18.02.2024
1Pedro 1.17-21, NAA 17E, se vocês invocam como Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, vivam em temor durante o tempo da peregrinação de vocês, 18sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. 20Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês. 21Por meio dele, vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.
Esta série de mensagens – A MOCHILA DO PEREGRINO – nos traz, nesta noite, ao terceiro mandamento da vida cristã aqui em 1Pedro 1. Os versículos 1-12 deste capítulo compõem uma celebração do que Deus fez para nos tornar seus filhos, para todo o sempre. Então, no versículo 13, veio o primeiro mandamento (NAA): “Por isso [por tudo o que foi descrito nos versículos 1-12], preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”. Portanto, o primeiro mandamento, o primeiro mandamento da vida cristã é ESPERANÇA plena na graça de Deus, revelada a nós em Jesus Cristo.
A segunda ordem veio na última mensagem, a segunda desta série, no versículo 15 (NAA): “sejam santos vocês também em tudo o que fizerem”. A razão é que o próprio Deus nos manda fazer isto (v. 16, NAA): “Sejam santos, porque eu sou santo”. Portanto, o primeiro mandamento é ter esperança na graça de Deus, e o segundo mandamento é ser santo na santidade de Deus. A graça de Deus é a fonte da esperança cristã e a santidade de Deus é a forma da santidade cristã.
Hoje, nesta que é a terceira (e penúltima) mensagem da série A MOCHILA DO PEREGRINO, nós chegamos ao terceiro mandamento de 1Pedro 1: “temam a Deus”. — Versículo 17 (NAA): “E, se vocês invocam como Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, vivam em temor durante o tempo da peregrinação de vocês”. — Estes, pois, são os três mandamentos de 1Pedro 1 até aqui:
São os ítens que até aqui não poderão faltar na mochila do peregrino cristão.
Cada um desses três mandamentos – viva com esperança, viva em santidade, viva com temor [cada uma dessas ordens] – nos afasta, progressivamente, do espírito do mundo moderno. E a cada mensagem que se segue – uma da outra –, eu sei que posso contar, cada vez menos, com a simpatia natural pelo que estamos estudando. Explico.
OUVINDO O PRIMEIRO MANDAMENTO: “Viva com esperança!”, duvido que alguém tenha se defendido, contra argumentando: “De jeito nenhum que esse pastor vai me convencer de que a esperança é uma maneira bíblica de viver!” Todo mundo sabe que sem esperança a gente não consegue viver. “Deus é mais na minha vida!”, dirão.
OUVINDO O SEGUNDO MANDAMENTO: “Viva em santidade!”, a receptividade pode ter sido ainda bastante elevada porque é difícil achar alguém que diga que Deus não é santo – afinal, ora!, se ele é Deus, ele deve sim ser santo. SÓ QUE eu não tenho certeza se as pessoas, inclusive crentes professos, sabem realmente o que significa, na prática, a santidade de Deus, e o que o Deus santo realmente espera de nós, criaturas; sobretudo de nós, crentes. Portanto, receio que haja sim alguma resistência por parte de quem ouve um sermão sobre a necessidade de ser santo, porque Deus é santo. Neste ponto, o pastor, a Bíblia!, começa a pisar no calo das pessoas. E a resistência aumenta.
OUVINDO O TERCEIRO MANDAMENTO: “Viva com temor!”, podemos assumir uma resistência geral quase natural no coração das pessoas. O temor do SENHOR simplesmente não está no ar que respiramos nesta era secular. Temer a Deus simplesmente não faz parte da visão culturalmente correta – psicologicamente correta – da vida religiosa saudável e satisfatória adotada pela maioria, inclusive dos crentes. Outra coisa: o temor simplesmente parece ser incompatível com a esperança. Para os nossos contemporâneos, – talvez para você mesmo, você mesma – o temor é totalmente incompatível com fé, paz e alegria. Incompatível com Deus.
Então, por razões culturais e desconhecimento ou distorções da própria Bíblia, eu sei que há resistência – grande resistência – à pregação sobre a santidade de Deus e também à pregação sobre o temor de Deus. Sem contar as distorções que se fazem sobre a graça de Deus.
