13.03.2022
[Atos 13.1-3] 1Entre os profetas e mestres da igreja de Antioquia da Síria estavam Barnabé e Simeão, chamado Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que tinha sido criado com o rei Herodes Antipas, e Saulo. 2Certo dia, enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separem Barnabé e Saulo para realizarem o trabalho para o qual os chamei”. 3Então, depois de mais jejuns e orações, impuseram as mãos sobre eles e os enviaram em sua missão.
A CHAMA NÃO SE APAGA
O cristianismo é a maior religião do mundo. Conta aproximadamente 2,38 bilhões de adeptos ao redor do globo. Levando em conta que a população global atingiu (em outubro de 2021) a casa dos 7,9 bilhões de pessoas, as estatísticas revelam que cerca de um 1/3 da população total do planeta (33%) é cristã.
Parece muito, mas não é – inda mais quando se considera que o islã é a religião que mais cresce atualidade. Conta-se 1,9 bilhão de muçulmanos: cerca de 1/4 – 25% – da população total do planeta na atualidade. Outro fator a se considerar: o cristianismo possui várias denominações ou ramificações, sendo que a maior delas é o catolicismo romano; ou seja, dos 2,38 bilhões de cristãos, cerca de 1,2 bilhão (50%) são católicos em todo o mundo, protestantes são 37%, cristãos ortodoxos são 12% e outros 1,3%.
Críticos da fé cristã apostam que o cristianismo está perdendo sua força no mundo e que, em breve, deixará de ter supremacia na cultura, moral social, orientação pessoal e, por fim, nas políticas públicas. No lugar da fé ou da religião, a “ciência” dará todas as respostas, inclusive em questões de ética. Veja, por exemplo, as obras do filósofo americano Sam Harris, o qual tenta utilizar a razão e a investigação científica para resolver problemas morais, sugerindo a criação do que ele chama de “ciência da moralidade” – que se fundamenta no sentimento de bem-estar do indivíduo para se determinar o que é certo ou errado, bom ou ruim. Essa é a aposta para o futuro!
Mas em quê os críticos da fé se fundamentam para prever o fim do cristianismo?
Além do avanço da ciência para dar resposta a todas as coisas (o que outrora não se tinha), os profetas do fim da religião leem como sinais do fim o estado da fé (ou a ausência dela) na Europa – que fora o berço do cristianismo ocidental, mas que agora está secularizada ou é contada como pós-cristã (de fato, Europa pós-Deus).
Também para se decretar o fim do cristianismo, acentuam-se as divisões dentro dele próprio, os abusos de autoridade e os crimes sexuais praticados pelo clero ou líderes religiosos, a decadência moral da cristandade, a crise ética dos países “cristãos”, a liberalização dos costumes outrora condenados pelas igrejas e a adesão ao liberalismo teológico (em outras palavras: doutrinas e verdades outrora tidas como ortodoxas, inegociáveis, inquestionáveis, são agora descartadas, deformadas ou mesmo denunciadas como fundamentalismo religioso retrógrado e nocivo às minorias).
Por tudo isso, dizem, o cristianismo está no fim.
Os críticos do cristianismo têm razão: o estado geral é grave, o cristianismo, conquanto seja a maior religião do planeta, parece estar na UTI. Some-se a este quadro a forma que vem assumindo as igrejas e os pastores (as igrejas viraram casas de shows, promotoras de eventos e de sentimentos de bem-estar; e os pastores viraram terapeutas, psicanalistas, coachs). – Duvida? – Atente-se para o Cristo pregado e a esperança anunciada nos púlpitos, reels e stories do que alguns nem fazem mais questão de chamar de “igreja”: nada de evangelho centrado na cruz de Cristo. Faça um teste: ouça as letras das músicas “cristãs”. Assista os eventos ou congressos “cristãos”. Escute a mensagem dos “crentes”. Analise suas palestras. Investigue a pauta da “igreja evangélica” brasileira. Enfim, se você tem alguma cultura bíblica, e não precisa ser muita, apenas um mínimo de cultura bíblica, ficará no mínimo preocupado com o estado geral do cristianismo.
