08.08.2021
[Jó 1.1-5] 1Havia um homem chamado Jó que vivia na terra de Uz. Ele era íntegro e correto, temia a Deus e se mantinha afastado do mal. 2Tinha sete filhos e três filhas. 3Era dono de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Também tinha muitos servos. Na verdade, era o homem mais rico de toda aquela região. 4Os filhos de Jó se revezavam em preparar banquetes em suas casas e convidavam suas três irmãs para celebrar com eles. 5Quando terminavam esses dias de festas, Jó mandava chamar seus filhos, a fim de purificá-los. Levantava-se de manhã bem cedo e oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: “Pode ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus em seu coração”. Essa era a prática habitual de Jó.
Cristóvão de Colombo (1451–1506) nasceu em Gênova, na Itália, foi navegador e explorador, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano aos 12 de outubro de 1492, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objetivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as Antilhas e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central. Essas viagens e expedições, a custos muito altos em todos os sentidos, trouxeram várias mudanças e desenvolvimentos na história moderna do Mundo Ocidental.
É bem verdade que os exploradores do Novo Mundo, os colonizadores europeus, de algum modo fizeram sofrer os nativos das novas terras em descobrimento e exploração, mas eles também sofreram de todas as formas. Um historiador, citado por Charles Swindoll em seu livro sobre Jó, escreveu que “se Colombo tivesse voltado [antes dos descobrimentos, motivado pelos sofrimentos], ninguém o culparia, mas também ninguém se lembraria dele.” É verdade! É também verdade que a única razão pela qual nos lembramos de Jó com admiração é porque ele perseverou em face do sofrimento, tornando-se para nós “um homem de resistência heróica” (usando as palavras de Swindoll).
Jó, realmente, tolerou aflições indescritíveis. Alexander Whyte, um pastor escocês do século XIX, soube expressar em poucas palavras a saga de Jó: “Até a vinda de Cristo, alma alguma se tornou um campo de batalha entre o céu e o inferno como a alma de Jó.” De fato, ele sofreu no coração por causa de suas perdas, no corpo por causa da enfermidade e na convivência social por causa dos julgamentos insultuosos dos amigos da onça. Mas foi desse modo – com danos e dores – que Deus forjou o grande homem Jó, e que hoje nos está posto por Deus mesmo como “exemplo de paciência [de firmeza, de constância, de resiliência] diante do sofrimento” (Tg 5.11). E isto é muito bom! Ouça com atenção o que escreveu John Eldredge, em seu livro Wild at Heart [tradução livro: Selvagem no Coração] – clássico que se propõe a descobrir o segredo da alma de um homem:
A verdadeira força não vem da bravata [presunção pessoal]. Até que estejamos quebrados, nossa vida será egocêntrica, autossuficiente; nossa força será a nossa própria. Enquanto você pensar que é realmente alguém em si e de si mesmo, precisará de Deus para o quê? Eu não confio em um homem que não sofreu; não deixo chegar perto de mim um homem que não tenha encarado sua ferida. Pense nas pessoas que você conhece que posam bonitinhas por ai – eles são o tipo de homem para quem você ligaria às duas da madrugada, quando a vida está desmoronando ao seu redor? Eu não. Eu não quero clichês [frases rebuscadas sem efeito]; quero uma verdade profunda e comovente, e isso só acontece quando um homem percorre a estrada da qual estou falando [a da dor e do sofrimento].
Pensando seriamente sobre essa afirmação, e olhando com escrutínio para a sua própria experiência, responda com honestidade: de quem você já recebeu os conselhos mais preciosos para a vida, de novatos ou dos que carregam as cicatrizes dos anos de sofrimento? de quem posa bonitinho, de nariz empinado ou de alguém que já se encurvou de tanto sofrer? A julgar pela minha experiência, acho que sei qual é a sua resposta.
