25.02.2024
1Pedro 1.22-25, NAA 22Uma vez que vocês foram purificados de seus pecados quando obedeceram à verdade, tenham como alvo agora o amor fraternal sem fingimento. Amem uns aos outros sinceramente, de todo o coração. 23Pois vocês nasceram de novo, não para uma vida que pode ser destruída, mas para uma vida que durará para sempre, porque vem da eterna e viva palavra de Deus. 24Pois, “Os seres humanos são como o capim; sua beleza é como as flores do campo. O capim seca e as flores murcham, 25mas a palavra do Senhor permanece para sempre”. E essa palavra é a mensagem das boas-novas que lhes foi anunciada.
Amar é uma das coisas mais difíceis na vida. Amar como se deve amar envolve dor e sofrimento. Decepção, traição, separação, impotência, luto… tudo isso – e muito mais! – poderá vir embalado no amor. É por isso que muita gente, com o coração partido de tanto amar, já desistiu do amor, ou pelo menos diz ter se fechado para qualquer tipo de relacionamento, para nunca mais sofrer de tanto ter amado. Carlos Drumond de Andrade eternizou estas linhas de uma das estrofes do poema “Amar”: “Este o nosso destino: amor sem conta, […] doação ilimitada a uma completa ingratidão”.
A mensagem de hoje é para quem sabe que precisa amar, mas tem medo de se envolver e de sofrer; é para quem ama e deseja continuar amando, custe o que custar; é para quem ainda não se deu conta de que não lhe resta outra opção, senão amar, amar “o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua mente e de todas as suas forças [… e amar, amar também] o seu próximo como a si mesmo” (cf. Mc 12.30-31). — E sabe por que você deve amar assim? — Pois o Senhor Jesus mesmo foi quem disse: “Nenhum outro mandamento é maior que esses [os de amar a Deus e ao próximo]” (Mc 12.31). Foi por isso que Pedro escreveu o que nós lemos no início: “tenham como alvo agora o amor” (1Pe 1.22).
Este, portanto, é O TEMA DESTA MENSAGEM: Tenha como alvo o amor, o tipo de amor invencível, que não se deixa vencer pela decepção, traição, separação, impotência, luto… o amor invencível, que não se deixa vencer por coisa alguma, nada neste mundo.
Depois de três domingos dedicados à 1Pedro 1, chegamos ao final desta série de quatro mensagens. Nosso foco esta noite são os últimos versículos do capítulo: 1Pedro 1.22-25. No centro deste texto está a ordem para se amar fraternalmente, amar uns aos outros sem fingimento (v. 22). Graças a Deus que nós não somos deixamos apenas com o imperativo: “ame sem fingimento”, isto seria difícil demais, até impossível. O Senhor é tão gracioso que, com a ordem para amar, está revelada também a coisa mais importante a ser observada neste texto, e é isto: o poder para amar vem da esperança em Deus.
Portanto, para realmente sentir a força desta verdade – i.e., o poder para amar vem da esperança em Deus –, inicialmente nós daremos um passo atrás para termos uma visão geral de 1Pedro 1; só então olharemos atentamente para o que Pedro está dizendo nos versículos 22-25. É deste modo que se estuda a Bíblia: sempre levando em conta a ideia central de cada texto, à luz de seu contexto imediato e da Bíblia como um todo.
Pois bem… veja comigo. Note como 1Pedro 1 é todinho sobre esperança.
1Pedro 1.3 estabelece o tom – e que tom, meu Deus! –, leia (NAA):
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
Ou seja: nascer de novo pelo poder de Deus, nascer de novo pelo Espírito Santo significa tornar-se uma pessoa com “viva esperança”.
Preste bastante atenção ao que Pedro está nos dizendo: a essência da novidade de vida, o que realmente caracteriza aqueles que nasceram de novo, a marca número um do crente é a esperança incessante, é a esperança que nunca morre, é a “viva esperança” naquilo que Deus pode fazer nesse cristão, por meio desse cristão e para esse cristão, em vez de esse cristão esperar nas suas próprias forças, no seu próprio potencial, na sua própria sabedoria ou coisa do tipo; o cristão espera em Deus, espera de Deus e espera para Deus; o cristão não espera no homem, do homem e para o homem.
