02.06.2019
A CURA DE DEUS E O CANTO CRISTÃO
João 9.1-7
1Enquanto caminhava, Jesus viu um homem cego de nascença. 2Seus discípulos perguntaram: “Rabi, por que este homem nasceu cego? Foi por causa de seus próprios pecados ou dos pecados de seus pais?”. 3Jesus respondeu: “Nem uma coisa nem outra. Isso aconteceu para que o poder de Deus se manifestasse nele. 4Devemos cumprir logo as tarefas que nos foram dadas por aquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar. 5Mas, enquanto estou aqui no mundo, eu sou a luz do mundo”. 6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. 7Em seguida, disse: “Vá lavar-se no tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se e voltou enxergando.
COITADO DO ASSUM-PRETO!
Coitado do assum-preto!
Para quem não sabe ou nunca ouviu Luiz Gonzaga, assum-pretoé uma ave: o graúna(do tupi “guira-una”, i.e., ave preta). Também é conhecido como pássaro-preto (Goiás), anum-preto, chico-preto(Maranhão e Piauí), arranca-milho, chopim, chupim(São Paulo), chupão(Mato Grosso), assum-pretoe cupido(Ceará), melroe craúna(Paraíba).
É negro por inteiro: penas, pernas, bico e olhos. Lindo! Chega brilhar de tão preto, o que dá origem ao seu nome popular: ave preta, pássaro-preto ou assum-preto. Como se não bastasse ser belo, é um dos pássaros de canto mais melodioso do Brasil. Para conferir, entre no YouTube e busque por “canto do pássaro-preto”.
Se é belo e se canta tão bem, por que coitado do assum-preto?
A beleza tanto do corpo como do canto o tornam objeto da cobiça dos homens. Assim, passarinheiros caçam e engaiolam as avezinhas para vendê-las aos apaixonados pelo cântico do pássaro-preto. A crueldade não para por aí, pois alguns desses gaioleiros não acham que prendê-lo seja o bastante. Prendem-no e, com espinho de laranjeira, furam os olhos do pobrezinho. Hoje nem tanto. No passado foi pior.
“Por que, meu Deus?” — Alguns poderiam perguntar.
Cria-se que cego — imagine você! —, o canto seria mais belo, pois cantaria de dor.
Coitado do assum-preto! Cantava de dor!
Essa prática brutal ficou eternizada na voz de Luiz Gonzaga, quando em 1950 ele gravou “Assum-Preto”. A letra é do advogado, compositor e poeta cearense Humberto Cavalcanti Teixeira (1915-1979), mas a voz é do cancioneiro popular: Luiz Gonzaga, também conhecido como rei do baião. Ouça um pedacinho da letra de Assum-Preto:
Tudo em volta é só beleza
Sol de abril e a mata em flor
Mas Assum-Preto, cego dos olhos
Não vendo a luz, ai!, canta de dor…
Talvez por ignorância
Ou maldade das piores
Furaram os olhos do Assum-Preto
Pra ele assim, ai!, cantar melhor…
Assum-Preto vive solto
Mas não pode voar [não tem liberdade, pois é presa fácil]
Mil vezes a sina de uma gaiola [livre dentro de uma gaiola!]
Desde que o céu, ai!, pudesse olhar…
O poeta parte de uma paisagem do campo, comum no sertão após as chuvas, pois quando há estação chuvosa na região pode-se ver o reverdecimento e o florescimento da mata, e isto traz alegria e esperança para o sertanejo que feliz pode cantar.
Porém, a beleza do sol de abril e das flores das matas e dos campos não pode ser apreciada pelo assum-preto, porque, além de agora preso na gaiola e longe de seu habitat, não consegue ver, já que o cegaram. Na letra do poeta, melhor teria sido se apenas tivessem engaiolado o pobre coitado, deixando seus olhos sãos para contemplar a beleza do céu ao seu redor e assim entoar sua canção. Mas não! Ele é pego em armadilha, engaiolado e tem seus olhos perfurados pelos homens. Se tiver que cantar, que seja de dor: a dor de não conseguir ver e se encantar.
Coitado do assum-preto!
Coitados de nós também!
COITADO DO PECADOR!
Coitados de nós também porque o pecado e o diabo nos cegaram. E agora — sem a graça, por meio da fé —, ninguém consegue ver a beleza da glória de Deus na face de Cristo. Tanto que hoje, quando se canta, canta-se de dor. Duvida?