Meu povo, da mesma forma que os diamantes são formados nas profundezas, por meio da pressão e alta temperatura (por volta de 1.050 Co), assim como as pérolas são formadas pela irritação e a inflamação (reação a corpos estranhos que penetram a ostra), a grandeza de uma pessoa ou de um bom conselho é forjado pela adversidade. Paulo, o apóstolo, tanto sabia disso que escreveu aos gálatas que questionavam suas doutrinas e combatiam seus ensinamentos, dizendo o seguinte em Gálatas 6.17: “De agora em diante, que ninguém me perturbe com essas coisas, pois levo em meu corpo cicatrizes que mostram que pertenço a Jesus.”
Uma vez que isso é verdade – que os conselhos sábios são dados por veteranos da dor, por pessoas de resistência heróica – está na hora de ouvirmos de Jó seus conselhos aos pais [já que hoje nós celebramos o Dia dos Pais, e na providência de Deus nós estamos estudando a saga de Jó].
O que Jó teria a dizer aos pais?
Quais conselhos Jó nos daria?
Olharemos para o primeiro parágrafo do livro e faremos quatro observações sobre este homem, baseando-nos no que temos aqui revelado (Jó 1.1-5), e depois, por inferência, extrairemos os conselhos de Jó aos pais. Descobriremos sobre Jó aqui no texto bíblico os quatro traços seguintes: [1] o caráter de Jó, [2] as comodidades de Jó, [3] o compromisso de Jó e [4] a consistência de Jó.
1 – O caráter de Jó (v. 1)
1Havia um homem chamado Jó que vivia na terra de Uz. Ele era íntegro e correto, temia a Deus e se mantinha afastado do mal.
Jó morava na terra selvagem de Uz, exposto aos ataques dos sabeus e dos caldeus (1.15, 17). As duas localizações mais prováveis para a Terra de Uz estão na Arábia, a leste de Petra, Edom (hoje, noroeste da Arábia Saudita) ou em Basã, a leste do mar da Galileia e ao sul de Damasco (hoje, oeste da Jordânia, ou sul da Síria). Em todo caso, situava-se próxima a Midiã. Um dia foram férteis e prósperas as terras de Uz, mas hoje são desérticas. Isto para dizer que lá, naqueles tempos, era o tipo de local mais improvável para se achar um homem piedoso. No entanto, Jó, “que vivia na terra de Uz… era íntegro e correto, temia a Deus e se mantinha afastado do mal.”
Jó estava longe de ser perfeito; ele mesmo admitia ter pecados e no final se arrependeu (6.24; 7.21; 9.20; 42.1-6); entretanto, evidencia-se pela linguagem bíblica que esse patriarca depositava sua confiança e esperança em Deus para a redenção e viveu fielmente uma vida correta de integridade e consistência que honrou o SENHOR – tanto pessoalmente (1.1), como maritalmente (2.10) e paternalmente (1.4-5). Sobretudo, Jó aguardava pela promessa que Deus fizera no Éden de que um dia viria o Redentor (Gn 3.15); e essa fé lhe foi creditada como justiça (a exemplo de Abraão: Gn 15.6; Rm 4.3).
A frase usada para dizer que Jó “era íntegro e correto” é a mesma em referência a Noé em Gênesis 6.9 e a Abraão em Gênesis 17.1. E se diz também que Jó “temia a Deus e se mantinha afastado do mal” (o que ecoa as características de alguém que é “sábio” em Provérbios; por exemplo, Provérbios 3.7: “Não se impressione com sua própria sabedoria; tema o SENHOR e afaste-se do mal.”
Este era o caráter de Jó: homem de fé, retidão, exemplo e sabedoria. E no local mais improvável do mundo para que se tivesse um crente deste calibre.
2 – As comodidades de Jó (vs. 2-3)
2Tinha sete filhos e três filhas. 3Era dono de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Também tinha muitos servos. Na verdade, era o homem mais rico de toda aquela região. 4Os filhos de Jó se revezavam em preparar banquetes em suas casas e convidavam suas três irmãs para celebrar com eles.
Além de piedoso, Jó era rico, abençoado materialmente. O Senhor o privilegiou dando-lhe grandes riquezas (na forma de gados, rebanhos, animais e trabalhadores), além de uma grande e amorosa família. Com efeito, as bênçãos de Deus eram claras e cristalinas na vida desse patriarca, e todos podiam atestar, de perto e de longe. Jó 18.20: “No oeste, ficarão espantados com seu destino; no leste, serão tomados de horror [quando ouvirem o que lhe sucedeu!].” Portanto, além de um belo caráter, Jó era um homem de muitas comodidades, as quais lhe foram dadas pelo próprio Deus.
