07.08.2016
Por incrível que pareça, a Bíblia tem, sim, algo a dizer sobre os Jogos Olímpicos. Escrevendo aos Coríntios, Paulo comentou que “todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre” (1Co 9.25).
O apóstolo pressupôs que todos estivessem familiarizados com os esportes. Não era para menos, pois já havia mais de 1.000 anos que os Jogos Olímpicos aconteciam naquela região. Estavam todos inteirados no assunto. Hoje não é diferente; todo mundo tem um mínimo de conhecimento esportivo.
Por que Bíblia menciona os jogos? Para nos ajudar a assisti-los com as lentes da glória de Deus, do evangelho de Cristo e da vida cristã no Espírito Santo. C. S. Lewis chamaria essa atitude de “transposição”, isto é: olhar para os Jogos Olímpicos, envolventes e empolgantes como eles são, e enxergar através deles, para além deles, visualizando as realidades eternas às quais eles nos apontam aqui no mundo criado por Deus; contemplando as lições que deles nós podemos aprender sobre a nossa “tão grande salvação” (Hb 2.3).
Os jogos são realizados em nível terreno. Os atletas correm, lutam, treinam, praticam e se privam apenas nesse nível. Suas visões são limitadas – eles enxergam somente até o ouro. Nós, porém, devemos enxergar para além do ouro, para além do prêmio terreno. Temos que chegar a um nível superior, transpondo-nos dos esforços e triunfos temporais e terrenos dos Jogos Olímpicos para um nível superior, para o nível da vida espiritual, da vida eterna e gloriosa ao lado de Deus.
Portanto, quando estivermos assistindo a um atleta correndo, enxerguemos outro tipo de corrida. Quando virmos um atleta lutando, visualizemos outro tipo de luta. Quando ouvirmos sobre os treinamentos pesados dos atletas, do sacrifício duro e da negação de tantos prazeres para ganharem o ouro, ouçamos outro tipo de treinamento e de auto-sacrifício para os quais nós somos chamados. Quando os virmos sorrindo pelo ouro em seus pescoços, enxerguemos outro tipo de prêmio: a coroa da glória. Quando nos emocionarmos com as vitórias deles, lembremo-nos da emoção do Dia do Senhor.
Penso que era isso o que Paulo estava dizendo aos crentes de Corinto e, com certeza, está nos dizendo nestes dias em que todos estão respirando as Olimpíadas do Rio 2016. Sejamos todos estimulados pelos jogos, digo: desafiados a, rigorosamente, buscar “a imperecível coroa da glória” (1Pe 5.4). É assim que devemos assistir aos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Com carinho,
Pr. Leandro B. Peixoto
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