14.02.2016
Geralmente o coração é mais resistente do que a carne, pois o espírito sempre consegue sobrepor-se às enfermidades do corpo. Está em Provérbios 18.14 a concisa declaração desta verdade: “O espírito do homem o sustenta na doença, mas o espírito deprimido, quem o levantará?”.
Você já deve ter ouvido sobre atletas que, pela emoção do jogo, continuaram na partida e só depois do apito final, após a ducha no vestiário, foi que eles descobriram que aquela pancada resultou em fratura e lhes custará seis meses de tratamento. Com soldados não é diferente. Apesar dos graves ferimentos, a adrenalina do campo de batalha pode fazê-los continuar resistindo por horas e horas sem trégua. Pessoas fisicamente frágeis também são capazes de continuar suas duras rotinas de trabalho, apesar de serem portadoras de graves deficiências. Mas, com um coração quebrado… Quem consegue continuar?
Para o salmista, tanto o corpo quanto o coração haviam fraquejado (Sl 73.26). Ferido e desnorteado, por causa de injustiças e iniquidades, ele não conseguia enxergar qualquer perspectiva de triunfo. Ao observar a prosperidade dos ímpios, ele questionou se de fato valera a pena ter purificado seu coração e lavado suas mãos na inocência. Todos prosperavam e só ele padecia.
Diante de tanto sofrimento, o autor do Salmo não conseguia enfrentar seus dolorosos dilemas, até que, finalmente, com toda humildade, ele decidiu levar seu caso a Deus (Sl 73.16-17). Quando tudo e todos tinham falhado e a injustiça parecia ter prevalecido, ele encontrou no Senhor auxílio presente na tribulação (Sl 73.23-24). Foi quando ele ficou satisfeito (Sl 73.25). A fé se tornou o refrigério para o seu coração atribulado e o remédio para a sua carne exaurida.
É impressionante, pois o Salmo 73 todo se apóia na pequenina conjunção “mas”! Até aquele ponto do poema, parecia não haver qualquer esperança para o servo sofredor do Senhor Deus. “Mas” Deus provou ser a força do seu coração e a sua herança para sempre (Sl 73.26). A tristeza tornou-se triunfo, o baque tornou-se bênção e o lamento tornou-se louvor.
Suponhamos que o ímpio progrida muito e que o impenitente prospere bastante; que soframos injustamente além da conta por sermos íntegros e piedosos, a ponto de a pobreza tornar-se a nossa porção; que a saúde acabe e o corpo se deteriore pela doença… Não tem problema, pois Deus é o nosso guia e está preparando para nós um eterno peso de glória no céu (2Co 4.16-17). Em que circunstância for, jamais se esqueça que o coração poderá fraquejar e o corpo poderá falhar, “mas” Deus é a nossa herança para sempre – ele é a força do nosso coração! (Sl 73.26)
Com carinho,
Leandro B. Peixoto – seu pastor.
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