3 – O compromisso de Jó (v. 5)
5Quando terminavam esses dias de festas, Jó mandava chamar seus filhos, a fim de purificá-los. Levantava-se de manhã bem cedo e oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: “Pode ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus em seu coração”.
Jó servia como sacerdote da família. Ele amava seus filhos e orava por eles, oferecendo sacrifícios para expiar seus pecados. Essa atitude fala de um homem que, apesar de viver no local mais improvável e de possuir tamanha riqueza e honra entre os homens, era profundamente comprometido com seu Deus e com sua família.
Pais (mães também), que modelo de pai nós temos aqui! Modelo de compromisso e de dedicação. Vocês perceberam? NOTE: Jó tinha duas preocupações, duas grandes preocupações que todo pai (e mãe) deve ter em relação aos filhos.
PRIMEIRO, Jó buscava a glória de Deus na vida dos filhos. Ouça mais uma vez o versículo 5: “Pode ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus em seu coração”. Ora, ninguém peca contra Deus e amaldiçoa Deus, mesmo que só no coração, e sai impune. Diferentemente da maioria dos pais de hoje, Jó não era comportamental (ele se preocupava com o coração) e Jó não colocava panos quentes (ele ia a Deus em oração). Jó buscava justificar os filhos diante de Deus, e de alguma forma consertar o dano feito contra Deus. Jó buscava fazer algo para exaltar o nome de Deus como infinitamente valioso e digno na vida de seus filhos. Jó buscava a glória de Deus na vida dos filhos.
SEGUNDO, Jó amava seus filhos. E de que modo ele demonstrava esse amor? De que modo, você sabe responder? Oh, meu povo, como nós precisamos dessa resposta! Que ver uma coisa? O Boticário estreou este ano uma propaganda para o Dia dos Pais. O objetivo da campanha publicitária, relata a diretora de comunicação da empresa brasileira de cosméticos e perfumes, é [preste atenção!] “resgatar a força da paternidade”. Ora, se até O Boticário sente essa necessidade – a de “resgatar a força da paternidade”– então tem algo sério acontecendo com a paternidade (no mínimo, ela está enfraquecida), vocês não acham? Bem, eis o modo como a empresa definiu paternidade: “ser pai não é só colocar um filho no mundo, é colocar todo amor do mundo num filho”. [Lazaro Ramos no Instagram, falando pelo O Boticário: ser pai estrapola biologia, ciência, religião, ou qualquer outro padrão; é aventura, é risco, é desafio, é medo, descobertas, admiração e é claro que é amor, muito amor…”]
— Como assim? Como se coloca “todo amor do mundo num filho”. Mimando? Comprando? Afirmando? Recompensando? Elogiando? Como? Como se ama um filho?
Olhe para Jó e você saberá como “colocar todo amor do mundo num filho”.
Eis como Jó demonstrava amor pelos filhos, o modo como ele os amava: Jó não queria que seus filhos perecessem. Ele não queria que eles estivessem sob o julgamento de Deus. E por essa causa, Jó 1.5:
Quando terminavam esses dias de festas, Jó mandava chamar seus filhos, a fim de purificá-los. Levantava-se de manhã bem cedo e oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: “Pode ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus em seu coração”.
O compromisso de Jó era com a glória de Deus na vida dos filhos e o seu amor por eles era dedicado ou demonstrado pelo modo como agia para que seus filhos não perecessem. Mais que tudo, este é o tipo de compromisso e de dedicação que pais precisam ter com seus filhos: a glória de Deus e a salvação de seus filhos em Jesus Cristo.
4 – A consistência de Jó
Vimos [1] o caráter de Jó, [2] as comodidades de Jó e [3] o compromisso de Jó; e não podemos deixar de notar [4] a consistência de Jó. Preste atenção no versículo 5, na última frase do versículo: “Essa era a prática habitual de Jó.” ARA: “Assim o fazia Jó continuamente.” NTLH: “Jó sempre fazia isso”. NVI: “Essa era a prática constante de Jó.”
