26.11.2017
A natureza humana, por si só, é incapaz de refletir sobre questões eternas, pelo menos no nível espiritual; além de lhe faltar o desejo por essas coisas (Sl 14.2), ela não consegue compreender essas realidades (1Co 2.14). Em verdade, nós temos: a falta de vontade de pensar e a incapacidade da natureza humana de apreender as coisas do Espírito. Adicione-se a isto que o diabo odeia nos ver pensando sobre o sentido da vida, especialmente no fato de que todos, invariavelmente, passarão a eternidade após a morte com Deus no céu ou sem ele no inferno. Assim, portanto, o mundo a carne e o diabo conspiram para nos manterem ocupados demais ou entretidos e divertidos o bastante para não termos que pensar.
A genialidade imaginativa e espiritual de C. S. Lewis o levou a escrever uma obra de fantasia de valor incalculável: Cartas de um diabo a seu aprendiz (ed. Martins Fontes); ela é dedicada a seu amigo J. R. R. Tolkien (autor de O Hobbit e da trilogia O Senhor dos Anéis). Vermebile é o sobrinho aprendiz, e Fitafuso é o tio mentor. O objetivo é instruir o aluno a agir de forma a manter “o paciente” bem longe do “inimigo” – Deus (o que se faz através de 31 cartas que compõem o livro). Você precisa ler esta obra. É genial!
Já na primeira carta, a tática daquele diabo é fazer confundir o intelecto ou o raciocínio do “paciente”. De que forma? Não permitindo que ele aprenda, mas confundindo-o; fazendo-o valorizar jargões, e não argumentações — argumentação é coisa de Deus, explica aquele diabo; argumentação desperta a razão, e a razão, uma vez despertada, poderá levar o “paciente” a descobrir a verdade. Outra coisa: o “paciente” deve ser levado a desprezar o pensamento e o raciocínio nas coisas universais. Por quê? Para que ele se concentre no “fluxo de experiências sensoriais e imediatas”; ele precisa acreditar que essas “experiências” sejam, de fato, a “vida real”. Em suma, Lewis coloca que a argumentação ou a reflexão em busca da verdade é coisa de Deus. O diabo, por sua vez, vai sempre pela banalidade, pelo entretenimento e pela diversão.
O significado de “divertir” é bastante curioso. Vem do latim “divertere” e significa “virar em direção diferente” ou “virar para o lado”. A ideia é de se desviar de um foco, voltando-se para outra direção; voltar-se para um lado diferente do das preocupações. Isso é bom, mas pode ser eternamente fatal. Afinal, quantos não são os que passam pela existência terrena sem parar para pensar sobre a brevidade da vida e a realidade da eternidade após a morte com Deus no céu ou sem ele no inferno? Lamentavelmente, este é o estado da maioria das pessoas! Considere, você, a brevidade da vida e coloque no Senhor Jesus Cristo a sua esperança (Sl 39.4-7).
Com carinho, Leandro B. Peixoto.
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