Portanto, o que almejo destacar nesta mensagem é, PRIMEIRAMENTE, que você entenda que O CRESCIMENTO ESPIRITUAL mais profundo, forte e necessário na vida cristã não vem da escolha de se abraçar apenas os ensinamentos bíblicos com os quais você já se sente confortável e que já entende facilmente. Não! Você não crescerá dessa maneira. Como se diz: “No pain, no gain” – essa é uma expressão em inglês, cuja tradução literal é “sem dor, sem ganho” [muscular, financeiro, profissional, etc.], ou: “sem sacrifício, sem benefício”. Logo, em vez de se acomodar com o que já sabe e se sente confortável, se em vez disso você se aprofundar com força e abraçar com fé os ensinamentos com os quais não se sente confortável e que são difíceis de entender, com a confiança de que Deus não nos ensinou qualquer coisa que seja falsa ou prejudicial nas Escrituras – se você abraçar isso, sabe o que acontecerá? –, você irá crescer com profundidade e força na vida cristã. Parafraseando “no pain, no gain”, “sem sacrifício, sem benefício”, eu te diria: “sem conhecer, sem crescer”, ou: “sem entender, sem amadurecer”.
A SEGUNDA COISA que quero destacar é isto: que você leve 1Pedro 1.17-19 a sério – que você LEVE A SÉRIO TODOS OS IMPERATIVOS deste capítulo até aqui, leve a sério todos eles juntos: esperem em Deus, sejam santos como Deus é santo, temam a Deus – e se esforce para ser contracultural e profundamente bíblico o suficiente para tornar esta passagem (e estes mandamentos) parte(s) integrante(s) de sua vida.
Pois bem, permitam-me, agora, focar sua atenção em como Pedro vê o temor a Deus em relação ao julgamento (v. 17a) e à redenção (vs. 17c-19).
NOTE: o mandamento para se temer está na segunda metade (a parte b) de 1Pedro 1.17 (NAA): “vivam em temor”. Agora, em ambos os lados deste mandamento, que diz que devemos viver em temor ao SENHOR, há, de cada lado do imperativo, uma razão apresentada por Pedro para o temor a Deus.
A PRIMEIRA RAZÃO PARA SE TEMER A DEUS é a que está no início do versículo, antes mesmo do imperativo “vivam em temor”, aqui em 1Pedro 1.17a, veja: “E, se vocês invocam como Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, VIVA EM TEMOR”. A primeira razão para se temer a Deus é que você o chama de Pai. Ou seja: Aquele a quem chamamos de Pai celestial julga a todos com base no mesmo tipo de evidência (v. 17a) – i.e., as nossas vidas (nossas ações) dizem muito sobre o nosso coração. E não haverá regras diferentes para pessoas diferentes. Há uma coisa apenas que salva: a fé em Jesus Cristo. E existe um padrão apenas de julgamento: a vida (as ações) de cada um. Temos, pois, de temer, principalmente se chamamos Deus de Pai. Ele julgará com imparcialidade, os injustos e também os justos, filhos ou não.
A SEGUNDA RAZÃO PARA SE TEMER A DEUS é a que está logo após o mandamento (aqui mesmo no versículo 17 e nos versículos 18-19). Veja:
1Pedro 17c-19 (NAA): […] VIVAM EM TEMOR durante o tempo da peregrinação de vocês, 18sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.
— Percebeu? — A segunda razão para vivermos com temor é que foi pago um preço altíssimo pela nossa redenção, o precioso sangue de Cristo foi derramado. Por isso nós não podemos viver como quem desperdiça tamanha preciosidade (vs. 17c-19). Agora…
Se for verdade que há uma coisa apenas que salva: a fé em Cristo, e se existe um padrão apenas de julgamento: a vida (as ações) de cada um, diz Pedro, há, portanto, um temor muito apropriado à medida que você vive a sua vida; ou seja, há um temor de se viver como se a sua fé (a sua esperança!) não estivesse em Deus. Aqui está a ligação entre o versículo 17 e os versículo 13 e 15; a ligação entre viver com esperança (v. 13), viver em santidade (v. 15) e viver com temor (v. 17). O que devemos temer, Pedro quer dizer, é não saber viver como quem espera em Deus, mas nas promessas do pecado. Paulo, o outro grande apóstolo, conectou esperança (fé) em Deus com temor a Deus nestes termos:
Romanos 11.19-21 (NAA) 19Então você dirá: “Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.” 20Correto! Eles foram quebrados por causa da incredulidade, mas você continua firme mediante a fé. Não fique orgulhoso, mas tema. 21Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não poupará você.