Jó não era crente de meio-período ou de temporada. A paternidade dele não era um hobby ou uma projeção pessoal. Jó vivia e andava com Deus todos os dias de sua vida, habitualmente, continuamente, sempre fazia isso, constantemente. Cada dia era gasto em uma vida íntegra e correta, temendo a Deus e desviando-se do mal; e se dedicava a apontar os filhos para a glória de Deus e a salvação eterna. Seu contexto e suas comodidades não lhe eram empecilhos.
5 – Os conselhos de Jó
Em face desses traços, o que podemos inferir como conselhos de Jó aos pais?
1. Cultive o CARÁTER. Ande com Deus. Paulo, outro homem de dores, diria:
Filipenses 3.12-14 12Não estou dizendo que já obtive tudo isso, que já alcancei a perfeição. Mas prossigo a fim de conquistar essa perfeição para a qual Cristo Jesus me conquistou. 13Não, irmãos, não a alcancei, mas concentro todos os meus esforços nisto: esquecendo-me do passado e olhando para o que está adiante, 14prossigo para o final da corrida, a fim de receber o prêmio celestial para o qual Deus nos chama em Cristo Jesus.
2. Coloque as COMODIDADES nos seus devidos lugares. Ainda Paulo:
Romanos 14.17-18 17Pois o reino de Deus não diz respeito ao que comemos ou bebemos, mas a uma vida de justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 18Se servirem a Cristo com essa atitude, agradarão a Deus e também receberão a aprovação das pessoas.
Filipenses 4.10-13 10Como eu me alegro no Senhor por vocês terem voltado a se preocupar comigo! Sei que sempre se preocuparam comigo, mas não tinham oportunidade de me ajudar. 11Não digo isso por estar necessitado, pois aprendi a ficar satisfeito com o que tenho. 12Sei viver na necessidade e também na fartura. Aprendi o segredo de viver em qualquer situação, de estômago cheio ou vazio, com pouco ou muito. 13Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me dá forças.
1Timóteo 6.6-10 6No entanto, a devoção acompanhada de contentamento é, em si mesma, grande riqueza. 7Afinal, não trouxemos nada conosco quando viemos ao mundo, e nada levaremos quando o deixarmos. 8Portanto, se temos alimento e roupa, estejamos contentes. 9Mas aqueles que desejam enriquecer caem em tentações e armadilhas e em muitos desejos tolos e nocivos, que os levam à ruína e destruição. 10Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal. E alguns, por tanto desejarem dinheiro, desviaram-se da fé e afligiram a si mesmos com muitos sofrimentos.
3. Calibre o COMPROMISSO. Viva para o que de fato se deve viver. Outra vez, Paulo, um servo sofredor de Jesus:
Filipenses 1.20-25 20Minha grande expectativa e esperança é que eu jamais seja envergonhado, mas que continue a trabalhar corajosamente, como sempre fiz, de modo que Cristo seja honrado por meu intermédio, quer eu viva, quer eu morra. 21Pois, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22Mas, se continuar vivo, posso trabalhar e produzir fruto para Cristo. Na verdade, não sei o que escolher. 23Estou dividido entre os dois desejos: quero partir e estar com Cristo, o que me seria muitíssimo melhor. 24Contudo, por causa de vocês, é mais importante que eu continue a viver. 25Ciente disso, estou certo de que continuarei vivo para ajudar todos vocês a crescer na fé e experimentar a alegria que ela traz.
4. CONSISTÊNCIA! Crie rotina. Discipline-se. Seja amigo da repetição. Ouça Paulo falando aos coríntios:
1Coríntios 9.24-27 24Vocês não sabem que, numa corrida, todos competem, mas apenas um ganha o prêmio? Portanto, corram para vencer. 25O atleta precisa ser disciplinado sob todos os aspectos. Ele se esforça para ganhar um prêmio perecível. Nós, porém, o fazemos para ganhar um prêmio eterno. 26Por isso não corro sem objetivo nem luto como quem dá golpes no ar. 27Disciplino meu corpo como um atleta, treinando-o para fazer o que deve, de modo que, depois de ter pregado a outros, eu mesmo não seja desqualificado.
