24.01.2021
[2Tessalonicenses 2.15-17] 15Portanto, irmãos, tendo em mente todas essas coisas, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes transmitimos, seja pessoalmente, seja por carta. 16Que o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e pela graça nos deu eterno conforto e maravilhosa esperança, 17os animem e os fortaleçam em tudo de bom que vocês fizerem e disserem.
A esperança é a última que morre! — diz o ditado que ouvimos desde pequenininho.
A esperança é a última que morre!
Qual esperança?
A julgar pela maneira como nós costumamos reagir ou nos comportar em face da vida – especialmente diante das coisas más que nos acometem – a esperança é a única que morre. Todo mundo acaba perdendo a esperança quando os problemas chegam e se arrastam por muito tempo. Desse modo, a esperança é a única que morre. Com efeito, se a sua esperança está em que tudo se resolva e prossiga normalmente, como se nada, nunca, tivesse acontecido, as chances são de que a sua esperança morrerá antes até de seus sonhos e desejos serem também, pouco a pouco, despedaçados nesta vida. Assim, a esperança é sempre a única que morre (ou a primeira que morre).
Quer ver uma coisa?
Digamos que você seja cristão, e dedicado: é membro da igreja, frequenta aos cultos, participa de congressos, lê diariamente a Bíblia, tem uma vida regular de oração, dá seu dízimo, oferta com generosidade e até vai a viagens missionárias. Você é um crente – com se diz – dos bons, tem uma cosmovisão bíblica correta de todas as coisas, ou seja, enxerga a vida pelas lentes das Escrituras. Porém, ao se deitar todas as noites para dormir, tudo o que você espera é acordar em sua cama na manhã do dia seguinte. Você nunca ouviu falar do que o Novo Testamento e as gerações mais antigas do cristianismo chamaram de “a bendita esperança” (Tt 2.13). E o que é “a bendita esperança”? Paulo, escrevendo a Tito, chamou-a de “a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2.13, NVI). Aqui, escrevendo aos tessalonicenses, o apóstolo falou em termos de “eterno conforto e maravilhosa esperança” (2Ts 2.16).
Francamente, a sua preocupação (e a minha também), todas as noites, geralmente não guarda relação com “a bendita esperança”, com a “maravilhosa esperança”, com “a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”. De jeito nenhum! Suas preocupações, até mesmo sobre sua própria vida espiritual, estão todas contidas nesta era, voltadas para esta vida. Tudo o que você assume ao se deitar é que amanhã, ao se despertar do sono, a vida seguirá o curso normal, assim como foi hoje – e de preferência a vida amanhã será melhor do que foi hoje. Nada há no coração daquela “bendita esperança”, da “gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.
Não é verdade? Não é assim mesmo que a gente pensa?
Ora, claro que pensar assim, de forma tão secular ou temporal – olhando apenas para o que se vê, pensando só no agora, no presente, na vida neste mundo tão somente –, faz a gente perder sempre a esperança. Sem contar que esse tipo de mentalidade nos torna em indivíduos inconsequentes, desarmonizados com a eternidade.
É por isso que a vida cristã da maioria parece ser alguma coisa plástica, sem vida – por mais que se ore, leia a Bíblia e busque a presença de Deus. Viver sem “a bendita esperança”, a “maravilhosa esperança” ou o “eterno consolo” da “gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” em vista, viver sem a expectativa da chegada iminente do nosso Senhor Jesus Cristo, além de nos tornar vulneráveis a todos os reveses da vida, faz de nós seres humanos secularizados, terrenos, sujeitos apenas a esta vida. E Paulo nos diria, 1Coríntios 15.19: “Se nossa esperança em Cristo vale apenas para esta vida, somos os mais dignos de pena em todo o mundo.”
Em que está fixada a sua esperança? Apenas nesta vida? A graça de Cristo lhe serve para qual propósito? Somente amenizar os sofrimentos desta existência? Não é de se admirar, portanto, que a sua esperança é a única que morre. Nós, os humanos, vivemos de nossas esperanças, tão certo quanto vivemos do ar que respiramos. E quando ela morre, como você fica? Aonde você busca esperança?
Qual é a sua grande esperança?
A esperança que morre por último, ou melhor, a esperança que nunca morre, a esperança que nos sustenta pela vida, até o fim, através de todos os males e problemas e enfermidades e crises de todo o tipo, é a bendita esperança apresentada aqui em Segunda aos Tessalonicenses.
A jovem igreja em Tessalônica, sobre a qual começamos a estudar na mensagem de 1Tessalonicenses (hoje pela manhã), tinha um problema com a esperança parecido com o nosso nesta era secular.
O nosso problema hoje parece ser o não se ter muita ou nenhuma esperança do futuro prometido por Deus, ou seja: não se vive da bendita esperança da “gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”. Ainda por cima, assim como os tessalonicenses presumiam, para muita gente hoje o futuro prometido está sendo vivido aqui e agora – esta vida é a terra prometida. Veja que em ambos os casos, no dos tessalonicenses e no nosso, há um problema de esperança que torna o céu em algo desinteressante ou desestimulante – e transforma o cristão em alguém desencorajado, desviado e desobediente.
Esta carta foi escrita alguns meses depois da Primeira aos Tessalonicenses, enquanto Paulo ainda estava em Corinto com Silas e Timóteo (2Ts 1.1; At 18.5). Timóteo, o portador da primeira epístola, parece ter retornado a Paulo com uma atualização sobre os novos desenvolvimentos, estimulando-o a escrever esta segunda epístola.
Os crentes em Tessalônica ainda estavam sofrendo perseguição (portanto, muitos estavam perdendo a esperança, estavam desencorajados). O falso ensino sobre o dia do Senhor levava alguns deles a reagir de forma exagerada, desistindo até de trabalhar. O problema da ociosidade registrado em 1Tessalonicenses 4.11-12, tornou-se mais sério com o passar dos meses, como se lê em 2Tessalonicenses 3.6-15. Portanto, o tema desta epístola é o conforto e a correção de Paulo aos tessalonicenses em vista da [1] perseguição religiosa, [2] deturpação doutrinária e [3] ociosidade acompanhada de intromissão na vida alheia. — Veja você o que falsas doutrinas e esperanças distorcidas são capazes de produzir: crentes desencorajados, desviados e desobedientes.
Pois bem, os três propósitos principais de Paulo nesta carta correspondem aos seus três capítulos. No capítulo 1 Paulo procura encorajar a igreja que estava desencorajada pela perseguição e necessitada de incentivo para perseverar. No capítulo 2, o apóstolo busca corrigir os que estavam ludibriados pelos falsos mestres, os quais estavam confundindo os crentes a respeito da volta do Senhor. E no capítulo 3 ele lembrou os desobedientes a respeito dos mandamentos divinos, particularmente pela recusa de alguns a trabalhar. Resumindo, Paulo escreve para:
[1] Encorajar os desencorajados e inconsoláveis (1.1-12);
[2] Ensinar os desviados e instáveis (2.1-17);
[3] Exortar os desobedientes e indisciplinados (3.1-18).
No capítulo 1, Paulo aplaude o crescimento contínuo na fé e no amor e os encoraja a suportar a perseguição, sabendo que Deus vindicará seu nome e glorificará todos os que confiaram em Cristo.
No capítulo 2, o apóstolo corrige o ensino falacioso de que o dia do Senhor já estava sendo vivido nos dias deles. Este ensino, juntamente com as aflições que eles estavam padecendo, causava grandes perturbações entre os crentes tessalonicenses que estavam se perguntando quando seria o retorno do Senhor. Paulo faz questão de deixar claro que o dia do Senhor ainda não os havia alcançado, mas que chegaria em momento inesperado (1Ts 5.4).