Quando somos tentados a nos comportar de uma maneira que demonstre que nossa esperança está no dinheiro e não em Deus, devemos temer. Quando somos tentados a agir de uma forma que demonstre que a nossa esperança está no prazer da pornografia em vez de em Deus, devemos temer. Quando Paulo disse em 1Coríntios 6.18 (NAA): “Fujam da imoralidade sexual”, ele quis dizer: “Tema o que isso revela a respeito de onde está a sua esperança – se você cometer imoralidade sexual [se você não buscar ser santo]”. Era o mesmo espírito que Jesus tinha em mente, quando disse:
Mateus 5.29-30 (NAA) 29— Se o seu olho direito leva você a tropeçar, arranque-o e jogue-o fora. Pois é preferível você perder uma parte do seu corpo do que ter o corpo inteiro lançado no inferno. 30E, se a sua mão direita leva você a tropeçar, corte-a e jogue-a fora. Pois é preferível você perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno.
Ou seja: tema viver de maneiras que traem sua falta de satisfação em Deus. Tema não ser santo. Tema não viver como quem tem sua esperança total em Deus.
Esta é uma nota crucial que falta no cristianismo contemporâneo e uma das principais razões pelas quais a igreja é uma cópia carbono do mundo. Achamos que a graça significa que não há nada a temer em nosso comportamento. E assim a sanção do julgamento não tem qualquer lugar em nossas vidas. Nessa forma de viver, 1Pedro 1.17 é simplesmente apagado pela adaptação superficial do evangelicalismo à cultura contemporânea. Só que Deus é gracioso e nos chama de volta, hoje! Ele diz que devemos sim temer o tipo de comportamento que leva à destruição, ao julgamento, à condenação eterna. Agora conecte os pontos – os mandamentos, os ítens da mochila do peregrino:
1Pedro 1.13-17 (NAA) 13Por isso, preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância. 15Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 16porque está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo.” 17E, se vocês invocam como Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, vivam em temor […]
Tema viver como se a sua fé não estivesse em Deus, mas em algum prazer: no dinheiro, na saúde, na autoimagem, na influência, no sucesso… enfim, tema viver como se a sua fé não estivesse somente em Deus. Tema viver como quem chama deus de Pai, mas que vive como se fosse filho do diabo.
Mas agora observe que, do outro lado do versículo 17, Pedro dará outra razão para vivermos em temor. Ele diz, releia:
1Pedro 17c-19 (NAA): […] VIVAM EM TEMOR durante o tempo da peregrinação de vocês, 18sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.
O raciocínio de Pedro
Se eu dissesse: “Não fique ansioso com suas finanças, sabendo que Deus suprirá todas as suas necessidades”, o que eu estaria dizendo seria o seguinte: “Não fique ansioso, porque você sabe que Deus suprirá todas as suas necessidades”.
Esse é o mesmo raciocínio que temos aqui em 1Pedro 1.17c-19: “viva em temor […], sabendo […]” – ou seja: vivam em temor porque você sabe que foi resgatado não com pequenos valores, com coisas perecíveis como prata ou ouro, mas com um valor infinito e eterno, o sangue de Jesus. RESUMINDO: “Tema, porque você foi resgatado a um custo infinito.” — Faz sentido? — No começo pode parecer que não. Mas é aqui que você começará a crescer. Você poderá deixar suas raízes mais profundas e seus galhos mais fortes e maiores. Tente entender essa realidade. Não a apague da sua cabeça.
