14.11.2021
[Mateus 16.15-19] 15“E vocês?”, perguntou ele. “Quem vocês dizem que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. 17Jesus disse: “Que grande privilégio você teve, Simão, filho de João! Foi meu Pai no céu quem lhe revelou isso. Nenhum ser humano saberia por si só. 18Agora eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja, e as forças da morte não a conquistarão. 19Eu lhe darei as chaves do reino dos céus. O que você ligar na terra terá sido ligado no céu, e o que você desligar na terra terá sido desligado no céu”.
[Mateus 18.17-18] 17Se ainda assim ele se recusar a ouvir, apresente o caso à igreja. Então, se ele não aceitar nem mesmo a decisão da igreja, trate-o como gentio ou como cobrador de impostos. 18“Eu lhes digo a verdade: o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e o que desligarem na terra terá sido desligado no céu.
Mark Twain tinha razão, as partes da Bíblia que mais nos incomodam não são as que não conseguimos entender, são as que nós entendemos. Isso é verdade inclusive para muitos cristãos “que creem na Bíblia”. Inda mais perturbador o incômodo é quando as partes bíblicas são aquelas que tratam da responsabilidade dos membros da igreja.
Pense no modo como a nossa cultura – a cultura Ocidental – afeta a todos nós, inclusive cristãos professos. As pessoas costumam dizer que amam a Cristo, e que o problema é a igreja. Eu até consigo entender alguma coisa embutida nessa afirmação – por exemplo, a hipocrisia de alguns cristãos são de fato nojentas – , mas daí rechaçar a instituição que o próprio Cristo edificou (o corpo de Cristo, a igreja) é outra história bem diferente. Nossa cultura também celebra o “ser livre” e o “fazer do meu jeito”. Com efeito, alguns publicitários encontraram a galinha dos ovos de ouro ao apelarem explicitamente ao nosso narcisismo: “Faça do seu jeito” ou “Você está no controle”. Vivendo nessa atmosfera, é fácil querer os benefícios, mas não as responsabilidades de se pertencer de corpo e alma às amizades, ao casamento, ao ambiente de trabalho e à igreja local.
Michael Horton foi preciso ao dizer que não devemos culpar somente a cultura de fora da igreja por esse “espírito livre”. Os evangélicos vêm sendo forjados em grande parte por uma piedade que coloca o relacionamento pessoal com Jesus em oposição à igreja e seus desdobramentos na membresia de uma igreja local. Ao longo do caminho, muitos de nós foram criados com o apelo evangelístico que diz: “Não estou pedindo que você se una à igreja, mas que aceite Jesus como seu Salvador pessoal”. Não é verdade?
Ora, não surpreende que, após sucessivos discursos desse tipo, “ser salvo” tenha pouco a dizer sobre a necessidade de se filiar a uma igreja local. E agora existem até mesmo movimentos evangélicos que abandonaram totalmente a visão da membresia na igreja. Apenas dizem às pessoas que apareçam… ou não (ah! e traga também seu pet! de pequeno porte, viu?). Nesse balaio de gatos (e de cachorros e de humanos), há quem proclame que ser igreja não significa se associar à igreja. Em vez disso, encorajam que as pessoas encontrem seus recursos espirituais na internet e em ajuntamentos informais.
O problema é que há passagens bíblicas que de tão claras e óbvias nos incomodam – por exemplo, Mateus 16.15-19 e Mateus 18.17-18, onde nós lemos Jesus nos chamando não para nos associarmos a uma igreja, mas para nos submetermos à igreja:
Mateus 18.17-18 17Se ainda assim ele se recusar a ouvir, apresente o caso à igreja. Então, se ele não aceitar nem mesmo a decisão da igreja, trate-o como gentio ou como cobrador de impostos. 18“Eu lhes digo a verdade: o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e o que desligarem na terra terá sido desligado no céu.
Ora, gente, a igreja não é simplesmente outra sociedade voluntária, como, por exemplo, os escoteiros ou um clube social.