O erro doutrinário combatido no capítulo 2, somado à desesperança da perseguição comentada no capítulo 1, estava causando um erro prático que Paulo procura superar no capítulo 3. Alguns dos crentes abandonaram o trabalho e começaram a viver às custas de outros, aparentemente presumindo que o fim estava próximo – “então, deixe a vida me levar”, pensavam alguns. Paulo ordenou-lhes que seguissem seu próprio exemplo, sustentando-se com trabalho digno, com as próprias mãos, e instruiu os demais da igreja a discipliná-los, caso não trabalhassem.
Embora os capítulos 1 e 2 contenham bastante material profético (escatológico, sobre os acontecimentos dos dias do fim) pelo fato de um dos principais assuntos ser o mal-entendimento gerado pelos falsos profetas sobre o vindouro dia do Senhor, o melhor é ainda classificar esta carta como pastoral. A ÊNFASE ESTÁ EM como manter uma igreja saudável, com um testemunho efetivo, em resposta adequada à sã escatologia e à obediência à verdade. Desse modo, além da discussão sobre o futuro e o fim dos tempos, ou escatologia geral, que domina as questões teológicas da carta, uma das afirmações mais claras sobre a escatologia pessoal para os incrédulos encontra-se em 1.9 – “Eles serão punidos com destruição eterna, separados para sempre da presença do Senhor e de seu glorioso poder.” OUTRO ASSUNTO TEOLÓGICO de grande importância é a disciplina da igreja em 2Tessalonicenses 3.6-15, passagem que deve ser considerada juntamente com Mateus 18.15-20, 1Coríntios 5.1-13, Gálatas 6.1-5 e 1Timóteo 5.19-20 para um entendimento completo do ensino bíblico a respeito dessa tema tão vital para a saúde da igreja.
A segunda carta de Paulo aos cristãos de Tessalônica descreve os efeitos da segunda vinda de Cristo, como ela deve produzir esperança. Enquanto 1Tessalonicenses revela a expectativa do retorno de Cristo como fonte de ânimo, esta segunda carta fala sobre a glorificação dos cristãos e o julgamento dos incrédulos por parte de Deus naquele dia (1.10, 12; 2.8-12) – o que deve nos dar e manter esperança, verdadeira esperança, bendita esperança na “gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”.
De que forma Paulo faz isto?
[1] Encorajando os desencorajados e inconsoláveis (1.1-12);
[2] Ensinando os desviados e instáveis (2.1-17);
[3] Exortando os desobedientes e indisciplinados (3.1-18).
Vejamos um de cada vez…
Paulo começa com saudações:
2Tessalonicenses 1.1-2 1Nós, Paulo, Silas e Timóteo, escrevemos esta carta à igreja em Tessalônica, a vocês que estão em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo. 2Que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo lhes deem graça e paz.
Depois de sua saudação de dois versículos, Paulo dá graças à fé e ao amor crescentes dos tessalonicenses e garante-lhes a libertação final deles das garras daqueles que os perseguiam. Eles são, primeiramente, encorajados a suportar pacientemente suas aflições, sabendo que o Senhor Jesus julgará seus perseguidores no final (1.3-10). A seguir, antes de prosseguir para o próximo tópico (correção do erro escatológico), Paulo conclui esta seção com uma oração pelo bem-estar espiritual de seus leitores (1.11-12).
Ações de graças pelo testemunho da igreja em face das tribulações
2Tessalonicenses 1.3-4 3Irmãos, não podemos deixar de dar graças a Deus por vocês, pois sua fé tem se desenvolvido cada vez mais, e seu amor uns pelos outros tem crescido. 4Por isso nos orgulhamos de falar às outras igrejas de Deus sobre sua perseverança e fidelidade em todas as perseguições e aflições que vocês têm sofrido.