Por um lado, o raciocínio de Pedro soa exatamente como o Salmo 130.4 (NAA): “Mas contigo [ó Deus] está o perdão, para que sejas temido.” O perdão leva ao temor! Da mesma forma, Pedro diz: “Há um resgate que foi pago com valor infinito, o sangue de Jesus, para resgatá-los da vida inútil que seus pais lhes legaram; portanto, comportem-se com temor”. Só que, na verdade, o que Pedro está enfatizando, especificamente nos versículos 18 e 19, é o valor insuperável e a durabilidade eterna do resgate pago por Deus em favor de seu povo. Pedro diz que o ouro e a prata são “perecíveis” – não são duráveis, não duram para sempre. Diz ainda que o sangue de Jesus é “precioso” – é infinitamente valioso. Ou seja: o resgate pago por nós é permanente e precioso.
Você pensaria que seria o contrário
E o ponto dos versículos 18-19, em relação com o versículo 17, é este: em proporção à preciosidade infinita e à permanência eterna do resgate, devemos viver tanto mais com temor. Você pensaria que seria exatamente o contrário: quanto mais precioso e permanente for o resgate pago em nosso nome, menos precisaremos temer. Sim! Sim! E isso é gloriosamente verdadeiro, em certo sentido:
Romanos 8.33-34 (NAA) 33Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu [quem pagou o resgate infinitamente precioso e permanente!]…
Resgatados para o propósito de transformação
Mas e se Pedro quiser realmente dizer o seguinte: “Tema comportar-se, tema viver de modo como se o resgate não fosse precioso ”? Parece ser exatamente isso que ele quer dizer. Porque ele diz no versículo 18 que o propósito do resgate – a redenção – é resgatar você “da vida inútil que seus pais lhes legaram”. — Você consegue enxergar isso no texto? — 1Pedro 1.18 (NAA): “[vivam em temor, v. 17] sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram”. E Pedro complementa, versículo 19 (NAA): “mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.”
O OBJETIVO, O PROPÓSITO E O DESÍGNIO DO RESGATE – NESTES VERSÍCULOS – não são o perdão (e só), mas a transformação (que se seguirão ao perdão). O objetivo destes versículos é a vitória sobre o poder do pecado em sua vida cotidiana, não o perdão da culpa do pecado (por mais verdadeiro que isso seja). A razão pela qual Jesus derramou seu sangue infinitamente precioso foi para mudar nossa conduta. Paulo colocaria assim:
Tito 2.14 (NAA) Ele deu a si mesmo por nós [ele derramou seu precioso sangue – sim, para ofertar-nos o perdão da culpa do pecado; MAS TAMBÉM…], a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras. [Exatamente o que está em 1Pe 1.18-19.]
Então, quando Pedro diz: “Vivam com temor, sabendo que vocês foram resgatados da má conduta pelo sangue de Jesus”, ele quer dizer temor de se comportar de uma maneira que demonstre que o sangue não é precioso para você.
Ora, sim!, se o seu coração dispara com alegria na segurança, ao meditar na permanência eterna e na infinita preciosidade do resgate que Jesus pagou com o sangue dele próprio, ótimo! Deus quer que você se regozije com segurança. MAS jamais transforme essa garantia em uma justificativa para uma conduta que, no final, demonstre que você não acha que o sangue é infinitamente precioso. Lembre-se: o sangue de Jesus é precioso para te salvar, santificando você para o dia da glorificação. Tema viver como quem não dá valor no precioso sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus sem mácula.
Deixe-me colocar tudo o que foi dito até aqui de uma forma sistemática: o propósito de Deus no sangue de Jesus é a sua justificação e a sua santificação. Seu perdão e sua pureza. Eles – salvação e santificação, justificação e purificação – não podem ser separados (Pedro enfatiza a pureza no versículo 18; Pedro destaca a santificação).
Portanto, se em sua conduta você é tentado(a) a agir como se a preciosidade e a permanência do sangue de Jesus fossem impotentes para te impedir de pecar, então você deveria temer. Porque se a sua vida der testemunho constante da impotência do sangue de Jesus, então Jesus não é realmente a sua esperança e alegria. E você não pertencemos a ele. Cuidado! Essa é uma perspectiva assustadora.
