06.06.2021
[João 15.9-17] 9“Eu os amei como o Pai me amou. Permaneçam no meu amor. 10Quando vocês obedecem a meus mandamentos, permanecem no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos de meu Pai e permaneço no amor dele. 11Eu lhes disse estas coisas para que fiquem repletos da minha alegria. Sim, sua alegria transbordará! 12Este é meu mandamento: Amem uns aos outros como eu amo vocês. 13Não existe amor maior do que dar a vida por seus amigos. 14Vocês serão meus amigos se fizerem o que eu ordeno. 15Já não os chamo de escravos, pois o senhor não faz confidências a seus escravos. Agora vocês são meus amigos, pois eu lhes disse tudo que o Pai me disse. 16Vocês não me escolheram; eu os escolhi. Eu os chamei para irem e produzirem frutos duradouros, para que o Pai lhes dê tudo que pedirem em meu nome. 17Este é meu mandamento: Amem uns aos outros.”
Qual é o segredo do sucesso de um autor, cuja obra, publicada há quase 30 anos (1992), já foi traduzida para 50 idiomas e o número de cópias vendidas ultrapassa a casa dos 13 milhões? — Estamos falando de As Cinco Linguagens do Amor, escrito pelo terapeuta de relacionamentos (que é Batista por formação!) Gary Chapman. — Como ele conseguiu ser best-seller e vender tantos milhares de livros?
Chapman ensina como expressar amor e aprovação entre marido e mulher (também entre pais e filhos; desse modo, além do primeiro, já se tem: As Cinco Linguagens do Amor das Crianças e As Cinco Linguagens do Amor dos Adolescentes; ah, também tem As Cinco Linguagens do Amor para Homens e As Cinco Linguagens do Perdão). — Ora, quem não quer amor e aprovação (e perdão) das pessoas? Quem não quer uma relação de amor que nos permita sentir amados e aprovados ou afirmados? Mas, como? Essa é a pergunta de 13 milhões de cópias vendidas em mais de 50 idiomas.
O problema fundamental é que Gary Chapman trata os desejos das pessoas como dádivas, como “linguagens do amor” a serem faladas para encher “tanques de amor” que se esvaziam. — Em outras palavras, o maior problema dos maridos, das esposas, dos filhos e de todo mundo é que estamos com o “tanque de amor vazio”, e este precisa ser preenchido com [1] palavras de afirmação, [2] tempo de qualidade, [3] presentes, [4] atos de serviço e [5] toque físico. Chapman nunca lida com o fato de que as pessoas possam desejar o mal (serem amadas e afirmadas nas coisas, práticas ou motivações erradas). Pense, por exemplo, nos seguintes: imoralidade, violência física ou verbal, vontade obstinada, alcoolismo, obsessão com a carreira, a aparência, o dinheiro, a casa ou a reputação. Pergunta: será que esses desejos vêm de lugares vazios no interior de pessoas essencialmente boas? A Bíblia revela que não.
Tais “necessidades” (esses desejos, essas atitudes) surgem do mal ativo que há dentro de nós, produzido pelo pecado. E Chapman nunca lida com o fato de que até mesmo os desejos por coisas boas podem ainda ser desejos maus na análise de Deus com base naquilo que nos motiva – isto é, glória pessoal, satisfação egoísta, prazer pervertido, cumplicidade ou conivência pecaminosa e coisas do tipo. A sua “linguagem do amor” (como a minha, como a das pessoas nos casos de estudo de Chapman) será sempre uma mistura singular de criação (desejos puros) e queda (desejos pecaminosos). Mas Chapman não aborda nada dessas coisas; ele passa longe.
