Ele é Deus do não impossível.
Não há no vocabulário de Deus palavras tais quais: “eu não dou conta”, “eu não posso”, “eu não consigo”, “não vai funcionar”, “isso é impossível”. Deus não é assim. Deus não fala assim. Deus é especialista em realizar impossíveis e o texto bíblico de hoje, a multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.1-15), revela-nos o poder glorioso de Deus, capaz de transformar impossíveis em milagres que nos deixam exclamando, de boca aberta: “Não! Não pode ser! Como Deus é maravilhoso!”. Sim, para Deus não há impossíveis.
Pare e pense por um instante. O que há de impossível para você em sua vida? O que há de impossível na vida de alguém que você ama? O que há de impossível no memento em que você está vivendo ou nos locais onde você vive e convive? O que precisa ser mudado que você não conseguetransformar? O que precisa ser feito que você não dá contade realizar? O que precisa ser dito que você não é capazde verbalizar? O que precisa ser deixado que você não sabe comolargar? O que precisa ser tratado que você não pode curar? O que é impossível para nós é possível para Deus. A palavra do Senhor nunca falhará, “porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1.37).
Deus é Deus do não impossível. Cabe-nos apenas crer. O problema é que mesmo o crer, o ter fé,para nós, tantas vezes, é impossível. Não é verdade? Quantas vezes nos vemos impotentes diante de alguma situação e, o que é pior e ainda mais devastador, como se não bastasse o sentimento humilhante de impotência, sofremos com o desespero da incredulidade. Não conseguimos crer. Não conseguimos orar. Não temos força para reagir. Não acreditamos que a situação vai se reverter.
Se fossemos honestos o bastante admitiríamos que não foram poucas as vezes que, ao longo da vida, já nos pegamos de novo e de novo dizendo: “É impossível! Não pode ser! De novo não! Eu não vou conseguir! Por que, Deus?”; pegamo-nos descrentes, desmotivados com Deus e até revoltados com ele, pois de novo e de novo, numa sequencia de fracassos ou perdas ou revezes dolorosos, face aos impossíveis para nós humanos e mortais, em vez de acumularmos fé e esperança para prosseguirmos amando, vamos, ao contrário, juntando ceticismo, indiferença, incredulidade, desesperança ou desespero e acabamos rompendo na vida com mais amargura, raiva e ódio ajuntados na alma. O texto de hoje é para gente assim, pois nos revela o Deus do não impossível.
Jesus não é padeiro
Geralmente nós, infelizmente, lemos cada capítulo ou versículo da Bíblia como se o tal fosse um texto, uma verdade ou uma doutrina em si mesmo, sem conexão lógica e coerente com o que veio antes, virá depois e o todo da obra literária ou do livro. É uma pena e muitas vezes pode ser devastador, pois assim é que nascem erros e heresias.
Veja o nosso texto: João 6.1-15. O texto da multiplicação dos pães e peixes não pode ser lido de forma desconexa do que foi dito anteriormente, do que será dito depois, na sequência da narrativa, nem tampouco desacoplado do todo do Evangelho de João. Por quê? Sob pena de perdermos a verdadeira lição ensinada pelo Senhor; sob pena de colocarmos mentiras nos lábios de Deus; sob pena de transformarmos o texto em um simples manual de autoajuda ou em uma narrativa motivacional, ficando ele completamente despido da centralidade da cruz e do evangelho da glória de Deus em Cristo para a salvação do pecador e a plena satisfação em Jesus no coração do crente.
O que temos, de fato, no texto da multiplicação dos pães e peixes? João, revelando-nos o Deus para quem não há impossíveis, pelo poder do Espírito Santo, objetiva produzir fé — fé salvadora, fé saciadora — no coração de seus leitores que enfrentam todo dia e toda hora situações humanamente impossíveis. Quer ver uma coisa?