Há alguma esperança para a igreja de Cristo? Sobreviverá a igreja ao mundo que a odeia? Terá a igreja que se permitir ser cooptada para não ser perseguida? A chama do evangelho de Cristo será apagada? Qual é o papel da igreja no mundo? De que modo a igreja deve se comportar em face de perseguição, ano de eleições, nas pandemias e nas guerras? Como o cristão deve se envolver na sua igreja e servir no mundo? […]
Para responder a essas e outras perguntas, retomaremos hoje a nossa série no livro de Atos dos Apóstolos. Iniciamos essas exposição bíblicas lá em maio de 2016, e paramos em junho de 2017. Cobrimos de Atos 1 a 12. Agora, partiremos de onde pararmos, isto é, Atos 13 e, Deus, permitido, seguiremos até o final do livro escrito por Lucas.
Como nós precisamos desse livro!
Atos pinta para nós como era a igreja de Cristo em suas origens: como ela pregava e praticava o evangelho, perseverava em meio às provações e prevalecia em face dos desvios doutrinários e das disputas ou divisões, como ela vencia o mundo. Desse modo, Atos dos apóstolos aponta para nós como deve ser uma igreja local em qualquer época ou lugar – de que modo o corpo de Cristo deve se expressar e pelo que ele deve batalhar, independentemente da cultura em que está inserida ou dos costumes adotados. Claro que não há em Atos um modelo de igreja, mas há princípios inegociáveis para a sobrevivência e a relevância da igreja cristã no mundo – o padrão bíblico para a igreja de Cristo prosseguir sem que se permita apagar a chama do evangelho de Jesus Cristo.
O NATAL EM MODO OPERANTE
Faz três meses que nós celebramos o Natal. Nessa época do ano os cristãos se concentram no significado da vinda do Filho de Deus ao mundo. O espírito do que nós celebramos no Natal, o espírito da vinda de Cristo ao mundo está resumido em Lucas 19.10: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar os perdidos.” Portanto, a vinda de Jesus foi uma missão de busca e salvação: “o Filho do Homem veio buscar e salvar os perdidos.” Buscar e salvar de quê? Buscar e salvar da ira vindoura de Deus. 1Tessalonicenses 1.10: “Também comentam como vocês esperam do céu a vinda de Jesus, o Filho de Deus, a quem ele ressuscitou dos mortos e que nos livrará da ira que está para vir.”
O Natal é uma época para se estimar e se exultar nesta característica de Deus: ele é Deus que busca e salva, Deus em missão, ele não é indiferente, passivo ou hesitante. Em outras palavras: Deus nunca está no modo de manutenção. Deus está em missão: buscando, salvando o perdido. Esse é o significado do Natal. Foi isso o que nós celebramos no último dia 25 de dezembro e é algo de que jamais devemos nos esquecer todos os dias do ano (Lc 19.10): “o Filho do Homem veio buscar e salvar os perdidos.”
Ora, Atos dos Apóstolos é a celebração do Natal em modo operante, é a celebração do coração natalino de Deus o ano todo, todos os anos, “até o fim dos tempos” (Mt 28.20). Atos é a história de como a igreja primitiva entendeu as palavras de Jesus em João 20.21: “Assim como o Pai me enviou [para buscar e salvar os perdidos], eu os envio [para buscar e salvar os perdidos].” Atos é a história de como a missão de Deus no mundo, ao enviar Jesus, se desdobra na missão da igreja neste mesmo mundo.