Segundo a Bíblia, o grande problema do ser humano não é que nós andamos de tanque vazio, carentes de amor e afirmação alheia (e até de Deus!), mas que o pecado nos afetou de tal maneira que transformou nosso coração em uma fábrica de ídolos que precisa ser quebrada na fundação – ou seja, o ser coração regenerado e santificado para daí sim sabermos receber e repartir amor. Paulo, o apóstolo, escreveu:
2Coríntios 5.14-15 De qualquer forma, o amor de Cristo nos impulsiona [controla, constrange]. Porque cremos que ele morreu por todos, também cremos que todos morreram. Ele morreu por todos, para que os que recebem sua nova vida não vivam mais para si mesmos, mas para Cristo, que morreu e ressuscitou por eles.
Portanto, o que de fato e mais profundamente todos nós carecemos é de crescer fluentemente no amor de Cristo, a linguagem do amor de Deus, e que ninguém fala ou ouve naturalmente, mas que todos necessitam. Daí a importância do nosso texto em João 15.
Jesus está fazendo seu discurso de despedida aos apóstolos (Jo 13–17). Eles estão a caminho do Getsêmani. E de lá, o SENHOR será conduzido à via dolorosa do Calvário, onde morrerá no lugar (como substituto) de pecadores. Seus discípulos estão perturbados pelo medo, apavorados pelas incertezas. E Cristo sabe de tudo isso, conhece o coração deles; por isso, aqui no capítulo 15 de João, Jesus se ocupa de tocar nas carências mais íntimas do ser humano: união com Cristo pela fé (vs. 1-11), comunhão de amor com Cristo e os cristãos (vs. 12-17) e perseverança para redimirmos a criação (vs. 18-27).
Já nos concentramos o suficiente no tema da união com Cristo; de fato, dedicamos três mensagens para falarmos da permanência em Cristo para a frutificação do cristão (vs. 1-8). Agora, de todos os frutos que o cristão deve produzir, o maior deles é o amor – o tipo de amor que nos transforma, controla (ou constrange, libertando-nos do senhorio das cinco linguagens do amor) e nos ensina a amar, João 15.8-12:
8Quando vocês produzem muitos frutos, trazem grande glória a meu Pai e demonstram que são meus discípulos de verdade. 9“Eu os amei como o Pai me amou. Permaneçam no meu amor. 10Quando vocês obedecem a meus mandamentos, permanecem no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos de meu Pai e permaneço no amor dele. 11Eu lhes disse estas coisas para que fiquem repletos da minha alegria. Sim, sua alegria transbordará! 12Este é meu mandamento: Amem uns aos outros como eu amo vocês.
Veja que são pelos frutos que os cristãos serão reconhecidos, sobretudo o fruto do amor (v. 8). Dito de outra maneira: o modo como amamos o Pai, o Filho e uns aos outros edificará o showroom da nova comunidade, o povo do amor, a igreja, a comunhão dos crentes, entre os quais e pelos quais se exibirá e se ofertará ao mundo o amor disponível em Cristo Jesus – que é a linguagem do amor de Deus a ser comunicada pela vida e a voz dos cristãos, convidando a todos quantos desejarem a que entrem e provem desse amor.
Pois bem, nesta e na próxima mensagem, iremos nos concentrar em João 15.9-17. Estamos em busca de compreender a linguagem do amor de Deus e como ela é falada (ou colocada em prática). Para tanto, hoje, abordaremos os seguintes: [1] o amor do Pai pelo Filho, versículo 9a: “Eu os amei como o Pai me amou” – a pergunta: como o Pai amou o Filho?; [2] o amor do Filho pelas ovelhas, versículo 9a: “Eu os amei como o Pai me amou” – a pergunta: como Cristo nos amou?; e [3] o amor das ovelhas pelo Filho e pelos irmãos, versículo 9b: “Permaneçam no meu amor” e versículo 12: “Este é meu mandamento: Amem uns aos outros como eu amo vocês.” – a pergunta: como nós devemos amar uns aos outros?
Jesus nos deixou um mandamento muito claro (Jo 15.12): “Amem uns aos outros como eu amo vocês.” Note ainda: o mesmo Jesus nos diz de que modo ele nos amou (Jo 15.9): “Eu os amei como o Pai me amou”. Em outras palavras, para sabermos como nós devemos amar uns aos outros nós precisamos saber como Deus Pai amou Deus Filho, porque o modo como Deus Filho nos amou (que é o modelo de amor que nós devemos ter diante de nós) foi reflexo do modo como Deus Pai o amou (isto é, o amor do Pai pelo Filho foi o modelo de amor – e o motor – que o Filho teve para nos amar).
