09.04.2017
Quando o jornalista Robert Raikes deu início ao programa de alfabetização infantil em Gloucester na Inglaterra, o entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas, porém, não aceitaram trocar a liberdade no domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todas estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as contas matemáticas. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa.
Este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam do seu próprio bolso a suas despesas. Havia, também, algumas pessoas generosas da cidade que contribuíam para este nobre esforço.
No começo, Raikes encontrou resistência ao seu trabalho entre aqueles que ele menos esperava – os líderes das igrejas. Eles achavam que o jornalista estava profanando o domingo sagrado e as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Por outro lado, já havia algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que elas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.
As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Em 1784, quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu, em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança.
No mundo há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos poderão colher. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres e analfabetas de sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo.
Com carinho, Leandro B. Peixoto.
Extraído e adaptado de artigo de Ruth Doris Lemos
Fonte: https://goo.gl/mcWqz1
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