A igreja é a embaixada do reino de Cristo na terra, e reis, sobretudo o Rei dos reis, não oferecem propostas, vendem produtos e serviços ou fornecem recursos para que as pessoas tenham a capacidade decidir aceitar ou recusar. Cristo é Rei sobre seu povo, ele nos governa com o propósito de nos salvar e nos salva para nos governar. E ao contrário dos soberanos desta terra, Jesus não pede que derramemos sangue de outros por seu reino; em vez disso, ele deu o próprio sangue pelo seu reino. Em seguida, foi ressuscitado em glória, iniciando uma nova humanidade – a igreja – , e agora está reunindo em seu reino coerdeiros que pertencem uns aos outros, porque, juntos, todos pertencem a ele e se submetem a ele como Rei.
Desse modo, a igreja local é onde você encontrará mais nitidamente o reino de Cristo na terra – ela é a embaixada do reino dos céus na terra – , e desprezar o reino (a embaixada desse reino) é desprezar seu próprio Rei.
REFORÇANDO: a igreja não é o reino; ela é um posto avançado ou uma embaixada desse reino, do reino dos céus. Jesus mesmo foi quem a estabeleceu assim – Mateus 18.18: “o que vocês [igreja, assembleia da igreja reunida, v. 17] ligarem na terra terá sido ligado no céu, e o que desligarem na terra terá sido desligado no céu.”
O que é uma embaixada?
[Estamos usando o texto de Jonathan Leeman: Membresia na igreja: como o mundo sabe quem representa Jesus, editora Vida nova]
Uma embaixada é uma instituição que representa uma nação dentro de outra nação. Ela declara os interesses do país de origem em relação ao país anfitrião e protege os cidadãos da nação de origem que moram na nação anfitriã.
Por exemplo, digamos que você esteja viajando pelos Estados Unidos da América. Durante esse período, seu passaporte brasileiro perde a validade. Se você tentasse sair do país sem renovar seu passaporte, ou mesmo se fosse abordado por alguma autoridade local, entraria em apuros, porque não teria mais um documento válido legitimando que você é um cidadão brasileiro. Uma tarde, você vai à embaixada brasileira em Washington, D.C., e tem seu passaporte renovado. O que aconteceu? A embaixada não te tornou um cidadão brasileiro naquela tarde, mas legitimou tal fato oficialmente. Por quê? Ora, mesmo que você seja um cidadão brasileiro, não tem autoridade sozinho, em si mesmo, para se autodeclarar oficialmente perante as nações. No entanto, a legitimação da embaixada deu a você a condição para continuar passeando em um país estrangeiro protegido por todos os direitos e benefícios de sua cidadania brasileira.
Portanto, uma embaixada representa um lugar dentro de outro lugar do globo terrestre [Brasil dentro dos EUA, por exemplo]. E o que nós estamos dizendo é que existe outro tipo de embaixada, uma que representa um lugar do futuro [igrejas locais dentro deste mundo, representando o reino de Cristo que virá, o novo céu e a nova terra que virá da parte de Deus]. Isso é o que uma igreja local é: uma embaixada. Ela representa todo o grupo de pessoas sob o senhorio de Cristo, que as unirá no final da história:
Apocalipse 11.15 O sétimo anjo tocou sua trombeta, e fortes vozes gritaram no céu: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e de seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”.
MAS NÃO PERCA DE VISTA O SEGUINTE: há um lugar na terra onde os cidadãos dos céus podem, neste momento, encontrar reconhecimento oficial e refúgio: a igreja local. As igrejas representam o domínio de Cristo agora, legitimam e protegem seus cidadãos agora e proclamam suas leis agora. As igrejas locais, seus membros, se prostram diante de Cristo como Rei agora e chamam todos os povos para fazerem o mesmo. Jonatha Leeman colocou nestes termos:
A igreja local é uma embaixada do domínio real, estabelecida no presente, que representa o reino futuro de Cristo e a vinda de sua igreja universal.
O que é um membro de igreja?
