04.11.2018
O eterno peso de glória que Deus preparou para nós é maior do que conseguimos imaginar e está mais próximo do que pensamos. Escrevendo no segundo século depois de Cristo, o filósofo grego Aristides ofereceu uma descrição de admiração quanto ao modo como os cristãos pensam sobre a morte. “Se algum homem justo entre eles passa deste mundo”, escreveu, “eles se regozijam e dão graças a Deus; e conduzem o corpo como se ele estivesse sendo levado de um lugar para outro bem próximo”. Esse é o modo certo de os cristãos de todas as partes pensarem sobre a morte e a vida: o céu está próximo.
As pessoas que realmente acreditam nisso – as pessoas que se agarram à cruz e olham com esperança para o peso da glória de Deus – são as pessoas que fazem maior bem no mundo, com mais paciência e perseverança.
Um exemplo notável vem da vida de Clarence Jordan. Homem de capacidade incomum, Jordan tinha doutorado em grego, hebraico e agronomia. Por mais talentoso que fosse, Jordan dedicou sua vida a servir os pobres. Na década de 1940, fundou a Fazenda Koinonia em Americus, Georgia – um lugar onde brancos e pretos pobres pudessem viver juntos em comunidade cristã.
Uma comunidade multirracial como a Fazenda Koinonia, enfrentava hostilidade severa no sul dos Estados Unidos, fortemente segregado na década de 1940, muitos deles membros de igrejas. As pessoas na cidade tentaram de tudo afim de parar Jordan. Boicotar o seus produtos. Cortaram os pneus dos automóveis de seus trabalhadores. Finalmente, em uma noite de 1954 a Ku Klux Klan veio e tentou se livrar dele de uma vez por todas. Atearam fogo em cada um dos prédios da fazenda, com exceção da casa de Clarence, a qual encheram de tiros.
No dia seguinte, um repórter chegou para ver o que restava das casas que tinham sido incendiadas. Para sua surpresa, encontrou Dr. Jordan trabalhando duro no campo, arando e plantando. “Ouvi falar da terrível notícia”, disse o repórter, “e vim escrever uma história sobre a tragédia do fechamento da sua fazenda.”
Jordan continuou revirando o solo enquanto o repórter importunava procurando uma resposta, o qual finalmente disse: “Bem, Dr. Jordan, o Sr. tem aqueles dois PhDs e gastou catorze anos nesta fazenda, nada sobrando de todo esse esforço. Quanto você acha que tem sido bem-sucedido?
Jordan para um pouco, apoiou-se em sua enxada, olhou nos olhos do homem e disse: “o mesmo sucesso da cruz”. Então continuou: “Meu senhor, acho que você não nos entende. O que estamos fazendo não diz respeito a sucesso, mas a fidelidade. Nós vamos ficar. Boa tarde”.
Sinceramente, eu espero ser poupado de perseguições sérias. Mas, se vierem em meu caminho sofrimentos iguais a esses, oro para que seja uma “leve e momentânea aflição”, que meu serviço a Jesus seja tão bem sucedido, do seu próprio jeito, quanto a cruz e que pela fé no Cristo Ressurreto, ganharei o eterno peso de glória de Deus. Tenho a mesma esperança e a mesma oração para todos que lêem esta reflexão.
Texto extraído e adaptado do livro:
Quando os Problemas Aparecem,
escrito por Philip Ryken.
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