23.10.2022
[Gênesis 1.1-2] 1No princípio, Deus criou os céus e a terra. 2A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.
Na mensagem anterior nós
Pois bem, o que faremos hoje será avaliar argumentos científicos contrários à evolução teísta. Deus permitindo, na próxima mensagem, abordaremos os sérios problemas teológicos nos quais a evolução teísta insere a si própria, apesar de dizerem que Deus é quem guia o processo evolutivo. — Portanto, como crentes na Bíblia, espero que no final você conclua que não poderíamos conviver em paz com essa teoria para a explicação da origem da vida e do universo.
PRIMEIRO, há sérios problemas com a suposta veracidade da própria teoria da evolução. Como vimos, o evolucionista teísta acredita, com ressalvas, na evolução de Darwin; mas a teoria da evolução, como também já vimos, não é necessariamente verdadeira. De fato, há razões importantes para se descartá-la como científica e biblicamente falsa.
Permitam-me, agora, algumas OBJEÇÕES CIENTÍFICAS À TEORIA DA EVOLUÇÃO. [Para se aprofundar, recomendo o capítulo 15 – “A Criação” – da Teologia Sistemática de Wayne Grudem, 2ª edição, Vida Nova.]
1. A evolução não tem poder de criar novas informações genéticas. As mutações aleatória e a seleção natural (os dois processos fundamentais para a evolução darwiniana) não têm o poder criativo de gerar a nova informação genética necessária para a criação de novas proteínas e novas formas de vida.
2. A intuição humana reconhece que é impossível a evolução. Os seres humanos reconhecem intuitivamente quando uma alegada sequência de eventos altamente improváveis se torna não apenas improvável ou inverossímil, mas realmente impossível. Por exemplo: que acaso tenha inventado a vida é tão impossível como, digamos, um gato andando aleatoriamente sobre o teclado de um laptop ser capaz de escrever uma dissertação – podemos estar totalmente certos de que isso jamais aconteceu ou jamais acontecerá.
3. Mutações aleatórias são avassaladoramente prejudiciais. O evolucionista teísta diria que, em sua teoria, Deus dirige a evolução assim como dirigiu a história de Israel. O problema é que se Deus dirigiu a evolução de acordo com esse padrão, não é bem o tipo de evolução de que falam os evolucionistas darwinianos. — Por quê? — Ora, na teoria evolucionista, a evolução é um processo longo, lento, gastador, bruto, ineficiente e cheio de erros. O Deus da Bíblia dificilmente se encaixa nessas categorias. Se a evolução é feita de acordo com a natureza divina – i.e., de modo eficiente, sábio, bom e livre de erros – dificilmente é evolução, e o evolucionista teísta que é realmente um teísta bíblico tornou-se um criacionista, embora ele não se descreva por esse adjetivo.
4. A matéria inanimada não contém e não pode produzir a informação necessária para a vida. Cientistas atestam que poucos biólogos já sintetizaram uma molécula complexa ab initio [desde o início]. De fato, experiências com síntese orgânica sugerem que a química agindo por conta própria simplesmente não faz o que precisaria fazer para gerar as macromoléculas biologicamente relevantes, muito menos os nanossistemas complexos em uma célula viva.
5. Criar novas formas de vida exigiria mudanças mais amplas do que apenas mutações no DNA. Explicações populares da teoria da evolução podem fazer parecer que algumas mutações aleatórias no DNA de um organismo conseguem explicar a criação de novas formas de vida. No entanto, informações adicionais fora do DNA – chamadas “informações epigenéticas” – são necessárias para a criação de uma nova forma de vida. Portanto, como e de onde vieram essa informações epigenéticas? A teoria da evolução fica sem respostas.
6. O desenvolvimento do embrião requer a atividade coordenada de milhares de genes. O desenvolvimento de um embrião para um corpo totalmente formado é um processo extremamente complexo que requer a coordenação precisa de múltiplos fatores. Evidências de tal orquestração estão crescendo em abundância na comunidade científica, fazendo com que cientistas e autores seculares se expressem com superlativos do tipo: “Esse é um processo primorosamente orquestrada.” Ora, orquestrado por quem?!