Soa complicado, mas não é. Para amar, Cristo apegou-se ao amor do Pai por ele; e nós devemos nos apegar ao amor do Filho por nós (que é como o do Pai por ele) para amarmos uns aos outros.
Então, que tipo de amor é esse que o Filho recebeu do Pai e com o qual ele também nos amou? De que modo Deus Pai amou Deus Filho? E o que esse amor do Pai pelo Filho nos ensina sobre o modo como nós devemos amar uns aos outros?
Geralmente, as histórias românticas nos inspiram a amar – sobretudo as comédias românticas nos filmes de Hollywood, ou os romances da literatura mundial. Mas será mesmo esse tipo de amor televisionado ou da literatura popular o tipo de amor que nós devemos buscar para viver? Como nós devemos, de fato, amar?
Vejamos como Deus Pai amou Deus Filho:
DEU-LHE O ESPÍRITO, SEM LIMITES; CONFIOU-LHE TUDO
João 3.34-35 34Pois ele foi enviado por Deus e fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá, sem limites, o Espírito. 35O Pai ama [gr., agapao] o Filho e pôs tudo em suas mãos.
REVELOU-LHE TUDO O QUE FAZ; ENSINOU-LHE TODAS AS COISAS
João 5.19-20 19Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: o Filho não pode fazer coisa alguma por sua própria conta. Ele faz apenas o que vê o Pai fazer. Aquilo que o Pai faz, o Filho também faz. 20Pois o Pai ama [gr., phileo] o Filho e lhe mostra tudo que faz. Na verdade, o Pai lhe mostrará obras ainda maiores que estas, para que vocês fiquem admirados.
ORDENOU-LHE QUE MORRESSE E RESSUSCITASSE
João 10.17-18 17O Pai me ama, pois sacrifico minha vida para tomá-la de volta. 18Ninguém a tira de mim, mas eu mesmo a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para tomá-la de volta, pois foi isso que meu Pai ordenou”.
AMOU-O DE FORMA COMPLETA E PERFEITA
João 15.9-10 9“Eu os amei como o Pai me amou [grego: verbo no aoristo, assinalando a completude e a perfeição do amor]. Permaneçam no meu amor. 10Quando vocês obedecem a meus mandamentos, permanecem no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos de meu Pai e permaneço no amor dele.
AMOU-O COMO A SI MESMO, COMO O BASTANTE
João 17.22-26 22“Eu dei a eles a glória que tu me deste, para que sejam um, como nós somos um. 23Eu estou neles e tu estás em mim. Que eles experimentem unidade perfeita, para que todo o mundo saiba que tu me enviaste e que os amas tanto quanto me amas. 24Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde estou. Então eles verão toda a glória que me deste, porque me amaste antes mesmo do princípio do mundo. 25“Pai justo, o mundo não te conhece, mas eu te conheço; e estes discípulos sabem que tu me enviaste. 26Eu revelei teu nome a eles, e continuarei a fazê-lo. Então teu amor por mim estará neles, e eu estarei neles”.
Portanto, foi deste modo que o Pai amou o Filho: como a si mesmo, como o bastante, de forma completa e perfeita, estampando ao mesmo tempo, na vida do Filho, seu amor e sua justiça [na vida e obra do Filho], revelando-lhe seus segredos e intenções [sem segredos], dando-lhe todo poder e autoridade para executar sua missão. E o Filho, por sua vez, também amou o Pai: permanecendo nesse amor.
Do mesmo modo que o Pai amou o Filho, o Filho amou suas ovelhas. João 15.9: “Eu os amei como o Pai me amou.” Em outras palavras: eu os amei de igual forma completa e perfeita, obedecendo ao Pai em tudo que ele me enviou a fazer. João 4.34: “Meu alimento consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e em terminar a sua obra.”
