04.12.2016
O Natal tem sido combatido por alguns cristãos, que alegam que ele é a festa pagã do culto ao Sol. Estabanamento puro. Escolheu-se esta data, entre outras, porque Cristo é o sol da justiça (Ml 4.6). Outros combatem a árvore de Natal, dizendo-a vir de culto pagão às árvores. Mas a Bíblia se abre e se fecha com a presença de uma árvore (Gn 3.9 e Ap 22.14). A prática veio de Lutero, que enfeitou uma árvore em seu quintal, para comemorar o Natal.
O cristianismo e a Bíblia expressam as verdades de Deus na cultura existente. Também é hábito adaptar passagens do Antigo Testamento para firmar conceitos. Seguem alguns exemplos.
Aplicamos o nome “Emanuel” a Jesus, mas o Emanuel de Isaías 7.14 é Ezequias, filho do rei Acaz, a quem o profeta se dirigiu; tanto que em Isaías 8.8 o Emanuel está vivo e recebe uma mensagem de Isaías.
A “virgem” de Isaías 7.14 foi aplicada a Maria, mas refere-se, incialmente, à esposa de Acaz, mãe de Ezequias. No entanto, isso não invalida o nascimento virginal de Jesus. O Novo Testamento o afirma (Mt 1.18).
Os quatro títulos aplicados a Jesus, em Isaías 9.6 – “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” – eram usados na sagração do novo Faraó, no Egito. O profeta os aplicou a Jesus. Ele é o Messias, mas Deus diz que Ciro é “seu ungido” (Is 45.1), em hebraico, messhyhu, “messias dele”.
Não é preciso negar tudo porque se descobriu um aspecto que não corresponde ao que pensávamos. É insensatez jogar tudo fora por causa de uma parte. Meio entendimento é pior que entendimento algum, principalmente se produz estabanamento intelectual.
Natal não é festa pagã. Dizer isso é falta de inteligência. Natal é a comemoração do nascimento de Jesus. Se a data não foi 25 de dezembro, qual é o problema? A Páscoa, quando se comemora a morte de Cristo, cada ano cai num dia, mas não invalida a morte vicária de Cristo.
A postura de alguns em reinventar e redescobrir o evangelho é prejudicial. Pergunte a um cristão sincero, não desses que estão reinventando o evangelho, o que ele comemora no dia 25 de dezembro. Ele dirá: “O nascimento de Jesus”. Na falta da data certa, ficou-se com esta. Qualquer outra suscitaria uma crítica de alguém. Que critiquem.
O erro não é comemorar o Natal de Jesus. O erro é trocá-lo por Papai Noel, é olhar o aspecto apenas humano, sentimental e comercial da ocasião e esquecer o aspecto espiritual. Por isso, comemore o Natal. Com gratidão a Deus. Louve-o por seu Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador. E ignore a rabugice de outros. Natal é para lembrarmos que Deus se fez homem e habitou entre nós.
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Extraído de pastoral do boletim da
Igreja Batista Central de Macapá, 19/12/2010
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