13.08.2023
Efésios 5.21-33 21Sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo. 22Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor. 23Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja. 24Assim como a igreja se sujeita a Cristo, também vocês, esposas, devem se sujeitar em tudo a seu marido. 25Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, 26a fim de torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra. 27Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. 28Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua esposa, como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo. 29Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja. 30E nós somos membros de seu corpo. 31“Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.” 32Esse é um grande mistério, mas ilustra a união entre Cristo e a igreja. 33Portanto, volto a dizer: cada homem deve amar a esposa como ama a si mesmo, e a esposa deve respeitar o marido..
O primeiro livro da Bíblia – Gênesis, o livro das origens – traz as seguintes palavras a respeito do ser humano (preste atenção em como estas sentenças são politicamente incorretas nestes dias):
Gênesis 1.27-28 27Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. 28Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. […]
Como assim! Deus? Criou? Deus criou homem e mulher? Deus mandou ser fértil e multiplicar? — Pare e pense por um instante: como essas afirmações iniciais da Bíblia chocam-se frontalmente com a contemporaneidade: estamos falando de criacionismo teísta, não de evolucionismo darwinista; estamos falando de sexualidade binária, homem e mulher, masculino e feminino, XY e XX, não da fluidez dos gêneros conforme o desejo do indivíduo; estamos falando de mulher dedicada à maternidade, ao lar e ao cuidado dos filhos… — Ou não? Ou não é disto que tratam algumas dessas primeiras palavras da Bíblia que nós acabamos de ler? Claro que é! E vocês perceberam o quanto estas palavras são “absurdas” aos ouvidos modernos?! Prestem atenção, mais uma vez:
Gênesis 1.27-28 27Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. 28Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. […]
E para “piorar”, ouçam!, prestem atenção nesta história de se ter filhos e se multiplicar: é para ser no contexto do casamento (nunca existiu essa de “produção independente”; ouçam):
Gênesis 2.18, 21-24 18O SENHOR Deus disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Farei alguém que o ajude e o complete [uma auxiliadora, um socorro]”. […] 21Então o SENHOR Deus o fez cair num sono profundo. Enquanto o homem dormia, tirou dele uma das costelas e fechou o espaço que ela ocupava. 22Dessa costela o SENHOR Deus fez uma mulher e a trouxe ao homem. 23“Finalmente!”, exclamou o homem. “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do ‘homem’”. 24Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.
Gente, essas palavras – para se dizer o mínimo, hein! – são absolutamente “inconvenientes” entre nós, nesta época! Essas palavras, para muita gente, são, sinceramente?, “absurdas” – misóginas, patriarcais, abusivas, discriminatórias e todo o resto que você certamente já ouviu com abundância de detalhes em toda parte. Ora, mas não são nada disso, meu povo! Essas palavras, com efeito, descrevem o plano sábio, bom e perfeito de Deus para o homem e a mulher, criados à sua própria imagem.
Agora, se são a descrição de toda essa coisa boa mesmo, então por que essas palavras são tão ofensivas aos ouvidos contemporâneos? Por que elas agridem tanto?
O pecado as tornou repugnantes. De fato, a queda no pecado foi tão grande que destruiu a nossa comunhão com Deus, o Criador; o pecado desestabilizou a nossa paz de consciência diante de Deus e do próximo; o pecado deturpou as nossas afeiçoes, os nossos desejos e até a nossa autopercepção; o pecado desarmonizou a nossa relação com as coisas criadas e deformou os nossos relacionamentos interpessoais – sobretudo ente homem e mulher, marido e esposa. Confundiu também (o pecado), em muitos casos, a sexualidade das pessoas.
Para se ter uma ideia da confusão e do conflito nos quais nós estamos todos metidos – sim, todos nós!, do padre e do pastor ao cientista ateu e o cidadão afora –, veja o que aconteceu com Richard Dawkins, recentemente.