7. A “complexidade irredutível” da célula viva desafia a explicação evolutiva. A invenção e o subsequente aperfeiçoamento do microscópio eletrônico em meados do século XX, juntamente com outros avanços tecnológicos, permitiram aos cientistas, pela primeira vez na história, explorar o funcionamento interno de uma célula viva. Desde então, os trabalhos e livros acadêmicos continuam a publicar evidências persuasivas da espantosa complexidade de uma célula viva e da impossibilidade de que as células tenham surgido por meio de um processo evolutivo gradual.
8. O registro fóssil está repleto de lacunas e é caracterizado pelo surgimento repentino e, na sequência, pela continuidade de tipos reconhecíveis de animais. Em particular, o registro fóssil manifesta grandes “lacunas morfológicas” e descontinuidades entre diferentes grupos de organismos. Com muito poucas exceções, os principais grupos de organismos entram abruptamente no registro fóssil, sem conexão discernível com supostos ancestrais anteriores (e geralmente mais simples). De fato, a classe de evidência mais importante a ser considerada continua sendo o padrão generalizado de descontinuidade e o aparecimento abrupto (sem graduação) de grandes grupos de organismos.
9. Semelhanças em estrutura e aparência são melhor compreendidas como evidência para o mesmo designer, não como evidências para o mesmo ancestral. Os defensores da evolução assumem com frequência que se dois organismos compartilham uma parte do corpo semelhante ou uma estrutura molecular semelhante, trata-se de evidência de que ambos os organismos descendem de um ancestral comum. No entanto, a semelhança entre genes e proteínas de organismos diferentes também pode ter surgido separadamente como resultado de um designer inteligente que escolheu fornecer capacidades funcionais de nível molecular semelhantes em diferentes organismos.
Por exemplo, nessa visão, as proteínas da hemoglobina em chimpanzés e em humanos têm sequências ou estruturas de aminoácidos semelhantes, uma vez que desempenham a mesma função em cada espécie, ou seja, transportar oxigênio na corrente sanguínea. Mas isso não precisa ser evidência de um mesmo ancestral. De fato, é evidência para o mesmo Criador ou designer. Ora, agentes inteligentes frequentemente reutilizam as mesmas peças em projetos diferentes para atender a requisitos funcionais, como reutilizar rodas em carros e aviões, ou reutilizar códigos padronizados em diferentes versões de softwares.
10. A arqueologia aponta para o aparecimento abrupto dos humanos na Terra, claramente diferente de animais mais antigos semelhantes a macacos (os simiescos). Embora reportagens jornalísticas populares possam dar a impressão de que criaturas semelhantes a humanos estão na terra há milhões ou mais de anos, essa não é uma impressão precisa. De fato, sabe-se que hominídeos conhecidos são classificados em dois grupos diferentes: semelhantes a macacos e semelhantes a humanos, mas com uma lacuna clara entre ambos. O gênero Homo aparece de forma abrupta, não-darwiniana, sem evidência de uma transição evolutiva de hominídeos semelhantes a macacos para o Homo. Outra coisa importante: muitos pesquisadores reconheceram uma “explosão” da cultura humana moderna no registro arqueológico de poucos mil anos atrás, demonstrando o aparecimento abrupto da criatividade humana, tecnologia, arte e até pinturas – comprovando o rápido surgimento da autoconsciência, identidade de grupo e pensamento simbólico característicos dos humanos.
11. Os seres humanos são vastamente diferentes dos chimpanzés. Tem havido alegações amplamente divulgadas de que o código genético humano é apenas 1% diferente do código dos chimpanzés, dando aparente apoio à ideia de que humanos e chimpanzés compartilham um ancestral comum. Só que essas alegações são imprecisas. De fato, há pelo 5% de diferença em nosso DNA (o que já não seria pouca coisa), e isso não leva em conta rearranjos no DNA, onde segmentos do DNA humano aparecem invertidos de ponta a ponta em relação ao DNA do chimpanzé, ou onde um segmento do DNA humano está em um local diferente do que nos chimpanzés.
