19.02.2017
Pequenos Grupos não são novidade. Eles têm suas raízes fincadas no Antigo Testamento (Êx 18.13-27) e, no Novo Testamento, desenvolvem-se de forma exponencial, tanto no ministério de Jesus como na vida dos primeiros discípulos. Um olhar panorâmico sobre a história da igreja através dos séculos revelará que os cristãos compreenderam essa prática bíblica e se agarraram a ela de forma muito bem-sucedida. Atualmente, as igrejas em pequenos grupos já se espalharam por todo o mundo, especialmente na Coreia do Sul, China e países do continente africano.
Na década de 1980, Missões Nacionais lançou o Plano Nacional de Evangelização (PNE), que, entre outras estratégias, promoveu os pequenos grupos, então chamados Núcleos de Estudos Bíblicos – NEBs. No passado, os batistas também tinham as uniões de treinamento de homens, mulheres e jovens, que eram uma espécie de grupos pequenos. Além disso, muitas gerações participaram dos Embaixadores e das Mensageiras do Rei, organizações essas que, com suas reuniões em grupos menores, proporcionaram crescimento cristão diversas áreas. Mas, à semelhança dos NEBs, isso tudo foi desaparecendo e, com isso, as novas gerações perderam muito em evangelismo, conhecimento bíblico e comunhão.
Outra forma importante de pequenos grupos no contexto batista brasileiro é a Escola Bíblica Dominical – EBD, que sempre foi referência em nossas igrejas. A EBD era uma estratégia de pequenos grupos reunidos em salas para estudar a Bíblia e seguir na caminhada cristã, com prestação de contas por meio de relatórios semanais que mostravam o crescimento gradativo.
Todas essas estratégias usadas no Brasil foram ou são eficazes no que se propõem. No entanto, não se via nelas ênfase na intencionalidade da multiplicação. Por exemplo, nos NEBs, o intuito era fixar um local para estudos bíblicos que agregasse a família e os vizinhos das pessoas interessadas, o que rendeu muitos frutos. Contudo, além do fato de que muitos núcleos eram de caráter temporário, treinar novos líderes dentre os próprios frequentadores das reuniões para que o grupo multiplicasse a si mesmo não era algo intencional na estratégia dos NEBs. Assim também com relação à EBD e às demais organizações da igreja. Caso os grupos crescessem em número, poderiam abraçar dezenas de pessoas – perdendo a característica de pequeno grupo – ou então, embora pudesse haver a multiplicação (por alguns, encarado mais como uma divisão!), essa era eventual, e não intencional.
Multiplicação é um alvo para tudo que fazemos como igreja. Multiplicamos vidas e o amor de Deus, entre outras coisas. Assim é que os Pequenos Grupos Multiplicadores – PGMs podem se tornar um importante fator para o crescimento saudável da igreja e para multiplicação de vidas com base na evangelização e formação de novos discípulos de Jesus Cristo, a partir do comprometimento de cada crente com a multiplicação.
Com carinho, Leandro B. Peixoto.
Texto extraído e adaptado do livro: Pequeno Grupo Multiplicador (p. 15-23),
escrito pelo pastor Márcio Tunala. Editora Convicção e Missões Nacionais.
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