Dawkins (hoje, com 82 anos) foi professor de História da Ciência na Universidade de Oxford; e talvez – após a morte de Christopher Hitchens – Dawkins seja o ateu mais famoso (ou infame, como queiram) do mundo. Ele escreveu uma série de best-sellers contra a existência de Deus, promovendo o ateísmo. É um dos profetas do chamado “novo ateísmo”, um ateísmo particularmente ativista e agressivo. Tanto é verdade que ele não foi de jeito nenhum comedido quando foi direto ao ponto de atacar a própria existência de Deus e a influência pública do cristianismo. Nesse sentido, Richard Dawkins ficou famoso como cientista, especialmente porque desenvolveu sua própria compreensão da evolução em termos do “gene egoísta” (livro lançado em 1976), como ele o chamou; e teve a coragem de dizer que a ideia de Deus é “um delírio” (em um livro de 2006).
Pois bem, por essas e outras coisas, Richard Dawkins ficou famoso como um dos quatro cavaleiros do “novo ateísmo”. Mas… não é por isso que Richard Dawkins está famoso agora, mais recentemente. Richard Dawkins está famoso agora porque ainda acredita, como cientista-pesquisador que é (por formação) que uma mulher e um homem são categorias fixas, que masculino e feminino são categorias fixas, binárias. Resultado: diante da Revolução LGBTQ+, Dawkins é retrógrado. Ele deve ser cancelado. Ele deve ser silenciado porque, afinal, entrou em conflito com a Revolução LGBTQ+ e, no caso em tela, entrou especialmente em conflito com o “T”, de transgênero.
Por quê? Pasmem!
Richard Dawkins escreveu um artigo para uma revista que é líder em política progressista na Grã-Bretanha. Pois bem, respondendo à pergunta: “O que é uma mulher?”, este cientista-pesquisador e ex-professor de Oxford que, afinal, está comprometido com o que antes era conhecido como biologia, escreveu nesse artigo o que ele pensa ser o óbvio. Respondendo à pergunta: “O que é uma mulher?”, ele simplesmente disse: “Uma mulher é uma fêmea humana adulta livre de cromossomos Y.” Em outras palavras, ela tem XX na estrutura cromossômica, não XY. Pronto! Foi cancelado. Falou um “absurdo” e, portanto, não pode mais ser tolerado.
Perceberam a confusão (o ódio, até)? Não é mais “biologia” que define uma mulher ou um homem. O que os define, tragicamente, é “ideologia”, é a Revolução LGBTQ+. Vejam, a coisa é tão séria que essa comunidade não deixou barato para Dawkins, custou a ele um prêmio que ele havia recebido quase trinta anos atrás. Sim, Richard Dawkins recebeu o Prêmio Humanista do Ano em 1996 pela Associação Humanista Americana (por causa de seu ateísmo, diga-se de passagem). Só que em resposta aos seus últimos comentários, vejam só!, a mesma Associação Humanista Americana, pressionada pela Revolução LGBTQ+, rescindiu a homenagem, tomou de volta o Prêmio Humanista do Ano em 1996 – simplesmente porque Dawkins citou biologia, quando disse que “uma mulher é uma fêmea humana adulta livre de cromossomos Y.”
Essa é a confusão – e a guerra! – que o pecado causou em nós: há agora o conflito entre o homem e o seu Criador, o homem e o seu semelhante (incluindo esposo e esposa em conflito) e há o homem em conflito com a sua própria sexualidade.
Realmente, há o conflito!
Não é coisa pequena este tópico; não estamos tentando dizer que esses conflitos não existam, que sejam “frescura” ou coisa do tipo. Sim, esses conflitos existem e são gigantes no coração e no convívio das pessoas que estão lutando. O problema é a solução que se têm apresentado: revolução, em vez de redenção; destruição de tudo o que é fixo, institucional e até biológico, em vez de salvação e santificação do coração e dos relacionamentos. Foi por isso que demos pausa na série em Gênesis e começamos a estudar, construir uma teologia bíblica de gênero.
Já vimos que Deus nos criou à sua própria imagem (e o que isso implica); estudamos que fomos criados homem e mulher; abordamos o significado de masculinidade e feminilidade, tratando dos papeis do homem e da mulher; e hoje nós precisamos verificar como homem e mulher são chamados para viverem – complementarmente – no casamento.