Ouça, por alguns instantes apenas, as músicas compostas e cantadas pelos poetas e cantores. Tudo é dor, maldade ou ilusão, pois trata de perda, separação, traição, abandono, desprezo, incompreensão, preconceito, violência, caos social, ilicitudes, prazeres escravizadores, amores proibidos, erotização, bebedeira e embriaguês, ostentação etc.
Parece que são poucas as canções que cantam sobre o belo. Informando que belo, nas palavras de Carlos Nougué, é tudo aquilo que nos faz propender ao bom e verdadeiro, fazendo-nos afastar do mal e do falso. Com efeito, cego, o pecador canta de dor, angústia, maldade, ilusão, mentira e falsidade. Coitado do pecador! Cego, ele não enxerga o belo. Cego, ele não tem olhos para a beleza da glória de Deus na face de Cristo. Cego, ele canta bonito, mas não canta o belo, não canta daquilo que nos faz propender ao bom e verdadeiro, fazendo-nos afastar do mal e do falso. Cego, o pecador canta e dança e festeja até perecer.
O pecador é como o assum-preto cego que canta de dor. Ao ser levado para casa, quem o comprou nota que a pobre avezinha vai ficando jururu e emitindo apenas alguns melancólicos assobios — prenúncio da morte que se aproxima. O corpinho frágil do passarinho vai se definhando a cada dia e em breve estará morto de tristeza, sede e fome.
Coitado do assum-preto! Coitado do pecador!
GENTE QUE VÊ, MAS NÃO ENXERGA
O nosso texto fala de um cego — um cego de nascença (Jo 9.1). Mas o problema, segundo Jesus, não é a cegueira física do homem. O problema é a cegueira espiritual do pecador: o problema está em quem vê (ou julga ver), mas não enxerga; é quem, enxergando ou não enxergando (fisicamente), não consegue ver (espiritualmente) a glória de Cristo, a glória do Filho único do Pai: o verbo eterno que se fez carne e osso e habitou entre nós cheio de graça e de verdade (Jo 1.14). Cego, portanto, não é quem não consegue ver com os olhos que a terra há de comer. Cego é quem não tem olhos para Jesus Cristo. João nos deixou isso tudo muito claro ao narrar esta história.
A história desse cego de nascença (Jo 9) está colocada logo depois do problema que Jesus arrumou ao fazer algumas declarações bombásticas (Jo 8). Começou assim: Jesus perdoou uma mulher pega em adultério — mulher que estava cercada de pecadores sem olhos para enxergarem seus próprios pecados, mas todos, com pedras nas mãos, estavam prontos para apedrejá-la (Jo 8.1-11). O Senhor Jesus a perdoou, o cerco dos apedrejadores se desfez e na sequência Cristo fez uma declaração estonteante (Jo 8.12):
Jesus voltou a falar ao povo e disse: “Eu sou a luz do mundo. Se vocês me seguirem, não andarão no escuro, pois terão a luz da vida”.
O Senhor estava dizendo: “Eu sou a luz que ilumina a existência. Eu sou a luz da vida. Eu ilumino e dou sentido a tudo e a todos. Sem a minha luz vocês são cegos.” Os fariseus, então, ficaram intrigados e isso desencadeou uma enorme controvérsia entre Jesus e os líderes judeus, até que Jesus declarou ser quem ele de fato é: Deus. Mas os mestres da lei não gostaram nem um pouquinho do que ouviram (Jo 8.57-59):
57Os líderes judeus disseram: “Você não tem nem cinquenta anos. Como pode dizer que viu Abraão?”. 58Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: antes mesmo de Abraão nascer, EU SOU!”. 59Então apanharam pedras para atirar em Jesus, mas ele se ocultou deles e saiu do templo.
Você percebeu? Esses homens não tinham olhos para ver a glória de Deus cheia de graça e de verdade na face de Jesus. Eram cegos. O pior tipo de cego que pode existir: viam o que Jesus fazia, mas não entendiam, o coração deles estava endurecido, os olhos estavam fechados, de modo que não enxergavam a glória de Jesus (Mt 13.10-16).
