25.06.2023
Lucas 13.10-17 10Certo sábado, quando Jesus ensinava numa sinagoga, 11apareceu uma mulher enferma por causa de um espírito impuro. Andava encurvada havia dezoito anos e não conseguia se endireitar. 12Ao vê-la, Jesus a chamou para perto e disse: “Mulher, você está curada de sua doença!”. 13Então ele a tocou e, no mesmo instante, ela conseguiu se endireitar e começou a louvar a Deus. 14O chefe da sinagoga ficou indignado porque Jesus a tinha curado no sábado. “Há seis dias na semana para trabalhar”, disse ele à multidão. “Venham nesses dias para serem curados, e não no sábado.” 15O Senhor, porém, respondeu: “Hipócritas! Todos vocês trabalham no sábado! Acaso não desamarram no sábado o boi ou o jumento do estábulo e o levam dali para lhe dar água? 16Esta mulher, uma filha de Abraão, foi mantida presa por Satanás durante dezoito anos. Não deveria ela ser liberta, mesmo que seja no sábado?”. 17As palavras de Jesus envergonharam seus adversários, mas todo o povo se alegrava com as coisas maravilhosas que ele fazia.
A feiura dos relacionamentos entre homens e mulheres desembocou em uma revolução sem precedentes na história. De fato, chegou-se à reinvenção total – ou a uma tentativa de reinvenção absoluta – do significado de se ser homem e de se ser mulher. É indiscutível, realmente, que haja o impulso masculino de “dominar” a mulher; mas há também a intenção feminina de “controlar” o homem – isto está bem descrito em Gênesis 3.16, quando Deus mesmo descreveu as consequências da queda no pecado. Desde então, essa guerra horrorosa dos sexos tem, de fato, tomado formas e proporções deploráveis. Alguma coisa, portanto, precisava realmente ser feita para curar esta ferida letal.
Não são poucos os “salvadores” que têm se destacado no corredor da história. Talvez, o principal desses seja o casal Simone de Beauvoir (Paris, França: 1908–1986) e Jean-Paul Sartre (Paris, França: 1905–1980). Simone de Beauvoir, com efeito, é tida como a pessoa que mais contribuiu para o movimento feminista – ela é tida como a “mãe” da segunda onda do feminismo, cuja bandeira é a libertação ou a salvação da mulher do “fator biológico” e das “construções sociais”. O livro mais famoso de Beauvoir é considerado, literalmente, “a Bíblia feminista” – estamos falando de O Segundo Sexo, originalmente publicado em 1949 (há 74 anos).
A frase clássica de Beauvoir, extraída de O Segundo Sexo, é esta: “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Para a autora,
nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.
Em outras palavras, Beauvoir defende a distinção entre sexo e gênero. O primeiro (sexo) é um fator biológico, ligado à constituição físico-química do corpo humano. Já o segundo (gênero) é construído pela sociedade, ou seja, ser homem ou ser mulher não é um dado natural, mas algo performático e social – isto é, ao longo da história, cada cultura criou os padrões de ação e de comportamento de determinado gênero (sendo, portanto, passível de ser mutante).
Perceba que, na definição de Simone de Beauvoir, o ser humano não passa de massa físico-química corpórea inserida em um construto social; nada se fala de alma, de transcendência ou de Criador. Obviamente que se trata de uma visão puramente naturalista e materialista do ser humano, oriunda do evolucionismo darwinista.
Ainda em O Segundo Sexo, Beauvoir escreveu: “o opressor [no caso, o homem] não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos [no caso, a mulher]”; ou seja, a autora estava denunciando não apenas o que ela chamou de hierarquia social do gênero masculino, mas também o que ela passou a descrever como a cumplicidade feminina com sua própria opressão. Desse modo, o livro serviu como pontapé para que diversas vertentes feministas se debruçassem sobre a questão e buscassem formas de resolver as chamadas “desigualdades entre os gêneros” – isto é, “participação na economia, acesso à educação empoderamento político das mulheres”.
Em Memórias de Uma Moça Bem-Comportada, obra autobiográfica (publicada em 1958), Beauvoir escreveu que “o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles”; a eles, quem? Na visão da filósofa, as imposições sociais e o peso do conservadorismo são capazes de matar as mulheres. Bastante atenção neste ponto, pois o que Beauvoir chama de imposições sociais e conservadorismo nada mais são do que a moralidade judaico-cristã e a fé religiosa das mulheres de sua geração; ou seja, para se libertar as mulheres, há de se destruir a fé cristã e se desconstruir todos os valores morais dela advindos e sobre os quais se edificou todo o mundo ocidental. Para que não haja dúvida sobre isto, averigue um pedacinho da vida pessoal desta mulher.