Observe a nota com a qual João terminou o capítulo anterior (Jo 5.44-47):
44Não é de admirar que não possam crer, pois vocês honram uns aos outros, mas não se importam com a honra que vem do único Deus! 45“Mas não sou eu quem os acusará diante do Pai. Moisés os acusará! Sim, Moisés, em quem vocês põem sua esperança. 46Se cressem, de fato, em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu respeito. 47Contudo, uma vez que não creem naquilo que ele escreveu, como crerão no que eu digo?”.
Apesar do milagre glorioso de Jesus ao curar o paralítico do tanque de Betesda, aqueles fariseus não creram em Jesus. Permaneceram incrédulos, amando mais a glória dos homens do que a glória de Deus (Jo 5.44). Jesus, então, volta-se aos seus discípulos para testar-lhes a fé. Eram eles crentes de fato ou não passavam de incrédulos como os fariseus, disfarçados com piedade? Preste atenção nas palavras de João 6:
1Depois disso [algum tempo depois do episódio que comprovou a incredulidade dos fariseus em João 5], Jesus atravessou o mar da Galileia, conhecido também como mar de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia por toda parte, pois tinham visto os sinais que ele havia realizado ao curar os enfermos. 3Então Jesus subiu a um monte e sentou-se com seus discípulos. 4Era quase tempo da festa judaica da Páscoa. 5Jesus logo viu uma grande multidão que vinha a seu encontro. Voltando-se para Filipe, perguntou: “Onde podemos comprar pão para alimentar toda essa gente?”. 6Disse isso para pôr Filipe à prova, pois já sabia o que ia fazer.
Percebeu a intenção de Jesus? Viu onde ele queria chegar? Ou seja: teriam aqueles discípulos, depois de tudo o que já haviam testemunhado face aos sinais de Jesus, fé o bastante para alimentar aquela multidão? Veremos em instantes. Antes, porém, precisamos compreender algo muito importante: Jesusnãoé padeiro. Ele épão. Explico.
O Evangelho de João foi escrito para produzir fé. João 20.30-31 não deixa dúvida sobre qual foi o propósito do autor ao escrever esse livro: produzir fé para a salvaçãoe para a plena satisfaçãodo crente em Cristo, e não nas coisas que Cristo dá — pães e peixes, por exemplo. É trágico, portanto, que tanta gente, tantos pregadores, tantos fieis, pegam o texto, torcem o texto e transformam o texto em tudo o que Deus jamais intencionou produzir: mera motivação pessoal para obtermos nossas conquistas pessoais, meros princípios de sabedoria organizacional para multiplicarmos recursos que no final se tornam nossos ídolos, o prazer do nosso coração, fazendo de Cristo, de Deus Pai e do Espírito Santo apenas um meio para o fim maior: produzir, multiplicar e ter, ter muitos pães e peixes para saciar o coração nos sabores e prazeres de pães e peixes, não em Deus.
Jesus condenou essa atitude, quando agiu como agiu e disse o que disse (Jo 6):
14Quando o povo viu Jesus fazer esse sinal, exclamou: “Sem dúvida ele é o profeta que haveria de vir ao mundo!”. 15Jesus sabia que pretendiam obrigá-lo a ser rei deles, de modo que se retirou, sozinho, para o monte. […]
25Encontraram-no do outro lado do mar e lhe perguntaram: “Rabi, quando o senhor chegou aqui?”. 26Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: vocês querem estar comigo não porque entenderam os sinais, mas porque lhes dei alimento. 27Não se preocupem tanto com coisas que se estragam, como a comida, mas usem suas energias buscando o alimento que permanece para a vida eterna, o qual o Filho do Homem pode lhes dar. Pois Deus, o Pai, colocou em mim seu selo de aprovação”. 28“Nós também queremos realizar as obras de Deus”, disseram eles. “O que devemos fazer?” 29Jesus lhes disse: “Esta é a única obra que Deus quer de vocês: creiam naquele que ele enviou”.