Encorajamento pelo evangelho em face das tribulações
2Tessalonicenses 1.5-10 5Deus usará essa perseguição para mostrar que seu julgamento é justo e para torná-los dignos de seu reino, pelo qual estão sofrendo. 6Em sua justiça, Deus pagará com aflição aqueles que afligem vocês. 7Deus concederá descanso a vocês, que são afligidos, e também a nós, na revelação do Senhor Jesus, quando ele vier do céu. Virá com seus anjos poderosos, 8em chamas de fogo, trazendo juízo sobre os que não conhecem a Deus e sobre os que se recusam a obedecer às boas-novas de nosso Senhor Jesus. 9Eles serão punidos com destruição eterna, separados para sempre da presença do Senhor e de seu glorioso poder. 10No dia em que ele vier, receberá glória de seu povo santo e louvores de todos os que creem. E isso inclui vocês, pois creram naquilo que lhes dissemos a respeito dele.
Oração pelos crentes em face das tribulações
2Tessalonicenses 1.11-12 11Assim, continuamos a orar por vocês, pedindo a nosso Deus que os capacite a ter uma vida digna de seu chamado e lhes dê poder para realizar as coisas boas que a fé os motivar a fazer. 12Então o nome de nosso Senhor Jesus será honrado em vocês, e vocês serão honrados com ele. Tudo isso é possível pela graça de nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo.
RECAPITULANDO: nesta vida, o povo de Deus sofre perseguição e tem o dever de permanecer firme. Nesse capítulo, portanto, Paulo lembrou-nos que a vingança de Deus pesará sobre todos quantos tratam mal o seu povo. Nós, os crentes, devemos ter os olhos fixos na bendita esperança – o dia em que nosso bendito Salvador retornará para estabelecer seu reino eterno. Nesse ínterim, temos que viver com fé, esperança e amor, glorificando a Deus.
No capítulo 2 Paulo escreve para corrigir erros sobre as expectativas do fim dos tempos. Ocorre que, por causa da severidade das aflições sofridas, os tessalonicenses se tornaram suscetíveis a falsos ensinos – possivelmente disseminado por uma carta fraudulenta em nome de Paulo, alegando que já se estava vivendo o dia do Senhor:
A falsa notícia do dia do Senhor
2Tessalonicenses 2.1-2 1Agora, irmãos, vamos esclarecer algumas coisas a respeito da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e de nosso encontro com ele. 2Não se deixem abalar nem assustar tão facilmente por aqueles que dizem que o dia do Senhor já começou. Não acreditem neles, mesmo que afirmem ter recebido uma visão espiritual, uma revelação ou uma carta supostamente enviada por nós.
Isso tudo era particularmente perturbador, para se dizer o mínimo, posto que a carta anterior de Paulo havia dado a eles a esperança reconfortante de que os crentes não estão destinados à ira daquele dia (1Ts 5.9). Paulo, portanto, reafirma-lhes que o dia do Senhor ainda está no futuro e não chegará sem aviso prévio. Especificamente, uma grande rebelião espiritual deverá ocorrer – apostasia, abandono da fé cristã por alguma outra opção (2Ts 2.3-4), culminando com a revelação do homem satanicamente fortalecido pela perversidade (2Ts 2.5-9).
A grande apostasia e a revelação do homem da perversidade [o anticristo]
2Tessalonicenses 2.3-4 3Não se deixem enganar pelo que dizem, pois esse dia não virá até que surja a rebelião e venha o homem da perversidade, aquele que traz destruição. 4Ele se exaltará e se oporá a tudo que o povo chama de “deus” e a todo objeto de culto, e até se sentará no templo de Deus e se fará passar por Deus.