Há 80 anos (em 1943) era publicado A convidada, estreia literária de Simone de Beauvoir. Catalina Guerrero escreveu que esta é uma das melhores obras da francesa. Agora, pasmem!, o livro enfoca o triângulo amoroso entre Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre com uma jovem que fascinava ambos. Havia dois propósitos principais, calçando o texto autobiográfico de Beauvoir: [1.] questionar o que ela chamava de modelo burguês de casal e de família, e [2.] explorar o que ela considerava os dilemas existencialistas da liberdade, da ação e da responsabilidade individual.
Esses temas, Catalina Guerrero nos informa, foram retomados por Beauvoir nos romances seguintes: O sangue dos outros (1944) e Os mandarins (1954) – com o segundo, a escritora levou o Prêmio Goncourt, e nele ela conta a história de intelectuais lançados, como ela, “no turbilhão liberação”. Guerrero atestou:
A entrada de Beauvoir no mundo das letras com ‘A convidada’ foi autobiográfica, uma constante que marcaria seus romances, ensaios, memórias e diários, além de, claro, sua vasta correspondência com seu companheiro, o também filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre e com o escritor americano Nelson Algren, seu amor transatlântico. […] Para Beauvoir tudo se constrói, incluindo a felicidade e, claro, a identidade pessoal. Ela abraça uma filosofia que confia às pessoas, e só a elas, a responsabilidade de moldar seus próprios destinos [o sujeito é o capitão de sua própria alma e destino; vide: Sociedade dos Poetas Mortos]. Nesse sentido, Beauvoir e Sartre, casal mítico [da natureza do mito; lendário], inventaram um modo de vida ousado cujo radicalismo está fora do alcance da maioria das pessoas.
Ocorreu a Sartre a ideia de assinar com Beauvoir um contrato de dois anos, renovável, durante os quais viveriam ‘na mais estreita intimidade possível’, mas distinguindo ‘amor necessário’ (o deles) e ‘amores contingentes’ (os amantes). Depois desses dois anos, cada um recuperava sua liberdade por alguns anos, antes de voltar a se unir – fórmula não isenta de sofrimento, mas era o preço a pagar por ter liberdade garantida, segundo a biógrafa de Beauvoir.
Aos 50 anos, ao escrever ‘Memórias de uma moça bem-comportada’ (1958), se empenhou ao máximo em mostrar que superaram a prova e que a partir daí formaram uma espécie de corpo único com duas cabeças.
Um casamento que terminou com a morte dele em 1980 (ela morreria seis anos mais tarde) e que superou os altos e baixos emocionais de novos trios amorosos, sempre com jovenzinhas [sim!, pedofilia, pederastia, relações sexuais múltiplas; diz-se até de sedução de garotas menores de idade para a satisfação sexual de Sartre], e de amantes mais ou menos estáveis na vida de ambos: o escritor Nelson Algren e um jovem Claude Lanzmann, diretor de cinema (dentre os filmes está ‘Shoah’, de 1985, sobre o holocausto sofrido pelos judeus) e jornalista francês, no caso dela.
Fugiu de se casar, viveu sua bissexualidade e renunciou à maternidade, incompatível segundo sua opinião com sua vocação de escrever, que lhe tomava muito tempo e liberdade. Se concentrou plenamente em construir uma vida e uma obra consequente com suas ideias, com um rigor e uma exigência que extrapolou a todos os âmbitos de sua existência.
Sua grande ousadia foi questionar a ‘feminilidade’, elevá-la à categoria de mito, de algo fabricado. Assim ganhou a imortalidade. […] Beauvoir ataca pedra a pedra (antropologia, sociologia, psicanálises, etnologia, literatura e história) o imenso edifício sobre o qual se assentava e justificava a dominação masculina.
