06.04.2025
[Para começar, convido vocês a lerem comigo este versículo, que introduz o trecho de Números (1–4) que estudaremos hoje à noite:]
Números 1.1 (NVT)
1No primeiro dia do segundo mês, no segundo ano desde a saída dos israelitas do Egito, o Senhor falou a Moisés na tenda do encontro, no deserto do Sinai, […]
O pior pesadelo de qualquer pai ou mãe é a perda de um filho.
Isabela, nossa caçula, tem hoje 19 anos e, se Deus permitir, fará 20 em maio. Quando tinha 5, no máximo 6 anos, certa tarde, na praia da Lagoinha, em Ubatuba, São Paulo, nós a perdemos de vista. Foram minutos de angústia indescritível. Era como se o mundo tivesse se congelado diante dos nossos olhos. Tudo ficou cinza. Eu me sentia perambulando como um zumbi, uma barata tonta, buscando encontrar Isabela.
Graças a Deus, enquanto procurávamos por ela, desconsolados, uma mulher — que também havia passado pela experiência de se perder na infância — percebeu que Isabela estava sozinha. Com sensibilidade e cuidado, abordou-a e, caminhando ao longo da praia, veio ao nosso encontro.
Enquanto isso, como você pode imaginar, estávamos desesperados, chamando por nossa Bela. Samuel, com 7, no máximo 8 anos, orava baixinho e prometia para a Cris que, se a encontrássemos, nunca mais brigaria com a irmã.
O alívio ao vê-la segura, em meio ao nosso desespero, foi indescritível. Sem dúvida, foi um milagre de Deus.
Se você nunca passou por essa experiência, jamais saberá quão inconsolável é a sensação de perder um filho. No entanto, aprendemos uma lição: não importa onde seu filho esteja ou qual seja o seu estado, Deus nunca perde de vista seus filhos.
Naquele dia fatídico, quando tudo havia passado, a Bela mesma testemunhou que durante o período em que estava procurando por nós, antes e depois da mulher a abordar, o trecho de uma música que ouvíamos bastante no carro não saía da cabeça. A música é de Amir Sacer, cantada pela banda Trazendo a Arca. Baseada no Salmo 27, ela se chama “Em Ti Esperarei”. O trecho que não saía da cabecinha da Bela era este:
No dia mal, meu Deus me guardará
Em sua tenda me esconderá
E sobre um rochedo me erguerá
Por isso adorarei
Sei, não me deixarás, tu me acolherás
Mesmo que os meus pais me abandonem
Sei, que viverei ao ver todo o bem do Senhor em minha vida
Em ti esperarei, em ti esperarei
A Bíblia confirma essa verdade muitas vezes, inclusive em Números.
A história deste livro pode ser resumida assim: Moisés escreveu sobre a ordem estabelecida pela palavra de Deus, a direção oferecida pelo próprio Deus e as consequências de não confiar ou esperar nele.
O povo do SENHOR, a essa altura, já deveria ter aprendido a esperar nele, mas a perseverança na fé estava ainda longe de ser uma realidade. O Senhor, então, os preparava, antes de conduzi-los à terra prometida. Deus reforçava o ensino de que somente ele poderia guiá-los infalivelmente por terras desconhecidas e perigosas, onde enfrentariam inimigos e tentações. Também lhes mostrava a inutilidade de recusar seus mandamentos, proporcionando exemplos marcantes dos que escolheram não segui-lo e foram prontamente julgados. Além disso, ensinava que não faz acepção de pessoas, trazendo juízos até mesmo sobre a família do grande líder de Israel, e os seus mais próximos.
Moisés, legislador e guia espiritual de Israel, que desfrutava de um relacionamento único com Deus, não pôde entrar na terra prometida por não santificar o nome do Senhor em Meribá (Nm 20.1–13). Arão, seu cúmplice nesse pecado e que antes havia caído em idolatria, também foi impedido de entrar em Canaã (Nm 20.22–29). Por fim, quando Miriã, profetisa e irmã de Moisés, desafiou sua liderança estabelecida por Deus, o Senhor a feriu com lepra, embora depois tenha sido curada (Nm 12.1-15). Quando alguns líderes da tribo sacerdotal de Levi tentaram usurpar a autoridade de Moisés, de Arão e dos sacerdotes, o próprio Senhor os julgou severamente e confirmou para sempre a descendência de Arão como a linhagem sacerdotal de Israel (Nm 16–18).
Como Deus da aliança de Israel, o Senhor ensinou seu povo a adorá-lo exclusivamente e a evitar a influência de religiões pagãs. No entanto, ao longo de sua história, Israel nunca aprendeu completamente esta lição: o melhor é confiar e esperar em Deus, obedecendo ao que ele estabelece em sua Palavra.
