11.11.2018
O apóstolo Paulo experimentou quando estava na prisão a presença consoladora do Espírito Santo de Deus. Isso também deve nos chamar atenção. Talvez nem sempre possamos aliviar os sofrimentos da igreja perseguida, embora as vezes isso seja possível. Mas quer consigamos dar a nossos irmãos e irmãs qualquer ajuda prática quer não, pelo menos podemos orar pela paz da presença de Deus.
Em 2015, a National Association of Evangelicals (NAE) expressou seu “luto coletivo e profundo pesar pelo sofrimento de cristãos ao redor do mundo. O grupo afirmou: “Nossos irmãos e irmãs em Cristo estão sendo perseguidos, arrancados de seus lares ancestrais e até martirizados por sua fé.” A NAE conclamou cristãos de toda parte a “se envolverem em oração contínua por aqueles cujas vidas são ameaçadas, especialmente pelos membros das famílias dos mártires que foram tão brutalmente mortos” e a “dar generosamente para as necessidades dos refugiados e para a reconstrução das comunidades espalhadas”.
Deus responde as nossas constantes orações pelos cristãos sob ameaças enviando o mesmo tipo de socorro que ele sempre dá quando seu povo está em verdadeiro sofrimento. A Bíblia diz: “O Senhor é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de tribulação” (Sl 9.9). De uma maneira que ultrapassa o entendimento humano, a presença de Deus, o Espírito Santo bem junto a nós oferece esperança em meio à escuridão da igreja perseguida. O mesmo Jesus que sofreu angústia da Cruz – e que, portanto, sabe melhor que ninguém o que é estar angustiado – está conosco para nos salvar.
Para o apóstolo Paulo, um dos seus maiores consolos era saber que qualquer sofrimento que ele tivesse experimentado era apenas temporário, e assim – à luz da eternidade – somente de consequência mínima. Quando olhamos para a lista dos problemas desse homem, podemos encontrar dificuldade para acreditar que tenha sobrevivido a tudo isso, quanto mais permanecido fiel a causa de Cristo. Em certa ocasião, ele admitiu: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que não sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida” (2Co 1.8). Mas em 2 Coríntios 4.16, Paulo descarta todos seus sofrimentos com aceno de mão, chamando-os de “leve e momentânea tribulação”.
O sofrimento cristão é “momentâneo” por que esta vida é apenas um curto prelúdio para uma longa eternidade. Depois de morrermos, ressurgiremos de novo e passaremos a viver eternamente. Paulo estava absolutamente certo de que o mesmo Espírito Santo “que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco” (2Co 4.14). “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados”, ele disse (Rm 8.17). É por isso que o apóstolo não desanimou, mesmo quando perseguido até a morte. A ressurreição de Cristo significa a ressurreição do cristão, e, portanto, nada temos a perder – somente uma vida para ganhar.
Texto extraído e adaptado do livro:
Quando os Problemas Aparecem, págs. 137-140,
escrito por Philip Ryken.
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