Aquela multidão não tinha entendido “os sinais”. Os sinais apontavam para o fato de que Jesus é o verdadeiro pão que veio do céu para matar a fome do coração da gente (Jo 6.32-37); apontavam para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), levando os que nele creem de volta para a comunhão plenamente saciadora com Deus (1Pe 3.18). Aquele povo, no entanto, e milhares ainda hoje, queriam apenas encher a barriga com pães e peixes; queriam apenas ter condições de, milagrosamente, realizar “as obras de Deus”, i.e., produzir milagres, produzir ídolos, viver de aumentar a produçãode pães e peixes. Jesus, porém, os advertiu: a obra de Deus não é fazernem terou obter, mascrer — crerpara a salvação e de forma que nosso coração fique totalmente satisfeito em Deus:
João 6.35-36 (NVT) | 35Jesus respondeu: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome. Quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Mas vocês não creram em mim, embora me tenham visto.
Jesus estava dizendo que aquela multidão não tinha feito de Jesus o pão que mata a fome de prazer da alma da gente, mas feito dos pães e peixes seu prazer. Aprendemos que Jesus havia se tornado apenasum meio e nãoo fim. Jesus era padeiro e não “o pão da vida”! Eles não creram que Jesus era tudo de que precisavam. De fato, eles criam que precisavam de Jesus, mas criam que precisavam de Jesus para obter outras coisas que eles criam ser melhores e mais importantes: pães e peixes. Jesus era padeiro. Jesus não era pão.
Quem é Jesus para você? Jesus é o seu padeiro ou ele é o “pão da vida” do seu coração? Quer mesmo saber? Então responda: Como você o busca? Para quê você o busca? Faz toda a diferença quando nós o buscamos para matar a nossa fome — buscamos a ele mesmo, a pessoa dele, quem ele é — e não apenas o invocamos para nos darpão, paz, prosperidade e outros prazeres, mesmo que legítimos, mas que se tornam ídolos quando o que mais queremos, quando o que mais nos alegra é o que recebemos de Deus (cura, restauração, coisas, relacionamento etc.) e não o Cristo que comprou com seu próprio sangue todas as bençãos espirituais (viver diante da glória de Deus) nos domínios celestiais (Ef 1.3). Jesus nãoé padeiro, gente. Jesus épão. Ele é o pão da vida. E para nós é impossível crer nisto se Deus não abrir nossos olhos, não nos regenerar, não nos fazer nascer de novo. Quer ver uma coisa?
Situações humanamente impossíveis
Você acredita mesmo que Jesus é o pão da vida? Acredita mesmo que ele é tudo o que você mais precisa — mais do que dinheiro, sexo e poder; mais do que cura e saúde; mais do que lar e família estabilizados; mais do que filhos sadios e bem criados; mais do que carreira e estabilidade profissional; mais do que beleza; mais do que momentos de felicidade; mais até do que espiritualidade? Você acredita que Jesus é o bastante?
A melhor forma de descobrir se Jesus é o bastante, se ele é tudo o que de fato precisamos, se ele é o maior prazer da vida da gente, é observar como nós nos comportamos ou reagimos diante de situações humanamente impossíveis. Olhe para o texto e veja o que Jesus fez: ele colocou os discípulos diante de uma situação humanamente impossível e perguntou: E agora, o que faremos? Leia de novo (Jo 6.5-6):
5Jesus logo viu uma grande multidão que vinha a seu encontro. Voltando-se para Filipe, perguntou: “Onde podemos comprar pão para alimentar toda essa gente?”. 6Disse isso para pôr Filipe à prova, pois já sabia o que ia fazer.
O que Filipe faria? Creria no Cristo que transformou água em vinho? Creria no Cristo que curou o filho do oficial? Creria no Cristo que curou o paralítico de Betesda? Buscaria ele o Cristo? Parece que não. Veja no que de fato Filipe cria (Jo 6.7):
7Filipe respondeu: “Mesmo que trabalhássemos vários meses, não teríamos dinheiro suficiente para dar alimento a todos!”.
