08.12.2024
Hebreus 1.1-4 (NVT)
1Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. 2E agora, nestes últimos dias, ele nos falou por meio do Filho, o qual ele designou como herdeiro de todas as coisas e por meio de quem criou o universo. 3O Filho irradia a glória de Deus, expressa de forma exata quem Deus é e, com sua palavra poderosa, sustenta todas as coisas. Depois de nos purificar de nossos pecados, sentou-se no lugar de honra à direita do Deus majestoso no céu, 4o que revela que o Filho é muito superior aos anjos, e o nome que ele herdou, superior ao nome deles.
Vou começar com uma pergunta simples e direta: você quer ouvir Deus falar? Talvez, em um momento de angústia, você já tenha clamado: “Ó Deus, se ao menos o Senhor falasse! Se eu pudesse ouvir tua voz! Por que estás em silêncio?” É comum as pessoas dizerem isso. Você já disse? Eu já disse isto também: “Oh! Deus, fale comigo!”
Mas descobri algo poderoso: Deus é paciente e terno até em suas repreensões. Uma dessas repreensões está em Hebreus 1.1-2, uma verdade dita em alto e bom som: Deus não está em silêncio. Ele nunca esteve. Ele não é distante, nem inacessível.
Esses dois versículos revelam que Deus falou de duas formas: 1) antes da vinda de Jesus e 2) por meio da vinda de Jesus. Leia o texto novamente: “Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. 2E agora, nestes últimos dias, ele nos falou por meio do Filho” (Hb 1.1-2, NVT).
Agora, pare e reflita. Deus escolheu comunicar-se de maneira clara e intencional. Ele falou: 1) por meio dos profetas, antes de Jesus e 2) por meio do próprio Filho, quando Jesus veio ao mundo.
Pois bem, primeiramente, vamos explorar três coisas: 1) Deus falou, 2) Deus falou nos profetas ou por meio dos profetas e 3) Deus falou várias vezes e de diversas maneiras.
1. Deus falou
Hebreus 1.1a: “Por muito tempo DEUS FALOU”. Ele não ficou em silêncio. Deus se comunica. Ele deseja se conectar conosco. Ele não é uma ideia distante ou abstrata a ser contemplada, mas uma pessoa viva, que quer ser ouvida, compreendida, desfrutada e obedecida. Ele é um ser que fala. Não há fato mais grandioso e transformador do que este: existe um Deus que fala, para que possamos conhecê-lo, amá-lo e viver em alegre obediência a ele. “Por muito tempo Deus falou.” Deus falou. E isso muda tudo.
2. Deus falou “nos profetas” ou por meio dos profetas
Hebreus 1.1b: “Por muito tempo Deus falou […] a nossos antepassados POR MEIO DOS PROFETAS (ἐν τοις προφηταις [en tois prophētais]).” A preposição grega ἐν (en) nos ensina algo profundo. Pode significar “em os (nos) profetas”, como o poder que vivificava suas vidas, ou pode ser traduzida como está no texto: “pelos os (por meio dos) profetas” (na ARA: “pelos profetas”, indicando que Deus falava através deles. Essas ideias não se excluem; elas se complementam. Deus dava vida a esses homens pelo poder de suas palavras (cf. Ez 37: A visão de um vale de ossos secos) e os usava como instrumentos para revelar sua vontade (cf. Ez 2: A vocação de Ezequiel). Por exemplo:
Ezequiel 2.1-3 (NVT)
1“Levante-se, filho do homem”, disse a voz. “Quero falar com você.” 2Enquanto ele falava, o Espírito entrou em mim e me pôs em pé, e eu ouvi suas palavras com atenção. 3“Filho do homem”, disse ele, “eu o envio à nação de Israel, […]
É isso, pois, o que o autor queria dizer em Hebreus 1.1b: “Por muito tempo DEUS FALOU […] a nossos antepassados POR MEIO DOS PROFETAS (ou: nos profetas).” Ele próprio esclarecerá essa verdade mais adiante. Falando sobre o descanso prometido ao povo de Deus, ele escreverá: “Deus anunciou isso por meio de Davi muito tempo depois, nas palavras já citadas: ‘Hoje, se ouvirem sua voz, não endureçam o coração’” (Hb 4.7, NVT; citando Sl 95.7-8). Deus vivificava os profetas e, através deles, sua voz ecoava.
