31.12.2017
Todo ano, no Ano-Novo, é a mesma coisa: as pessoas ouvem e fazem votos de paz e prosperidade pessoais para o ano que se aproxima. Nada de errado, mas neste ano inicie 2018 de forma diferente, com choque de realidade.
Ora, irmãos, com respeito ao ano que se aproxima, esperamos que sejam meses de felicidade para todos; de forma muito enfática desejamos a vocês um feliz ano-novo. Porém, ninguém pode ter certeza de que ele será um ano livre de dificuldades. Pelo contrário, tenha a segura confiança de que poderá não ser assim, pois, assim como é certo que as faíscas voam para o alto, o homem nasce para as dificuldades (Jó 5.7).
Cada um de nós possui muitos rostos queridos com os quais se regozija – que eles possam sorrir para nós ainda por muito tempo, mas lembre-se de que cada um deles poderá proporcionar ocasião de tristeza durante o próximo ano; afinal, sabemos que não existem pessoas perfeitas nem imortais. Algumas delas, portanto, poderão nos ferir ou mesmo partir em 2018.
Além do mais, os confortos com os quais nos cercamos poderão tomar para si asas, antes mesmo que o ano cumpra seu curso. Vítimas de enchentes ou de acidentes, por exemplo, já emplacarão o ano novo com perda total, revelando que as alegrias terrenas são todas como que feitas de neve e se desfazem com a mais leve brisa, antes mesmo de terminarmos de agradecer sua chegada. Pode ser que você tenha um ano de seca e escassez de pão; talvez anos magros e desagradáveis lhe estejam reservados. Sim, e ainda mais, talvez durante o ano que já está quase raiando, você possa recolher seus pés à cama e partir, para encontrar-se com Deus Pai.
Pois bem, devemos então viver tristonhos e temerosos? De modo algum! Devemos, por outro lado, viver de forma despreocupada e risonha em todas as circunstâncias? Não, pois soaria artificial nos filhos de Deus. O que faremos, então?
Pronunciaremos esta oração: “Pai, glorifica teu nome. Alegra-me no Senhor.” Isso significa dizer, como compôs Martinho Lutero e nós cantamos com vigor: “Se temos de perder, os filhos, bens, mulher, embora a vida vá, por nós Jesus está, e dar-nos-á seu Reino” (Hino 323 do Cantor Cristão). Quando alguém ora nessa disposição, seu conflito finda. Nenhum pavor exterior permanece se tal oração surge de seu íntimo, pois nela a pessoa terá rejeitado todos os presságios fatídicos e poderá, de forma lúcida e tranquila, trilhar seu caminho pelo desconhecido amanhã, afinal, “os olhos do Senhor, o seu Deus, estão continuamente sobre [você], do início ao fim do ano” (Dt 11.12). Deus te abençoe em 2018, através das duras realidades da vida.
Com votos carinhosos de um feliz ano-novo, Leandro B. Peixoto.
Tradução e adaptação de A Golden Prayer, 30 de dezembro de 1877, de Charles H. Spurgeon.
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