Jó – exemplo de paciência em meio ao sofrimento, homem forjados em dores – aconselharia os pais desta geração, dizendo-lhes: cultivem o caráter, coloquem as comodidades em seus devidos lugares, calibre o compromisso e consistência!
Os filhos desta geração estão entregues às redes sociais, às imagens e às realidades virtuais. Todas essas coisas dizendo-lhes, ao mesmo tempo, que eles não precisam e não devem sofrer; é direito inalienável deles o ser feliz, a qualquer custo. Até “evangélicos” estão dizendo que dor e sofrimento é do diabo e maldição ou sem sentido algum. Nessa saga em busca de saciar desejos, a doutrina pregada é que se deve ter coragem para se assumir e se viver o que pede o coração – é dar e se entregar a esse “amor” que, de volta, te transforma. Não há limites. Se é bom para você, então está bom. E os frutos desta loucura estão abundantes por ai, não há necessidade de eu aplicar o nosso tempo descrevendo-os para vocês em termos de como está a cabecinha, o coraçãozinho e o comportamento desta geração. Todos nós temos provado o sabor amargo desta época.
Nós e nossos filhos precisamos do exemplo, da dedicação de Jó: homem que não se corrompeu sob a pressão de seu contexto, não se entorpeceu com suas comodidades, mas cultivou um caráter de santidade e de temor do SENHOR e fez tudo isso com consistência. Jó, um homem dedicado a Deus e à família, um homem que ansiava pelo seu Redentor!
Pais (e mães) como Jó, fruto da graça de Deus, da obra de Cristo na cruz, é o que os filhos (e todo mundo) desta geração mais precisam. Homens e mulheres que aprenderam pelas Escrituras Sagradas que a verdadeira força não vem da bravata [presunção pessoal]. Gente que foi quebrada pelo sofrimento – e pela graça, por meio da fé em Cristo, deixou de viver uma vida egocêntrica, autossuficiente; cuja força não é mais sua própria, mas do SENHOR. Pessoas que deixaram de acreditar que são realmente alguém em si e de si mesmas, e que é pela graça de Deus que elas são alguma coisa, e mais: que a graça de Deus é melhor do que a própria vida. Chega de pessoas que nunca sofreram e que se recusam a sofrer! Gente assim não é confiável. Quem nunca encarou as próprias feridas não pode ser confiável, posto que ainda pensa que a vida é posar bonitinho por aí, e vive de clichês [frases rebuscadas sem efeito] que alimentam o ego; gente assim é rasa e leviana. EM CONTRAPARTIDA…
Você se lembra de como o apóstolo Tiago caminhou para concluir sua carta? Deixe-me refrescar sua memória:
Tiago 5.10-11 10Irmãos, tomem como exemplo de paciência no sofrimento os profetas que falaram em nome do Senhor. 11Consideramos felizes aqueles que permanecem firmes em meio à aflição. Vocês ouviram falar de Jó, um homem de muita perseverança. Sabem como, no final, o Senhor foi bondoso com ele, pois o Senhor é cheio de compaixão e misericórdia.
Esse mesmo Tiago iniciou esta carta da seguinte maneira:
Tiago 1.2-5 2Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria sempre que passarem por qualquer tipo de provação, 3pois sabem que, quando sua fé é provada, a perseverança tem a oportunidade de crescer. 4E é necessário que ela cresça, pois quando estiver plenamente desenvolvida vocês serão maduros e completos, sem que nada lhes falte. 5Se algum de vocês precisar de sabedoria, peça a nosso Deus generoso, e receberá. Ele não os repreenderá por pedirem.
A dedicação de Jó a Deus no sofrimento foi o melhor exemplo encontrado por Tiago para ilustrar o que ele começou escrevendo aos seus destinatários. É desse tipo de exemplo e de dedicação que nossos filhos precisam. Mas mais do que isto, é do Redentor de Jó, o Senhor Jesus Cristo, que nossos filhos (e nós mesmos) mais precisam – é da dedicação para se colocar o maior amor do mundo (Cristo) no coração deles que os filhos mais precisam.
S.D.G. L.B.Peixoto
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