POR QUE O AUTOR COMEÇA ASSIM? Para mostrar que Deus sempre falou: “Por muito tempo Deus falou […] a nossos antepassados por meio dos profetas” — quer deixar claro que Deus nunca esteve em silêncio. Desde o princípio, ele se revelou.
MAS TEM MAIS: O autor de Hebreus está nos ensinando a ouvir a voz de Deus. Ele nos mostra que a forma típica de Deus se comunicar com seu povo, de maneira coletiva, era por meio de porta-vozes humanos, escolhidos como intermediários. Deus não escrevia sua palavra no céu, não a gritava das montanhas nem a sussurrava diretamente no coração de cada israelita. Sua maneira habitual era chamar um profeta (vivificá-lo), inspirá-lo e capacitar suas palavras e escritos para transmitir exatamente o que ele desejava dizer ao povo – pela palavra inspirada.
MAS NÃO PERCA O PONTO ESSENCIAL DESTE TEXTO: quando Deus falou aos antepassados por meio dos profetas, foi o próprio Deus quem falou! Quando os antepassados ouviam e entendiam os profetas, eles estavam ouvindo o próprio Deus.
Deus escolheu e inspirou instrumentos humanos para comunicar sua mensagem. Porém, quando os profetas falavam e escreviam, não eram meras palavras humanas — era Deus falando, falando com vida. Como o próprio Jesus declarou, “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6.63, ARA). Portanto, Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. E nisso vemos a majestosa graça de um Deus que deseja ser conhecido e ouvido, infalivelmente. Isso ecoa o que escreveu o apóstolo Pedro a cristãos também vacilantes e cansados:
2Pedro 1.19-21 (NVT)
19Além disso, temos a mensagem que os profetas proclamaram, que é digna de toda confiança. Prestem muita atenção ao que eles escreveram, pois suas palavras são como lâmpada que ilumina um lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da manhã brilhe [Ou nasça] no coração de vocês. 20Acima de tudo, saibam que nenhuma profecia nas Escrituras surgiu do entendimento do próprio profeta [Ou não é uma questão de interpretação pessoal], 21nem de iniciativa humana. Esses homens foram impulsionados pelo Espírito Santo e falaram da parte de Deus.
1) Deus Falou. 2) Deus falou por meio dos profetas. E mais…
3. Deus falou várias vezes e de diversas maneiras
Hebreus 1.1: “DEUS FALOU VÁRIAS VEZES E DE DIVERSAS MANEIRAS a nossos antepassados”. Ele falou — ele falou infalivelmente, inerrantemente por meio dos profetas — e falou “várias vezes e de diversas maneiras”.
É aqui que encontramos a certeza de que Deus não é distante nem incomunicável. Este versículo destaca a riqueza da comunicação divina: “várias vezes e de diversas maneiras” — literalmente, “em muitas porções [ou papiros; cf. A. T. Robertson] e de muitas maneiras”. Isso é uma prova do amor de Deus, pois demonstra que ele nunca deixou de falar: falou pelos profetas, diretamente; falou pelos papiros deixados pelos profetas = falou várias vezes; e falou assim de muitas maneiras. Ou seja: ele usou formas variadas, estilos literários diferentes, garantindo que todos tivessem a oportunidade de entender.
Essa prova de amor é uma fonte imensa de conforto e encorajamento. Por quê? Porque sabemos que algumas dessas porções e maneiras podem ser (e, de fato, são) difíceis de compreender. Se Deus tivesse falado apenas de uma única forma ou em um único momento ou por meio de um estilo literário apenas, e nós não conseguíssemos captar sua mensagem, estaríamos, com razão, frustrados e desamparados — até desesperados. Mas Deus não fez assim. Ele falou ao longo do tempo, em diferentes lugares e de diversas maneiras. Ele falou em muitas porções e de muitas formas. Isso é graça, é cuidado, é um convite constante para que nos aproximemos dele e ouçamos sua voz.