De fato, há muitas diferenças adicionais na anatomia: nosso cérebro é maior e continua se desenvolvendo por muito tempo após o nascimento; nossa musculatura é mais fraca, com pontos de inserção óssea menores; nosso metabolismo hormonal da tireoide é diferente; nosso sistema imune é diferente; nossa alimentação é diferente e nossos intestinos refletem essa diferença. Derramamos lágrimas; os chimpanzés, não. Podemos nadar e temos o reflexo do mergulho, mas os chimpanzés não conseguem nadar. Andamos e corremos eretos. Nossos pés são diferentes: são projetados para andar, enquanto os pés dos chimpanzés são para escalar. Nossos ombros são projetados para arremessar, ao passo que os dos chimpanzés, para escalar. Nossa pelve e nosso quadril são orientados para permitir o andar ereto. Nossas mãos são projetadas para usar ferramentas, não para a nodopedalia [uma forma de locomoção quadrúpede em que o animal utiliza os nós dos dedos dos membros anteriores para apoiar o peso do corpo].
Por fim, há todas as diferenças de cultura e de comportamento. Planejamos. Refletimos sobre o passado e pensamos no futuro. Tomamos decisões intencionais. Podemos retardar a gratificação por períodos longos. Podemos nos envolver em comércio de longo prazo. Os adultos humanos brincam. Nós dançamos. Fazemos música. Temos linguagem e comunicamos de modo simbólico e escrevemos romances e poesia, por exemplo. Temos matemática e artes. Domesticamos animais e nos envolvemos na agricultura. Vestimo-nos. Praticamos a hospitalidade. Controlamos o fogo e medimos o tempo. Praticamos a religião e enterramos os mortos. Temos empatia pelos outros e altruísmo em uma escala desconhecida no mundo animal. Cuidamos dos doentes e dos idosos. Não vemos nos chimpanzés nada parecido com a escala humana de comportamento. Nossa cultura é excepcional, até única, por qualquer padrão do reino animal. É mais sofisticada por ordens de grandeza em comparação com qualquer coisa que os chimpanzés façam.
A teoria evolutiva não consegue dar uma explicação plausível para a origem dessas diferenças significativas. Seus proponentes precisam apelar vez após vez a especulações implausíveis de que “acontecimentos a, b e c talvez possam ter acontecido” e que “acontecimentos m, n e o talvez possam ter acontecido” e que “acontecimentos x, y e z talvez possam ter acontecido”, para os quais nenhuma evidência física jamais foi encontrada, e todos são altamente improváveis, além de que muitas dessas mutações precisavam ter acontecido ao mesmo tempo.
12. A diversidade genética na raça humana poderia ter surgido de um casal originário. A teoria evolutiva moderna sustenta que uma gama de diversidade genética presente no mundo hoje só pode ser explicada pela suposição de que descendemos de no mínimo 10 mil indivíduos diferentes, cada um em decorrência da evolução gradual de criaturas quase humanas. Só que há cientistas que argumentam com comprovação que, se supuséssemos um casal originário em que as duas pessoas fossem geneticamente diferentes entre si, ainda assim poderíamos ter a gama de diversidade que vemos hoje na raça humana.
13. A pressuposição não provada subjacente à teoria evolutiva é o “naturalismo metodológico”. Apesar das evidências factuais contra a evolução neodarwiniana mencionadas até aqui, é trágico que a opinião comum, perpetuada por muitos livros-texto de ciência, é de que a evolução é um “fato” estabelecido cientificamente. Por trás desse ponto de vista está uma pressuposição central, chamada de “naturalismo metodológico”. O NATURALISMO METODOLÓGICO afirma que, para ser classificada como científica, uma teoria precisa explicar todos os fenômenos, referenciando causas ou processos puramente físicos ou materiais, ou seja, não inteligentes. Contudo, essa pressuposição implica uma pressuposição associada: os seres vivos não foram criados por Deus.
Ora, como podem os cientistas modernos, com base em uma suposição não provada, estar certos de que não excluíram a única explicação para a origem dos seres vivos, que é a verdade histórica de que os seres vivos foram criados inicialmente por uma ação criadora de Deus? Se a ciência moderna é definida de forma tal que exclui uma resposta assim, então várias centenas de anos, até milhares de anos adicionais, nunca serão suficientes para descobrir a origem de todos os seres vivos, pois o compromisso com o naturalismo metodológico impedirá constantemente a descoberta do que é efetivamente verdadeiro.
14. E se os cientistas, em um futuro remoto, efetivamente criarem vida? E se, algum dia, a vida for efetivamente “criada” por cientistas no laboratório? Aqui é importante entender o que queremos dizer.