Filipe cria no trabalho, no dinheiro. Para ele, as soluções e o segredo da felicidade que satisfaz está em se trabalhar muito e ganhar muito para que, sobrando, a gente possa repartir. Gente, e como existem Filipes ainda hoje! São pessoas que acreditam no poder do trabalho e do dinheiro como solução para tudo, como satisfação indispensável para a vida. A gente até brinca, dizendo: “Dinheiro não traz felicidade, mas manda buscar!”. Será?
Por acreditar mais no poder do trabalho e do dinheiro é que pais ou responsáveis, por exemplo, mesmo os cristãos, acabam investindo mais na educação e na formação profissional do que no discipulado e na formação espiritual dos filhos. Trágico!
Por acreditar mais no poder do trabalho e do dinheiro é que as pessoas, mesmo os crentes, gastam mais tempo com trabalho, estudos, ganhar, ter e ter e ter e guardar e acumular, com medo de um dia faltar, creem mais nisso do que em se relacionar com Cristo, que é de fato a fonte verdadeira de toda provisão, tanto material como espiritual.
Sai Filipe e entra André. Face àquela situação humanamente impossível, o que revelaria André sobre sua fé? No que ele de fato cria? Ouça as palavras de João (6.8-9):
8Então um de seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, falou: 9“Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que adianta isso para tanta gente?”.
André cria no potencial humano. Ele cria no que as pessoas são capazes de produzir com suas próprias mãos. Tanto que foi atrás de alguma coisa entre a multidão e achou o rapaz dos pães e peixes. André media valor ou solução pela quantidade. Deixava-se impressionar pelo volume, pela aparência. Quanta gente assim, iludida como André!
Por acreditar mais no potencial humano do que no Senhor é que as pessoas acabam acreditando mais na soberaniada ciência, na sabedoriada razão, na sensualidadedos sentimentos e das emoções do que na revelaçãode Deus nas Escrituras. Por acreditar mais no potencial humano do que no Senhor é que as pessoas recorrem mais a homens (profetas, reveladores, ministérios) do que a Deus na pequena comunhão de fé com irmãos pequeninos de fé. Buscam movimento. Querem volume e agitação. Lamentável!
Sai Filipe, sai André e entra o rapaz com cinco pais de cevada e dois peixes. Charles H. Spurgeon, o príncipe dos pregadores, pregando sobre este texto à sua congregação batista perto do final do século XIX, em Londres na Inglaterra, declarou:
O que este rapazinho está dizendo é o seguinte: “Não sei se o que tenho será suficiente para alimentar essa multidão, mas se o Senhor quiser, comece um milagre a partir dos meus cinco pães de cevada e dois peixes.”
Que lição há? Quando Deus nos coloca em situações humanamente impossíveis, e ele sempre nos coloca, com o objetivo de testar nossa fé, espremendo para que saia o que de fato há no nosso coração, o que se espera é que saia de nós fé: fé no poder do Senhor; fé de que Cristo é suficiente; fé de que Cristo é tudo o de que nós precisamos.
Situações humanamente impossíveis, portanto, revelam que quando depositamos nossa esperança, nossa fé e confiança em trabalho e dinheiro(como fez Filipe) nós sempre nos acharemos com pouco, com nada, sem recursos e impotentes. Afinal a vida é muito, mas muito mais do que trabalho e dinheiro podem comparar e manter e promover.
Situações humanamente impossíveis também revelam que quando depositamos nossa esperança, nossa fé e confiança em potencial humanoou nos recursos ou em qualquer coisa que a mão, a razão ou a emoção humana é capaz de produzir (como fez André) nós sempre desprezaremos o que Jesus Cristo pode fazer à partir da fé do tamanho de um grão de mostarda que é depositada em suas mãos.