De fato, o tempo todo, o que fazia Simone de Beauvoir era tentar fugir de seu Criador, em busca da tão sonhada liberdade para cometer todo tipo de perversidade [de fato, se você tiver estômago, procure conhecer a intimidade de Simone de Beauvoir e Jean Paul-Sartre – digite na internet: “Quem foi Simone de Beauvoir?” E ache o artigo da Brasil Paralelo]. Tanto é verdade o desejo de viver sem Deus no mundo, que a própria Simone escreveu:
Nada, portanto, nos limitava, nada nos definia, nada nos sujeitava, nossa ligação com o mundo nós é que as criávamos, a liberdade era nossa própria substância. […] Era-me mais fácil imaginar um mundo sem criador do que um criador carregado com todas as contradições do mundo.
Seu companheiro, Jean-Paul Sartre, expressando-se na mesma esteira de pensamento “libertador”, atestou em 1945 para a revista Paru:
Não existe um caminho traçado que leve o homem à sua salvação; ele precisa inventar incessantemente seu próprio caminho. Mas, para inventá-lo, ele é livre, responsável, autêntico, e todas as esperanças residem dentro de si.
Nada de Deus!, você percebeu? O que há é apenas o abismo sem fundo do eu em desespero, buscando liberdade, sentido e felicidade em todo tipo de desconstrução, liberação e perversão. Para se ter uma ideia:
O mais triste é que ainda hoje, inclusive entre “cristãos evangélicos”, há quem admire Sartre e Beauvoir. Atualmente, ao se responder quem foi Simone de Beauvoir, esses detalhes de sua vida não são revelados. Apenas sua tese feminista é apresentada, mesmo assim, de forma atenuada. Todos parecem ignorar completamente a revelação bíblica, que diz: Romanos 1.32 (ARA) “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.”
A liberdade tão almejada pelo movimento feminista, sobretudo aquele que segue na esteira de Simone de Beauvoir será, de fato, impossível de ser alcançada. Essa estrada levará para ainda mais fundo no abismo da escravidão da vontade. A vitória obtida para a mulher (e para o homem), a cura para a feiura dos relacionamentos entre homens e mulheres só será possível pela vitória obtida por Cristo para a mulher: 2Coríntios 5.15 (ARA) — “[Cristo] morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”
Jesus fez mais do que qualquer pessoa jamais fez para libertar a mulher (e o homem também), trazendo pureza e harmonia entre os sexos (masculino e feminino) e os gêneros (homem e mulheres) – que, segundo a Bíblia, são a mesma coisa: sexo e gênero. Ilustraremos que Jesus verdadeiramente agiu para libertar a mulher com Lucas 13.10-17, e depois demonstraremos a mesma coisa noutras partes também do ministério de Jesus.
O texto nos informa que uma mulher estava na sinagoga, e era dia de sábado. Ela — versículo 11 — “Andava encurvada havia dezoito anos e não conseguia se endireitar.” Jesus também estava na sinagoga. Ele era o expositor, o mestre da Lei naquele dia (v. 10). Agora, o que aconteceu foi bastante surpreendente, pelo menos para os padrões da época. Jesus a viu, chamou-a para perto, mas não perguntou a ela sobre a doença. Inda mais: ela mesma não havia pedido qualquer coisa a Jesus. O texto diz o seguinte:
Lucas 13.10-13 10Certo sábado, quando Jesus ensinava numa sinagoga, 11apareceu uma mulher enferma por causa de um espírito impuro. Andava encurvada havia dezoito anos e não conseguia se endireitar. 12Ao vê-la, Jesus a chamou para perto e disse: “Mulher, você está curada de sua doença!”. 13Então ele a tocou e, no mesmo instante, ela conseguiu se endireitar e começou a louvar a Deus.
Pedido nenhum saiu de sua boca. Promessa nenhuma foi feita. Nada. Essa mulher sequer esbarrou com Jesus ou o puxou pela mão a um canto qualquer da sinagoga, desejando falar com ele em particular. Ora, o Senhor poderia ter prosseguido, terminado a exposição que estava fazendo da Lei e ido direto para casa, e ninguém teria ao menos considerado ajudar essa mulher. Mas Jesus a notou. Ele se importou com ela: a viu e a chamou para perto de si, e tomou a iniciativa – fez questão! – de curar essa mulher, que “andava encurvada havia dezoito anos e não conseguia se endireitar” (v. 11). — O que estava fazendo o nosso SENHOR?
