25.02.2018
Servos de Deus que trabalham entre os surdos na Ásia estavam reunidos ali por três dias para a décima quarta Conferência de Surdos Cristãos, Bel estava presente acompanhada de sua amiga Hua, uma obreira local que trabalha entre os surdos em nossa cidade. Como você já pode imaginar, aquelas cinco pessoas eram intérpretes, e durante toda a conferência, elas estavam ali à frente para interpretar a mensagem para cinco diferentes línguas de sinais, pois os presentes vieram de diferentes países na Ásia.
Só na China, estima-se que há mais de vinte milhões de pessoas com alguma barreira auditiva, entre os quais o percentual de cristãos não chega a 1% e a situação na maioria dos países asiáticos não é diferente. Isso nos leva a considerar a comunidade de surdos em vários países asiáticos como uma espécie de povo não alcançado pela mensagem das boas novas. Os desafios são enormes, mas, com a tecnologia atual, as barreiras de comunicação entre surdos e “ouvintes” tem diminuído, o que faz as oportunidades de compartilhar da mensagem de Esperança serem também maiores. Tanto surdos podem compartilhar de Cristo com ouvintes, como vice versa, mas ninguém irá entender melhor os sentimentos e desafios de um surdo do que outro surdo, não é verdade? Por esse motivo, apoiamos essa obreira local (Hua), na tentativa de aprendermos juntos em nossa caminhada, nos alegrarmos e chorarmos como família e ver o Reino crescer pela graça de Deus. Assim, decidimos, com o apoio da JMM estar presente nessa conferência para ouvir do que o Pai tem feito entre os surdos na Ásia.
Muitos foram os testemunhos compartilhados durante a conferência de como o Pai tem trazido surdos para desfrutar da Esperança de Cristo. O ministério tem avançado aos poucos, mas o Pai tem feito nascer até mesmo igrejas de surdos em algumas regiões, o que de forma geral é o objetivo de qualquer ministério, não é mesmo? Mas os números ainda são muito acanhados. Por exemplo, na realidade da China, sabemos de apenas uma igreja de surdos e mais uma dúzia de comunidades que trabalham de forma efetiva entre eles. Você pode fazer os cálculos: vinte milhões de pessoas com barreiras auditivas e não mais do que vinte ministérios trabalhando entre os surdos. O desafio é enorme! Ele é tão grande que nossa amiga Hua, por vezes, compartilha que se sente pequena em meio a tanto o que fazer e, para falar a verdade, se formos olhar para números, nosso sentimento é o mesmo. Mas como sempre focamos no Senhor da obra e não no tamanho da obra, fixamos nosso esforço e mente em sermos fiéis e fazermos o máximo no pouco, confiando que o muito será feito, não por nós, mas pelo próprio Senhor da obra. E assim temos feito e visto a graça dele superar nossos temores.
Um exemplo é um evento que organizamos: aulas de defesa pessoal para surdos. Já tivemos dois módulos com oito aulas no total e oportunidades de compartilhar, de forma simples princípios do Reino e da Esperança em Cristo. Já alcançamos mais de trinta pessoas entre alunos e curiosos que vem para saber como são as aulas. E para nossa surpresa, a nossa turma de defesa pessoal para surdos é a única em todo o país, quem sabe seja a única nessa parte da Ásia. O Pai nos falou então que apesar de estarmos fazendo algo bastante tímido aos nossos olhos e diante do grande desafio de levar a mensagem de Esperança para os surdos, se visto por outro ângulo, pelas lentes de Deus, há algo muito maior sendo construído pelo poder dele. Nosso trabalho é seguirmos fiéis!
Obrigada por participar conosco desses desafios através de sua intercessão, ofertas e palavras de ânimo.
Nele,
Ael e Bel Oliveira.
Setembro 2017 – Leste da Ásia.
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