João 6.38-40 38Pois desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou, e não minha própria vontade. 39E esta é a vontade de Deus: que eu não perca um sequer de todos que ele me deu, mas que ressuscite todos no último dia. 40Pois é a vontade de meu Pai que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna. E eu os ressuscitarei no último dia”.
Jesus permaneceu no amor do Pai, obedecendo-lhe em tudo para a glória do Pai:
João 8.29 E aquele que me enviou está comigo; ele não me abandonou, pois sempre faço o que lhe agrada.
João 12.27-28 27“Agora minha alma está angustiada. Acaso devo orar ‘Pai, salva-me desta hora’? Mas foi exatamente por esse motivo que eu vim! 28Pai, glorifica teu nome!”. Então uma voz falou do céu: “Eu já glorifiquei meu nome, e o farei novamente em breve”.”
João 14.30-31 30“Não tenho muito tempo mais para falar com vocês, pois o governante deste mundo se aproxima. Ele não tem poder algum sobre mim, 31mas farei o que o Pai requer de mim, para que o mundo saiba que eu amo o Pai. Levantem-se e vamos embora!”
O Filho amou suas ovelhas cumprindo a obra de amor que o Pai o entregou para realizar. João 3.16: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” — Portanto, é na total entrega de obediência amorosa do Filho ao Pai que está o modo como o Filho nos amou.
O amor do Pai pela glória do Filho (o louvor de sua gloriosa graça) enviou e empedrou o Filho para cumprir sua obra de salvação; e o Filho tanto amou o Pai que o obedeceu – é isso o que Jesus quer dizer quando fala em João 15.9a: “Eu os amei como o Pai me amou.” Esse mesmo Jesus agora nos faz um ultimato:
João 15:9b-12 9[…] Permaneçam no meu amor. 10Quando vocês obedecem a meus mandamentos [que será declarado no versículo 12, a seguir], permanecem no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos de meu Pai e permaneço no amor dele. 11Eu lhes disse estas coisas para que fiquem repletos da minha alegria. Sim, sua alegria transbordará! 12Este é meu mandamento: Amem uns aos outros como eu amo vocês.
“Permaneçam no meu amor”! Ou seja: amem como eu os amei, com o mesmo tipo de amor que o meu Pai me amou e eu amei vocês. Isto é: entreguem-se pelo próximo para o louvor da gloriosa graça de Jesus. Desse modo – vivendo para a glória do Pai na frutificação do amor – vocês ficarão repletos da minha alegria.
Na prática, eis o que significa amar Jesus e os irmãos:
1João 3.16-18 16Sabemos o que é o amor porque Jesus deu sua vida por nós. Portanto, também devemos dar nossa vida por nossos irmãos. 17Se alguém tem recursos suficientes para viver bem e vê um irmão em necessidade, mas não mostra compaixão, como pode estar nele o amor de Deus? 18Filhinhos, não nos limitemos a dizer que amamos uns aos outros; demonstremos a verdade por meio de nossas ações.
Cristo e o amor dos cristãos é a linguagem do amor de Deus que o mundo carece, e toda a gente precisa ouvir. TODOS ESTÃO CONFUSOS SOBRE QUAL SEJA A NOSSA REAL NECESSIDADE. Tantos estão buscando redenção no amor próprio e no amor e na aprovação das pessoas. Tudo em vão! O que todos precisam é do amor revelado a nós em Jesus Cristo; esse amor que nos resgata do pecado e de nós mesmos (2Co 5.14-15), e nos empodera para amar despretensiosamente, verdadeiramente. 1Coríntios 13.4-7:
4O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem presunçoso. Não é orgulhoso, 5nem grosseiro. Não exige que as coisas sejam à sua maneira. Não é irritável, nem rancoroso. 6Não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade. 7O amor nunca desiste, nunca perde a fé, sempre tem esperança e sempre se mantém firme.