Um membro de igreja é alguém que adentra pelas portas da embaixada afirmando pertencer ao reino de Cristo. “Olá, meu nome é cristão.” O oficial da embaixada [a Assembleia da igreja] bate em algumas teclas em seu computador e então diz: “Sim, vejo seu histórico aqui. Aqui está o seu passaporte”. O indivíduo agora pode desfrutar de muitos direitos, benefícios e obrigações da cidadania, apesar de viver em uma terra estrangeira. Mas não somente isso — e aqui está a parte mais interessante —, o indivíduo torna-se parte da própria embaixada, um dos oficiais que legitima e supervisiona outros. Ser um membro de igreja é ser a igreja, pelo menos fazer parte dela.
Um membro de igreja, consequentemente, é alguém que é formalmente reconhecido como um cristão e parte do corpo universal de Cristo. Isso não quer dizer que a igreja sempre acerte, mas esse é seu trabalho: identificar e legitimar, examinar e declarar, no melhor que ela puder, quem pertence e quem não pertence ao reino. Jonathan Leeman colocou nestes termos:
Um membro de igreja é uma pessoa reconhecida oficialmente e publicamente como um cristão diante das nações, assim como alguém que compartilha a mesma autoridade de legitimar e supervisionar oficialmente outros cristãos na sua igreja.
SIM, MEMBRESIA NA IGREJA É MAIS QUE ISSO, MAIS QUE UMA EMBAIXADA – membresia é ser parte de uma família, um corpo, um rebanho, um templo espiritual e uma série de outras coisas, conforme vimos quando estudamos “A Expressão da Igreja” em mensagem anterior. NO ENTANTO, reforçar esse conceito elementar de igreja como embaixada do reino dos céus e de um membro de igreja como uma pessoa oficial e publicamente reconhecida pela embaixada, destaca a autoridade dada por Cristo à igreja, não à nós como cristãos individuais, mas como membros da igreja local.
JESUS NÃO NOS DEU PERMISSÃO PARA NÓS GOVERNARMOS A NÓS MESMOS nem para nos autodeclarar como seus cidadãos por nós mesmos. ELE NOS DEIXOU UMA INSTITUIÇÃO com uma função que tanto nos legitima como cristãos quanto nos ajuda, em seguida, a dar forma e direção à nossa vida cristã. Portanto, membresia importa sim, e muito. Pergunte a Jesus.
Qual é a autoridade da igreja?
A embaixada como autoridade de uma igreja local dá às pessoas que pronunciam as palavras “Estou com Jesus” a oportunidade de demonstrar que tais palavras significam algo. A igreja local guarda a boa reputação de Cristo, separando os que professam de forma verdadeira dos que professam falsamente. A igreja local permite que o mundo olhe através das telas do povo de Deus e veja um quadro autêntico da santidade e do amor de Cristo, e não uma falsificação. A igreja local estabelece um percurso com barreiras de proteção e estações de descanso para a longa jornada da vida cristã.
Os reis e governantes das nações são cuidadosos a respeito de quem eles reconhecem como seus cidadãos. Seria o Rei do universo menos cuidadoso?
Ora, se Jesus instituiu a igreja local com autoridade sobre nós, não nos limitamos a nos filiar a ela como nos filiamos a clubes ou associações voluntárias; nós nos submetemos a ela como fazemos com os governos. Jonathan Leeman colocou deste modo:
Os cristãos não se associam às igrejas; eles se submetem a elas. Tanto a igreja quanto o governo, no final das contas, representam, a autoridade de Jesus, embora de maneiras diferentes. Mesmo pastores e líderes de igrejas devem submeter-se à igreja dessa forma. Eles também devem ter suas cidadanias legitimadas pela igreja através das ordenanças, batismo e ceia do Senhor.
