15.09.2019
DORES QUE NOS FAZEM CRESCER
João 9.1-41
1Enquanto caminhava, Jesus viu um homem cego de nascença. 2Seus discípulos perguntaram: “Rabi, por que este homem nasceu cego? Foi por causa de seus próprios pecados ou dos pecados de seus pais?”. 3Jesus respondeu: “Nem uma coisa nem outra. Isso aconteceu para que o poder de Deus se manifestasse nele. 4Devemos cumprir logo as tarefas que nos foram dadas por aquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar. 5Mas, enquanto estou aqui no mundo, eu sou a luz do mundo”. 6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. 7Em seguida, disse: “Vá lavar-se no tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se e voltou enxergando. 8Seus vizinhos e outros que o conheciam como mendigo começaram a perguntar: “Não é este o homem que costumava ficar sentado pedindo esmolas?”. 9Alguns diziam que sim, e outros diziam: “Não, apenas se parece com ele”. O mendigo, porém, insistia: “Sim, sou eu mesmo!”. 10“Quem curou você?”, perguntaram eles. “O que aconteceu?”
A GRANDE TRAGÉDIA
A beleza da graça e do amor de Deus não está fundamentalmente em nos blindar ou nos resgatar ilesos do sofrimento, mas em nos conduzir de volta ao SENHOR, pelo conhecimento da glória do Filho Jesus, fazendo-nos crescer através das dores da vida: crescer em nosso conhecimento de Cristo.
Tragicamente, porém, esta não é a mentalidade evangélica.
Veja que não estamos dizendo que esta não seja esta a mentalidade do mundo, pois está óbvio que é! Sabemos pelo senso comum que a mentalidade das pessoas ou do mundo não contempla a glória de Cristo, mas a dos homens. Os mundanos — ou seja, aqueles que só enxergam o aqui e agora, o mundo e as coisas ao seu redor, e que dizem respeito apenas a seus interesses pessoais — não fazem de Cristo o seu maior tesouro na terra e no céu. Esta é a tragédia da humanidade: Cristo é moeda de troca para os prazeres que eu idolatro; graça é meio de obter mais para mim mesmo, satisfazendo os meus sonhos ou desejos. Assim é que o mundo jaz no maligno e perece no pecado.
A tragédia toma proporção ainda maior quando nos damos conta de que boa parte dos crentes e das igrejas pensa e faz teologia, prega e proclama o “evangelho” com essa mesma mentalidade mundana, afirmando que a graça e o amor de Deus resumem-se a não me deixar sofrer, fazer-me sentir bem em como sou ou com o que tenho, dentre uma infinidade de outras coisas que giram em torno apenas do eu, dos meus sonhos, das minhas vontades ou conquistas.
Basta erguer os olhos para enxergar (e querer ver, é claro!) o tamanho do estrago no mundo e à partir do mundo dito evangélico: a ascensão de grandes igrejas e redes de ministérios que pregam e exportam para todos os cantos e nações um “evangelho”, uma “graça” ou um “amor” de Deus que silencia por completo o ensino bíblico sobre o sofrimento, e reduz o evangelho glorioso da vida e obra de Cristo a uma mentalidade de melhoramento da vida aqui na terra, e que está enraizada em atitudes humanas e não na glória do Calvário.
Ainda mais triste é saber que igrejas históricas ou passaram ou estão passando a passos rápidos por essa porta larga do mundanismo e estão seguindo por esse caminho espaçoso “que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mt 7.13).
Antes que me julguem, saibam que, como pastor, tenho como um de meus papeis alertá-los contra esses falsos mestres e lobos devoradores (Mt 7.15; At 20.28-31). Afinal, o anticristo, ao que tudo indica, sairá do meio do povo de Deus ou se parecerá demasiadamente com os nossos (1Jo 2.18-19) — e é triste constatar que muita gente bem-intensionada e outras nem tanto têm pavimentado o caminho para ele. Esse “homem da perversidade” (2Ts 2.8), o anticristo, fará muitos estragos. Ouça Paulo (2Ts 2.9-12):
9Esse homem virá para realizar o trabalho de Satanás, com poder, sinais e falsas maravilhas, 10e com todo tipo de mentira perversa para enganar os que estão caminhando para a destruição, pois se recusam a amar e a aceitar a verdade que os salvaria. 11Portanto, Deus fará que sejam enganados, e eles crerão nessas mentiras. 12Então serão condenados por ter prazer no mal em vez de crer na verdade.