John Piper disse crer que o livro de Atos está no Novo Testamento para evitar que a igreja se paralize, fique estagnada, conforme-se e entre em modo de manutenção com todas as engrenagens internas funcionando (programas que servem bem aos membros, obrigado!), mas sem sair do lugar, sem chegar a lugar algum, sem buscar e salvar os perdidos de todos os povos, tribos, línguas e nações de todos os lugares do planeta – partindo de onde estamos (Avenida 24 de Outubro, esquina com a Rua Pouso e com fundos para a Avenida Alberto Miguel), partindo desta esquina, passando pelos seus relacionamentos, até chegarmos aos povos não alcançados com o evangelho da glória e da graça de Deus. — Pois bem, ATOS É UM ALERTA CONSTANTE ao modo de manutenção do cristianismo. É um estímulo pujante, um encorajamento contínuo, uma exortação perene a que os crentes e as igrejas vivam a mensagem do Natal em modo operante o ano todo, todos os anos, até o fim dos tempos, sem que a chama se apague – Lucas 19.10: “o Filho do Homem veio buscar e salvar os perdidos”.
ENTÃO CHEGAMOS A ATOS 13! E o que nós encontramos nesta passagem bíblica? Deus está abanando a chama do evangelho. Ela não pode apagar. Mateus 24.14 (ARA): “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.” O evangelho que busca e salva os perdidos há de chegar até os confins da terra, e assim pela mobilização missionária da igreja (o que veremos com mais detalhes na semana que vem, Deus permitindo).
Nosso texto, mais uma vez. Acompanhe a leitura:
Atos 13.1-3 1Entre os profetas e mestres da igreja de Antioquia da Síria estavam Barnabé e Simeão, chamado Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que tinha sido criado com o rei Herodes Antipas, e Saulo. 2Certo dia, enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separem Barnabé e Saulo para realizarem o trabalho para o qual os chamei”. 3Então, depois de mais jejuns e orações, impuseram as mãos sobre eles e os enviaram em sua missão.
O que se aprende a respeito da mobilização missionária da igreja primitiva?
A mobilização missionária é um movimento …
Estudarem hoje o ponto 1: a mobilização missionária é um movimento planejado por Deus. Mergulharemos nos pontos 2, 3 e 4 na próxima mensagem.
A MÃO DE DEUS NA MOBILIZAÇÃO MISSIONÁRIA
Uma teologia bíblica
A mobilização missionária tem a mão de Deus, é um movimento planejado por Deus. A missão de buscar e salvar os perdido não começou com a vinda de Cristo, não começou com o Natal, não começou com o Novo Testamento. De fato, essa busca pela salvação dos perdidos começou ainda lá no Éden, após a queda do primeiro casal no pecado:
Gênesis 3.8-15 8Quando soprava a brisa do entardecer, o homem e sua mulher ouviram o SENHOR Deus caminhando pelo jardim e se esconderam dele entre as árvores. 9Então o SENHOR Deus chamou o homem e perguntou: “Onde você está?”. 10Ele respondeu: “Ouvi que estavas andando pelo jardim e me escondi. Tive medo, pois eu estava nu”. 11“Quem lhe disse que você estava nu?”, perguntou Deus. “Você comeu do fruto da árvore que eu lhe ordenei que não comesse?” […] 14Então o SENHOR Deus disse à serpente: “Uma vez que fez isso, maldita é você entre todos os animais, domésticos e selvagens. Você se arrastará sobre o próprio ventre, rastejará no pó enquanto viver. 15Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.
Deus escolheu e formou um povo para si, e o enviou entre as nações:
Gênesis 12.1-3 1O SENHOR tinha dito a Abrão: “Deixe sua terra natal, seus parentes e a família de seu pai e vá à terra que eu lhe mostrarei. 2Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei famoso, e você será uma bênção para outros. 3Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Por meio de você, todas as famílias da terra serão abençoadas”.