Duas observações importantes:
Mateus 20.24-28 24Quando os outros dez discípulos souberam o que os dois irmãos [Tiago e João, filhos de Zebedeu] haviam pedido [sentarem em lugares de honra ao lado de Jesus, um à sua direita e outro à sua esquerda], ficaram indignados. 25Então Jesus os reuniu e disse: “Vocês sabem que os governantes deste mundo têm poder sobre o povo, e que os oficiais exercem sua autoridade sobre os súditos. 26Entre vocês, porém, será diferente. Quem quiser ser o líder entre vocês, que seja servo, 27e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que se torne escravo. 28Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”.
A igreja local é que legitima a cidadania do reino dos céus; como disse Jesus (Mt 18.17-18): é a igreja reunida que liga e desliga membros, e ela o faz por meio do batismo e da ceia do Senhor. Preste atenção no que Jesus disse em Mateus 18.20: “Pois, onde dois ou três se reúnem em meu nome, eu estou no meio deles”. Nos versículos 17, 18 e 19 Jesus estava falando do ato de ligar e desligar as chaves do reino dos céus. Então concluiu fazendo um enorme esclarecimento (note a conjunção coordenada “pois”) no versículo 20: “Pois, onde dois ou três se reúnem em meu nome, eu estou no meio deles”.
O batismo cristão
O SENHOR mesmo se faz presente no local onde a igreja reunida exerce as chaves do reino dos céus. E esse mesmo SENHOR deu à igreja autoridade e a comissionou para fazer discípulos e batizar:
Mateus 28.18-20 18Jesus se aproximou deles e disse: “Toda a autoridade no céu e na terra me foi dada. 19Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
A igreja, porque ela tem a autoridade das chaves do reino dos céus – i.e., a igreja protege e prega o evangelho do reino – , porque a igreja é o produto, a protetora e a propagadora do evangelho do reino, porque ela tem as chaves do reino dos céus, ela tem autoridade para batizar: para ouvir a profissão de fé de um cristão e declarar (ou não), legitimar (ou não), oficializar (ou não) a fé confessada.
O que simboliza o batismo? O batismo é um símbolo de uma realidade espiritual – uma imagem de nossa união com Cristo em sua morte e ressurreição. Paulo, o apóstolo, colocou deste modo:
Romanos 6.1-4 1Pois bem, devemos continuar pecando para que Deus mostre cada vez mais sua graça? 2Claro que não! Uma vez que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? 3Ou acaso se esqueceram de que, quando fomos unidos a Cristo Jesus no batismo, nos unimos a ele em sua morte? 4Pois, pelo batismo, morremos e fomos sepultados com Cristo. E, assim como ele foi ressuscitado dos mortos pelo poder glorioso do Pai, agora nós também podemos viver uma nova vida.
Mas o batismo não simboliza apenas a nossa união com Cristo, ele também é a maneira de o cristão se associar (ou declarar por simbologia que está se associando à Cristo e) igualmente ao povo de Deus:
1Coríntios 12.13 Alguns de nós são judeus, alguns são gentios, alguns são escravos e alguns são livres, mas todos nós fomos batizados em um só corpo pelo único Espírito, e todos recebemos o privilégio de beber do mesmo Espírito.
Logo, deixar de se submeter à ordenança bíblica do batismo significaria:
O batismo, portanto, é a porta de entrada. É a chave que liga. Logo, deve ser realizado uma única vez (levando em conta que o batismo foi legítimo: crente, sob profissão de fé e por imersão, simbolizando morte e sepultamento com Cristo e ressurreição para uma nova vida em Cristo, realizado em uma igreja protetora e proclamadora do puro evangelho cristão).
A ceia do Senhor
A ceia do Senhor é outra maneira de, a igreja local reunida regularmente, frequentemente, exercer as chaves do reino. 1Coríntios 11.20: “Quando vocês se reúnem”. 1Coríntios 11.26: “Porque cada vez que vocês [reunidos como igreja, vs. 20, 33] comem desse pão e bebem desse cálice, anunciam a morte do Senhor até que ele venha.”