Meu papel, portanto, é protegê-los dessa grande tragédia, das mentiras disfarçadas de “evangelho”, é pregar-lhes a verdade, de fato evangélica, que salva; expor-lhes o evangelho tal como os apóstolos o nos entregaram; do contrário, centenas e milhares, com zelo, mas sem entendimento (Rm 10.2), crerão ou terão crido em vão (1Co 15.1-4).
A grande promessa do evangelho, a boa-nova ou boa notícia do evangelho, é que somos conduzidos (pelo novo nascimento do Espírito) da justa condenação do pecado que já pesa sobre nós (sem Cristo) de volta para Deus (por meio da vida e da obra de Cristo — vida sem pecado, morte substitutiva e ressurreição vitoriosa sobre o pecado e sobre a morte, nosso último inimigo). Tudo isso está bem resumido em 1Pedro 3.18. Essa é a verdade que salva e que santifica, a verdade que todos devem aceitar e amar para serem salvos (2Ts 2.10).
Assim, repito o que iniciei dizendo: a beleza da graça e do amor de Deus não está fundamentalmente em nos blindar ou nos resgatar ilesos do sofrimento (nem de nos fazer sentir bem sobre nós mesmos), mas em nos conduzir de volta ao SENHOR Deus, pelo conhecimento da glória de Cristo, fazendo-nos crescer através das dores da vida: crescer em nosso conhecimento do glorioso Jesus Cristo.
AS TRAGÉDIAS DA VIDA
A grande tragédia provocada pela deformação evangélica do evangelho — gente com zelo, mas sem entendimento; gente até que não é salva, mas se diz crente — é que se prolifera um tipo de crente profundamente despreparado para o que a vida sob a providência de Deus vai trazer a eles — e isso é outra tragédia: não saber fazer sentido das tragédias ou dores da vida.
O sofrimento não é apenas alguma coisa esperada para a vida de um cristão, mas também, como diz o nosso texto de João, o meio pelo qual se manifestam no cristão e através dele as obras de Deus (Jo 9.2).
Viver no centro da vontade de Deus redundará também em sofrimento (1Pe 4.19). Não apenas o tipo de sofrimento produzido pela perseguição por causa do evangelho (Mt 5.10-12), mas também: (1.) o tipo de sofrimento resultante de um filho que nasce com alguma deficiência (p.ex., o cego de nascença de nosso texto, Jo 9.1-2); (2.) o tipo de sofrimento doloroso que nos faz gemer, seja lá por que motivo for (Rm 8.23); ou o tipo de sofrimento pelo fato de o corpo adoecer, doer e gradativamente morrer (2Co 4.16).
Pois bem, não podemos aceitar, amar ou acolher um tipo de ensino “evangélico” que distorça o fundamento de nossa salvação, colocando a ênfase do evangelho no que podemos produzir ou obter em termos de melhoramento apenas para esta vida, em vez de colocá-la — a ênfase — na gloriosa obra de Cristo ao morrer e ressuscitar para tomar sobre si a culpa de nosso pecado e propiciar a ira de Deus. Primeiro, porque esta mensagem “evangélica” que deformou o evangelho não salva. Segundo, porque ela não será satisfatória quando as tragédias ou dores chegarem. E elas chegarão!
PROPÓSITOS, NÃO CAUSAS
Nas últimas vezes que estivemos em João 9 (e a última vez foi lá no primeiro domingo de junho; três meses atrás, portanto), estudamos que Jesus “viu um homem cego de nascença” (Jo 9.1). Seus discípulos perguntam sobre a causa da cegueira (Jo 9.2). Jesus devolveu a questão e disse que, com efeito, as causas humanas não são decisivas para explicar nossas dores ou sofrimentos. Os propósitos divinos é que são decisivos. Verso 3:
Nem uma coisa nem outra [nem seus pais, nem ele pecaram especificamente falando; nenhuma causa humana]. Isso aconteceu para que o poder de Deus se manifestasse nele [o propósito de Deus].
A razão pela qual as causas não são a explicação definitiva para as coisas é que Deus não é, em última análise, um corredor atrás de concertar nossos problemas, mas um planejador soberano que decretou todas as coisas para o louvor de sua gloriosa graça no Filho eterno. Em outras palavras: quando Deus ordena ou permite (na forma de decreto) que algo aconteça, Deus não está, no fundo, respondendo às causas humanas. Ele está, no fundo, fazendo cumprir seus propósitos santos, sábios, soberanos e eternos.
A implicação dessa verdade para sua vida é profunda. Não importa em que bagunça você esteja ou tenha se metido, nem tampouco a dor que esteja sentindo, pois as causas dessa bagunça e dessa dor não são decisivas para explicá-las. O que é decisivo para explicar tudo isso em sua vida é o propósito de Deus.