As primeiras instruções são sempre as mais importantes. Pergunte a qualquer especialista, educador ou psicólogo da área de criação de filhos, e eles confirmarão: os primeiros ensinamentos moldam profundamente o caráter, os hábitos e a visão de mundo da criança. Desde os primeiros anos de vida, a forma como os pais e cuidadores orientam, corrigem e ensinam estabelece alicerces que acompanharão a pessoa por toda a sua jornada. O que é ensinado no início tem um impacto desproporcionalmente grande, pois é nessa fase que os valores e princípios fundamentais são assimilados com mais facilidade e fixados com maior permanência.
O que temos Números 1–4 são as primeiras instruções após o estabelecimento das leis. Isto é, Deus estava organizando e preparando o povo para a peregrinação pelo deserto e, posteriormente, posse da terra de Canaã.
O povo de Israel havia crescido numericamente desde o início de sua jornada rumo a Canaã, e agora Deus queria ensiná-los uma grande lição por meio de um censo e de instruções sobre onde cada família deveria se posicionar ao redor do tabernáculo e quem deveria servi-lo durante esse período de aprendizado no deserto.
Deus deu a Moisés quatro instruções ou tarefas específicas em Números 1–4:
Desembrulhe comigo cada uma dessas instruções.
1) Organizem-se e formem um exército — Nm 1.1-46
Depois que o povo da aliança foi redimido do Egito, após receber as leis e erguer o tabernáculo, chegara o momento de realizar um censo em cada tribo para determinar quem serviria no exército. Os primeiros quatro capítulos de Números são amplamente dedicados aos detalhes desse censo e à organização das tribos para a batalha. O autor busca oferecer ao leitor uma visão completa e precisa da escala das operações e dos preparativos necessários para o retorno de Israel à terra prometida.
John H. Sailhamer argumenta que, de certa forma, esse registro justifica a abrangência das leis dadas no Pentateuco. Com uma nação tão numerosa, regulamentos detalhados eram indispensáveis. Além disso, há um contraste evidente entre a movimentação disciplinada e ordenada das tribos, como descrito aqui em Números 1–4, e o caos do povo “desenfreado… à solta para vergonha no meio dos seus inimigos” (Êx 32.25, ARA), no episódio do bezerro de ouro. Assim, as leis dadas por Deus no Sinai exerceram um efeito disciplinador e organizador sobre Israel.
Moisés e Arão receberam a ordem de contar todos os homens no acampamento com vinte anos ou mais que estivessem aptos para o serviço militar. Para auxiliar na contagem, foram designados doze líderes, um de cada tribo (Nm 1.5-15).
Moisés reuniu o povo e realizou o censo. O número total de cada tribo está registrado em Números 1.16-46, resultando em 603.550 homens.
Primeira instrução: organizem-se pela minha Palavra e formem um exército… 2ª …
2) Guardem o tabernáculo — Nm 1.47-53
Os levitas, incluindo Moisés e Arão, não foram contados no censo geral, pois sua missão era distinta da dos demais israelitas. Em vez disso, foram instruídos pelo Senhor a realizarem seu próprio censo (Nm 3.15; 4.34ss). Responsáveis pelo tabernáculo e pelo culto de Israel, eles foram separados e dispostos ao redor do tabernáculo com um propósito claro: evitar que “a ira caísse sobre a comunidade israelita” (Nm 1.53). Leia:
47Esse total [de 603.550 homens; cf. v. 44-46], porém, não incluía os clãs dos levitas, 48pois o Senhor tinha dito a Moisés: 49“Não inclua a tribo de Levi no censo e não conte seus membros com o restante dos israelitas. 50Encarregue os levitas de cuidarem do tabernáculo da aliança* e de toda a sua mobília e todos os seus utensílios. Eles transportarão o tabernáculo e todos os seus utensílios, cuidarão dele e acamparão ao seu redor. 51Sempre que o tabernáculo tiver de ser transportado, os levitas o desmontarão. Na hora de acampar, eles o armarão novamente. Qualquer pessoa não autorizada que se aproximar do tabernáculo será executada. 52Os israelitas acamparão de acordo com suas divisões numa área designada por sua bandeira. 53Os levitas, por sua vez, acamparão ao redor do tabernáculo da aliança para proteger a comunidade de Israel da ira do Senhor. É responsabilidade dos levitas montar guarda ao redor do tabernáculo da aliança”.
54Os israelitas fizeram exatamente conforme o Senhor havia ordenado a Moisés.
Como tribo sacerdotal, os levitas não foram incluídos no censo militar porque tinham uma tarefa ainda mais importante do que lutar. Cabia a eles cuidar do tabernáculo — o palácio de Deus e o centro vital de todo o acampamento. Israel era o povo de Deus, mas sem sua presença no tabernáculo, sua existência não teria propósito. A missão dos levitas era garantir que essa presença permanecesse com Israel.
Eles eram responsáveis por desmontar, transportar e remontar o tabernáculo (Nm 1.50-51), além de protegê-lo contra intrusos. A entrada de leigos poderia provocar a manifestação da ira divina e resultar na morte de muitos. Aquele lugar, afinal, era sagrado. Por isso, os levitas tinham a incumbência de impedir e executar qualquer intruso que tentasse invadi-lo (Nm 1.51-53). A mesma advertência já havia sido feita contra aqueles que tentassem se aproximar de Deus no monte Sinai (Êx 19.11-13; Hb 12.18-29).
Primeira instrução: organizem-se pela minha Palavra e formem um exército..
Segunda instrução: guardem o tabernáculo…
Agora, a terceira instrução…
3) Coloquem o SENHOR no centro — Nm 2.1-34
O capítulo 2 de Números apresenta a disposição dos acampamentos tribais e revela que as tribos foram organizadas de forma ordenada ao redor do tabernáculo. Esse arranjo simbolizava uma verdade essencial: o SENHOR deveria estar no centro da nação e da vida pessoal de cada israelita. Números 2.1-2:
1Então o Senhor deu as seguintes instruções a Moisés e Arão: 2“Quando os israelitas acamparem, cada tribo terá sua própria área designada. As divisões das tribos acamparão ao redor de sua bandeira nos quatro lados da tenda do encontro, a certa distância.
De acordo com Números 2.34, essa disposição no acampamento também determinava a ordem de marcha durante as viagens.
Outra coisa: ao comparar essa lista com a do capítulo 1, fica evidente que a disposição das tribos destacava a importância e centralidade da tribo de Judá (2.3-4), que já havia se sobressaído entre as demais (cf. Gn 49.1-27). Era dessa tribo que nasceria o Filho real, Aquele que traria redenção definitiva ao povo de Deus: Jesus Cristo, o Senhor.
Sailhamer observa que os relatos de Gênesis enfatizam a ideia do “leste”, um tema significativo também na disposição das tribos. Após a Queda, Adão e Eva, e depois Caim, foram expulsos da boa terra de Deus em direção ao leste (Gn 3.24; 4.16). Babilônia foi construída no leste (Gn 11.2), e Sodoma ficava a leste da Terra Prometida (Gn 13.11).
Esses relatos alimentam a esperança de que a redenção de Deus viria do leste, restaurando a bênção original e a posse da terra concedida na criação. O jardim do Éden foi plantado por Deus “para os lados do leste” (Gn 2.8), e ali o SENHOR pretendia derramar sua bênção sobre Adão.
Não por acaso, a disposição das tribos ao redor do tabernáculo refletia essa mesma imagem de esperança e redenção. Judá, juntamente com Issacar e Zebulom, acampava ao leste (Nm 2.3-9). Ao sul, estavam Rúben, Simeão e Gade (2.10-16). No centro, ficava a tenda do encontro, cercada pela tribo de Levi (2.17). Ao oeste, estavam Efraim, Manassés e Benjamim (2.18-24), e ao norte, Dã, Aser e Naftali (2.25-31).
Essa organização não era apenas estratégica para a jornada no deserto, mas também carregava um profundo significado teológico. A posição de Judá ao leste reforçava seu papel central na história redentora, pois dessa tribo viria o Rei prometido, o Leão de Judá, que traria a restauração definitiva ao povo de Deus (Ap 5.5). Assim, a estrutura do acampamento simbolizava a promessa divina de redenção e renovação, apontando para o dia em que Deus restauraria todas as coisas, em Cristo Jesus.
Terceira instrução: coloquem o SENHOR no centro. Agora, a última…
4) Nomeiem e organizem os levitas — Nm 3.1–4.49
Números 3 e 4 detalham a identidade e as responsabilidades da tribo de Levi. Moisés começa relembrando a morte de Nadabe e Abiú, dois dos quatro filhos de Arão (cf. Lv 10). Números 3.1-4 (NVT):
1Esta é a descendência de Arão e de Moisés, registrada quando o Senhor falou a Moisés no monte Sinai. 2Os nomes dos filhos de Arão eram Nadabe, o mais velho, Abiú, Eleazar e Itamar. 3Esses filhos de Arão foram ungidos e consagrados para o serviço sacerdotal. 4Nadabe e Abiú, porém, morreram na presença do Senhor, no deserto do Sinai, quando trouxeram fogo estranho diante do Senhor. Como não tinham filhos, restaram somente Eleazar e Itamar para servir como sacerdotes junto com seu pai, Arão.
Sailhamer documenta que, assim como Rúben e Simeão (os dois primeiros filhos de Jacó) foram substituídos por Judá e Levi (os dois seguintes) na linhagem familiar (todos filhos de Lia, não de Raquel), os primeiros filhos de Arão, isto é: Nadabe e Abiú, foram substituídos por Eleazar e Itamar.
O sacerdócio já estava firmemente estabelecido na linhagem de Arão (Êx 29.9) e, a partir de então, apenas os descendentes de Eleazar e Itamar poderiam servir como sacerdotes no tabernáculo (Nm 3.10). Além dos filhos de Arão, o restante da tribo de Levi foi designado para auxiliar no serviço do tabernáculo (Nm 3.7-8).
Números 3.5-10 (NVT)
5Então o Senhor disse a Moisés: 6“Chame à frente os membros da tribo de Levi e apresente-os ao sacerdote Arão para serem seus assistentes. 7Eles servirão a Arão e a todo o povo no desempenho das funções na tenda do encontro e no serviço do tabernáculo. 8Cuidarão de todos os utensílios da tenda do encontro e servirão no tabernáculo como representantes dos israelitas. 9Nomeie os levitas como assistentes de Arão e de seus filhos, pois, dentre todos os israelitas, eles foram designados para esse propósito. 10Encarregue Arão e seus filhos de realizarem as funções do serviço sacerdotal. Qualquer pessoa não autorizada que se aproximar do santuário será executada”.
Origem dos levitas
Os levitas eram descendentes dos três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari (Gn 46.11). Moisés e Arão também pertenciam a esse grupo, pois eram da família de Coate (Êx 6.18-20). Eleazar foi estabelecido como líder principal dos levitas (Nm 4.16).
As funções dos levitas
Cada família levítica recebeu funções específicas relacionadas ao tabernáculo:
Cada grupo desempenhava uma função essencial para garantir que a presença de Deus permanecesse no meio do povo e que o tabernáculo fosse mantido conforme as instruções divinas.
Recapitulando:
Conta-se que o pai de um menino pequeno costumava entrar sorrateiramente no pomar do vizinho para pegar algumas das melhores maçãs. Pelo visto, fazia isso há algum tempo sem ser pego, sempre certificando-se de que “o caminho estava livre” antes de invadir a propriedade alheia.
Certo dia, seu filho pediu para ir junto. E foi.
Chegando lá, o pai olhou cuidadosamente para todos os lados e, não vendo ninguém, passou pela cerca de arame farpado, deixando o filho do lado de fora. Quando estava prestes a pegar uma das melhores frutas do vizinho, o garoto o surpreendeu ao gritar, inocentemente:
— Pai! Pai! O senhor esqueceu de olhar para cima! Esqueceu de ver se Deus está olhando!
Ah, meu povo! Em todas as áreas da vida, precisamos desse lembrete. Deus sabe exatamente onde você está agora e se está onde deveria estar. Ele conhece seu coração, sabe se você já se arrependeu genuinamente do pecado e se creu verdadeiramente em Cristo para sua salvação.
O Censo Eterno de Deus
Ele, aliás, é o autor do censo eterno, realizado na eternidade — e ele sabe se o seu nome está escrito, de forma permanente, no Livro da Vida do Cordeiro. Ele próprio, antes da fundação do mundo, escreveu esses nomes. Escreveu-os com o sangue de seu próprio Filho, derramado na cruz em favor de suas ovelhas.
Seu nome está lá? Você creu em Jesus Cristo? João escreveu que “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus.” (1Jo 5.1), isto é, todo o que crê, creu porque tem seu nome no censo eterno de Deus. Você crê, crê em Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador?
Paulo, por sua vez, escreveu assim a Timóteo (2Tm 2.19): “Mas o alicerce sólido de Deus permanece firme, com esta inscrição: ‘O Senhor conhece quem pertence a ele’ [Nm 16.5] e ‘Todos que pertencem ao Senhor devem se afastar do mal’ [Is 52.11].”
Você é do SENHOR? Você crê em Jesus?
O Combate Incessante da fé
Vimos em Números 1 que todos os que eram contados deveriam ser “aptos para irem à guerra” (Nm 1.3). O povo de Deus, por sua natureza e chamado, é o exército da cruz, travando uma batalha constante contra o pecado, Satanás, a carne e o mundo.
Se você está contado entre os redimidos, saiba que tem de estar preparado para enfrentar o conflito espiritual que acompanha a vida do crente. A entrada no Reino de Deus se dá em meio à luta — a luta para perseverar na fé.
Por isso, Paulo e Barnabé “fortaleceram os discípulos. Eles os encorajaram a permanecer na fé, lembrando-os de que é necessário passar por muitos sofrimentos até entrar no Reino de Deus” (At 14.22).
E foi também por isso que, ao final de sua vida, Paulo pôde declarar com convicção: “Lutei o bom combate, terminei a corrida e permaneci fiel [ou: guardei a fé]” (2Tm 4.7). Paulo que já tinha advertido Timóteo, nestes termos: “Lute o bom combate da fé. Apegue-se firmemente à vida eterna para a qual foi chamado e que tão bem você declarou na presença de muitas testemunhas.” (1Tm 6.12).
Os crentes travam o combate incessante da fé — contra o pecado, Satanás, a carne e o mundo.
Ordem, Unidade e a Presença de Deus
O coração humano tende a fazer o que parece certo aos próprios olhos, mas a disposição das tribos ao redor do tabernáculo nos lembra que Deus é um Deus de ordem, não de confusão (1Co 14.33). Cada tribo tinha seu lugar específico, promovendo uma jornada harmoniosa pelo deserto.
Da mesma forma, nossos passos devem ser guiados pela Palavra de Deus para que nossa caminhada rumo à Canaã celestial não seja prejudicada por desordem e autossuficiência.
A ordem era clara: “Cada tribo terá sua própria área designada” (Nm 2.2). Isso promovia unidade e coesão, garantindo que cada israelita soubesse onde pertencia. Assim também, o povo de Deus deve reconhecer seu lugar na igreja de Cristo e permanecer fiel a ele, pois isso fortalece a vida da igreja como um todo.
Todas as tribos estavam dispostas ao redor do tabernáculo, sobre o qual repousava a nuvem da glória — garantia da presença de Deus durante a peregrinação.
O Salmo 46 declara que Deus é o centro na vida do seu povo, e esse centro pertence exclusivamente a ele, o SENHOR. Sua presença entre nós é um consolo e uma segurança, pois ele caminha conosco, nos protege e nos conduzirá com fidelidade ao nosso destino eterno. Leia o Salmo 46:
10“Aquietem-se e saibam que eu sou Deus!
Serei honrado entre todas as nações;
serei honrado no mundo inteiro.”
11O Senhor dos Exércitos está entre nós;
o Deus de Jacó é nossa fortaleza.
Os Levitas e o Chamado ao Serviço Fiel
Os levitas foram entregues a Arão para auxiliá-lo em sua missão e servir a toda a congregação. Eles nos lembram dos oficiais da igreja, dos diáconos e dos ministros da Palavra de Cristo, os pastores ou presbíteros no Novo Testamento, e da responsabilidade que lhes foi dada: guardar as coisas santas pertencentes ao grande Sumo Sacerdote, tudo centrado em seu sacrifício pelo pecado, pautados pela santa palavra de Deus. Além disso, devem ser fiéis às almas sob seus cuidados, pregando “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4.2). A negligência nesse chamado é inaceitável.
Hebreus 13.7 Lembrem-se de seus líderes que lhes ensinaram a palavra de Deus. Pensem em todo o bem que resultou da vida deles e sigam seu exemplo de fé.
Hebreus 13.17 Obedeçam a seus líderes e façam o que disserem. O trabalho deles é cuidar de sua alma, e disso prestarão contas. Deem-lhes motivo para trabalhar com alegria, e não com tristeza, pois isso certamente não beneficiaria vocês.
Em Números, o Senhor declarou: “Os levitas me pertencem, pois todos os filhos mais velhos são meus.” (Nm 3.12-13). Deus os reivindicou como seus com base na redenção, pois tomaram o lugar dos primogênitos de Israel, que, segundo a lei, deviam ser resgatados pelo sangue nos umbrais das portas das casas no Egito (Êx 13.13).
O direito de Deus sobre seu povo fundamenta-se na obra redentora de Cristo, por meio da qual somos libertos da morte e pertencemos ao Senhor. Ser considerado primogênito é desfrutar de privilégio e honra —um chamado à dedicação total a Deus.
Na prática,
S.D.G. L.B.Peixoto
Mais Sermões
Mais Séries
Instrução
Pr. Leandro B. Peixoto