30.07.2023
[Isaías 6.1-8] 1No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor. Ele estava sentado em um trono alto, e a borda de seu manto enchia o templo. 2Acima dele havia serafins, cada um com seis asas: com duas asas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. 3Diziam em alta voz uns aos outros: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia de sua glória!” 4Suas vozes sacudiam o templo até os alicerces, e todo o edifício estava cheio de fumaça. 5Então eu disse: “Estou perdido! É o meu fim, pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de pessoas de lábios impuros. Meus olhos, porém, viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”. 6Então um dos serafins voou em minha direção, trazendo uma brasa ardente que ele havia tirado do altar com uma tenaz. 7Tocou meus lábios com a brasa e disse: “Veja, esta brasa tocou seus lábios. Sua culpa foi removida, e seus pecados foram perdoados”. 8Então ouvi o Senhor perguntar: “Quem enviarei como mensageiro a este povo? Quem irá por nós?”. E eu respondi: “Aqui estou; envia-me”.
Quando chegamos ao fim de nossos recursos; quando estamos exaustos, desanimados, sozinhos; quando estamos feridos ou derrotados… é que, geralmente, nós começamos a confiar totalmente em Deus. É nessas horas que reconhecemos que dinheiro não é tudo, poder não faz tudo, a vida não tem tudo… e nessas horas, desesperados, é que comumente nós desabamos e nos jogamos no colo do SENHOR.
Sim, eu sei: dor, decepção, medo, perigo ou provação… essas coisas podem muito bem nos tornar céticos ou amargos, mas essas situações podem também nos tornar crentes e amáveis; como se costuma dizer: o mesmo sol que amolece a cera, endurece o barro, pela mesma ação. Minha oração é que na sua vida a sarça ardente do sofrimento quebrante você, não te resseque ou enrijeça.
Há uma música muito querida dos antigos evangélicos americanos, composta lá pelos anos de 1950, cujo título e letra são bastante sugestivos, dizem assim: “Ele lavou meus olhos com lágrimas.” Na década de 1980, Jimmy Swaggart eternizou essa canção, que traz na letra este teor: “Ele lavou meus olhos com lágrimas para que eu possa ver… ele limpou meus olhos das coisas que me cegavam… ele lavou meus olhos com lágrimas para que eu possa ver… ver a glória dele a mim revelada.”
Essa música não é conhecida da gente, mas o hino 283 do Cantor Cristão é: “Mais perto” — Mais perto quero estar, meu Deus de ti, inda que seja a dor, que me una a ti… Andando triste aqui, na solidão, paz e descanso a mim, teus braços são… Minha alma cantará, a ti Senhor, cheia de gratidão, por teu amor… E quando a morte, enfim, me vier chamar, com serafins nos céus, irei morar. Então me alegrarei, perto de ti meu Rei, perto de ti meu Rei, meu Deus, de Ti! — Por tudo isso é que no refrão deste hino se canta: Sempre hei de suplicar, mais perto quero estar, mais perto quero estar, meu Deus de ti!
Estar na presença de Deus, desfrutar da comunhão amorosa de Deus, enxergar a glória de Deus é o que há de mais maravilhoso nesta vida e na vida além. Foi por isso que o salmista escreveu que a graça de Deus é melhor do que a própria vida (Sl 63.3). Portanto, a dor, quando produz lágrimas que lavam os olhos para que possamos ver – ver a glória de Deus –, essa dor, essas lágrimas serão sempre bem-vindas, posto que esse tipo de sofrimento produz salvação (2Co 7.10).
É possível que alguns de vocês estejam passando por águas profundas e têm derramado muitas lágrimas. Não permitam que o fim da questão sejam as lágrimas. Antes, que essas perdas ou dores, que seus medos sirvam de estímulo para algo novo, fresco em sua total confiança em Deus; que essas lágrimas sejam águas da graça de Deus lavando seus olhos para que você possa ver o SENHOR.
O texto que temos para esta manhã – Isaías 6 – começa com o profeta “vendo” Deus. NOTE BEM: a visão de Isaías está contrastada com uma tragédia nacional; esta visão tem como pano de fundo um rio de lágrimas lavando olhos para que pudessem ver. OUÇA: Isaías 6.1: “No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor.”
O CAPÍTULO 6 de Isaías, de fato, é o início do livro. Sim. Ele poderia muito bem ter sido colocado no lugar do capítulo 1 desta profecia (uma vez que se trata do comissionamento do profeta). Entretanto, da forma como nós temos o livro, do modo como o autor, inspirado por Deus, o teceu, os capítulos 1—5 servem como um prefácio para o chamado de Isaías (capítulo 6), que é seguido pelo conteúdo desta obra (capítulo 7 e seguintes). No prefácio (caps. 1—5) nós temos uma descrição do estado tão degradado de pecado a que o povo de Deus, seus filhos queridos, seu vinhedo amado havia atingido.
APÓS ISAÍAS 6, o que se lerá será [1.] a respeito da ira do SENHOR despejada sobre o povo de Judá através da Síria e de Israel (ao norte), aliadas contra Jerusalém (ao sul); [2.] da futura invasão da Assíria em Israel, depois em Judá; também se lerá [3.] a respeito do julgamento do SENHOR sobre as nações da terra; e – bordado neste tecido tão belo que é o livro de Isaías – se achará [4.] as promessas messiânicas maravilhosas (as quais tornam esta obra no “Evangelho do Antigo Testamento”, de tão cheio de promessas relacionadas a Jesus Cristo).
POIS BEM, a situação estava horrorosa na época de Isaías. Leia:
Isaías 1.2-4 2Ouçam, ó céus! Preste atenção, ó terra! Assim diz o SENHOR: “Os filhos que criei e dos quais cuidei se rebelaram contra mim. 3Até mesmo o boi conhece seu dono, e o jumento reconhece o cuidado de seu senhor, mas Israel não conhece seu Senhor; meu povo não reconhece meu cuidado por ele”. 4Ah, como é pecadora esta nação, sobrecarregada pelo peso da culpa! São um povo perverso, filhos corruptos que rejeitaram o SENHOR. Desprezaram o Santo de Israel e deram as costas para ele.
Continua na próxima mensagem.
S.D.G. L.B.Peixoto
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