A ceia do Senhor tem RAIZ NO PASSADO – na obra concreta, histórica de Cristo:
1Coríntios 11.23-25 23Pois eu lhes transmiti aquilo que recebi do Senhor. Na noite em que o Senhor Jesus foi traído, ele tomou o pão, 24agradeceu a Deus, partiu-o e disse: “Este é meu corpo, que é entregue por vocês. Façam isto em memória de mim”. 25Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, confirmada com meu sangue. Façam isto em memória de mim, sempre que o beberem”.
A ceia do Senhor tem IMPLICAÇÕES PARA O PRESENTE – vida coerente com o evangelho e ativa no corpo de Cristo, a igreja local:
1Coríntios 11.27-34 27Assim, quem come do pão ou bebe do cálice do Senhor indignamente é culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. 28Portanto, examinem-se antes de comer do pão e beber do cálice, 29pois, se comem do pão ou bebem do cálice sem honrar o corpo de Cristo, comem e bebem julgamento contra si mesmos. 30Por isso muitos de vocês estão fracos e doentes e alguns até adormeceram. 31Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados dessa maneira. 32Mas, quando somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. 33Portanto, meus irmãos, quando se reunirem para comer, esperem uns pelos outros. 34Se estiverem com fome, comam em casa, a fim de não trazer julgamento sobre si mesmos ao se reunirem. Eu lhes darei instruções a respeito de outros assuntos depois que chegar aí.
A ceia do Senhor aponta para A ESPERANÇA FUTURA – o dia quando o reino desta terra dará lugar para o reino eterno dos céus:
1Coríntios 11.26 Porque cada vez que vocês comem desse pão e bebem desse cálice, anunciam a morte do Senhor até que ele venha.
A CEIA DO SENHOR É ISTO: ela liga o meu presente no corpo de Cristo ao passado, ao Calvário, e também ao futuro, à bendita esperança do estabelecimento do reino dos céus na segunda vinda de Cristo. Mas tem mais, muito mais. TIPO: se alguém fosse cristão, mas nunca participasse da ceia do Senhor, o que lhe estaria faltando?
Eis uma lista – longe de ser exaustiva – de todas as maneiras pelas quais Deus nos derrama graça por meio da ceia do Senhor. A CEIA DO SENHOR É…
1Coríntios 10.16-17 16Quando abençoamos o cálice à mesa, não participamos do sangue de Cristo? E, quando partimos o pão, não participamos do corpo de Cristo? 17E, embora sejamos muitos, todos comemos do mesmo pão, mostrando que somos um só corpo.
Certamente que há muitos outros significados que simplesmente não entendemos! Jesus levou a ceia muito a sério; foi um dos últimos atos de seu ministério terreno. E Paulo também a levou a sério. Poderemos chegar ao céu um dia para descobrir que a ceia do Senhor é um meio de graça de maneiras que nunca jamais fomos capazes de absorver enquanto vivemos aqui na terra.
Portanto, reflita sobre tudo isso para a próxima vez que você for participar da ceia do Senhor. O que ainda lhe falta? Quais dessas graças você tem desperdiçado? Batalhemos juntos para fazer desta Ceia o que Cristo pretende para que ela seja para nós, a igreja reunida ao redor da mesa do Senhor.
RECAPITULANDO: o batismo é um símbolo de uma realidade espiritual – uma imagem de nossa união com Cristo em sua morte e ressurreição. Mas o batismo não simboliza apenas a nossa união com Cristo, é também a maneira de o cristão se associar publicamente ao povo de Deus – o batismo coloca um entre muitos. O batismo é a porta de entrada, por assim dizer – é realizado uma única vez (quando biblicamente administrado); já a ceia do Senhor – memória da morte e ressurreição do Senhor e de nossa comunhão com o seu corpo – é realizada regularmente; a ceia do Senhor torna muitos em um.
Nessas exibições do evangelho através da prática das ordenanças bíblicas: batismo e ceia do Senhor, estamos, como igrejas locais, traçando os limites de quem está dentro e fora. Lembra-se de Mateus 18 ou 1Coríntios 5?