Israel nasceu e foi separada pelo próprio Deus para ser luz para as nações:
Isaías 60.1-5 1“Levante-se, Jerusalém! Que sua luz brilhe para que todos a vejam, pois sobre você se levanta e reluz a glória do SENHOR. 2Trevas escuras como a noite cobrem as nações da terra, mas sobre você se levanta e se manifesta a glória do SENHOR. 3As nações virão à sua luz, os reis verão o seu esplendor. 4“Levante os olhos e veja, pois todos se reúnem e voltam para casa! Seus filhos vêm de terras distantes, e suas filhas pequenas são carregadas nos braços. 5Você os verá, e seu coração vibrará de alegria, […]
Até os cânticos de Sião, capital de Israel, eram de teor missionário (obs.: talvez Salmos seja o livro mais missionário do Antigo Testamento!):
Salmos 9.11 Cantem louvores ao SENHOR, que reina em Sião; anunciem ao mundo [aos povos] seus feitos.
Salmos 96.1-3 1Cantem ao SENHOR um cântico novo! Toda a terra cante ao SENHOR! 2Cantem ao SENHOR e louvem o seu nome; proclamem todos os dias a sua salvação. 3Anunciem a sua glória entre as nações, contem a todos as suas maravilhas.
Portanto, o primeiro passo na mobilização missionária foi dado pelo próprio Deus. A aliança com Abraão e sua descendência revelou o coração compassivo de Deus, disposto a buscar e salvar os perdidos. Esse amor se materializou na encarnação, morte, ressurreição e exaltação de Jesus Cristo – conforme está expresso na canção do servo sofredor de Isaías (uma profecia que apontava para Cristo):
Isaías 42.6-7 6“Eu, o SENHOR, o chamei para mostrar minha justiça; eu o tomarei pela mão e o protegerei. Eu o darei a meu povo, Israel, como símbolo de minha aliança com eles, e você será luz para guiar as nações: 7abrirá os olhos dos cegos, libertará da prisão os cativos, livrará os que estão em calabouços escuros.
Cristo veio ao mundo e cumpriu sua missão (Lc 19.10). E antes de ele voltar para o Pai, entregou aos discípulos a Grande Comissão:
Mateus 28.18-20 18Jesus se aproximou deles e disse: “Toda a autoridade no céu e na terra me foi dada. 19Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
Essa missão entregue por Jesus aos discípulos seria suprida com poder e seguiria algumas etapas, as quais foram demarcadas pelo próprio Cristo:
Atos 1.8 Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em toda parte: em Jerusalém, em toda a Judeia, em Samaria e nos lugares mais distantes da terra”.
O avanço da igreja primitiva
Daí em diante, o que se vê no livro de Atos é o desdobramento desse plano missionário do Senhor através da vida e da obra dos apóstolos e dos primeiros cristãos. Tanto é que se pode dividir o livro de Atos nas quatro partes seguintes:
[PARTE I] Atos 1 e 2: os discípulos receberam a missão e o poder (a descida do Espírito Santo) para testemunhar.
[PARTE II] De Atos 3.1 até Atos 8.4 a igreja progrediu em Jerusalém.
[PARTE III] De Atos 8.5 até Atos 12.25 a igreja passou adiante o evangelho na Judeia e em Samaria.
[PARTE IV] De Atos 13.1 até Atos 28.31 o evangelho chegou aos confins da terra.
Portanto, veja, Lucas (autor do livro de Atos) almejou demonstrar que a igreja primitiva cumpriu a missão missionária de Deus, isto é: a igreja foi ao mundo, da mesma forma que Cristo tinha vindo ao mundo, para buscar e salvar os perdidos; e a igreja assim procedeu seguindo o plano missionário entregue a ela pelo próprio Cristo: começaram em Jerusalém (At 1.1–8.4), passaram pela Judeia e Samaria (At 8.5–12.25) e chegaram aos confins da terra de então (At 13.1–28.31).
