17.07.2016
O Estado Islâmico divulgou um vídeo no ano passado (15/02/15) com a intenção de mostrar que o grupo militante decapitou 21 egípcios cristãos sequestrados na Líbia. No vídeo, militantes mulçumanos em preto apareciam com os prisioneiros, vestidos com macacões laranja, em uma praia. Forçados a se ajoelharem, foram todos decapitados. A barbárie foi divulgada na conta do Twitter de um site que apoia o grupo radical.
Em uma legenda no vídeo de cinco minutos, pode-se ler: “O povo da cruz, os seguidores da igreja egípcia hostil.” Segundo a agência France Presse, a gravação, intitulada “Uma mensagem assinada com sangue para a nação da cruz”, assinala que é dirigida aos cristãos egípcios.
A tradição cristã narra que os primeiros cristãos no Egito eram principalmente judeus de Alexandria, tais como Teófilo, a quem Lucas dirige o capítulo introdutório do seu evangelho. Quando a Igreja foi fundada por Marcos (autor do evangelho que leva o seu nome), durante a época do imperador romano Nero, um grande número de egípcios, contrariamente a gregos e judeus, abraçou a fé cristã, que se espalhou pelo Egito em poucas décadas.
As igrejas protestantes surgiram a partir de uma minoria ortodoxa, e durante algumas décadas não teve qualquer crescimento significativo. Pela graça de Deus, isso está mudando: um crescente movimento de renovação tem acontecido desde 1973, pois muitos jovens estão se convertendo a Cristo, e está surgindo uma nova geração de líderes ousados.
Estima-se que no Egito 86,52% da população seja mulçumana e que 11,72% seja cristã ortodoxa, 0,82% cristã protestante, 0,41% cristã católica e 0,03% cristã independente, enquanto 0,5% professa ser sem religião/outro.
A crueldade contra cristãos ao longo da história não deve pegar de surpresa os crentes em Jesus Cristo. Foi o próprio Senhor que disse que, assim como foi com ele, seríamos odiados porque não somos parte deste mundo (Jo 15.18-20). Advertiu-nos dizendo que nos matariam pensando estar prestando culto a Deus (Jo 16.2). Encorajou-nos a não temer pelo que sofreríamos, pois receberemos a coroa da vida (Ap 2.10).
Machuca ler sobre como aqueles cristãos foram mortos, mas é reconfortante saber que, em Patmos, quando estava exilado pela sua fé em Jesus (Ap 1.9), João viu “as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus” (Ap 20.4). O apóstolo enxergou os 21 egípcios e todos aqueles que “venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; [pois,] diante da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11). Aleluia! (Ap 12.12).
Certos de que em breve o Senhor virá, choremos com os que choram; oremos pelos perseguidos e pelos que nos perseguem; anunciemos com fé, esperança e amor o evangelho de Jesus Cristo; e supliquemos sem cessar: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20). Paulo tinha razão, “ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados” (2Co 4.8-9). Não se surpreendam!
Com carinho,
Leandro B. Peixoto – seu pastor.
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