09.10.2016
Tudo indica que o Salmo 6 de Davi tenha sido escrito no espaço de tempo entre a sua fuga de Absalão e a confissão a Deus de seu pecado contra Bate-Seba e Urias (Sl 32 e 51). É o primeiro dos sete salmos penitenciais. Ao escrevê-lo, Davi parece que estava enfrentando três problemas principais: enfermidade física (v. 2-3), transtorno emocional decorrente do sofrimento (v. 3-6) e ataques inimigos (v. 7).
A cultura hebraica sempre enxergou o ser humano holisticamente. Para o judeu, o que afeta a alma também afeta o corpo e vice-versa (Pv 17.22). Eles sabem que coração não tratado diante de Deus adoece o corpo (Pv 14.30). Essa crença sempre foi tão forte que muitas vezes eles não conseguiram desassociar doença física de consequência de pecados, generalizavam tudo (Jo 9.1-2).
Nem toda doença é consequência de pecados. Algumas doenças são para a glória de Deus (Jo 9.3). No entanto, algumas parecem, sim, ser fruto de pecados (Sl 32 e Sl 51), ou de ataques demoníacos na vida de alguém (Jó 2.7; Lc 11.14; 13.11). Nesses casos, a cura total passa, essencialmente, pela restauração espiritual, iniciada na salvação e desenvolvida no processo de santificação progressiva.
A doença de Davi parecia ser consequência de seus pecados não confessados a Deus. Tudo indica que a somatização da culpa latente na alma era tão forte que ele começou a sofrer algum tipo de enfermidade no corpo (fibromialgia?). O pecado e a culpa do rei de Israel estavam destruindo-o de dentro para fora. O homem segundo o coração de Deus estava doente na alma e no corpo. O pecado é a pior experiência possível para o cristão. É muito pior que a dor, o sofrimento e até mesmo a morte.
Somos inclinados a pecar e algumas vezes caímos. Quando isso acontecer, jamais hesite em ir a Deus, suplicando misericórdia e perdão. Pecados não confessados nos fazem adoecer (Sl 6.1-6). Outra de suas consequências é que todos ao redor, inimigos da cruz, ficam espreitando a nossa ruína (Sl 6.7). Eles desejam apontar o dedo e dizer: “Olhe, aquele crente aprontou!”, mas nós podemos nos achegar a Deus, confessar os nossos pecados e receber o perdão. O Senhor ouve a nossa súplica e aceita a nossa oração, envergonhando a todos quantos desejam a desgraça dos justos (Sl 6.8-10).
Nunca devemos tratar o pecado levianamente. Os cristãos jamais devem acolhê-lo e acobertá-lo. Pecados precisam ser tratados e confessados. Eles nos separam de Deus, além de fazerem adoecer a alma e o corpo. Você tem vivido com pecados não confessados? Leve-os a Deus. O pecado é pior que a morte.
Com carinho,
Pr. Leandro B. Peixoto
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