O que estamos dizendo é que situações humanamente impossíveis servem, principalmente, para revelar se nós depositamos nossa esperança, nossa fé e confiança apenas nas mãos do Senhor, colocando nossos cinco pães e dois peixes nas mãos de Jesus Cristo, certos de que ele saberá o que fazer e poderá multiplicar o que lhe entregamos de forma a abençoar os outros e a nós também (Jo 6.10-13):
10Jesus respondeu: “Digam ao povo que se sente”. Todos se sentaram na grama que cobria o monte. Só os homens eram cerca de cinco mil. 11Então Jesus tomou os pães, agradeceu a Deus e os repartiu entre o povo. Em seguida, fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. 12Depois que todos estavam satisfeitos, Jesus disse a seus discípulos: “Agora juntem os pedaços que sobraram, para que nada se desperdice”. 13Eles juntaram o que restou e encheram doze cestos com as sobras.
O que a sua situação humanamente impossível revela sobre o seu coração? Você confia mais no trabalho e no dinheiro? Você confia mais em quantidade e volume do que nas pequenas coisas que Deus nos deu de graça para desfrutar? Confia mais em saúde e bem-estar? Como você ora ao se ver diante de uma situação humanamente impossível? Pelo que você ora? Se Deus não responde você de acordo com o seu desejo, como você reage? O que essa reação revela sobre você? Não estaria você crendo que para ser feliz você precisa mais daquilo que você quer que Deus te dê ou faça do que você precisa de Cristo?Sua revolta, sua tristeza, sua decepção com Deus não estariam revelando a idolatria do seu coração?
Ídolos não se sustentam (i.e., saúde, paz, prosperidade etc. não nos bancam). Eles sempre nos deixam na mão. Nas mãos dos ídolos, ficamos sempre escravos deles, dos prazeres limitados e finitos que eles proporcionam sem, contudo, nos satisfazer.
Situações humanamente impossíveis devem nos fazer ir a Deus com os cinco pães e dois peixes de nossa vida, colocando-os nas mãos do Senhor Jesus Cristo. As mãos dele são o melhor lugar para depositarmos tudo o que somos e temos e as coisas ou pessoas que nós mais amamos. Ele saberá o que fazer e terá poder para fazer o que desejar para a glória dele e o nosso prazer em sua pessoa.
O Deus do não impossível
Deus é Deus do não impossível. O grande não há impossível de Deus é fazer você abrir mão de pães e peixes; abrir mão de suas convicções e certezas materialistas, racionalistas ou emocionais; fazer você perceber que precisa de Cristo pelo que ele é, e não pelo que ele dá ou faz. Quando Deus graciosamente colocar essa fé no seu coração e pela graça você perseguir o caminho da busca pela satisfação em Cristo, você se verá libertando-se de impossíveis: amor ao dinheiro, amor ao sexo, amor às ideologias, amor à vaidade, amor ao poder, amor ao seu ídolo de estimação. Deus é o Deus de não há impossíveis. Isso significa que ele pode libertar você de vícios, sentimentos, cobiças, ansiedades, medos, amor aos prazeres do pecado… Mas, como?
Quando Deus, pela revelação da Palavra (como você acabou de ouvir, por exemplo) e no poder do Espírito Santo (que pode estar agindo em você neste exato momento) faz você cair em si e enxergar que você só precisa de Jesus, da graça de Jesus, mais de Jesus do que da própria vida, mais de Jesus do que saúde e qualquer outra coisa ou pessoa, você fica livre para viver e amar, você faz de Cristo o seu viver, entregando-se sem reserva para a glória de Deus, certo de que Deus cuidará de prover para você, para você poder continuar provendo para os outros o pão da vida que é Jesus Cristo (Jo 6.12-13):
12Depois que todos estavam satisfeitos, Jesus disse a seus discípulos: “Agora juntem os pedaços que sobraram, para que nada se desperdice”. 13Eles juntaram o que restou e encheram doze cestos com as sobras.