Além de demonstrar compaixão e dispensar graça sobre a vida dessa mulher – a qual, para ele, tinha rosto: um rosto que se destacava na multidão –, Jesus Cristo estava no ataque. Ele tinha algumas coisas que desejava dizer; ele queria, primeiro, falar algo sobre o Dia do SENHOR e o que significa, de fato, santificá-lo. [Lembre-se: aquele era um dia de sábado; cf. v. 10.] Jesus, em segundo lugar, tinha algo a dizer sobre a hipocrisia dos líderes da sinagoga, os quais, por exemplo, davam água “de boa” aos bois no dia de sábado, mas ficaram irritados com Jesus por ele ter curado uma mulher.
Pois bem… [1.] além de estar demonstrando a forma correta de se guardar ou de se santificar o Dia do SENHOR… [2.] além de confrontar a hipocrisia daqueles homens materialistas (que, segundo o próprio Jesus, amavam o dinheiro; cf. Lc 16.14), havia mais uma coisa envolvida na questão: Jesus também tinha algo a dizer [3.] sobre mulheres e homens – sobre os relacionamentos entre homens e mulheres; sobre a cura para a feiura nos relacionamentos entre homens e mulheres.
É com essa última questão que nós nos ocuparemos nesta ocasião. Lucas 13.16 é o versículo-chave nesta passagem: “Esta mulher, uma filha de Abraão, foi mantida presa por Satanás durante dezoito anos. Não deveria ela ser liberta, mesmo que seja no sábado?” AGORA, PENSE BEM: se as únicas coisas que Jesus quisesse dizer dissessem respeito apenas ao significado do sábado (i.e., fazer o bem ao próximo no sábado) e a hipocrisia dos fariseus (i.e., que se importavam com bois, mas desprezavam os necessitados), se fosse apenas essas coisas, Jesus poderia simplesmente ter dito o seguinte: “Esta mulher, […], foi mantida presa por Satanás durante dezoito anos. Não deveria ela ser liberta, mesmo que seja no sábado?” MAS NÃO FOI SÓ ISSO O QUE JESUS DISSE. Cristo chamou essa mulher de “uma filha de Abraão” — Lucas 13.16 — “Esta mulher, uma filha de Abraão, […] Não deveria ela ser liberta, mesmo que seja no sábado?”
Essas palavras, “uma filha de Abraão” destinaram-se a pregar sim uma mensagem aos líderes da sinagoga. Esta era a mensagem:
Acima de todas as outras razões pelas quais vocês devem se importar mais com uma pessoa que está sofrendo do que com um boi passando sede é o fato de que esta mulher é co-herdeira da bênção prometida a Abraão. Vocês se orgulham de dizer: “Somos filhos de Abraão!”. Bem, ela também é filha de Abraão. Vocês se esconderam das advertências de João Batista, gabando-se ao dizerem (Lc 3.8): “Estamos a salvo, pois somos filhos de Abraão.”. Bem, essa mulher também é filha de Abraão.
Essa, portanto, era a mensagem de Jesus aos fariseus hipócritas, legalistas e materialistas de seus dias. Não era uma mensagem apenas sobre a guarda do sábado, e não apenas sobre a hipocrisia dos líderes (dos homens) judeus, mas também sobre como homens e mulheres devem se relacionar uns com os outros como co-herdeiros das promessas de Deus, co-herdeiros com Cristo, co-herdeiros da graça da vida. Jesus estava dizendo aos homens na sinagoga, e ESTÁ DIZENDO AOS HOMENS DESTA IGREJA HOJE: “As mulheres crentes em seu meio são herdeiras das promessas de Deus. Elas também compõem o grupo dos mansos que herdarão a terra” (Mt 5.5). Elas também são justas, estão justificadas pela graça somente, por meio da fé em Cristo somente e, juntamente com os homens crentes, “brilharão como o sol no reino de seu Pai” (Mt 13.43).
Honestamente: você é capaz de perceber – na prática – o que isso significa para nós, homens e mulheres, hoje? Maridos e esposas. Irmãos e irmãs. Namorados e namoradas. Amigos e amigas. Conhecidos e conhecidas. Cidadãos e cidadãs. Funcionários e funcionárias. Colaboradores e colaboradoras. Todos nós. Essa visão da mulher – “Esta mulher, UMA FILHA DE ABRAÃO” (Lc 13.16) – transformará radicalmente a maneira como nós nos relacionamos com as mulheres, nosso sexo oposto. Significa que devemos aprender a olhar uns para os outros (os homens para os homens E para as mulheres; e as mulheres para as mulheres E para os homens) pelas lentes da palavra de Deus.
Reflita comigo sobre o estado dessa mulher. Transporte-se comigo para aquele dia, hora e local. Pois bem… Aqui está Jesus ensinando na sinagoga no dia de sábado. Esta mulher, também na sinagoga, está encurvada há dezoito anos, e nunca conseguiu se curar do espírito impuro que a escravizava, adoecia e a impedia de se endireitar. — Coloque-se no lugar dessa mulher. — Como é viver neste estado? Honestamente: é horrível! Não há outra descrição possível. As pessoas olham para ele com desconforto. Acham que ela cometeu algum pecado terrível, imperdoável. As crianças riem e fazem piadas do estado desta mulher. Ela não consegue ao menos olhar alguém nos olhos, pois não consegue erguer a cabeça. Talvez ela até babe. As pessoas não sabem puxar conversa com ela nesse estado. Ela não tem condições de ter relações sexuais normais com seu marido. Ela sente vergonha de todo mundo que chega perto. Imagine! Vergonha. Dor. Humilhação. Raiva. O que você sentiria se estivesse na pele dela?
Mais sério ainda: o que você vê quando olha para esta mulher?
Se você fosse o marido dela, o que você veria nessa mulher? Maridos (deixem-me fazê-los pensar), o que vocês veem quando olham para sua esposa? A resposta para essa pergunta, é claro, depende de quais lentes você estará usando. O que você verá na sua mulher, em qualquer mulher, será muito diferente, dependendo das lentes que você usar; será uma coisa se você olhar pelas lentes da revista Playboy, dos sites XVideos e Pornhub; será outra coisa se você olhar pelas lentes da palavra de Deus. Se você olhar pelas lentes da palavra de Deus, verá uma filha de Abraão. Sob quaisquer outras lentes, você verá a mulher pelas lentes do pecado. Portanto, se aprendermos a enxergar as mulheres, principalmente as mulheres cristãs, como Jesus viu essa mulher na sinagoga nós passaremos a ver as mulheres como herdeiras do Rei da glória, e isso terá um efeito profundo em nossos relacionamentos.
Claro, essa abordagem corta nas duas direções. As mulheres têm a mesma probabilidade de ficar desapontadas com o marido, assim como os homens ficam desapontados com a esposa. As mulheres são igualmente propensas a falar negativamente do marido. As mulheres são igualmente propensas a tentar fazer com que o marido seja todas as coisas que elas sonharam que ele fosse. Portanto, é prudente que se diga que as mulheres também devem aprender a olhar para os homens através das lentes da palavra de Deus. Ele é um filho de Abraão, um crente em Cristo. Ele também, um dia, brilhará como o sol no reino de seu Pai. Com todas as imperfeições dele, ele será transformado em um piscar de olhos: todo pecado desaparecerá para sempre; e ele receberá um corpo como o corpo glorioso de Cristo. John Piper escreveu o seguinte:
Nós ficaremos, penso eu, na era vindoura, estupefatos ao olharmos para trás e vermos o quão mal nós fomos capazes de tratar uns aos outros no caminho para a glória. Há uma honra, um respeito e até uma reverência que devemos demonstrar uns aos outros como homens e mulheres [criados à imagem de Deus]. Quão mais felizes seriam os lares se os tais fossem preenchidos com expressões dessa honra. Esses lares serão sim preenchidos com essas expressões de honra, respeito e reverência mútuas na medida em que aprendermos a olhar uns para os outros pelas lentes da palavra de Deus – como filhas e filhos de Abraão; herdeiros de todas as promessas de Deus; destinados igualmente para uma glória indescritível.
Pois bem, esse é o tipo de coisa que Jesus fez para nos ajudar a recuperar o que Deus nos criou para ser como homens e mulheres criados à imagem de Deus – ele chamou mulheres de filhas de Abraão (cf. Lc 13.16); chamou homens também de filhos de Abraão (cf. Lc 19.9, Zaqueu). Cristo fez isso muitas vezes, de novo e de novo.
Continua na próxima mensagem: Feminilidade bíblica.
S.D.G. L.B.Peixoto
Esta mensagem é, toda ela, baseada em sermão pregado por John Piper, e que pode ser achado na íntegra clicando aqui.
Não há da parte deste que a pregou, qualquer presunção de originalidade.
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