Sabe o que é mais espetacular? Pedro afirma que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos para nos dar esse tipo de esperança. Ou seja: nós não precisamos temer. A morte agora não nos toca o terror. O pior inimigo da nossa vida, o pior monstro do nosso futuro já foi derrotado – na morte e ressurreição do Senho Jesus Cristo, o Salvador:
1Pedro 1.3 (NAA) Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
Pedro vai além, no versículo seguinte, o verso 4, e sublinha a certeza e a grandiosidade do nosso futuro, dizendo-nos que, como filhos nascidos de Deus, nós já temos uma herança com quatro características que nos enchem ainda mais de esperança; trata-se de “uma herança” – leia aí no versículo 4 – “[1.] que não pode ser destruída, [2.] que não fica manchada, [3.] que não murcha e [4.] que está reservada nos céus para vocês”. Que maravilha, meu Deus! O futuro que Deus preparou para você, filho de Deus, é brilhante! Está garantido. Jamais será destruído. Jamais estragará. Está guardado a sete chaves para você, crente em Jesus, está guardado e garantido pelo próprio Deus.
O versículo 5 robustece essa nossa esperança, dizendo-nos não apenas que a nossa herança está reservada para nós, mas também que estamos guardados para a nossa herança. Afinal, pense bem, de que valeria uma herança se nós não a pudéssemos desfrutar. É por isso que Pedro complementa o versículo 4 com o 5, nestas palavras:
1Pedro 1.4-5 (NAA) 4para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês, 5que são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para ser revelada no último tempo.
Deus mesmo cuida, com poder imbatível, para que nossa fé não falhe, e desse modo nós – com uma fé invencível (v. 5), com uma viva esperança (v. 3), com fé e esperança que jamais morrerão (vs. 3 e 5) – sejamos preservados para desfrutar da herança imperecível que está reservada para nós, seus filhos (v. 4). É por isso que nós vivemos para louvar o Senhor, 1Pedro 1.6 (NAA): “Nisso vocês exultam [vocês exultam na herança guardada a sete chaves para vocês e vocês exultam na forma como Deus mesmo preserva vocês para desfrutarem dessa herança, vs. 4-5], embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejam contristados por várias provações”.
Então, em 1Pedro 1.7, o apóstolo contrasta o ouro que perece com a nossa fé imperecível (posto que a fé é sustentada pelo próprio Deus). Pedro diz assim: se o ouro é refinado pelo fogo, embora seja perecível, quanto mais refinada será a sua fé tão valiosa, quanto mais refinada no fogo do sofrimento será a sua fé – e a sua fé não é perecível como o ouro, ela não será destruída (será purificada)! Esta é a nota da esperança nestes versículos: o sofrimento não destruirá sua fé, crente; o sofrimento refinará sua fé, e isto redundará em honra, louvor e tanto mais amor por Jesus Cristo. Leia e exulte, ó crente!:
1Pedro 1.7-8 (NAA) 7para que, uma vez confirmado o valor da fé que vocês têm, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado pelo fogo, resulte em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. 8Mesmo sem tê-lo visto vocês o amam. Mesmo não o vendo agora, mas crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória,
1Pedro 1.9 seguirá destacando o tom da esperança neste capítulo, dizendo-nos novamente (como foi dito no v. 5) que o resultado da nossa fé será a salvação das nossas almas. Jamais morreremos. Seremos salvos, para sempre.
Então, 1Pedro 1.10-12 turbinará a nossa esperança com relação a este futuro brilhante, revelando-nos que os grandes profetas do Antigo Testamento ansiaram ver o que nós, pela revelação completa em Cristo, conseguimos ver, mas eles não a enxergaram com tanta clareza; e até mesmo os anjos desejam contemplar o evangelho – a boa-notícia – de nossa salvação completa em Jesus Cristo.
Então, depois de 12 versículos de EXULTAÇÃO PELO QUE DEUS FEZ para nos dar “uma viva esperança” (v. 3), Pedro nos entrega quatro mandamentos – na forma de imperativos –, nos versículos restantes de 1Pedro (vs. 13-25).
O PRIMEIRO IMPERATIVO está no versículo 13 (NAA): “Por isso [por tudo o que Deus fez para no dar esperança, e que foi descrito até o versículo 12… por isso], preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.” Em outras palavras, você acabou de conhecer todos esses motivos para ter esperança; portanto, ESPERE! Espere sem vacilar! Espere sem moderação! Espere inteiramente na graça de Deus, revelada em Jesus Cristo.
O SEGUNDO IMPERATIVO está no versículo 15 (NAA): “[…] assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem […]”. O primeiro mandamento é: “Tenha esperança em Deus”. E o segundo mandamento é: “Sejam santos como Deus”. Se você realmente espera em Deus, você não pode ser indiferente ao fato de amar o que Deus ama – isto é, tornar-se santo como ele é santo. Observe como Paulo colocou essa mesma verdade (santidade e amor uns pelos outros):
1Tessalonicenses 3.12-13 (NAA) 12E o Senhor faça com que cresça e aumente o amor de uns para com os outros e para com todos, como também o nosso amor por vocês, 13a fim de que o coração de vocês seja fortalecido em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos.
O TERCEIRO IMPERATIVO de 1Pedro 1 é, a princípio, contraditório – em relação ao imperativo da esperança. Só que ele, de fato, está enraizado na esperança. Versículo 17b (NAA): “vivam em temor durante o tempo da peregrinação de vocês”. — “Temor?!” — Como é que o temor se relaciona com a esperança?! A resposta está nos versos seguintes. Veja a base desse temor no versículo 18 (NAA): “[vivam em temor, v. 17…] sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados”, mas (como diz o versículo 19) “pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.”
Lógica estranha!, a princípio.
Temor! Temor porque o resgate pago para resgatá-lo não é perecível, mas é o sangue permanente e precioso de Cristo!? Como assim Pedro?! Temer o fato de que Cristo nos resgatou, para sempre?! Como assim!?
A questão é esta, meu povo (vimos na semana passada): não trate com desprezo o resgate pago pela sua alma. Será terrível tratar com desprezo o resgate pago por Deus, pago com o sangue precioso e permanente do Filho eterno de Deus. Não despreze o sangue de Jesus. Isto é, tema agir como se o futuro que Deus está preparando para você, às custas do sangue preciosos e permanente de Jesus, não fosse seguro e satisfatório. É uma coisa terrível não ter esperança em Deus, crente!
Por mais estranho que pareça, o objetivo do terceiro mandamento de 1Pedro – “viva em temor” (v. 17) é este: tema não esperar inteiramente na graça de Deus (v. 13); tema não ser santo como Deus é santo (v. 15); tema viver como quem chama Deus de pai, mas vive como filho do diabo, vive como o diabo gosta (v. 17); tema tratar com desprezo o peço pago para a sua recondução a Deus, 1Pedro 3.18 (NAA): “Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus”.
Espere em Deus (v. 13). Seja santo como Deus é santo (v. 15). Tema a Deus (v. 17).
Finalmente, chegamos ao QUARTO IMPERATIVO, no texto de hoje, 1Pedro 1.22b (NAA): “amem intensamente uns aos outros de coração puro”.
LEMBRE-SE DO QUE EU DISSE NO INÍCIO: o mais importante a se notar neste texto é que o poder para amar vem da esperança em Deus. E o que nós já aprendemos é que praticamente tudo em 1Pedro 1 está relacionado com esperança em Deus, esperança no que Deus fez, esperança no que Deus fará. Ou seja: Pedro exulta com tudo o que Deus fez e está fazendo para tornar o futuro do seu povo infinita e infalivelmente feliz. Pedro está descrevendo como vivem as pessoas que são capturadas por esta verdade, e realmente creem nesta verdade.
Portanto, não é surpreendente que o quarto imperativo – AMAR UNS AOS OUTROS – esteja imprensado entre duas razões para amar, que são ambas (como veremos) descrições do nascimento da esperança. Pedro nos demonstrará que o amor está envolto em esperança. O amor obtém sua vida da esperança. Se não formos um povo cheio de esperança, não seremos um povo amoroso. Sem esperança a gente desiste de amar.
Paulo, por exemplo, ensinou também que o tipo de amor que devemos ter uns pelos outros, o tipo de amor que vence a decepção, a traição, a separação, a impotência, o luto… e tudo o mais… e continua amando, esse amor é fruto de fé e de esperança, é fruto do Espírito que age em nós, produzindo o amor (pela fé e pela esperança). Veja, concluindo a carta aos efésios, Paulo escreveu assim:
Efésios 6.23-24 (NAA) 23Paz seja com os irmãos e amor com fé, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. 24A graça esteja com todos os que amam sinceramente o nosso Senhor Jesus Cristo.
Ou seja: amor é fruto da fé, amor é fruto de quem ama sinceramente a Cristo.
João, o apóstolo do amor, ensinou que o amor, o amor sincero a Cristo, a fé em Cristo, lança fora o medo de amar o próximo, custe o que custar. Leia:
1João 4.18-21 (NAA) 18No amor não existe medo; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o medo. […] 19Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 20Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21E o mandamento que dele temos é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão.
Só consegue amar assim quem extrai da esperança em Deus o poder para amar. E isso nos traz a 1Pedro 1.22-25.
Observe: [1.] há uma razão para amar, dada antes da ordem para amar (v. 22a); e [2.] há uma razão para amar, dada após ordem para amar (v. 23). A ordem para amar está no final do versículo 22. Leia: Versículo 22a (NAA): “Tendo purificado a alma pela obediência à verdade, e com vistas ao amor fraternal não fingido”. ESTA É A RAZÃO NÚMERO UM PARA AMAR: vocês purificaram suas almas, obedecendo à verdade… portanto (v. 22b), “amem intensamente uns aos outros de coração puro”.
A seguir, a segunda razão para amar. Leia: versículo 23 (NAA): “[v. 22: amem intensamente uns aos outros de coração puro… agora, v. 23:] Porque […amem porque…] vocês foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.” ESTA É A RAZÃO NÚMERO DOIS PARA AMAR: porque vocês nasceram de novo pela Palavra viva e permanente de Deus.
Pedro, como um bom arquiteto, está nos descrevendo o seguinte: a lâmpada do amor fraternal, a lâmpada do amor que nutrimos uns pelos outros, o tipo de amor que, pelo seu brilho, dará provas ao mundo de que somos verdadeiramente discípulos de Cristo (cf. Jo 13.35)… esse amor é sustentado por duas colunas: [1.] a salvação pela palavra de Deus (v. 23) e [2.] a santificação pela palavra de Deus (v. 22a), [1.] o novo nascimento pela palavra de Deus (v. 23) e [2.] o coração purificado pela palavra de Deus (v. 22a). CURIOSO é que Pedro colocou a purificação ou a santificação antes do novo nascimento ou da salvação. — Você percebeu? — Eu penso que é para destacar que o novo nascimento é comprovado pela purificação ou que a salvação é comprovada pela santificação. Observe:
1Pedro 1.22-23 (NAA) 22[purificação/santificação] Uma vez que vocês foram purificados de seus pecados quando obedeceram à verdade, tenham como alvo agora o amor fraternal sem fingimento. Amem uns aos outros sinceramente, de todo o coração. 23[novo nascimento/salvação] Pois vocês nasceram de novo, não para uma vida que pode ser destruída, mas para uma vida que durará para sempre, porque vem da eterna e viva palavra de Deus.
Então, se for para você conseguir amar, amar como Deus deseja que amemos – amar a Deus e ao próximo como nós amamos a nós mesmos – estas duas coisas têm que acontecer com você: [1.] você tem que nascer de novo pela palavra de Deus e [2.] o seu coração tem que ser purificado pela obediência à palavra viva e eterna de Deus.
Mas onde está a esperança que sustenta ou fortalece ou faz frutificar o amor?
PRIMEIRO, note que cada frase do versículo 23 está sustentada na esperança, o ponto em cada fase é a esperança [leia]: “Pois vocês nasceram de novo, não para uma vida que pode ser destruída, mas para uma vida que durará para sempre, porque vem da eterna e viva palavra de Deus.” PEDRO AMA ESTA VERDADE: a nossa herança “não pode ser destruída” (v. 4); a nossa fé não é perecível (v. 7); o preço pago pelo nosso resgate não é perecível (vs. 18-19); e a palavra de Deus também não é perecível nem estática (v. 23). QUAL É O OBJETIVO DE PEDRO? Destacar que essas coisas duram para sempre. Jamais darão errado. Permanecerão enquanto Deus permanecer, e aqueles que permanecerem nele jamais cairão. Ora, o que esta certeza toda provoca no cristão? O que a certeza de que a herança eterna, a fé do crente, o sangue de Jesus e a palavra de Deus são imperecíveis… o que tudo isso provoca em nós, crentes? ESPERANÇA! Leia:
1Pedro 1.23-25 (NAA) 23[amem uns aos outros com toda sinceridade do coração] Pois vocês nasceram de novo, não para uma vida que pode ser destruída, mas para uma vida que durará para sempre, porque vem da eterna e viva palavra de Deus. 24Pois, “Os seres humanos são como o capim; sua beleza é como as flores do campo. O capim seca e as flores murcham, 25mas a palavra do Senhor permanece para sempre”. E essa palavra é a mensagem das boas-novas que lhes foi anunciada.
A palavra de Deus da qual Pedro está falando [citando Isaías 40.6-8] é o evangelho que foi pregado aos crentes – i.e., as boas-novas sobre as quais nós já lemos neste capítulo: o nosso resgate pelo sangue de Cristo (vs. 18-19), a ressurreição de Cristo (vs. 3, 21), o poder mantenedor de Deus e a salvação garantida por Deus (v. 5). Todas essas boas-novas foram e são pregadas para manterem vivas a nossa fé, a nossa esperança e, consequentemente, o nosso amor. Ou seja: o poder para amar vem da esperança que a palavra de Deus mesma planta, faz nascer, crescer e cultiva em nós, os crentes.
Pois bem, aqui está a coluna que sustenta a lâmpada do amor na igreja – amem uns aos outros fervorosamente, de coração, – pois vocês nasceram de novo por uma semente, uma Palavra que é imperecível, que é viva e permanente, e que não é como capim que seca e flor que murcha, mas permanece para sempre.
Mas qual é o sentido de dar tanta importância à permanência da Palavra?
A questão é que tudo o que nasce de alguma semente, carrega em si o DNA dessa semente. Você nasce da semente de seus pais, então você assume o caráter dessa semente. Todo organismo vivo carrega em si o caráter da semente da qual ele foi gerado. E o que Pedro quer que vejamos é que a semente que nos gerou, que nos fez nascer de novo, foi a palavra de Deus que é imperecível, viva, permanente e duradoura, ela é eterna. Portanto, é isso o que nós mesmos somos: eternos. Coisa algum, nada será capaz de nos destruir – eternamente. POR QUE CRER NISSO? Esperança.
TROCANDO EM MIÚDOS: um dos pilares que sustentam a lâmpada do amor é o coração cheio da ESPERANÇA que foi gerada pela palavra de Deus no nascido de novo. Uma esperança que se libertou de todas as ervas e flores do mundo.
SINCERAMENTE: Sabe qual é uma das coisas que nos impede de amar? É o medo de que, se pagarmos o preço do amor, perderemos as coisas brilhantes que a vida neste mundo deveria nos oferecer. Lembre-se, porém, de que (como está em 1Pedro 1.24-25:) “Os seres humanos são como o capim; sua beleza é como as flores do campo. O capim seca e as flores murcham, mas a palavra do Senhor permanece para sempre”.
Pense comigo:
se “[tivermos] como alvo agora o amor fraternal sem fingimento. [Se amarmos] uns aos outros sinceramente, de todo o coração” (1Pe 1.22), isso certamente custará caro; o preço será perdermos um pouco da glória do capim que seca e das flores do campo que murcham (v. 24) – que são pelo que todas as pessoas neste mundo vivem. ENTÃO, o poder para superar esse medo inútil de viver é o poder da ESPERANÇA – esperança de que a glória deste mundo está passando e nós que nascemos de novo, através da palavra de Deus, e esperamos na palavra de Deus, perduraremos para sempre. Paulo sabia bem disso, quando escreveu:
Romanos 8.35-39 (NAA) 35Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo ou a espada? […] 37Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
AGORA, SÓ CONSEGUE SE AGARRAR A ESSA ESPERANÇA E VIVER COM FÉ, amando o próximo com amor fraternal, de todo o coração, aqueles que conseguirem – uma vez nascidos de novo pela palavra de Deus (1Pe 1.23-25) – manter o coração purificado das esperanças fúteis e vazias do pecado. Estamos falando do OUTRO PILAR QUE SUSTENTA A LÂMPADA DO AMOR, 1Pedro 1.22:
Uma vez que vocês foram purificados de seus pecados quando obedeceram à verdade, tenham como alvo agora o amor fraternal sem fingimento. Amem uns aos outros sinceramente, de todo o coração.