Sim, há causas. Algumas delas são fruto direto de nossa culpa ou pecado. Outros não. Mas essas causas não são jamais decisivas para determinar o significado da bagunça de sua vida ou da dor de seu coração. O que é absolutamente decisivo é o propósito de Deus: “Isso aconteceu para que o poder [ou as obras de Deus] se manifeste[m]” (Jo 9.3).
Sim, existe culpa (pode existir). Mas se você se arrepender, confessar seus pecados e se apegar a Jesus com fé, como sua Rocha, seu Redentor e sua Riqueza, o propósito de Deus para sua bagunça e sua dor será um bom propósito. Vai valer tudo o que você deve suportar. Sabemos que isso é verdade porque Deus diz isso. Romanos 8.28:
E sabemos que Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam e que são chamados de acordo com seu propósito.
SEU MAIOR TESOURO
Agora, certamente nada disso fará sentido, ou será útil para você, se o próprio Deus, e a glória de sua obra incomparável em Cristo, não for o seu maior tesouro. Quando Jesus diz, o propósito dessa cegueira é “que o poder [ou as obras de Deus] se manifeste[m]” (v. 3), ele assume que a manifestação das obras ou do poder de Deus têm um valor que supera anos e anos de cegueira. Tanto para o homem como para seus pais.
Para abraçar isso que Jesus está dizendo — “Isso aconteceu para que o poder [ou as obras de Deus] se manifeste[m]” (Jo 9.3), teremos que valorizar a manifestação das obras de Deus em Cristo mais do que valorizamos enxergar. De fato, mais do que valorizamos a própria vida. O Salmo 63.3 diz: “A tua graça é melhor que a vida.” E Jesus disse aos prisioneiros em Esmirna (Ap 2.10): “Se você permanecer fiel mesmo diante da morte, eu lhe darei a coroa da vida”. Em outras palavras: ser amado por Deus e estar com ele para sempre é melhor do que ter olhos e melhor do que estar vivo neste mundo.
Se não cremos nisto (que viver é Cristo e morrer é lucro; que partir e estar com Cristo será incomparavelmente melhor), dizer que Deus tem bons e sábios propósitos em todas as nossas dores e perdas não será muito consolador. Mas se cremos, os propósitos de Deus não apenas nos confortarão e nos fortalecerão, como também nos tornarão capazes de ajudar, paciente e gentilmente, os outros em seus momentos de dores.
CRISTO FAZ AS OBRAS DE DEUS
As obras de Deus se manifestam através de Cristo.
Observe o fluir do texto e perceba como Jesus conecta o propósito de Deus para a cegueira do homem (v. 3) com as obras que Cristo faz (vs. 4-7):
3Jesus respondeu: “Nem uma coisa nem outra. Isso aconteceu para que o poder de Deus se manifestasse nele. 4Devemos cumprir logo as tarefas que nos foram dadas por aquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar. 5Mas, enquanto estou aqui no mundo, eu sou a luz do mundo”. 6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. 7Em seguida, disse: “Vá lavar-se no tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se e voltou enxergando.
O poder e as obras de Deus para a salvação do pecador (abertura dos olhos para que se veja a glória de Jesus) se manifestam em ou através de Jesus Cristo. Dessa forma, João prepara o palco, coloca Jesus como protagonista no centro de tudo e lança-nos a pergunta: Como você responderá a esse Cristo glorioso?
Sim, tudo aqui em João 9 visa nos fazer dar uma resposta ao Cristo glorioso. Tanto é que, se você parar para pensar, o milagre e a história terminaram no versículo 7: “O homem foi, lavou-se e voltou enxergando.” Do verso 8 até o final do capítulo 9, no verso 41, o que lemos é o relato de uma longa controvérsia a respeito de quem era aquele que tinha curado o homem cego de nascença. Os fariseus permaneceram cegos (leiam os vs. 39-41) e blasfemaram, chamando Jesus de pecador (leiam o v. 24). O cego que foi curado, no entanto, adorou a gloriosa majestade de Jesus (leiam o v. 38).
Esse, portanto, é o rumo dessa história: o próprio Jesus realizou as obras de Deus; e aqueles que têm olhos para ver dizem como João disse (Jo 1.14):
A Palavra se tornou ser humano, carne e osso, e habitou entre nós. Ele era cheio de graça e verdade. E vimos sua glória, a glória do Filho único do Pai.