Deus é o Deus do não impossível.
Para mim e para você é impossível nos libertarmos do pecado e nos convertermos a Cristo para a salvação, mas é possível para Deus; é impossível para nós a libertação dos prazeres passageiros do pecado e a libertação dos medos que nos assombram, mas é possível para Deus; é impossível para nós abandonarmos os ídolos nos quais buscamos prazer no coração, mas para Deus é possível vermos nossa vida salva e satisfeita em Cristo… o que você tem a fazer é entregar com fé a sua vida a Jesus, crer na vida e na obra de Cristo; dar a ele tudo o que você tem; colocar nas mãos dele seus pães e peixes.
É impossível para você crer? Você não consegue crer? Peça a Deus fé. Ore. Ore pedindo fé. Pegue o pouquinho de vontade e de força que resta no seu coração e peça a Deus que te dê fé, fé em Cristo. Peça a Deus que faça você crer que o que você de fato precisa é mais de Cristo. O que parece impossível para você é totalmente possível para o Deus do não há impossíveis.
Há no meu coração dois objetivos com os quais eu encerro esta mensagem.
Primeiro, se você nunca provou de Cristo como o pão vivo que desceu do céu para lhe dar a vida eterna, então essa é a sua principal necessidade. Sua principal necessidade não é que Jesus cure você ou lhe dê um emprego ou lhe dê um bom casamento ou lhe dê saúde. Sua principal necessidade é vir a Jesus para ter a vida eterna e abundante. Assim como você come pão para sustentar sua vida física, mesmo que você não entenda exatamente como isso funciona, você precisa confiar em Cristo para a vida eterna — comer dele e saciar-se nele; afinal, ele promete (João 6.35): “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome. Quem crê em mim nunca mais terá sede.”. Venha pela fé e sacie-se em Jesus Cristo.
Segundo, se você crê em Cristo, fazendo dele a satisfação de seu coração, meu objetivo é desafiar você se oferecer a ele para ser usado de tal forma que a vida de outros se satisfaçam em Cristo através de sua vida, mensagem, dons e talentos, dinheiro e recursos materiais. O mundo ao nosso redor está sedento do pão da vida e você pode reparti-lo. Aqui na igreja nós sempre temos muitas necessidades de pessoas para servir em algum ministério e você pode se juntar às diversas equipes que buscam repartir o pão da vida.
Não viva por si nem para si. Coloque sua vida nas mãos de Jesus e viva para ser usado por Deus. Você se satisfará nele. Ele lhe bastará. Ainda por cima, você verá pessoas se satisfazerem em Cristo através de sua vida. Portanto, não tema, pois você sempre terá um cesto cheio do pão vivo do céu só para você. Cristo nunca deixará de ser o seu deleite.
Parece impossível para você crer? Realmente, “para as pessoas isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível”, disse-nos Jesus (Mc 10.27). A sua salvação é possível para Deus. A salvação de quem você ama é possível para Deus. Saciar-se em Cristo como o pão da vida é possível para Deus. Deus é o Deus de não há impossíveis. O que fazer?
Pegue o pouquinho de força de vontade que há dentro de você, vá a Jesus e lhe diga: “Senhor, eis aqui a minha vida (eis aqui a vida de _______ ) toma-a em tuas mãos, toma-a para si; satisfaça-me em ti; deixe-me provar e ver que tua graça é melhor que tudo, é melhor que a vida; pegue a minha vida, salve a minha vida, satisfaça meu coração em Jesus e usa-me para levar o pão da vida aos famintos da graça para a salvação.”Ore assim. Nunca deixe de orar assim. Deus é o Deus de não há impossíveis. Vá a ele em oração. Leve a ele seus cinco pães e dois peixes.
S.D.G. L.B.Peixoto
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