De volta ao texto que lemos no início. Preste atenção em Efésios 5.31: “Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.” É uma citação direta de Gênesis 2.24: “Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.” E no versículo seguinte, após citar Moisés, Paulo (apóstolo inspirado pelo Espírito Santo) interpretou o que Moisés (também inspirado pelo Espírito Santo) escreveu como revelação, Paulo disse, em Efésios 5.32, que “Esse [o casamento, o homem deixar pai e mãe e se unir à sua mulher, e os dois se tornarem um só… esse] é um grande mistério, mas ilustra a união entre Cristo e a igreja.”
Por que é um mistério?
A resposta de Paulo no versículo 32 é esta: a união matrimonial é um mistério porque seu significado mais profundo estava parcialmente oculto no Antigo Testamento, mas agora foi revelado abertamente pelo apóstolo, a saber, que o casamento é uma imagem de Cristo e da igreja. Efésios 5.32: “Esse [o casamento, o homem deixar pai e mãe e se unir à sua mulher, e os dois se tornarem um só… esse] é um grande mistério, mas ilustra a união entre Cristo e a igreja.”
Portanto, o casamento é como uma metáfora ou imagem ou figura ou parábola que representa algo muito, mas muito maior do que simplesmente um homem e uma mulher se casando “de papel passado”, como se dizem, e na igreja . Essa união representa a relação entre Cristo e a igreja. Esse é o significado mais profundo do casamento. É para ser um drama vivo de como Cristo e a igreja se relacionam. De fato, observe como Efésios 5.28-30 descreve o paralelo entre Cristo e a igreja sendo um só corpo, e marido e mulher sendo uma só carne:
28Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua esposa, como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo. 29Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja. 30E nós somos membros de seu corpo.
Em outras palavras, a união de uma só carne entre homem e mulher significa que, em certo sentido, eles agora são um só corpo, de tal modo que o cuidado que o marido tem por sua esposa, ele tem, na realidade, por si mesmo. Sim, homem e mulher são um na aliança do casamento, e o que o homem faz com a mulher, ele faz consigo mesmo.
Dito isso, Paulo passa a comparar o cuidado do marido pela esposa ao cuidado de Cristo pela igreja. Versículo 29: “Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja.” Trocando em miúdos: assim como o marido é uma só carne com sua esposa, a igreja é um só corpo com Cristo. Quando o marido cuida da esposa e nutre a esposa, ele cuida de si mesmo e nutre a si mesmo; e quando Cristo cuida da igreja e nutre a igreja, ele cuida de si mesmo e nutre a si mesmo.
Então, se você quiser entender o significado que o próprio Deus deu para o casamento, se quiser entender porque o casamento importa, e importa muito!, se você quiser saber como viver um casamento saudável e feliz, deverá entender, acima de tudo, que estamos lidando com uma cópia e um original, uma metáfora e uma realidade, uma parábola e uma verdade. O original, a realidade e a verdade é o próprio casamento de Deus com seu povo, ou o casamento de Cristo com a igreja; enquanto a cópia, a metáfora e a parábola é o casamento de um marido com sua esposa. Geoffrey Bromiley escreveu que “assim como Deus fez o homem à sua própria imagem, ele fez o casamento terreno à imagem de seu próprio casamento eterno com seu povo”.
Uma das coisas a se aprender com o mistério do casamento é o papel do marido e da mulher no casamento. Um dos pontos de Paulo nesta passagem que temos diante de nós é que os papéis de esposo e de esposa no casamento não são atribuídos arbitrariamente e não são reversíveis (e se fossem, obscureceria o propósito de Deus para o casamento). Os papéis de marido e de mulher estão enraizados nos papéis distintos de Cristo e de sua igreja. Deus pretende (por casamento) dizer algo sobre seu Filho e sua igreja – pela maneira como marido e mulher se relacionam na aliança matrimonial.