EM PRIMEIRO LUGAR, isso não seria “criação” no sentido puro da palavra, uma vez que todos os experimentos de laboratório iniciam com algum tipo de matéria preexistente. Portanto, isso não daria uma explicação a respeito da origem da matéria em si, nem seria o tipo de criação que a Bíblia atribui a Deus.
EM SEGUNDO LUGAR, a maioria das tentativas contemporâneas para “criar vida”, na verdade são apenas passos muito pequenos no gigantesco processo de partir de materiais não viventes para se chegar a um organismo que vive de modo independente, mesmo que seja um organismo que consiste em apenas uma célula. A construção de uma molécula de proteína ou um aminoácido não chega nem perto da complexidade de uma única célula viva.
MAS HÁ ALGO AINDA MAIS IMPORTANTE DO QUE ISSO: O que se demonstraria se o trabalho coletivo de milhares dos cientistas mais inteligentes do mundo, com os equipamentos de laboratório mais caros e sofisticados, trabalhando no decorrer de diversas décadas, efetivamente produzisse um organismo vivo? Isso “provaria” que Deus não criou vida? Muito pelo contrário: demonstraria que a vida simplesmente não ocorre por acaso; precisa ser intencionalmente criada e conduzida por um designer inteligente.
Na teoria, pelo menos, não é impossível que seres humanos criados à imagem de Deus e utilizando a inteligência dada por Deus consigam algum dia criar um organismo vivo com base em substâncias inanimadas (embora a complexidade da tarefa ultrapasse de longe qualquer tecnologia que hoje possuímos). No entanto, isso somente comprovaria que Deus nos fez para sermos “parecidos com ele” – que em pesquisas biológicas, como em muitas áreas da vida, de uma maneira muito singela, podemos imitar a atividade divina. Toda pesquisa científica nessa direção, na verdade, deveria ser realizada em reverência a Deus e com gratidão pela capacidade científica com a qual ele nos presenteou.
15. Crer em tudo, menos na Bíblia. Muitos cientistas incrédulos têm sido tão influenciados pela força cumulativa das objeções levantadas contra a evolução, que têm adotado abertamente novas posições para uma parte ou outra da proposta do desenvolvimento evolutivo dos seres vivos.
Francis Crick, que ganhou o Prêmio Nobel por ajudar a descobrir a estrutura das moléculas do DNA, propôs em 1973 que a vida pode ter sido enviada para cá por uma espaçonave de um planeta distante, uma teoria que Crick denomina “Panspermia dirigida”. Ora, gente, parece irônico que cientistas brilhantes pudessem defender uma teoria tão fantasiosa sem um único fio de evidência em seu favor, ao mesmo tempo que rejeitam a explicação direta dada por aquele Livro singular na história do mundo que nunca foi provado como equivocado, que mudou a vida de milhões de pessoas, que tem sido crido por muitos dos eruditos mais inteligentes de cada geração e que tem sido uma força mais poderosa para o bem do que qualquer livro na história do mundo.
Por que pessoas tão inteligentes se comprometem com crenças que parecem tão irracionais?
Parece que se dispõem a crer em qualquer coisa desde que não seja uma crença no Deus pessoal das Escrituras, o qual nos convoca a abandonar nosso orgulho, humilharmo-nos diante dele, pedir perdão por não obedecermos a seus padrões de santidade e nos submeter a suas leis morais pelo restante de nossa vida. Recusar-se a fazê-lo é irracional, mas, como se descobre do pecado à luz da Bíblia, todo pecado é, em última análise, irracional em sua raiz.
Outros desafios à teoria da evolução têm sido publicados nos últimos vinte ou trinta anos e, sem dúvida, muitos mais os seguirão. A gente só espera que não demore demais para que a comunidade científica reconheça publicamente a implausibilidade da teoria evolutiva, e livros-texto escritos para o ensino médio e para alunos da universidade reconheçam abertamente que a evolução simplesmente não é uma explicação satisfatória para a origem nem a manutenção da vida na Terra. Por quê? Ora,
[Gênesis 1.1-2] 1No princípio, Deus criou os céus e a terra. 2A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.
S.D.G. L.B.Peixoto
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