A perseguição como propulsão
A missão de Deus no mundo não pode parar. Logo, quando a igreja estava começando a entrar em modo de manutenção na fase 1 (Jerusalém), a perseguição aos cristãos foi a mão de Deus (não o dedo do diabo!) mexendo os discípulos para a fase 2 da missão de buscar e salvar os perdidos na Judeia e em Samaria. Acompanhe a leitura:
Atos 8.1-3 1E Saulo concordou inteiramente com a morte de Estêvão. Uma grande onda de perseguição começou naquele dia e varreu a igreja de Jerusalém. Todos eles, com exceção dos apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e de Samaria. 2(Alguns homens devotos vieram e, com grande tristeza, sepultaram Estêvão.) 3Saulo, porém, procurava destruir a igreja. Ia de casa em casa, arrastava para fora homens e mulheres e os lançava na prisão.
Fase 2 concluída, Deus mesmo agiu para que se seguissem à fase 3: os confins da terra. Mais uma vez, o que mobilizou os discípulos para a terceira fase foi, adivinha?, a perseguição promovida pela mão de Deus (e não o dedo do diabo!). Tal ação de Deus os colocaram bem no portal do fim do mundo, os confins da terra. Acompanhem a leitura:
Atos 11.19-21 19Enquanto isso, os discípulos que haviam sido dispersos na perseguição depois da morte de Estêvão chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Pregaram a palavra, mas somente aos judeus. 20Contudo, alguns dos discípulos que foram de Chipre e Cirene até Antioquia começaram a anunciar aos gentios as boas-novas a respeito do Senhor Jesus. 21A mão do Senhor estava com eles, e muitos desses gentios creram e se converteram ao Senhor.
O que estava acontecendo em termos de avanço do evangelho era, de fato, fruto da mobilização missionária de Deus – a chama do evangelho estava se espalhando através da vida dos discípulos cheios do Espírito Santo poderoso de Deus:
Atos 11.22-30 22Quando a igreja de Jerusalém soube do que havia acontecido, enviou Barnabé a Antioquia. 23Ao chegar ali e ver essa demonstração da graça de Deus, alegrou-se muito e incentivou os irmãos a permanecerem fiéis ao Senhor. 24Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão se converteu ao Senhor. 25Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo. 26Quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Ali permaneceram com a igreja um ano inteiro, ensinando a muitas pessoas. Foi em Antioquia que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez. 27Durante esse tempo, alguns profetas viajaram de Jerusalém a Antioquia. 28Um deles, chamado Ágabo, pôs-se em pé numa das reuniões e predisse, pelo Espírito, que uma grande fome viria sobre todo o mundo romano. (Isso se cumpriu durante o reinado de Cláudio.) 29Então os discípulos de Antioquia decidiram enviar uma ajuda aos irmãos na Judeia, cada um de acordo com suas possibilidades. 30Foi o que fizeram, enviando as doações aos presbíteros por meio de Barnabé e Saulo.
Nada é capaz de impedir o avanço da mobilização missionária de Deus, nem mesmo os poderes políticos mais cruéis da história. É tanto que Lucas abre um parêntese na sua narrativa para demonstrar que quando foi necessário, Deus mesmo tratou de conter a crueldade de Roma. Mas como? Matando o rei Herodes Agripa (At 12)!
PORTANTO, NOTE COM ATENÇÃO: Atos 11 termina com a igreja de Antioquia da Síria enviando oferta para a Judeia; Atos 13 inicia com uma imagem da igreja em Antioquia da Síria reunida em culto missionário; e em Atos 12, bem no meio dessa história envolvendo a igreja em Antioquia da Síria, nós lemos a respeito da fúria violenta de Roma perseguindo os cristãos e o martírio de Tiago (At 12.1-5), a prisão e soltura milagrosa de Pedro (At 12.6-19) e a morte de Herodes que foi comido por vermes (At 12.20-23). Daí a nota extraordinária de Lucas, concluindo o capítulo 12 – e desse modo nos preparando para a expansão missionária da igreja primitiva à partir de Atos 13.1. Leia comigo:
Atos 12.24-25 24ENQUANTO ISSO, a palavra de Deus continuava a se espalhar, e havia muitos novos convertidos. 25Quando Barnabé e Saulo terminaram sua missão em Jerusalém, voltaram [para Antioquia] levando consigo João Marcos.