Portanto, se você encontra dificuldade em entender Levítico, talvez consiga ouvi-lo claramente em Provérbios. Se Zacarias parece confuso, a mensagem de Jonas pode tocar seu coração. Se as visões de Ezequiel parecem distantes, os sofrimentos de Jó podem sustentar sua fé. Se a Lei é muito seca, talvez Salmos umedeça seu coração.
O PONTO É ESTE: Deus providenciou uma rica diversidade no Antigo Testamento para que ninguém fosse deixado de fora. Ele falou. E Ele ainda fala. Deus não está em silêncio. Ele não é distante nem incomunicável. Há muitas porções em que ele se revelou por meio dos profetas, e o fez de diversas maneiras. Busque, portanto, a voz de Deus nas Escrituras. Paulo, encorajando Timóteo, escreveu:
2Timóteo 3.16-17 (NVT)
16Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer perceber o que não está em ordem em nossa vida. Ela nos corrige quando erramos e nos ensina a fazer o que é certo. 17Deus a usa para preparar e capacitar seu povo para toda boa obra.
Se esse texto não te convenceu de buscar a voz de Deus nas Escrituras, espero que este aqui o faça abrir os ouvidos para a palavra de Deus, inclusive no Antigo Testamento: Romanos 15.4 (NVT) — “Essas coisas foram registradas há muito tempo para nos ensinar, e as Escrituras [referindo-se aqui ao Antigo Testamento] nos dão paciência e ânimo para mantermos a esperança.”
Esses textos nos repreendem profundamente em nossas queixas ou reclamações sobre o “silêncio de Deus”. Muitas vezes, agimos como alguém que, vivendo em Goiás, reclama que não há praias bonitas, de água salgada, no Brasil, apenas porque não consegue enxergar à vista mar nenhum daqui das esquinas onde está, em Goiânia. Deus falou, e continua falando. A questão é: estamos dispostos a sair da nossa limitação e abrir os olhos e ouvidos para perceber a imensidão daquilo que ele já revelou?
1) Deus Falou. 2) Deus falou por meio dos profetas. E 3) Deus falou várias vezes e de diversas maneiras. Essa foi a primeira parte: Deus falou por meio dos profeta. Agora, a segunda parte: Deus falou por meio de Cristo.
Hebreus nos revela que Deus falou em duas fases: uma antes da vinda do Filho ao mundo e outra por meio da vinda do próprio Filho. Preste atenção à maravilha divina, Hebreus 1.1-2a (NVT): “Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. [versículo 2:] E agora, […] ele nos falou por meio do Filho”.
O PONTO AQUI É CLARO: se Deus já se mostrou disposto e ávido para se comunicar ao seu povo no Antigo Testamento, quanto mais ele o fez ao enviar o seu próprio Filho! O autor quer que percebamos que essa comunicação final de Deus é infinitamente melhor e mais maravilhosa do que todas as formas e maneiras do passado.
Então, quando reclamamos lá no íntimo: “Senhor, quero ouvi-lo. Por favor, fale comigo! Preciso ouvir sua voz.”, será que essa nossa queixa tem realmente algum fundamento? À luz dessas palavras, qual seria a resposta de Deus? Será que não é por isso que ele parece ficar em silêncio? Afinal, oras!, ELE JÁ FALOU. “E agora, nestes últimos dias, ele nos falou por meio do Filho” (Hb 1.2). Deus já falou, e falou melhor agora e mais maravilhosamente do que antes.
Por que essa comunicação de Deus por meio do Filho é melhor e mais maravilhosa do que foi no Antigo Testamento?
Porque agora Deus falou de forma cabal, não simplesmente por meio dos profetas, mas por meio do seu próprio Filho: Hebreus 1.1-2 (NVT) — “Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. E agora, nestes últimos dias, [DEUS] nos falou por meio do Filho”.
Observe que o texto não diz: “Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. E agora, nestes últimos dias, [DEUS] nos falou por meio dos apóstolos” Não é isto o que o texto diz, embora seja verdade, como podemos ver no capítulo seguinte desta carta:
Hebreus 2.3-4 (NVT)
3O que nos faz pensar que escaparemos se negligenciarmos essa grande salvação, anunciada primeiramente pelo Senhor e depois transmitida a nós por aqueles que o ouviram falar? 4E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.