A SOMA DE TUDO É ISTO: espere na graça de Deus! Tema não esperar na graça de Deus! Tema o comportamento que demonstre que você não confia na preciosidade totalmente satisfatória do amor de Jesus. Tema não ser santo, como Deus é santo. Agarre-se com fé à obra de Cristo por você, pecador.
Deixe-me concluir com A PINTURA QUE PEDRO FAZ DE CRISTO para o deleite de sua fé (a fé que salva e santifica para a glorificação).
VEJA: tendo dito que nós devemos temer não confiar na graça de Deus, temer não ser santo como Deus é santo e temer fazer do sangue de Jesus um passaporte para o pecado (cf. 1Pe 1.13-19), PEDRO LEVANTOU JESUS PARA A NOSSA EXULTAÇÃO. De fato, PEDRO DESTACOU SEIS REALIDADES PRECIOSÍSSIMAS A RESPEITO DE JESUS (cf. 1Pe 1.20-21): [1.] a eternidade de Jesus (sua divindade, v. 20a), [2.] a encarnação de Jesus (sua humanidade, v. 20b), [3.] a propiciação de Jesus (sua morte substitutiva, v. 20c), [4.] a ressurreição de Jesus (sua vitória sobre a morte e o pecado, v. 21b), [5.] a exaltação de Jesus (seu destaque, seu lugar de honra à destra do Pai, v. 21c) e [6.] o caminho aberto por Jesus (sua obra consumada para nos reconduzir a Deus, v. 21a e 21d):
1Pedro 1.20-21 (NAA) 20Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês. 21Por meio dele, vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.
Não deixe de notar que este parágrafo, terminando no versículo 21, remete o leitor ao começo dele, no versículo 13; ou seja, com esperança em Deus.
1Pedro 1.13 começou o parágrafo, dando esta ordem: “Por isso, preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.” EM OUTRAS PALAVRAS: “Espere inteiramente na graça de Deus!” E 1Pedro 1.21 terminou o parágrafo dizendo que Deus fez tudo, por meio de Cristo, para que seu povo pudesse colocar sua fé e esperança em Deus: “Por meio dele [Cristo], vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.”
Deus conheceu e escolheu seu Filho desde a eternidade, Deus enviou seu Filho, Deus entregou seu Filho à morte, Deus ressuscitou seu Filho da morte e ele deu glória a seu Filho. — Por quê? — POR ESTA RAZÃO: para que você, filho de Deus, espere em Deus e não peque, caindo nas promessas do pecado. Para que você, filho de Deus, confie no que Deus pode fazer por você, e não no que você pode fazer por si mesmo, nem no que o pecado promete fazer por você.
Eu chamo você para acordar da tão terrível e a louca maneira de viver tão natural para o seu coração: esperar no pecado em vez de esperar Deus. O salário do pecado é a morte, o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Se você colocar sua esperança de felicidade no pecado, você morrerá. Se você colocar sua esperança de felicidade em Deus, você viverá.
O CHAMADO DE DEUS PARA VOCÊ NESTA NOITE É ESTE: pare de tentar satisfazer o desejo do seu coração com este mundo e todos os seus modos de menosprezar a Deus. Volte-se para Cristo. Concentre toda a atenção de sua mente e toda a afeição de seu coração naquele que (1Pe 1.20-21): [1.] foi escolhido desde a eternidade, [2.] manifestado no tempo, [3.] crucificado pelos pecadores, [4.] ressuscitado dentre os mortos, [5.] glorificado à direita de Deus – tudo por sua causa, pecador – tudo para que você possa [6.] ser reconduzido a Deus e ficar satisfeito em Deus, não no pecado.
PORTANTO: Tema viver sem satisfação em Deus. Tema fazer do sangue de Jesus um passaporte para o pecado. Tema não esperar em Deus. Tema não ser santo. Volte-se para Deus. Nesta noite, termino com as palavras de Apocalipse 22.17 (NAA):
“O Espírito e a noiva [a igreja] dizem: — Vem! Aquele que ouve, diga: — Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.”
Tema não aceitar esse convite e não se regozijar nessa oferta totalmente satisfatória. Esse temor é indispensável – para a sua salvação, santificação e satisfação eternas.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto