17.05.2020
[Jeremias 9.23-24] 23Assim diz o Senhor: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, 24mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o Senhor.
O problema do orgulho
O orgulho está por trás de toda a violência que atormenta o mundo – em casa, no trabalho, na rua, entre povos e nações ou mesmo na igreja. Pare e pense por um instante:
Do que é capas um ego ofendido? Que tipo de ação o orgulho provoca nas pessoas? Um ego ofendido é capaz de levar um homem a matar a esposa e o amante. Um ego ofendido é capaz de induzir um pai a massacrar a vida dos filhos. O orgulho racial ou patriota tem gerado discursos inflamados e, muitas vezes, guerras (veja a história das guerras, I e II Guerras Mundiais, por exemplo). Brigas em bares, em restaurantes e no trânsito, seguidas de mortes cruéis, surgem de disputas insignificantes entre egos ofendidos. Amizades de longas datas são destruídas por causa do orgulho. Igrejas se dividem por causa do orgulho.
Enfim, grande parte do ódio que existe, desnecessariamente, hoje (ódio que ofende, segrega, divide, humilha, fere e até mata), ocorre porque as pessoas – orgulhosas – tentam defender a honra e passar na frente dos outros. Steve Gallagher, no livro O poder da humildade, acerta na mosca ao dizer que
Todo esse mal só cessará quando as pessoas aprenderem a colocar as necessidades das outras pessoas na frente das suas próprias e começarem a ter uma atitude de quem serve, ao invés de alguém que quer ser servido.
O pior de tudo é que a humildade não é uma característica humana muito popular no mundo em que vivemos. Ela não é exaltada nos programas de televisão, não é ensinada nos livros de autoajuda de grande sucesso nem é cultivada pelos recém-formados que estão em busca de alguma posição no mercado de trabalho, por exemplo. Tanto que o site da Catho, tido como um dos maiores sites de empregos do Brasil na internet, ensinando sobre como deve ser o currículo de estagiários e recém-formados, orienta para que não se comenta os erros mais comuns:
Inicie o documento com seus Dados Pessoais e Dados de Contato (endereço, telefone e e-mail). Em seguida, mencione o seu objetivo profissional, deixando clara a área de atuação de seu interesse, mas não corra o risco de utilizar uma declaração inadequada, como esta: “Procuro uma posição desafiadora, que permita que eu atualize os meus talentos, com bom potencial para crescimento profissional e salário compatível com as minhas habilidades”.
Para John Piper, não é difícil encontrar a razão básica para tanto orgulho. Ele diz que
A humildade só pode sobreviver na presença de Deus. Quando Deus desaparece, a humildade desaparece. Aliás, podemos dizer que a humildade segue a Deus como uma sombra.
Quando nós nos tornamos sofisticados demais para Deus, a humildade desaparece e o orgulho começa a imperar. Que tragédia!
Combatendo com fé
O propósito desta mensagem é declarar que o orgulho é uma forma de incredulidade e que o modo de combater a incredulidade da alma arrogante é pela fé na graça de Deus.
Aqueles que vivem pela fé na graça de Deus não são arrogantes:
Pv 28.25 – O ganancioso* [altivo, orgulhoso, egoísta, cobiçoso] provoca brigas, mas quem confia no Senhor prosperará.
*ganancioso – heb. nephesh rachab – alma larga, alma estufada. Nós costumamos dizer: “ego inflado”, “pessoa que não cabe dentro de si”.
Os arrogantes sempre tropeçam em seus próprios pecados e caem:
Pv 11.2 – Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes.
Pv 16.18 – O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda.
Os humildes, pela fé, prevalecem, enquanto os orgulhos, autoconfiantes, desaparecem:
Sl 37.10-11 – Um pouco de tempo, e os ímpios não mais existirão; por mais que você os procure, não serão encontrados. Mas os humildes receberão a terra por herança e desfrutarão pleno bem-estar. [cf. Mt 5.5]
Se os gigantes da alma são vencidos pela fé, que é a fé bíblica? Que tipo de fé nós precisamos ter para vencer os combates da alma, para derrotar a solidão, a ansiedade, o medo, o temor do homem, a timidez e, agora, o orgulho? Jesus nos dá uma dica no Evangelho de João:
Jo 6.35 – Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.
Com base nesse texto, podemos concluir que crer em Jesus significa ir a Jesus para a satisfação de tudo o que Deus é e promete ser para nós nele.
Por outro lado, incredulidade é afastar-se de Jesus a fim de buscar satisfação noutras coisas (em si mesmo). John Piper é bastante esclarecedor ao dizer que
Crer não é apenas um concordar com a mente; é também o desejo por Deus no coração, que se apega a Jesus para satisfazer-se. “Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.” Por isso, a vida eterna não é concedida a quem meramente pensa ou acredita que Jesus é o Filho de Deus. Ela é dada a pessoas que bebem de Jesus como Filho de Deus (Jo 4.14). Jesus também é o pão da vida, e quem se alimenta dele para obter sustento e satisfação vive por ele (Jo 6.51).
O propósito das figuras beber e comer é esclarecer a essência da fé. É mais que crer que há algo como água e comida; e é mais que crer em Jesus como a água e o pão doadores de vida. Fé é ir a Jesus e beber a água e comer a comida a fim de que o coração se satisfaça nele.
Combatendo o ego
Esse pano de fundo nos ajudará a perceber que o orgulho, antes de ser um pecado contra o próximo, é um pecado contra Deus, pois é essencialmente uma forma de incredulidade, é fruto da falta de fé na graça de Deus em Cristo.
O orgulho é o afastar-se de Deus, especialmente para buscar a satisfação no eu, da mesma forma que a ansiedade, o medo, o temor do homem e a timidez (que já estudamos) são estados da alma que viu fracassar seus esforços de buscar satisfação, em tudo e em todos, sem fé na graça de Deus em Cristo.
O orgulho é a mais profunda de todas as formas de incredulidade, porque a autoestima (como eu me vejo, mais do que como Deus me vê), a autodeterminação (como eu faço as coisas por mim mesmo, mais do que como Deus faz as coisas por mim) e a auto exaltação (como eu me expresso para os outros, mais do que como Deus quer que eu me expresse) estão por trás de toda atitude orgulhosa. A essência do orgulho, portanto, é a autonomia elevada ou a independência de Deus.
Sendo o orgulho falta de fé na graça de Deus – como se expressou Paulo (1Co 15.10): “pela graça de Deus, sou o que sou” –, ou seja: afastar-se de Deus para encontrar satisfação no eu, o que nós devemos fazer para combater o orgulho é buscar pela fé a nossa satisfação em Deus. A humildade é a sombra do Deus que reina supremo e suficiente, totalmente saciador em nossa vida.
As preferências do ego e o poder da fé
No combate contra o orgulho, o que faremos é buscar algumas referências bíblicas que tratam do assunto e então identificar o que mais preferimos encontrar em nós mesmos quando fugimos de Deus. Ao descobrirmos as preferências do ego, usaremos o poder da fé para combater o gigante do orgulho.
“Você sabe com quem está falando?”
Não é raro, infelizmente, vermos pessoas que se julgam superiores às outras, por terem mais posses, dinheiro, cultura, fama, prestígio, experiência, história, partido e seja lá o que for. Quando contrariadas ou desafiadas, essas pessoas costumam se expressar:
“Você sabe com quem está falando?”
Mas, ouça o que a Bíblia tem a dizer a esse tipo de gente:
1Co 4.7 – Pois, quem torna você diferente de qualquer outra pessoa? O que você tem que não tenha recebido? E se o recebeu, por que se orgulha, como se assim não fosse?
Como o orgulho se manifesta nesse texto de Paulo? A pessoa “se acha” porque ela é “diferente” das demais e “tem” algo que os outros não têm.
Qual é o oposto de orgulho aqui nessa passagem bíblica? O oposto de orgulho é reconhecer que tudo o que somos e temos foi presente de Deus. Portanto, ser humilde é ser sincero consigo mesmo e agradecido a Deus por tudo o que somos e temos. Paulo sabia disso:
1Co 15.9-10 – 9Pois sou o menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. 10Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo.
Quem reconhece que tudo aquilo que ele ou ela é ou tem é graça de Deus será humilde e saberá muito bem do que se orgulhar: “Quem se gloriar, glorie-se no Senhor” (1Co 1.31).
“Eu sei muito bem o que estou fazendo!”
A frase preferida das pessoas que começam a se afastar de Deus geralmente é:
“Eu sei muito bem o que eu estou fazendo!”
O orgulhoso é independente, descolado, autônomo, autossuficiente e autogovernado. Por isso que inevitavelmente ele vive em conflito com Deus, com os outros e consigo mesmo. Você já percebeu como é difícil conviver e conversar com gente assim, em fuga de Deus? Elas sempre “sabem muito bem o que estão fazendo!”
Tiago revela que nesses casos o oposto do orgulho é parar de se vangloriar na autonomia, na autogovernança, na companhia daqueles que também são de “espírito independente”, para se gloriar em Deus, fugindo dos pecados e aproximando-se do Senhor:
Tg 4.4-10 – Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes? Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”. Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração. Entristeçam-se, lamentem-se e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.
Portanto, a maneira de se combater o orgulho de querer viver do nosso jeito é se agradar de ouvir de Deus qual é o jeito que ele quer que vivamos, aproximando-se dele e da comunhão dos salvos – para exortação e encorajamento (Hb 10.24-25).
“Agora ninguém me segura!”
Já viu como nós adoramos estar no controle de nossa vida? Principalmente quando traçamos os nossos planos, preparamo-nos da melhor maneira e seguimos para “desbravar a vida”. Nessas horas é prazeroso dizer:
“Agora ninguém me segura!”
Nesses casos, o orgulhoso está dizendo que não crê na soberania de Deus sobre as coisas ordinárias da vida. Mas preste bastante atenção na afirmação de Tiago:
Tg 4.13-16 – Ouçam agora, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro”. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna.
O orgulhoso diz: “Farei isso ou aquilo! Agora ninguém me segura!”, mas o humilde sabe que ele não vive de seus planos nem de seu potencial e sim da graça de Deus e pela fé nos soberanos propósitos de Deus. Tiago 4.15: “Ao invés disso, deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo’”.
Não crer nos poderes soberanos de Deus para tocar nossa vida nos mínimos detalhes é fruto de orgulho, é pura arrogância.
“Eu não devo satisfação pra ninguém!”
Outra forte evidência de orgulho é pensar que nós não devemos dar satisfação a ninguém. Será? Ouçam o que Paulo teria a nos dizer:
Rm 13.8 – Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a Lei.
Quem ama não ofende, fere, irrita, magoa, escandaliza ou entristece o outro. Antes, ele toma muito cuidado em viver, pelo Espírito, cumprindo a Lei de Deus. O orgulhoso, no entanto, não se dá conta disso. Ele diz:
“Eu não devo satisfação pra ninguém!”
Nesses casos, o oposto do orgulho é prestação de contas ao outro:
1Pe 5.5 – Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais velhos [anciãos/presbíteros]. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”.
Nesses casos, os humildes, os que prestam contas uns aos outros, são ajudados pela comunhão fortalecedora da família da fé.
1Pe 5.6-9 – Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido. Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês. Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos.
A fé admite que precisa da ajuda do outro, que o outro é meio de graça para vencermos os nossos combates. Já o orgulhoso, não. Ele “não deve satisfação pra ninguém!”. Ele diz: “Eu não preciso de ninguém!”.
O humilde, porém, sujeita-se ao irmão, humilha-se diante de Deus, lança sobre Deus as suas lutas, mas usando sempre a ajuda do irmão.
“Eu posso! Eu vou conseguir!”
Outra atitude orgulhosa, sutil, mas ainda assim orgulhosa, é a de achar que não se precisa de Deus, ou de agir como se Deus não existisse. Jeremias, porém, adverte:
Jr 13.15-16 – Escutem e deem atenção, não sejam arrogantes, pois o Senhor falou. Deem glória ao Senhor, ao seu Deus, antes que ele traga trevas, antes que os pés de vocês tropecem nas colinas ao escurecer.
Aqui o oposto de orgulho é dar glória a Deus. Mas como?
O testemunho da Abraão nos ajudará muito neste ponto:
Rm 4.20-21 – [Abraão] foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido.
Nossa fé para viver e agir glorifica a Deus, porque a fé posta em prática revela ao mundo que Deus é gloriosamente confiável.
O que é humilde ama demonstrar ao mundo que Deus é Deus, tanto em suas palavras como em suas posturas. Ele sabe que não pode nem consegue, senão pela graça de Deus. Portanto, ele nutre fé e vive pela fé.
O orgulho, por outro lado, ama receber a glória dos homens, roubando a glória de Deus:
Jo 5.44 – Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único?
Por isso que o orgulhoso vive como se Deus não existisse e seu credo se resume a “Eu posso! Eu vou conseguir!”. O credo do humilde, porém, é o credo da fé:
Sl 33.16-22 – Nenhum rei se salva pelo tamanho do seu exército; nenhum guerreiro escapa por sua grande força. O cavalo é vã esperança de vitória; apesar da sua grande força, é incapaz de salvar. Mas o Senhor protege aqueles que o temem, aqueles que firmam a esperança no seu amor, para livrá-los da morte e garantir-lhes vida, mesmo em tempos de fome. Nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção. Nele se alegra o nosso coração, pois confiamos no seu santo nome. Esteja sobre nós o teu amor, Senhor, como está em ti a nossa esperança.
Combatendo o orgulho
Que batalha dura é essa que travamos contra o orgulho! Esse gigante nos ataca de todos os lados, a ponto de Jeremias (9.23a) nos advertir:
Assim diz o Senhor: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, […]
Sabedoria – Como nós amamos ser reconhecidos pelo uso da mente: que notas maravilhosas, que sacada brilhante, que solução fantástica, quanta sabedoria e inteligência, etc.
Força – Como nós almejamos ser reconhecidos pelo nosso corpo: como você consegue manter um corpo assim, como pode você trabalhar tanto e tão duro, como você é habilidoso no que faz, quanta saúde, quanta beleza, etc.
Riqueza – Como nós adoramos ser reconhecidos pelo que possuímos: moro em tal lugar (bairro, vizinhança), dirijo tal carro, visto tal roupa, comprei tal coisa, tenho tal carta de clientes, etc.
Jeremias (9.24b), no entanto, declara:
[…] mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, […]
Se há algo ou alguém pelo que se gloriar este é Deus: gloriar em quem Deus é – “conhecer-me”; gloriar no que e em como Deus faz – “compreender-me”:
Jr 9.24c – […] pois eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o Senhor.
Se crermos nisso realmente, já pensou a diferença que isso faria no trânsito, em casa, na igreja, quando somos contrariados ou desafiados de alguma maneira? Saber que Deus é leal, justo e reto com relação aos propósitos dele para nós fará toda a diferença.
Vanglória e autopiedade
Antes de concluir, permita-me apresentar duas formas comuns (e muitas vezes sutis) de o orgulho se manifestar – vanglória e autopiedade:
Vanglória – A vanglória é a voz do orgulho no coração do forte. É a reação do orgulhoso ao sucesso (força, sabedoria, riqueza). Quem se vangloria diz: “Mereço admiração porque consegui fazer/sou tudo isso ou aquilo!”
Autopiedade – A autopiedade é a voz do orgulho no coração do fraco. É a reação do orgulhoso ao sofrimento (fraco, inculto, pobre). Quem tem pena de si mesmo diz: “Mereço admiração/reconhecimento porque fiz um sacrifício tão grande!” No fundo, o desejo de quem tem pena de si mesmo não é que os outros o vejam como incapaz, mas como herói. O sentimento não é de indignidade, mas de valor não reconhecido.
Vanglória e autopiedade no coração do orgulhoso – No coração do orgulhoso, a ansiedade é para o futuro o que a autopiedade é para o passado e a murmuração é para o presente. Ele olha para o passado e murmura: “Eu merecia algo melhor”, então ele fica com pena de si mesmo. E quando ele olha para o futuro ele murmura: “Eu mereço o melhor”, então ele fica ansioso.
Para derrotar o gigante do orgulho em nossa alma precisaremos fazer morrer o prazer que temos em nós mesmos, transferindo-o, pela fé, para Deus, para tudo o que Deus promete ser para nós em Cristo:
Jo 6.35 – Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.
Nesse processo, teremos de seguir crendo que tudo de bom vem a nós, se dá em nós ou através de nós, pela graça de Deus em Cristo:
Tg 1.16-17 – Meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes.
Portanto, que Deus seja a sua grande fonte de alegria e prazer:
Jr 9.23-24 – Assim diz o Senhor: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me [o que e como ele faz] e conhecer-me [quem ele é], pois eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o Senhor.
Venha a Cristo e glorie-se em Deus. Isso restaurará sua relação com Deus, com o próximo e colocará um novo cântico em seus lábios:
Rm 15.7-9 – Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus. Pois eu lhes digo que Cristo se tornou servo dos que são da circuncisão, por amor à verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos patriarcas, a fim de que os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia, como está escrito: “Por isso, eu te louvarei entre os gentios; Cantarei louvores ao teu nome”.
S.D.G. L.B.Peixoto
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