Pois bem, a história seguinte à fuga de Jesus do templo para não ser apedrejado pelos líderes judeus cegos para a glória dele (Jo 8.57-59), é a história do cego de nascença (Jo 9). Ouça o fluxo da narrativa do texto (Jo 8.57—9.1):
57Os líderes judeus disseram: “Você não tem nem cinquenta anos. Como pode dizer que viu Abraão?”. 58Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: antes mesmo de Abraão nascer, EU SOU!”. 59Então apanharam pedras para atirar em Jesus, mas ele se ocultou deles e saiu do templo. 1Enquanto caminhava, Jesus viu um homem cego de nascença.
E de novo Jesus se mete no meio de uma controvérsia que revelará quem de fato são os cegos. Cegos são aqueles que julgam ver, mas não têm olhos para ver Jesus Cristo (Jo 9):
16Alguns dos fariseus disseram: “Esse homem não é de Deus, pois trabalha no sábado”. Outros disseram: “Mas como um pecador poderia fazer sinaiscomo esse?”. E havia entre eles uma divergência de opiniões.
39Então Jesus disse: “Eu vim a este mundo para julgar, para dar visão aos cegos e para fazer que os que veem se tornem cegos”. 40Alguns fariseus que estavam por perto o ouviram e perguntaram: “Você está dizendo que nós somos cegos?”.41“Se vocês fossem cegos, não seriam culpados”, respondeu Jesus. “Mas a culpa de vocês permanece, pois afirmam que podem ver.”
Trocando em miúdo: “O problema, o pecado de vocês é que julgam saber demais (julgam ver demais); mas na verdade, o conhecimento de vocês (a forma como vocês veem ou interpretam a lei e a vida pela ótica da lei de vocês) os cegou.”
Ah! Quanta gente ainda há cega desse jeito! Gente que acha que sabe demais, vê demais e conhece demais… gente cheia de si mesma… gente orgulhosa… gente cheia de religião… gente cheia de filosofias… gente cheia de crendices populares, cheia de fake news… gente cheia de revelação… gente cheia de sabedoria humana… gente, na verdade, cega, “pois afirmam que podem ver”.
João 9 está na Bíblia tanto para fazer cegos enxergarem como para desmascarar gente que diz ver, mas não enxerga — não enxerga a glória de Jesus Cristo. Caminhemos pelo texto e vejamos. Vejamos se você, cego pelo pecado, canta de dor; ou se você, curado pela graça e por meio da fé em Cristo… se você, agora vendo, agora curado, canta encantado pela beleza da glória de Jesus Cristo que é cheio de graça e de verdade.
A CURA DO CEGO
Sobre o sofrimento desse cego de nascença e os propósitos soberanos de Deus para a dor e o sofrimento, já dissemos o bastante nas três mensagens anteriores, baseadas em João 9.1-5. Agora, nós veremos a cura do cego e o canto que brota do coração e dos lábios do homem curado. Na próxima ocasião, Deus permitindo, olharemos para a cegueira dos que julgam ver, à luz do crescimento promovido através do sofrimento do homem curado.
Primeiro, a cura do cego (Jo 9.6-7):
6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra [fez lama] com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. 7Em seguida, disse: “Vá lavar-se no tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se e voltou enxergando.
Leia ainda os versos 13-14:
13Então levaram aos fariseus o homem que havia sido cego, 14pois foi no sábado que Jesus misturou terra [fez lama] com saliva e o curou.
Pelo menos três perguntas precisam ser respondidas, quando se lê estes textos: (1) Por que a lama para curar o cego? (2) Por que curar o cego justo no sábado? e (3) Por que enviar o cego para se lavar no tanque de Siloé que significa “enviado”?
Por que lama para curar o cego?
Por que Jesus usou lama para curar o cego? John Piper sugere duas razões.
Primeiro, Jesus usou lama para curar o cego para demonstrar que Deus usa meiospara fazer suas obras maravilhosas neste mundo. Jesus poderia, simplesmente, ter falado e os olhos do homem teriam sido abertos. Mas aqui ele usou meios, usou lama.
A maioria das maravilhas de Deus no Antigo Testamento, por exemplo, foi produzida através de meios humanos ou criados por Deus. Lemos, por exemplo, em Provérbios (21.31): “O cavalo é preparado para o dia da batalha, mas quem dá a vitória é o SENHOR”. Deus é decisivo na vitória, mas ele usa meios (cavalos preparados, por exemplo). Ele não precisa do cavalo, mas ele usa o cavalo.
Reflita sobre este ato de Jesus (curar o cego usando a lama produzida pela terra em contato com a saliva dele) no espectro maior da vida por um momento. O ato de Jesus significa que Deus não despreza o mundo físico que ele mesmo criou (nem mesmo terra e saliva, por exemplo). Deus usa meios como comida para sustentar a vida. Ele usa os meios do sexo para gerar filhos. E ele usa remédios para trazer cura — do analgésico ao antibiótico mais potente já fabricado, da vitamina C que fortalece o sistema imunológico à radiação que mata as células do câncer, da luz do sol na pele com tantos benefícios naturais ao xarope para a garganta. Deus usa meios para curar. Não os despreze!
Não pense, portanto, que seja pouca coisa crer que Deus usa meios (médicos, remédios e tratamentos) para realizar suas obras poderosas de cura e restauração. Os propósitos de Deus ao usar meios são que a glória de suas obras poderosas sejam exibidas através dos meios e dos médicos e das produções e das fabricações e das manipulações farmacêuticas e do conselho das pessoas etc. Deus é glorificado também através de meios.
Jesus usou lama. Nós usamos colírios, remédios, vacinas, tratamentos e todos os meios humanos possíveis para a glória de Deus. Tudo, de fato, é milagre. É milagre quando Deus cura através de uma oração. É também milagre quando Deus cura através de uma medicação. Portanto, deixe sua vida se maravilhar com as obras e os meiosde Deus.
Por que curar o cego justo no sábado?
Segundo, Jesus usou lama para curar o cego porque desejava confrontar a interpretação equivocada da lei praticada pelos fariseus. Como assim? Leia de novo os versículos 13 e 14 de João capítulo 9:
13Então levaram aos fariseus o homem que havia sido cego, 14pois foi no sábado que Jesus misturou terra [fez lama] com saliva e o curou.
A cura com lama no sábado foi intencional. Diga-se: cura com lama amassada e produzida no sábado! Gente, é uma loucura, mas os fariseus haviam desenvolvido todos os tipos de aplicações para a lei que versava sobre a guarda do sábado. Uma delas era que não se podia amassar qualquer massa (do pão ao barro) no sábado. Era pecado amassar barro no sábado! E a palavra para lamaou barro ou lodo aqui é a mesma para a palavra massaou o ato de amassar. Trocando em miúdos: Jesus quebrou a lei farisaica que proibia amassar massa, barro, lama ou lodo.
Por que Jesus faria isso? Ele era chegado numa confusão? Era sempre do contra?
Não! Ele “quebrou” o sábado dos fariseus — a interpretação equivocada deles — para mostrar que ele, o Cristo, era “Senhor até mesmo do sábado” (Mt 12.8). Jesus, sendo Deus, é quem define o sábado. Seu propósito, portanto, ao curar com a lama que ele mesmo amassou no sábado era mostrar qual é o propósito real do descanso sabático.
O ponto do descanso sabático é a cura. É por isso que nós paramos para descansar pelo menos uma vez por semana: descanso é cura! A questão central do descanso sabático é que nós somos limitados: Deus não, pois Deus cria, sustenta, cura… Deus não para nem dorme, mas nós paramos, dormimos e descansamos. Nós nos refazemos e nos curamos do cansaço para prosseguirmos adorando a Deus. Esse é o ponto do descanso sabático.
Agora, se o ponto do descanso sabático é cura, que dia poderia ser mais apropriado para Deus, encarnado em Jesus Cristo, encontrar um homem cego e curá-lo — para dar a ele e a seus pais o descanso de todas as lutas da cegueira? Nenhum dia seria melhor ou mais apropriado do que o sábado! Por isso que ele curou com barro amassado no sábado. Sábado é descanso. Sábado é cura. Sábado aponta para Jesus, para a obra de Jesus.
É para isso que serve o Dia do Senhor — no domingo nós exaltamos a bênção de Deus derramada sobre nós, humanos cansados e sobrecarregados; nós exaltamos a cura de Deus para o nosso pecado e as nossas enfermidades, tanto físicas como espirituais.
Por que enviar o cego para se lavar no tanque de Siloé que significa “enviado”?