Vemos esses papeis em Efésios 5.23-25. O versículo 24 fala à esposa sobre a sua metade da metáfora; e os versículos 23 e 25 falam sobre a outra metade da metáfora que cabe ao marido. MULHERES, diria Paulo, encontrem o seu papel distintivo como esposas aprendendo sobre a maneira como a igreja se relaciona com Cristo. Mais especificamente, versículo 24: “Assim como a igreja se sujeita a Cristo, também vocês, esposas, devem se sujeitar em tudo a seu marido.” Em seguida, aos HOMENS, Paulo diria: encontrem seu papel distintivo como maridos aprendendo com o modo como Cristo se relaciona com a igreja. PRIMEIRO, o versículo 23: “Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja.” ENTÃO, o versículo 25: “Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela”.
Pense nisto por um momento, tendo em vista tudo o que nós vimos até agora nesta série de mensagens. Tentei demonstrar em Gênesis 1–3 que quando o pecado entrou no mundo, ele arruinou a harmonia do casamento, não porque tenha imposto ao relacionamento conjugal a autoridade ou a liderança por parte do marido e a submissão por parte da mulher, nada disso!; quando o pecado entrou no mundo, o que ele realmente fez foi pegar o que já existia – isto é, autoridade ou liderança (do homem) e submissão (da mulher) – e transformar a autoridade ou a liderança mansa, humilde e amorosa do homem em dominação hostil, indiferença, preguiça e omissão. E fez mais: o pecado também transformou a submissão inteligente e voluntária por parte da mulher em jeitinho manipulador e insubmissão à autoridade ou liderança do marido.
VEJA BEM: o pecado não criou autoridades ou liderança (para o homem) e submissão (para a mulher); o que o pecado fez, de fato, foi distorcer e deformar, tornando-as em algo feio e destrutivo. POIS BEM, a redenção que obtemos em Cristo não promove a revogação da ordem original criada por Deus: liderança amorosa (para o homem) e submissão voluntária (para a mulher), mas a restauração delas das garras do pecado. É exatamente isso o que encontramos em Efésios 5.21-33. PAULO DIRIA ÀS PARTES ENVOLVIDAS: esposas, permitam que a sua submissão caída no pecado seja redimida em Cristo, modelando-a segundo a intenção de Deus para a igreja em relação a Cristo; e, maridos, permitam que a sua liderança caída no pecado seja redimida em Cristo, modelando-a segundo a intenção de Deus para Cristo em relação à igreja!
Portanto, A AUTORIDADE OU A LIDERANÇA por parte do marido não é um direito à voz de comando e de controle. É uma responsabilidade de amar como Cristo amou: dando a vida por sua esposa na forma de liderança servil. Marcos 10.45: “Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”. É por isso, então, que Paulo falará sobre a liderança do marido como sendo pautada, podemos dizer assim, [1.] no amor sacrificial (v. 25), [2.] no amor santificador (vs. 26-27) e [3.] no amor saudável (vs. 28-30) – modelados por Cristo:
Efésios 5.25-30 25Maridos, ame cada um a sua esposa, [1. amor sacrificial:] como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, 26a fim de [2. amor santificador:] torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra. 27Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. 28Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua esposa, [3. amor saudável:] como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo. 29Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja. 30E nós somos membros de seu corpo.
Esse, portanto, é o tipo de autoridade e de liderança que o marido deve desempenhar no casamento. E A SUBMISSÃO por parte da mulher não será servil, coagida ou acovardada. Não é assim que Cristo quer que a igreja responda à sua liderança; ele quer, de fato, uma resposta livre, disposta, alegre e convicta; de outra forma, não faria sentido Jesus dizer o que disse a respeito do tipo de adoradores que Deus busca: pessoas que o adorem em espírito e em verdade (cf. Jo 4.23-25) – isto é, de coração e com conteúdo. Com efeito, John MacArthur, sobre essa passagem no Evangelho de João, escreveu:
O substantivo “espírito” não se refere ao Espírito Santo, mas ao espírito humano. O ponto de Jesus aqui é que uma pessoa deve adorar não simplesmente pela conformidade externa com os rituais e lugares religiosos (externamente), mas interiormente (“em espírito”), com a atitude correta do coração. A referência à “verdade” faz alusão à adoração a Deus consistente com a Escritura revelada e centrada [em Cristo, o qual revela o Pai].