A igreja, o showroom da comunidade do amor, composta de cristãos que provaram do amor de Deus em Cristo, é a encarnação do amor de Deus em Cristo na terra. Veja do que é capaz esse amor, de quê se alimenta esse amor para amar:
Colossenses 1.3-6 3Sempre oramos por vocês e damos graças a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 4pois temos ouvido falar de sua fé em Cristo Jesus e de seu amor por todo o povo santo, 5que vem da esperança confiante naquilo que lhes está reservado no céu. Vocês têm essa expectativa desde que ouviram pela primeira vez a verdade das boas-novas. 6Agora, as mesmas boas-novas que chegaram até vocês estão se propagando pelo mundo todo. Elas têm crescido e dado frutos em toda parte, como ocorre entre vocês desde o dia em que ouviram e compreenderam a verdade sobre a graça de Deus.
A FÉ, quando entendida como um profundo contentamento nas promessas de Deus em Cristo, SEMPRE SE PROPAGARÁ POR MEIO DO AMOR. O amor que nasce da fé e do Espírito se manifesta especialmente no lar cristão e na comunidade dos crentes. Ele transforma os relacionamentos marido-mulher no padrão do amor de Cristo e da igreja – que é serviço e submissão (Ef 5.25, 28, 33; Cl 3.19; Tt 2.4). Esse amor é a fibra na igreja cristã que “une tudo em perfeita harmonia” (Cl 3.14; 2.2; Fl 2.2; 1Pe 3.8). Esse amor permite que os membros “suportem uns aos outros” em mansidão e humildade, mesmo quando mal-tratados (Ef 4.2; 1Co 13.7). Mas o mais importante é a força por trás de ações positivas de edificação espiritual que esse amor produz (Rm 14.15; 1Co 8.1; Ef 4.16), além do suprimento das necessidades materiais dos que precisam (1Jo 3.17-18).
A LINGUAGEM DO AMOR DE DEUS TAMBÉM PRECISA SER PRONUNCIADA POR NÓS AOS LÁ DE FORA. O amor não deve ser – não pode ser – restrito aos amigos ou irmãos. Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo’ e odeie o seu inimigo. Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem por quem os persegue. Desse modo, vocês agirão como verdadeiros filhos de seu Pai, que está no céu. (Mt 5.43-45; Lc 6.27). Essa mesma preocupação foi levada à igreja primitiva. — Romanos 12.14: “Abençoem aqueles que os perseguem. Não os amaldiçoem, mas orem para que Deus os abençoe.” Romanos 12.19-20: “Amados, nunca se vinguem; deixem que a ira de Deus se encarregue disso, […] Pelo contrário: “Se seu inimigo estiver com fome, dê-lhe de comer; se estiver com sede, dê-lhe de beber. Ao fazer isso, amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”. ; 1Coríntios 4.12: “Trabalhamos arduamente com as próprias mãos para obter sustento. Abençoamos quem nos amaldiçoa. Somos pacientes com quem nos maltrata.” Gálatas 6.10: “Por isso, sempre que tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.” 1Pedro 3.9: “Não retribuam mal por mal, nem insulto com insulto. Ao contrário, retribuam com uma bênção. Foi para isso que vocês foram chamados, e a bênção lhes será concedida.” — O grande desejo do cristão em fazer o bem ao seu inimigo e orar por ele é que o inimigo deixe de ser um inimigo e venha glorificar a Deus na família da fé (1Pe 2.12; 3.14-16; Tt 2.8, 10).
PARA COM O AMIGO E O INIMIGO, O AMOR É A ATITUDE QUE GOVERNA O CRISTÃO em “todas as coisas” (1Co 16.14). É o “caminho mais excelente” de vida (1Co 12.31). E visto que não faz mal a ninguém, mas visa o bem de todos, no amor o cristão cumpre toda a lei de Deus (Rm 13.19; Mt 7.12; 22.40; Gl 5.14; Tg 2.8).