Foi isso que o cego viu — a glória de Deus na face de Cristo, mas os fariseus não viram. E é por isso que este capítulo termina falando de cegueira, exatamente como começou, mas com um tipo pior de cegueira — espiritual (Jo 9.39-41):
39Então Jesus disse [aos fariseus]: “Eu vim a este mundo para julgar, para dar visão aos cegos e para fazer que os que veem se tornem cegos”. 40Alguns fariseus que estavam por perto o ouviram e perguntaram: “Você está dizendo que nós somos cegos?”. 41“Se vocês fossem cegos, não seriam culpados”, respondeu Jesus. “Mas a culpa de vocês permanece, pois afirmam que podem ver.”
Cristo cumpriu a obra de Deus. Ele dá vista aos cegos. Olhe para ele; encante-se com ele; arrependa-se do pecado e creia em Jesus para a sua salvação; veja a glória de Deus em Jesus e o adore. Não seja como os fariseus: diatnete de tanta glória, blasfemaram. Não blasfeme. Adore.
DORES QUE NOS FAZEM CRESCER
Prossiga comigo. Veja que houve o milagre (vs. 1-7), mas a história não terminou. Cinco diálogos se seguiram à cura do homem cego de nascença (vs. 8-38). E o que nós podemos observar é que a visão do cego sobre quem Jesus é foi se tornando cada vez mais clara e cristalina, e sua coragem para defendê-lo se tornando cada vez mais firme e forte, até chegarmos ao clímax no v. 38 com a adoração do homem que agora conseguia ver.
Olhando para a história desse mendigo curado por Jesus, o que podemos concluir é que a cura da cegueira não cessou as dores dele nem a de seus pais. Mas que as dores que se seguiram à sua nova vida em Cristo serviram para corrigir o foco de sua nova visão. Dores nos fazem crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. Veja…
1 O mendigo e seus vizinhos (versículos 8–12)
O primeiro diálogo está registrado nos versículos 8-12, é entre o homem curado e seus vizinhos. Eles estavam discutindo se aquele era o mendigo cego. Ele insistiu, afirmando que era ele sim. Então os vizinhos perguntam, no versículo 10, como o milagre aconteceu. O mendigo respondeu no versículo 11:
“O homem chamado Jesus misturou terra com saliva, colocou-a em meus olhos e disse: ‘Vá lavar-se no tanque de Siloé’. Eu fui e me lavei, e agora posso ver!”.
Note que neste ponto da caminhada, o homem curado simplesmente chama Jesus de “homem”. Ele conhece seu nome, Jesus, mas simplesmente o chama de “homem” e diz não saber onde ele estava (v. 12). Jesus é um homem com quem ele não tem intimidade.
2 O mendigo e os fariseus (versículos 13–17)
O segundo diálogo está nos versículos 13–17, e se dá entre o homem curado e os fariseus. Eles também encheram o mendigo de perguntas sobre como teria sido a cura (v. 15). Ele relata a eles. Eles se dividem em suas respostas: Jesus não pode ser de Deus! Jesus quebrou o sábado! Como ele pode ter feito esse milagre se ele é um pecador?! Então, perguntam ao mendigo no versículo 17: “O que você diz desse homem que o curou?”.
Algo aconteceu entre o momento do primeiro diálogo e este segundo. Algo estava, gradualmente, acontecendo no coração daquele homem. Ouçam a resposta dele no versículo 17: “Ele deve ser um profeta”. Não apenas um homem comum, mas um enviado por Deus. “Ele deve ser um profeta”. “Jesus falou, obedeci e fui curado!”
3 Os fariseus e os pais do mendigo (versículos 18–23)
O terceiro diálogo, nos versículos 18-23, passa-se entre os fariseus e os pais do mendigo curado. Eles perguntam no versículo 19: Ele é seu filho? Ele nasceu cego? Como ele agora consegue enxergar? Eles respondem (vs. 20-21): Ele é nosso filho e de fato nasceu cego, mas não sabemos como ele foi curado. “Ele tem idade suficiente para falar por si mesmo. Perguntem a ele”.
João diz no versículo 22 que a razão pela qual eles falaram assim foi porque temiam os judeus e não queriam ser expulsos da sinagoga (leiam também 7.13; 19.38; 20.19).
Parece que o ponto de João aqui não é ser duro com os pais do mendigo curado, mas tornar a coragem do filho ainda mais incrível. Os pais são como Nicodemos, que em João 3.2 foram a Jesus à noite para evitar ser visto, mas em João 19.39 estava ajudando abertamente no enterro do Senhor. Os pais estavam no caminho. Mas o filho mendigo curado estava se movendo muito mais rápido à frente deles.