Quando alguém reivindica o nome de Cristo, mas se recusa a abandonar seus pecados, essa reivindicação (ou confissão de fé) perde credibilidade e a igreja é chamada a remover sua afirmação pública (oficial) de que reconhece nele ou nela um cristão, e desligar – afastá-lo ou afastá-la da mesa da ceia do Senhor.
Sim, isso pode ser difícil, muito difícil, mas é de extrema importância que a igreja siga as Escrituras sobre esses temas porque
[1] a igreja é chamada a representar a imagem de Deus – é a glória de Deus que está em jogo na imagem que a igreja reflete para o mundo, e a glória de Deus é o que há de mais importante e valioso neste universo;
[2] esses temas são importantes também para o indivíduo, porque é pela membresia ativa na igreja local que nós dizemos uns aos outros a verdade sobre o nosso estado diante de Deus, em vez de enganar/lisonjear uns aos outros.
Desse modo, o batismo e a ceia do Senhor são os sinais de juramento pelos quais nos comprometemos uns com os outros. Professamos fé em Cristo e afirmamos uns aos outros como cristãos e membros uns dos outros na igreja de Cristo. É por meio do batismo e da ceia do Senhor que nós, como cristãos individuais, batalhamos juntos para constituir uma igreja local e edificar os seus membros. E Jesus autoriza os cristãos a fazerem isso (em assembleia), dando-nos as chaves do reino dos céus.
O que ainda lhe falta para você se submeter a Cristo e à sua igreja?
Arrependa-se e creia. Professe sua fé pelo batismo. Junte-se à comunhão da mesa do Senhor. Por quê?
Quais são as vantagens de se unir à igreja local, a uma embaixada de Cristo?
1. Segurança para si mesmo. Você não deve se unir a uma igreja para ser salvo, mas deve se unir para ajudá-lo a assegurar-se de que já é salvo. Membresia não é necessário para a salvação, mas é um reflexo da salvação. E se não há reflexo, como nos certificarmos da salvação que o confessor confessa?
2. Evangelização do mundo. Você deve unir-se a uma igreja local também por amor à evangelização do mundo. Juntos podemos disseminar o evangelho, tanto em nosso país como em outros povos. Podemos fazer isso por meio de nossas palavras, quando compartilhamos com os outros a mensagem de boas-novas e ajudamos os outros a fazerem isso. Uma igreja local é, por natureza, uma organização missionária.
3. Exposição dos falsos evangelhos. Deus tenciona que juntos exponhamos os falsos evangelhos. E é nos unindo, como cristãos, que mostraremos ao mundo o que é, de fato, o cristianismo – e o verdadeiro evangelho. Mark Dever:
Temos de reconhecer que parte de nossa tarefa de evangelizar pode muito bem não consistir apensas de apresentar positivamente o evangelho, mas também de anular os testemunhos distorcidos, deturpados e perversos que supõem ser de igrejas cristãs, mas que, na realidade, confundem o evangelho, em vez de confirmá-lo.
4. Edificação da igreja. Outra razão para nos unirmos a uma igreja é a edificação ou o fortalecimento da igreja. Unir-nos a uma igreja ajuda-nos a confrontar o individualismo e a compreender a natureza corporativa do cristianismo. Quando você estuda o Novo Testamento, descobre que a vida cristã deve envolver cuidado e interesse mútuos. Isto é uma parte do que significa ser um cristão.
5. A glória de Deus. Finalmente, como cristãos, devemos nos unir a uma igreja por causa da glória de Deus. O apóstolo Pedro escreveu aos primeiros cristãos: “Procurem viver de maneira exemplar entre os que não creem. Assim, mesmo que eles os acusem de praticar o mal, verão seu comportamento correto e darão glória a Deus quando ele julgar o mundo” (1Pe 2.12). Recorde estas famosas palavras de Jesus:
João 13.34-35 34Por isso, agora eu lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, vocês devem amar uns aos outros. 35Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos”.
S.D.G. L.B.Peixoto
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