Jesus usa meios para curar. Ele usa lama feita da terra que ele mesmo criou (Jo 1.1-3) e de saliva que ele mesmo cuspiu de sua boca e amassou no sábado para curar o cego de nascença. Tudo o que ele faz visa estampar o louvor de sua glória, graça e verdade; é para nos curar e nos restaurar, fazendo-nos ver e cantar a beleza da glória, da graça e da verdade de Deus em Jesus Cristo. Mas, por que ele envia o cego para se lavar no tanque de Siloé que significa “enviado”? Leia o texto:
6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. 7Em seguida, disse: “Vá lavar-se no tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se e voltou enxergando.
Estudiosos argumentam que a razão pela qual o nome do tanque de Siloé significa “enviado” é que a água do tanque era enviadapara lá de uma fonte distante. Logo, parece razoável crer que Jesus estivesse fazendo uma comparação entre o tanquechamado “enviado” e a si mesmocomo aquele que é de fato “enviado” do Pai como a água viva (Jo 4.10-11). João 9.4, que diz: “Devemos cumprir logo as tarefas que nos foram dadas por aquele que me enviou”, corrobora com este ponto de vista.
Portanto, se a analogia estiver correta, e parece que está, a água do tanque de Siloé, na qual o cego se lavou, não significava apenas limpeza ou cura, mas vida — limpeza, cura e vida que nos são enviados por Deus em Jesus Cristo.
Em João 4, Jesus deu à mulher no poço de Jacó “água viva” — água da vida. Ou seja: quando alguém encontra Jesus e o recebe por quem ele é — Senhor e Salvador, a pessoa revive, ela passa a enxergar, ela começa a ser curada e será completamente curada na ressurreição dos mortos. Toda a nossa visão e toda a nossa cura são derivadas da nova vida espiritual que, pela graça e por meio da fé, vem de Deus a nós através de Jesus Cristo — o enviado, a água viva.
A CURA DE DEUS E O CANTO DO CRISTÃO
Em contato com Jesus, o cego de nascença foi curado. Ele passou a ver. O resultado é que ele começou a cantar. Não cantava mais de dor. Cantava com louvor por tudo que Cristo fizera por ele (Jo 9.35-38):
[…] 35Quando Jesus soube do que havia acontecido, procurou o homem e lhe disse: “Você crê no Filho do Homem?”. 36“Quem é ele, senhor?”, perguntou o homem. “Eu quero crer nele.” 37Jesus respondeu: “Você o viu, e ele está falando com você!”. 38“Sim, Senhor, eu creio!”, declarou o homem. E adoroua Jesus.
Eis um resumo desta história:
— Havia um cego que cantava de dor desde o nascimento, que vivia mendigando (v. 1 e 8);
— Jesus caminhava e viu o cego (v. 1);
— Jesus curou o cego de uma forma poderosa (vs. 6-7);
— Jesus procurou pelo cego que agora enxergava (v. 35);
— O cego que agora enxergava viu Jesus (v. 37);
— E esse que viu Jesus, creu nele e o adorou; o canto não era mais de dor, era louvor (v. 38).
Essa é a história da salvação. É assim que Deus salva o pecador: ele o vê, cura-o, cuida dele, procura por ele, revela-se a ele, o pecador o vê e nele crê. Crê e canta. Canta em louvor pela tão grande cura e salvação. Não canta mais de dor. O canto é louvor.
Qual tem sido a sua canção? Canção de dor?
Furaram seus olhos? Engaiolaram você? Sim, é possível! O pecado faz isto. O pecado nos separa de Deus, destrói-nos e nos faz destruir os outros — faz-nos furar os olhos dos outros e engaiolar os outros, pelo simples prazer de ouvir seu canto de dor.
Sua história não precisa terminar assim: cego, cantando de dor na gaiola do pecado.
Olhe para Jesus. Clame por Jesus.
Jesus usa meios — pessoas feitas do pó da terra, do barro, como nós os cristãos, como esta igreja, como este pastor e esta mensagem para abrir seus olhos. Jesus confronta suas crenças erradas — a isto chamamos de discipulado e processo de santificação. Jesus é o enviado de Deus para te salvar, curar lavar, purificar e saciar com água viva. Não cante mais de dor. Receba a cura de Deus em Jesus e cante de louvor: adore a Jesus Cristo.
S.D.G. L.B.Peixoto
Mais episódios da série
Evangelho de João
Mais episódios da série Evangelho de João
Mais Sermões
17 de novembro, 2019
27 de setembro, 2020
23 de maio, 2021
27 de fevereiro, 2022
Mais Séries
A Cura De Deus e o Canto Cristão
Pr. Leandro B. Peixoto