A mobilização missionária é um movimento planejado por Deus – e nada é capaz de pará-la ou estorvá-la – nem Herodes, nem Roma, nada, ninguém. É neste cenário que enxergamos a porta se abrindo para o que hoje nós chamamos de missões mundiais:
Atos 13.1-3 1Entre os profetas e mestres da igreja de Antioquia da Síria estavam Barnabé e Simeão, chamado Negro, Lúcio de Cirene, Manaém, que tinha sido criado com o rei Herodes Antipas, e Saulo. 2Certo dia, enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separem Barnabé e Saulo para realizarem o trabalho para o qual os chamei”. 3Então, depois de mais jejuns e orações, impuseram as mãos sobre eles e os enviaram em sua missão.
A mobilização missionária é um movimento planejado por Deus.
A MISSÃO DE DEUS NO MUNDO
Deus permitindo, no próximo domingo, daremos sequência ao nosso estudo em Atos dos Apóstolos. Aprenderemos que Paulo e Barnabé iniciaram sua primeira viagem missionária enviados pela igreja de Antioquia da Síria: foram primeiramente a Chipre e depois a Antioquia da Pisídia, onde Paulo pregou seu primeiro sermão de que se tem registro, estando ele na sinagoga da Pisídia.
Na semana que vem, pela graça de Deus, concentraremos nosso estudo na seguinte tese: tendo a mão de Deus orquestrando e estando ela mesma operando todas as coisas, a mobilização missionária é um movimento [1.] produzido pela igreja local, [2.] possibilitado pelo Espírito Santo e [3.] projetado para transformar o mundo.
Para a nossa conclusão de hoje, deixe-me fazer algumas aplicações úteis:
1. A MISSÃO DA SIB. A missão da Segunda Igreja Batista em Goiânia está diretamente relacionada à missão de Deus no mundo: buscar e salvar o perdido. [1.] Deus é missionário, nós também; Deus enviou profetas, seu Filho e apóstolos, nós enviamos discípulos, pastores e missionários ao mundo. [2.] Deus despeja recursos, nós investimos nosso dinheiro e nossos bens, dons e talentos. [3.] Deus enviou o Messias, nós o proclamamos como sendo a única esperança para as nações, o Brasil e para você. — IMPLICAÇÕES:
2. A MENTALIDADE DO CRISTÃO. Tudo o que o crente procura fazer na vida (do trabalho que escolhe, passando pelo casamento, formação, criação de filhos, aquisição de bens, investimento financeiro, gastos de dinheiro… tudo), assim o crente faz de modo a servir à missão de Deus no mundo: buscar e salvar os perdidos. Essa é a mentalidade do crente. Essa é a mentalidade que o crente incute nos filhos, desde pequeninos. OUTRA COISA: até mesmo o pior sofrimento, a pior de todas as perseguições, o crente sabe que serve ao propósito de Deus para o cumprimento da missão de Deus no mundo: buscar e salvar o perdido. — IMPLICAÇÕES:
3. O MODO OPERANTE DA SIB E DE SEUS MEMBROS. Apesar de ser a maior religião do mundo, o cristianismo tem sim amargado alguns reveses. Sabemos, porém, que a Igreja de Cristo não será parada, MAS IGREJA LOCAIS PODEM SIM ENTRAR EM MODO DE MANUTENÇÃO, MURCHAR E MORRER. Oro para que não seja assim conosco. Para tanto, teremos que perseverar na mobilização missionária sabedores de que este é um movimento [1.] produzido pela igreja local (nós, inclusive), [2.] possibilitado pelo Espírito Santo e [3.] projetado para transformar o mundo. Mais sobre isto, Deus permitindo, na semana que vem, quando nos aprofundarmos em Atos 13.1-3.
Oremos:
S.D.G. L.B.Peixoto
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