02.09.2018
Grande parte da nossa vergonha não é centrada em Deus, mas autocentrada. Até entendermos isso, não seremos capazes de lutar contra o problema da vergonha, em sua raiz.
Muita vergonha cristã, vem do que o homem pensa, e não do que Deus pensa. Mas, se compreendêssemos profundamente que a estima de Deus é infinitamente mais importante do que qualquer outra pessoa, não teríamos vergonha de coisas tão maravilhosas que são até mesmo chamadas de o próprio poder de Deus. “Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Esse versículo nos diz outra razão pela qual a vergonha do Evangelho é uma vergonha inapropriada. O Evangelho é o próprio poder de Deus para a salvação. O Evangelho magnifica Deus e humilha o homem. Para o mundo, o Evangelho não se assemelha a poder, de maneira alguma. Ele aparenta fraqueza – pedindo às pessoas para serem como crianças e dizendo-lhes para depender de Jesus, em vez de ficarem de pé por seus próprios pés. Mas, para aqueles que creem, é o poder de Deus para dar aos pecadores a glória eterna.
Umas das razões pela qual somos tentados a sentir vergonha, mesmo do poder de Jesus, é que Jesus mostra seu poder de formas que o mundo não reconhece como poderosas. Jesus disse a Paulo, em 2 Coríntios 12.9: ‘’ A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Paulo responde a essa manifestação estranha de poder, “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas franquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12:9-10). Normalmente, fraqueza e insultos são ocasiões para vergonha. Mas para Paulo, são ocasiões para exultação. Paulo pensa que a vergonha de suas fraquezas e a vergonha por suas perseguições seriam uma vergonha inapropriada. Por quê? Porque o poder de Cristo se aperfeiçoa na fraqueza de Paulo.
Concluo que o critério bíblico para a vergonha inapropriada é radicalmente centrado em Deus. O critério bíblico diz: Não sinta vergonha por algo que honra a Deus, não importa quão fraco ou tolo isso faça você parecer aos olhos dos incrédulos.
A vergonha apropriada pode ser muito saudável e redentora. Paulo disse aos tessalonicenses: “Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associes com ele, para que fique envergonhado” (2 Tessalonicenses 3.14). Isso significa que a vergonha é um passo adequado e redentor na conversão e arrependimento de um crente, de uma temporada de frieza espiritual e pecado. Vergonha não é algo a ser evitado a todo custo. Existe um espaço para ela nos bons tratos de Deus com seu povo.
Texto extraído e adaptado do livro:
Lutando Contra a Incredulidade, págs. 62, 63 e 65,
escrito por Jonh Piper.
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