Ascensão e queda do homem da perversidade [o anticristo]
2Tessalonicenses 2.5-8 5Não se lembram de que eu lhes falei disso tudo quando estive aí? 6E vocês sabem o que o está detendo [Estado, Igreja], pois ele só pode ser revelado quando sua hora chegar. 7Pois essa perversidade já opera secretamente e permanecerá em segredo até que se afaste aquele que a detém [Miguel, cf. Dn 10.13, 20-21; 11.45; 12.1; Ap 12.7]. 8Então o homem da perversidade será revelado, mas o Senhor Jesus o matará com o sopro de sua boca e o destruirá com o esplendor de sua vinda.
O trabalho do homem da perversidade
2Tessalonicenses 2.9-12 9Esse homem virá para realizar o trabalho de Satanás, com poder, sinais e falsas maravilhas, 10e com todo tipo de mentira perversa para enganar os que estão caminhando para a destruição, pois se recusam a amar e a aceitar a verdade que os salvaria. 11Portanto, Deus fará que sejam enganados, e eles crerão nessas mentiras. 12Então serão condenados por ter prazer no mal em vez de crer na verdade.
A perseverança dos crentes
2Tessalonicenses 2.13-17 13Quanto a nós, não podemos deixar de dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor. Somos sempre gratos porque Deus os escolheu para estarem entre os primeiros a receber a salvação por meio do Espírito que os torna santos e pela fé na verdade. 14Ele os chamou para a salvação quando lhes anunciamos as boas-novas; agora vocês podem participar da glória de nosso Senhor Jesus Cristo. 15Portanto, irmãos, tendo em mente todas essas coisas, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes transmitimos, seja pessoalmente, seja por carta. 16Que o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e pela graça nos deu eterno conforto e maravilhosa esperança, 17os animem e os fortaleçam em tudo de bom que vocês fizerem e disserem.
RECAPITULANDO: a apostasia, seguida pela vinda do homem da perversidade causará grande dano aos que forem enganados por essa falsa religião de poder, sinais e maravilhas, mas o anticristo não poderá enganar os eleitos de Deus, os quais Deus mesmo salva pela verdade e pelo Espírito da verdade.
Exortação à perseverança na fé
Caminhando para o final da carta, Paulo, primeiramente, pede à igreja em Tessalônica que ore por ele, espere pacientemente pelo Senhor e persevere na fé:
2Tessalonicenses 3.1-5 1Finalmente, irmãos, pedimos que orem por nós. Orem para que a mensagem do Senhor se espalhe rapidamente e seja honrada por onde quer que vá, como aconteceu quando chegou a vocês. 2Orem também para que sejamos libertos dos perversos e maus, pois nem todos têm fé. 3Mas o Senhor é fiel; ele os fortalecerá e os guardará do maligno. 4E confiamos no Senhor que vocês estão fazendo e continuarão a fazer aquilo que lhes ordenamos. 5Que o Senhor conduza o coração de vocês ao amor de Deus e à perseverança que vem de Cristo.
Exortação à aplicação da disciplina na igreja
Até este ponto, Paulo encorajou, elogiou e ensinou o rebanho querido do Senhor na igreja em Tessalônica. Deste ponto em diante, o apóstolo exortará com contundência aqueles que estavam usado a verdade da volta de Cristo – de forma distorcida – como uma desculpa para uma conduta desobediente e indisciplinada:
2Tessalonicenses 3.6-15 6E agora, irmãos, nós lhes damos a seguinte ordem em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, mantenham-se afastados de todos os irmãos que vivem ociosamente e não seguem a tradição que receberam de nós. 7Pois vocês sabem que devem seguir nosso exemplo. Não ficamos ociosos quando estivemos com vocês, 8nem nos alimentamos às custas dos outros. Trabalhamos arduamente dia e noite, a fim de não sermos um peso para nenhum de vocês. 9Embora tivéssemos o direito de pedir que nos alimentassem, queríamos lhes dar o exemplo. 10Quando ainda estávamos com vocês, lhes ordenamos: “Quem não quiser trabalhar não deve comer”. 11Contudo, soubemos que alguns de vocês estão vivendo ociosamente, recusando-se a trabalhar e intrometendo-se em assuntos alheios. 12Ordenamos e insistimos em nome do Senhor Jesus Cristo que sosseguem e trabalhem para obter o próprio sustento. 13Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. 14Observem quem se recusa a obedecer àquilo que lhes digo nesta carta. Afastem-se dele, para que se sinta envergonhado. 15Não o considerem como inimigo, mas advirtam-no como a um irmão.