Portanto, sim, Deus falou por meio dos apóstolos, assim como falou por meio dos profetas do Antigo Testamento, todos inspirados pelo Espírito (cf. 2Tm 3.16; 2Pe 1.21). MAS O PONTO AQUI NÃO É sugerir que, nesta fase da revelação de Deus, na nova aliança, você não precise mais da Bíblia porque Deus fala por meio de Jesus, de forma aleatória e individualizada para cada um. Não! Isso está muito longe da verdade.
O PONTO É QUE, “nestes últimos dias,” Deus fez algo completamente diferente: para se comunicar conosco, ele enviou o seu Filho, ele estabeleceu o Natal.
Essa comunicação não é apenas mais uma mensagem de Deus; é a expressão mais elevada e plena de sua vontade, seu caráter e seu plano redentor. Enquanto os profetas e os apóstolos foram instrumentos poderosos nas mãos de Deus, Jesus Cristo é a própria revelação divina. De fato, os profetas sempre apontaram para ele. Lembre-se de quando Jesus, ao encontrar os dois discípulos desanimados no caminho de Emaús, Cristo “os conduziu por todos os escritos de Moisés e dos profetas, explicando o que as Escrituras diziam a respeito dele” (Lc 24.27, NVT).
Jesus é o cumprimento das Escrituras, não sua substituição ou atualização. Foi ele próprio quem afirmou, em Mateus 5.17 (NVT), “Não pensem que eu vim abolir a lei de Moisés ou os escritos dos profetas; vim cumpri-los.” O que o autor de Hebreus está fazendo, então, não é nos ensinando a abandonar as Escrituras para buscarmos experiências subjetivas ou místicas com Jesus, sob a justificativa de que “agora, nestes últimos dias, [Deus] nos falou por meio do Filho.”
O que Hebreus está afirmando é que Jesus Cristo é a Palavra que se fez carne, o Verbo encarnado de Deus, o próprio Deus que se tornou homem e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14); Cristo é a revelação final, perfeita e definitiva de quem Deus é. Em Cristo, vemos não apenas o que Deus quis ou quer dizer, mas quem Deus é. Cristo não apenas aponta para a verdade; ele é a própria verdade (Jo 14.6), revelada de forma tangível, viva e eterna.
MAS É NAS ESCRITURAS — no Antigo e no Novo Testamento — que encontramos a Cristo. Os profetas do Antigo Testamento apontavam para ele, e os apóstolos do Novo Testamento testemunham a plenitude de quem ele é.
Deus agora falou, não apenas por meio dos profetas, mas por meio de seu Filho — aquele sobre quem os apóstolos testemunharam. João, por exemplo, escreveu em 1João 1.1 (NVT): “Proclamamos a vocês aquele que existia desde o princípio, aquele que ouvimos e vimos com nossos próprios olhos e tocamos com nossas próprias mãos. Ele é a Palavra da vida.” Cristo é a palavra suprema e final, que não apenas revela o coração de Deus de maneira completa e incomparável, mas revela o próprio Deus. Como está em Hebreus 1.3a (NVT): O Filho irradia a glória de Deus, expressa de forma exata quem Deus é”. E por que ele é capaz de realizar tal feito, inimaginável para qualquer ser humano em seu estado natural?
CRISTO É DEUS, DESDE A ETERNIDADE. Ele e o Pai são um só (Jo 10.30). João atestou isto na abertura de seu Evangelho (Jo 1.1-4, ARA): “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.” Ora, o próprio autor de Hebreus escreveu, afirmando que Jesus é mais do que um profeta humano, mais do que um sacerdote humano, mais do que um rei humano: ELE É Deus, “perpetuamente”, pois, “não teve princípio de dias, nem fim de existência” (Hb 7.3, ARA). Foi esse Cristo, eternamente Deus, que “se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo 1.14, ARA). O mesmo Cristo que, “com sua palavra poderosa, sustenta todas as coisas.” (Hb 1.3, NVT).
EM OUTRAS PALAVRAS, Deus não falou apenas inspirando profetas e apóstolos. Ele falou vindo até nós na pessoa do seu Filho. Quem Jesus era, o que ele disse e o que realizou ao morrer e ressuscitar dos mortos é a Palavra de Deus para nós.
É isso que Deus nos falou, e é isso que precisamos ouvir — algo que, muitas vezes, não fazemos com a devida atenção. Jesus é a mensagem viva de Deus, o cumprimento de todas as promessas e a revelação completa de quem Deus é e do que ele deseja para nós. Ignorar essa mensagem é negligenciar o próprio coração de Deus.
ISSO FAZ TODA A DIFERENÇA. Toda vez que você começar a reclamar que Deus está em silêncio e que precisa que ele fale com você, deveria parar e perguntar:
Já ouvi essa Palavra, realmente? Será que a Palavra de Deus — falada no Filho de Deus — é tão curta e simples que já a esgotei e agora preciso de mais, de outra palavra?
Será que realmente ouvi a Palavra de Deus na pessoa, no ensino e na obra do Filho?
Será que a dor da minha alma e a confusão da minha mente vêm do fato de que já esgotei essa Palavra, ou será que estou falhando em compreendê-la plenamente, aplicando-a a cada cantinho da minha vida ou dos meus problemas?
Neste ponto, todos nós deveríamos sentir uma doce e firme repreensão. Nosso problema não é a falta da voz de Deus, mas nossos ouvidos insensíveis e presunçosos. Não é por acaso que, pelo menos oito vezes, o imperativo ressoa no último livro da Bíblia, o Apocalipse: “Se alguém tem ouvidos, ouça” (Ap 13.9, ARA). Logo, a questão não é se Deus fala, mas se eu estou ouvindo. Tenho ouvidos para escutar o que ele “nos falou por meio do Filho” (Hb 1.2)?
RECAPITULANDO: A razão pela qual a fala de Deus nestes últimos dias é superior à dos profetas de outrora é que agora Deus falou na vinda do seu Filho. A Palavra encarnada em Cristo não é apenas uma mensagem; é o ápice da revelação divina.
Se estamos buscando algo além disso, podemos estar ignorando a plenitude do que Deus já nos deu em Jesus. Nele, temos tudo o que precisamos para conhecer Deus e caminhar com ele com fé, esperança e amor.
Podemos confiar?
O autor de Hebreus não se contenta em dizer apenas que Deus falou por meio do Filho. Ele vai além e afirma que PODEMOS CONFIAR NO FILHO ETERNO DE DEUS.
Por quê?
PRIMEIRO, porque — como já vimos — ele é Deus. O Filho eterno existia antes de vir à Terra na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele não teve começo nem fim; é o Deus eterno que se manifestou em carne. Deus (= Cristo) não pode mentir (Tt 1.2).
SEGUNDO, porque o Filho já era o dono do universo, não apenas por tê-lo criado com o Pai (cf. Hb 1.10-12), mas por sustentar todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3). Nada existe fora de sua autoridade e controle soberanos. Ele é todo-poderoso.
TERCEIRO, porque Cristo é o herdeiro de todas as coisas. Este direito lhe pertence tanto por ser o Criador quanto por sua conquista definitiva na obra de redenção (Hb 10.12-13). Ele não apenas sustenta o cosmos; ele o governa e o conduz para o cumprimento do plano redentor de Deus.
Essas verdades sobre o Filho nos chamam a depositar confiança total nele. Quem poderia ser mais digno de fé e obediência do que o próprio Filho de Deus, o Criador, Sustentador e Herdeiro de tudo? Daí que o autor, inspirado pelo Espírito, escreveu: Hebreus 1.1-2 (NVT): “Por muito tempo Deus falou várias vezes e de diversas maneiras a nossos antepassados por meio dos profetas. 2E agora, nestes últimos dias, ele nos falou por meio do Filho, o qual ele designou como herdeiro de todas as coisas e por meio de quem criou o universo.”
Deus falou por meio de Cristo.
Três dicas para você, em conclusão:
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto