23.04.2017
As primeiras classes de instrução bíblica no Brasil apareceram em conexão com a presença dos huguenotes na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, no século XVI. Os holandeses no Norte do país, principalmente em Pernambuco, criaram também escolas de instrução religiosa.
O movimento que redundou no que atualmente conhecemos como “Escola Dominical” no Brasil teve início em 19 de agosto de 1855 em Petrópolis. O reverendo Robert Kalley e sua esposa, dona Sara, missionários escoceses da Igreja Congregacional, foram os organizadores desta Escola Dominical. No primeiro domingo compareceram cinco crianças. Com o desenvolvimento do trabalho, organizaram-se classes, em português, alemão e inglês, em razão dos colonos estrangeiros que chegavam a essa região do estado do Rio de Janeiro.
Os metodistas registram em suas obras históricas o aparecimento da Escola Dominical em junho de 1836 com o reverendo Justin R. Spaulding e os presbiterianos falam em trabalho pioneiro com o missionário Ashbel Green Simonton em 12 de abril de 1860. Como batistas, por exemplo, não temos registro algum do aparecimento da Escola Bíblica Dominical, mas, em relatório de 12 de dezembro de 1882, o missionário William Buck Bagby fala em tradução de um catecismo batista para crianças e fala também da tradução de uma história batista. Conclui-se então que a Escola Dominical, se ainda não existia com o aparecimento, em 15 de outubro de 1882, da Primeira Igreja Batista da Bahia, estava prestes a ser implantada.
De 1855 até 1911 o trabalho das Escolas Dominicais dependia em grande parte da iniciativa particular das igrejas locais. Em 1911, foi organizada a União de Escolas Dominicais do Brasil. Foi o primeiro esforço para arregimentar os elementos que se interessavam na instrução religiosa por meio das Escolas Dominicais. Em 1928, a União de Escolas Dominicais foi transformada em organismo oficial das igrejas evangélicas com o nome de Conselho Nacional Evangélico de Educação Religiosa. Em 1931, passou a chamar-se Conselho Evangélico de Educação Religiosa do Brasil. Em 1934, o Conselho foi incorporado à Confederação Evangélica do Brasil, que era o órgão representativo das igrejas congregacionais e cristãs, episcopal, metodista, presbiteriana e presbiteriana independente.
Os batistas no Brasil, antes mesmo de se constituírem em Convenção, perceberam logo de início a importância da educação religiosa. No ano de 1900 foi organizada a Casa Editora Batista, tendo como seu diretor o missionário William Edwin Entzminger. O Jornal Batista, fundado em 10 de janeiro de 1901, começou, já em janeiro de 1903, a publicar as lições da Escola Dominical para adultos. Nesse mesmo ano apareceu “O Infantil”, livreto contendo histórias e a lição da Escola Dominical para as crianças. Em 1907, quando os batistas completavam 25 anos de presença no Brasil, surgiu a “Revista de Adultos” e, em 1909, “O Amigo da Juventude”.
(Continua na próxima semana.)
Solange Cardoso de Abreu d’Almeida
Extraído de O Jornal Batista – domingo, 26/04/15, pg. 2
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