06.11.2017
Além de nos ajudar a orar (Rm 8.26), outra coisa que o Espírito Santo faz é nos transformar à semelhança de Cristo. Ele nos ajuda a sermos dependentes e pessoas que oram, e ao nos levar ao relacionamento com o Pai e o Filho, ele nos leva a compartilhar a vida e o propósito de Deus. Nossos desejos começam a repercutir os desejos de Deus, suas paixões se tornam nossas, e assim começamos a tomar parte no amor e na compaixão dele em relação a seu povo e ao mundo. Como consequência, tornamo-nos intercessores e sacerdotes, como nosso Sumo Sacerdote Jesus que intercede de forma contínua.
O Espírito trabalha para nos tornar semelhantes a Cristo nesse respeito. Há algo impressionante em Mateus 9.36-38: “Quando viu as multidões, teve compaixão delas, pois estavam confusas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Disse aos discípulos: ‘A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Orem ao Senhor da colheita; peçam que ele envie mais trabalhadores para seus campos’”. Ora, por que Jesus pediu aos discípulos para orar por isso? Com certeza ele mesmo poderia pedir ao Pai, não é mesmo? Afinal, ele é que sentia a compaixão, e sua oração não seria mais eficaz que a de todos eles juntos? No entanto, Jesus desejava que os discípulos se juntassem a ele nisso, fossem cooperadores e participantes na vida divina, compassiva, expansiva e missionária que Jesus partilha com seu Pai no Espírito.
O Espírito é também o Espírito da comunhão. Ele desperta o amor que o Pai e o Filho têm um pelo outro, e nos une como família ao Pai. Mas por causa da natureza do nosso Deus, o Espírito não nos conduz apenas ao Pai em Cristo – ele nos leva juntos a Cristo como família do Pai. Portanto, também oramos em comunhão com Cristo como irmãos e irmãs diante do Pai.
A oração comunitária é a síntese da vida cristã – a família do Pai que se aproxima dele em comunhão para compartilhar suas preocupações. O ato de orar pode promover a unidade de forma maravilhosa. Isso se aplica a orar por alguém e a orar com alguém. Se você ora por alguém que o magoou, você perceberá ser muito difícil guardar raiva, ressentimento, suspeita ou ódio quando orar por essa pessoa. Orar com alguém também pode ser uma experiência poderosa.
Quando amigos decidem orar juntos de modo sincero, talvez espontaneamente, não raro você começará a sentir uma proximidade extraordinária, uma intimidade com o outro. Orando juntos vocês se comportam como família. Orar pelo outro é partilhar a compaixão do Pai. Orar com o outro significa ser família e promover a unidade tão amada por Deus. O Espírito nos une e nos transforma na comunhão com o Pai, com o Filho e uns com os outros na família da fé.
Com carinho, Leandro B. Peixoto.
Extraído e adaptado de “Deleitando-se na oração”,
Michael Reeves, editora Monergismo, caps. 11 e 12.
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