MAS ESSE AMOR NÃO É AUTOMÁTICO; E PODE ESFRIAR (Mt 22.12; Ap 2.4). Portanto, os cristãos devem ter como objetivo “incitar uns aos outros ao amor e às boas-obras” (Hb 10.24), eles precisam congregar (Hb 10.25). Devem orar para que Deus faça com que seu amor seja cada vez mais abundante (Fl 1.9; 1Ts 3.12-13). Devem mirar nos exemplos de amor em Cristo (Jo 13.34; 15.12, 17; Ef 5.2; 1Jo 3.23; 2Jo 5) e se inspirar em seus santos (1Co 4.12, 15-17; 1Tm 4.12; 2Tm 1.13; 3.10).
É DESSA FORMA, AMANDO, QUE O CRISTÃO DARÁ PROVAS DE SEU CHAMADO E ELEIÇÃO (2Pe 1.7, 10) e dará testemunho convincente no mundo a respeito da verdade da fé cristã (Jo 13.34-35; 1 Pedro 2:12). É DESSE MODO, AMANDO COMO CRISTO NOS AMOU, QUE O CRISTÃO FALARÁ A LINGUAGEM DO AMOR DE DEUS – que nos salva do pecado e de nós mesmos; que nos faz tirar os olhos de nós mesmos e de nossas necessidades sentidas para os colocar no que de fato importa: a glória de Deus em nossos atos de amor.
SEMANA QUE VEM, Deus permitindo, voltaremos a João 15.12-17; falaremos sobre os laços de amizade que surgem desse amor; os laços de amizade que são feitos por aqueles que falam a linguagem do amor de Deus. Ramos frutíferos, frutificam o amor, falam fluentemente a linguagem do amor de Cristo. Ramos frutíferos também são frondosos para os amigos, e os inimigos também. Semana que vem: uma teologia da amizade.
De volta ao livro citado no começo – AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR.
Qual é a linguagem do amor que o Senhor Jesus Cristo nos ensina a falar?
O amor de Cristo fala uma única “linguagem do amor” – misericórdia para com as pessoas terrivelmente egocêntricas (eu e você, todos nós) – que ninguém mais, a não ser Deus, pode ouvir ou entender – a menos que Deus nos capacite para tanto. É uma linguagem que não podemos falar aos outros a menos que Deus nos faça fluentes, pois é uma linguagem essencialmente estranha a nós – por natureza, nós não amamos de verdade. Você e eu precisamos aprender uma linguagem nova para nos tornarmos aptos a viver uns com os outros e com Deus.
O maior amor já demonstrado não fala a linguagem instintivamente egoísta dos que o recebem. O amor de Cristo fala de maneira fundamentalmente contrária à sua (e à minha) “linguagem do amor” e às nossas “necessidades sentidas”. Quer ver?
Será que alguém diz naturalmente: “Eu preciso que o Senhor me governe para que eu não seja mais governado por aquilo que quero, que tanto desejo”? Será que alguém diz naturalmente: “Por causa do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniquidade, que é grande” (Sl 25.11)? Será que alguém diz naturalmente: “Minha maior necessidade é misericórdia e, portanto, sabedoria para ser misericordioso. Eu anseio por redenção. Venha o Teu reino. Livra-nos do mal”?
A graça de Deus tem como propósito destruir o senhorio das cinco linguagens do amor, mesmo quando nos ensina a falar as incontáveis linguagens do amor com grande fluência. Prove desse amor. Permaneça nesse amor. Propague esse amor. João 15.13-17:
13Não existe amor maior do que dar a vida por seus amigos. 14Vocês serão meus amigos se fizerem o que eu ordeno. 15Já não os chamo de escravos, pois o senhor não faz confidências a seus escravos. Agora vocês são meus amigos, pois eu lhes disse tudo que o Pai me disse. 16Vocês não me escolheram; eu os escolhi. Eu os chamei para irem e produzirem frutos duradouros, para que o Pai lhes dê tudo que pedirem em meu nome. 17Este é meu mandamento: Amem uns aos outros.”
S.D.G. L.B.Peixoto
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