Portanto, por inferência, podemos dizer que o tipo de submissão que se requer da esposa em relação ao marido, se de fato tiver que espelhar a submissão da igreja a Cristo, não será servil, coagida ou acovardada, antes, deverá ser do tipo livre, disposta, alegre e convicta, isto é: iluminada e impelida pela verdade da Palavra. Fosse de qualquer outro modo essa submissão, não faria sentido o que Paulo escreveu:
Efésios 5.22-24 22Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor. 23Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja. 24Assim como a igreja se sujeita a Cristo, também vocês, esposas, devem se sujeitar em tudo a seu marido.
PORTANTO, O QUE EFÉSIOS 5.21-33 FAZ, REALMENTE, são duas coisas intransferíveis e inegociáveis: [1.] ela protege contra os abusos da liderança, ao dizer aos esposos que amem como Jesus – que exerçam autoridade e liderem de forma amorosa e servil como Jesus; e [2.] essa passagem também protege contra a avacalhação da submissão, ao dizer às esposas que respondam à autoridade e liderança do marido da mesma maneira que a igreja deve fazer a Cristo – livre e alegremente, de coração e conscientemente.
Efésios 5.21-33 redime amor e submissão no casamento, ao tornar – pela obra de Cristo e o poder do Espírito – [1.] maridos mais parecidos com Jesus na forma de exercer autoridade e liderança; e ao tornar – também pela obra de Cristo e o poder do Espírito – [2.] esposas mais parecidas com a igreja na forma de se submeter alegre e conscientemente. Meu povo, sinceramente, como o mundo precisa ver essa parábola no casamento do povo de Deus! Ou não? Como é você – e o seu casamento?
Talvez seja útil aqui apresentar uma definição clara de liderança e submissão no casamento, à luz do que nós já definimos como masculinidade e feminilidade bíblicas (em mensagens anteriores) e à luz de Efésios 5.21-33; e encerrar com algumas implicações práticas para as famílias desta igreja.
Autoridade ou liderança do homem no casamento é o chamado divino de um marido para assumir a responsabilidade primária pela liderança servil semelhante à de Cristo, além da responsabilidade primária pela proteção e provisão no lar.
A submissão da mulher no casamento é o chamado divino de uma esposa para honrar e afirmar a autoridade ou liderança de seu marido e, de acordo com seus próprios dons, auxiliá-lo a exercê-la.
Agora… Antes de concluirmos, permitam-me algumas aplicações pontuais.
1. A REDENÇÃO DA AUTORIDADE E LIDERANÇA DO HOMEM. É claro que há algo errado no relacionamento marido e mulher: há abusos (de ambas as partes, sobretudo por parte do homem), mas a solução não é a destruição do masculino e da autoridade e liderança do homem. O caminho e a redenção da autoridade e da liderança do homem.
O chamado em Efésios 5.25 – “Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela” – revoluciona a maneira como o homem deve exercer autoridade e liderar. Paulo, de fato, está alinhado com Jesus, que disse assim: Lucas 22.26 – “Entre vocês [que lideram], porém, será diferente. Que o maior entre vocês ocupe a posição inferior, e o líder seja o servo.” EM OUTRAS PALAVRAS, MARIDOS, não parem de liderar, mas redimam toda a sua liderança, tornando-a em serviço ou obra de amor. Aos homens, aos maridos, a responsabilidade da liderança é dada não para que se vangloriem, mas para que edifiquem a esposa e o lar.
2. A REDENÇÃO DA SUBMISSÃO DA MULHER. Submissão não significa colocar o marido no lugar de Cristo, sobre um pedestal (lembrem-se: não são os discípulos que lavam os pés, mas Cristo os lava aos discípulos!). Efésios 5.21-22, com efeito, diz que a esposa se submeter ao marido por reverência ou temor a Cristo: “Sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo. Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor.”