Esperar em Deus purifica as esperanças fúteis e vazias da carne. Convence-nos de que se vivermos para as flores coloridas do dinheiro, do conforto, da fama, do sexo e do lazer, murcharemos e morreremos. E quando a nova esperança em Cristo purificar as esperanças antigas e fúteis do pecado, e se apoiar na promessa imperecível, viva, permanente e eterna da palavra de Deus, então, e somente então, poderemos amar uns aos outros sinceramente – de coração.
Agora nós podemos ver o quadro completo: a lâmpada do amor é sustentada por dois pilares. UM PILAR é o ato soberano de Deus – ele nos faz nascer de novo através da palavra viva e permanente de Deus – o evangelho da glória e da graça de Deus. O OUTRO PILAR é a nossa resposta a esse ato divino: como filhos recém-nascidos de Deus, ouvimos a palavra do nosso Pai e o obedecemos, depositando nele a nossa esperança. RESULTADO: quando esperamos em Deus — em que o futuro que ele comprou para nós, com o sangue do próprio Filho, é maior do que toda a glória que o mundo pode oferecer — então os nossos corações serão limpos e nós ficaremos livres para amar uns aos outros sinceramente e de coração.
EIS O QUE NÃO PODE FALTAR NA MOCHILA DO PEREGRINO CRISTÃO: [1.] esperança em Deus (para nascer de novo e se manter vivo, até o céu), santidade (sem a qual não veremos o Senhor, ninguém verá o Senhor), temor (dizer-se filho de Deus e querer viver como o diabo gosta, desprezando a preciosidade e o poder do sangue de Cristo) e amor (que é a prova de que somos filhos de Deus).
Agora seria muito bom lermos o capítulo todo sob essa ótica, 1Pedro 1 (NAA):
Prefácio e saudação
1Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Diáspora no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na Ásia e na Bitínia, 2eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo.
Que a graça e a paz lhes sejam multiplicadas.
Uma viva esperança
3Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4para uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha e que está reservada nos céus para vocês, 5que são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para ser revelada no último tempo. 6Nisso vocês exultam, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejam contristados por várias provações, 7para que, uma vez confirmado o valor da fé que vocês têm, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado pelo fogo, resulte em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. 8Mesmo sem tê-lo visto vocês o amam. Mesmo não o vendo agora, mas crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória, 9obtendo o alvo dessa fé: a salvação da alma.
10Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e investigaram. Eles profetizaram a respeito da graça destinada a vocês, 11investigando qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas que eram indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao predizer os sofrimentos que Cristo teria de suportar e as glórias que viriam depois desses sofrimentos. 12A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vocês, ministravam as coisas que, agora, foram anunciadas a vocês por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, lhes pregaram o evangelho, coisas essas que anjos desejam contemplar.
A santidade na vida
13Por isso, preparando o seu entendimento, sejam sóbrios e esperem inteiramente na graça que lhes está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não vivam conforme as paixões que vocês tinham anteriormente, quando ainda estavam na ignorância. 15Pelo contrário, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 16porque está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo.”
17E, se vocês invocam como Pai aquele que, sem parcialidade, julga segundo as obras de cada um, vivam em temor durante o tempo da peregrinação de vocês, 18sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. 20Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês. 21Por meio dele, vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.
22Tendo purificado a alma pela obediência à verdade, e com vistas ao amor fraternal não fingido, amem intensamente uns aos outros de coração puro. 23Porque vocês foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. 24Porque “toda a humanidade é como a erva do campo, e toda a sua glória é como a flor da erva. A erva seca, e a flor cai; 25mas a palavra do Senhor permanece para sempre.”
Esta palavra é o evangelho que foi anunciado a vocês.
S.D.G. L.B.Peixoto
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