Revelação ou confusão? O Apocalipse parece ser o livro que mais tem sofrido abusos de interpretação no decorrer da história e o que tem despertado reações sempre as mais extremas possíveis – de um lado estão os obcecados e do outro os indiferentes. Entretanto, o que temos no Apocalipse não é para gerar confusão; é uma revelação e não uma espécie de Sudoku do primeiro século que precisa ser decifrado. O Apocalipse não é um código secreto, mas um livro pastoral. Ao escrever o Apocalipse, João desejava cativar e encorajar os seus leitores, a ponto de fazê-los cair em adoração aos pés do Senhor; não era para eles se assentarem para resolverem um enigma criptografado que prediz o futuro. No Apocalipse, o assunto é Cristo e não catástrofes criptografadas; o contexto é pastoral e não entretenimento alarmista; o alvo é a adoração e não especulação amedrontadora. Resumindo: o Apocalipse visa a revelação de Cristo e não a confusão do cristão.