Submissão, portanto, não significa que a palavra do marido é final ou absoluta. Somente a palavra de Cristo é final e absoluta. Tem mais: esposa nenhuma deve seguir o marido em pecado ou no pecado, tampouco ser conivente com pecado. Ela não terá como fazer isso “por temor a Cristo” ou “como ao Senhor”. Submissão não significa renunciar ao próprio pensamento, sem poder, de algum modo edificante, claro!, argumentar. Submissão não significa que a esposa não influencie nas decisões ou que não influencie o marido. Submissão não vem da ignorância ou da incompetência da mulher, mas do que é adequado e apropriado na ordem da criação. Preste atenção a estes textos:
Colossenses 3.18-19 18Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como é próprio a quem está no Senhor. 19Maridos, ame cada um a sua esposa e nunca a trate com aspereza [com amargor, produzindo gosto amargo].
Gálatas 3.26-29 26Pois todos vocês são filhos de Deus por meio da fé em Cristo Jesus. 27Todos que foram unidos com Cristo no batismo se revestiram de Cristo. 28Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus. 29E agora que pertencem a Cristo, são verdadeiros filhos de Abraão, herdeiros dele segundo a promessa de Deus.
1Pedro 3.1-7 1Da mesma forma, vocês, esposas, sujeitem-se à autoridade de seu marido. Assim, mesmo que ele se recuse a obedecer à palavra, será conquistado por sua conduta, sem palavra alguma, 2mas por observar seu modo de viver puro e reverente. 3Não se preocupem com a beleza exterior obtida com penteados extravagantes, joias caras e roupas bonitas. 4Em vez disso, vistam-se com a beleza que vem de dentro e que não desaparece, a beleza de um espírito amável e sereno, tão precioso para Deus. 5Era assim que se adornavam as mulheres santas do passado. Elas depositavam sua confiança em Deus e se sujeitavam à autoridade do marido. 6Sara, por exemplo, obedecia a Abraão e o chamava de senhor. Vocês são filhas dela quando praticam o bem, sem medo algum. 7 Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos no convívio com ela, pois, ainda que seja mais frágil que vocês, ela é igualmente participante da dádiva de nova vida concedida por Deus. Tratem-na de maneira correta, para que nada atrapalhe suas orações.
RESUMINDO: a submissão é uma inclinação da vontade da esposa para dizer sim à liderança do marido, e uma disposição do coração para apoiar suas iniciativas. A razão pela qual dizemos que é uma disposição e uma inclinação é que haverá momentos em que mesmo a esposa mais submissa hesitará diante de alguma decisão do marido. Não parecerá sábio para ela. — O que fazer, então? — Ora, suponha que sejamos Cris e eu. Estou prestes a fazer algo tolo, que poderá prejudicar a família. Nesse momento, Cris poderia expressar sua submissão mais ou menos assim: “Amor, eu sei que você pensou muito sobre isso, orou muito sobre isso, e saiba que eu amo quando você toma a iniciativa de planejar para nós e assume a responsabilidade dessa maneira, mas eu realmente não estou tranquila com essa direção, e acho que precisamos conversar um pouco mais sobre isso, orar juntos. Que tal? Talvez hoje à noite, quando chegar à casa?”
Veja, a razão de atitude semelhante ser um tipo de submissão bíblica é que
Quando o homem tem o senso de sua responsabilidade primária dada por Deus para a vida espiritual da família, reunindo a família para as devoções, levando-os à igreja, chamando-os para a oração nas refeições – quando ele sente uma responsabilidade primária dada por Deus para a disciplina e a educação dos filhos, a administração do dinheiro, a provisão de comida, a segurança do lar, a cura da discórdia, e esse senso especial de responsabilidade é colocado em prática não de modo autoritário, autocrático, dominador, mandão, opressivo ou abusivo, mas com autoridade e liderança servil, esposa nenhuma resistirá. E se resistir, você deverá continuar fazendo exatamente o mesmo, o mesmo que Cristo fez e faz pela igreja. Agora… Eu ainda não conheci uma esposa que se arrependesse de ser casada com um homem assim. Porque quando Deus projeta uma coisa (como o casamento), ele a projeta para a sua glória e o nosso bem.
S.D.G. L.B.Peixoto
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