4 O mendigo e os fariseus outra vez (versículos 24–34)
Agora, no quarto diálogo, registrado nos versículos 24-34, vemos a coragem aperfeiçoada do mendigo curado — um mero mendigo enfrentando as pessoas mais religiosas e instruídas da terra! Uma cena de fé e coragem por parte do homem curado, contrastada com uma postura de completa blasfêmia por parte dos fariseus. Ouçam:
24Então, pela segunda vez, chamaram o homem que havia sido cego e lhe disseram: “Deus é quem deve receber glória por aquilo que aconteceu, pois sabemos que esse Jesus é pecador”. 25“Não sei se ele é pecador”, respondeu o homem. “Mas uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!” 26“Mas o que ele fez?”, perguntaram. “Como ele o curou?” 27“Eu já lhes disse!”, exclamou o homem. “Vocês não ouviram? Por que querem ouvir outra vez? Por acaso também querem se tornar discípulos dele?” 28Então eles o insultaram e disseram: “Você é discípulo dele, mas nós somos discípulos de Moisés! 29Sabemos que Deus falou a Moisés, mas nem sabemos de onde vem esse homem”. 30“Que coisa mais estranha!”, respondeu o homem. “Ele curou meus olhos e vocês não sabem de onde ele vem? 31Sabemos que Deus não atende pecadores, mas está pronto a ouvir aqueles que o adoram e fazem a sua vontade. 32Desde o princípio do mundo, ninguém foi capaz de abrir os olhos de um cego de nascença. 33Se esse homem não fosse de Deus, não teria conseguido fazê-lo.” 34“Você nasceu inteiramente pecador!”, disseram eles. “E quer ensinar a nós?” Então o expulsaram da sinagoga.
É surpreendente o que aconteceu na alma desse homem! Os fariseus não conseguem lidar com isso. Então, o que fizeram? Eles o expulsaram com desprezo.
A verdade era que o cego estava vendo cada vez mais claramente a glória de Jesus Cristo. E a cegueira dos fariseus para a glória de Cristo estava endurecendo cada vez mais o coração deles. Tinham zelo, muito zelo religioso, mas sem visão espiritual, sem entendimento. O cego, em contrapartida, enxergava cada vez mais e melhor.
5 Jesus e o mendigo (versículos 35–38)
Chegamos ao último diálogo, nos versículos 35–38, entre Jesus e o mendigo.
Uma coisa que torna tão significativo esse diálogo é que Jesus o inicia.
Veja que o homem foi traído pelos vizinhos e levado aos fariseus. Os pais dele, para dizermos o mínimo, o deixaram sozinho sustentando a própria fé. Diante dos líderes, foi ameaçado e, por fim, expulso de sua comunidade religiosa, a mesma que frequentara ao longo da vida inteira. Mas Jesus, em contraste com tudo e todos, procura-o e o encontra (não é por acaso que o próximo capítulo é sobre Jesus, como o Pastor, que reúne suas ovelhas!). Leiam comigo os versículos 35-38:
35Quando Jesus soube do que havia acontecido, procurou o homem e lhe disse: “Você crê no Filho do Homem?”. 36“Quem é ele, senhor?”, perguntou o homem. “Eu quero crer nele.” 37Jesus respondeu: “Você o viu, e ele está falando com você!”. 38“Sim, Senhor, eu creio!”, declarou o homem. E adorou a Jesus.
Dores fizeram aquele homem crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.
PERGUNTAS E AFIRMAÇÕES
Encerro esta mensagem postando quatro perguntas e três declarações.
Perguntas:
1 O que você adora (saúde, alegria, enxergar, etc.)? Você adora Jesus?
2 Sua adoração a Jesus cresce ou diminuiu no meio das dores?
3 Sua adoração murcha ou floresce quando sua família fica incrédula e te deixa na mão; e quando seus amigos te traem?
4 Você confessa Jesus Cristo abertamente e o defende com seu simples testemunho com o evangelho: “Eu era cego, mas agora eu vejo”?
Declarações:
Para encorajá-lo em cada uma dessas quatro perguntas, aqui estão três declarações:
1 Deus tem um propósito sábio, soberano, amoroso para exaltar a glória da graça de Cristo em tudo o que acontece com você.
2 Cristo é o único caminho para a experiência completa, final e alegre desse propósito. Suas dores servem para te fazer crescer na graça e no conhecimento de Cristo.
3 Cristo procurou o cego rejeitado — aquele Zé Ninguém, aquele mendigo — e ele está procurando você agora. Para fazer de você um corajoso adorador de Jesus Cristo para a glória de Deus Pai.
S.D.G. L.B.Peixoto
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