A doutrina do retorno de Cristo (escatologia, doutrina das últimas coisas) requer um equilíbrio entre esperar e trabalhar. É uma perspectiva que deve encorajar a santidade, não a ociosidade e a carnalidade. Esta seção final, como as duas primeiras (1.11-12 e 2.13-17), fecha a carta com uma bênção:
2Tessalonicenses 3.16-18 16Que o próprio Senhor da paz lhes dê paz em todos os momentos e situações. Que o Senhor esteja com todos vocês. 17Aqui está minha saudação de próprio punho: Paulo. Assim faço em todas as minhas cartas para provar que eu mesmo as escrevi [ver: 2.2]. 18Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês.
RECAPITULANDO: neste capítulo final da epístola, Paulo exortou à perseverança na fé, à obediência ao ensino apostólico – que fossem laboriosos e diligentes no trabalho – e à aplicação da disciplina aos cristãos professos que não obedecessem o ensinamento recebido do apóstolo.
O que aprendemos com esta carta aos crentes tessalonicenses? Aprendemos a viver uma vida de trabalho e generosidade, de sabedoria calcada na verdade, e de espera – uma vida de espera: uma vida vivida pela bendita esperança.
Como essa ideia de viver uma vida de espera soa para você?
O que você acha que isso significa?
O que significaria na prática uma vida de espera?
A vida de tantos indivíduos teria sido totalmente diferente se eles tivessem deixado de esperar, assim como aprendemos nesta carta: Adoniram Judson não teria passado todos aqueles anos como missionário em Burma. John Bunyan não teria escrito O Peregrino na prisão. Martinho Lutero e João Calvino teriam cedido diante da oposição a eles. Paulo, com certeza, não teria viajado para tantos lugares e vivenciado perseguição só por transmitir as Boas Novas de Jesus Cristo para as pessoas. Até mesmo a vida do Senhor Jesus, que esperou mais de 30 anos pela chegada de sua hora, que esperou na cruz enquanto carregava nossos pecados e que, agora, espera retornar e reunir seu povo, teria sido diferente se ele deixasse de esperar. Da mesma forma que aconteceu com sua primeira vinda a Belém e sua crucificação por nossos pecados, ele, agora, espera para vir de novo. E ele virá.
VOLTEMOS À NOSSA VIDA. E se você descobrisse que — sem dúvida nenhuma — o Senhor Jesus não retornará esta noite nem amanhã? Isso faria alguma diferença na forma como você passaria o dia?
E se você descobrir que Jesus não voltará nunca? Sua vida seria diferente de alguma maneira? Meu temor é que, para a maioria de nós, isso não faria diferença nenhuma. A maioria, mesmo se dizendo cristã, vive a vida como se Jesus nunca mais voltasse.
Paulo escreveu para os coríntios: “Se nossa esperança em Cristo vale apenas para esta vida, somos os mais dignos de pena em todo o mundo” (1Co 15.19). Como é sua esperança? A que ela se agarra? Pelo que você espera?
Por nada? Você já tem tudo? Só quer de Jesus para esta vida?
Querido amigo, tudo que você considera mais precioso se resume ao estreito limite desta vida? Se sim, sei de uma coisa que você não tem — você não tem Cristo.
Você não espera nada além desta vida? Os cristãos esperam. Devem esperar – esperar pela “a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2.13, NVI). Este é o nosso “eterno conforto e maravilhosa esperança” (2Ts 2.16, NVT).
S.D.G. L.B.Peixoto
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