14.06.2020
[2Coríntios 12.1-10] 1 É necessário que eu continue a gloriar-me com isso. Ainda que eu não ganhe nada com isso, passarei às visões e revelações do Senhor. 2 Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe. 3 E sei que esse homem — se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus o sabe — 4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu coisas indizíveis, coisas que ao homem não é permitido falar. 5 Nesse homem me gloriarei, mas não em mim mesmo, a não ser em minhas fraquezas. 6 Mesmo que eu preferisse gloriar-me não seria insensato, porque estaria falando a verdade. Evito fazer isso para que ninguém pense a meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve. 7 Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. 8 Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. 9 Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 10 Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
Por que sofremos?
A experiência humana confirma a observação feita por Elifaz a Jó: “O homem nasce para as dificuldades [para o sofrimento, para o enfado] tão certamente como as fagulhas [faíscas das brasas] voam para cima” (Jó 5.7).
Mas por que sofremos?
O sofrimento caiu sobre a raça humana como consequência do pecado. Até Gênesis 3, o momento em que nossos representantes – Adão e Eva – desobedeceram e comeram do fruto proibido, o sofrimento era totalmente estranho aos seres humanos e o resto da criação. Como consequência do pecado, Deus lançou sobre tudo e todos todo tipo de problemas e pesares (Gn 3.14-24). A única esperança e a solução definitiva para o sofrimento de toda a Criação é Cristo Jesus. Paulo afirma o seguinte:
Rm 8.18-23 – 18 Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. 19 A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. 20 Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança 21 de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. 22 Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. 23 E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo.
Vivemos em um corpo decaído, em um mundo decaído, em uma sociedade decaída e com uma natureza decaída agindo dentro de nós, inclinando-nos ao pecado. Mesmo quando salvos, vivendo em Cristo e destinados para a glória eterna, todos nós vivemos uma vida que muitas vezes pode ser comparada a um vale de lágrimas. Como, então viveremos?
A Bíblia, que é a Palavra de Deus, oferece alguma ajuda a todos aqueles que enfrentam o sofrimento, seja ele de que tipo for.
Distorcendo a bíblia para torná-la comercializável
Mas para que a Bíblia seja de fato eficaz no combate contra o sofrimento ela não pode ser destorcida da forma como vemos acontecer. Muita gente sabe que se a mensagem bíblica não for distorcida ela nunca será comercializável. Paulo já falava disso, quando escreveu que
2Tm 4.3-4 – 3 (…) haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.
O apóstolo estava correto quando previu que nossos tempos seriam “difíceis”. Hoje as pessoas são realmente egoístas, avarentas, orgulhosas, arrogantes, e muito mais, confira a lista em 2Timóteo 3.1-5. A mentalidade do mercado reforça o que estamos dizendo.
Tudo o que hoje é comercializado só é vendido no mercado se estiver acompanhado de uma mensagem mais ou menos assim:
Adquira tal ou qual para você conseguir desfrutar plenamente o seu lazer.
Sabe como a mensagem da Bíblia precisa ser formulada, de forma a se adequar a esta lógica egoísta, avarenta, orgulhosa e arrogante do mercado? De uma forma mais ou menos assim:
Receba de Deus o poder para acabar com a fraqueza ou anular o sofrimento e assim você conseguirá desfrutar plenamente o seu lazer.
O mercado quer uma vida sem fraqueza e sem sofrimento, a Bíblia, no entanto, comunica uma mensagem completamente oposta a esta. A mensagem da Bíblia é:
Receba de Deus o poder para viver na fraqueza ou atravessar o sofrimento e assim você conseguirá viver para a glória de Deus e em amor pelo próximo.
É isto o que está dito em 2Coríntios 12.9-10, e que se fosse oferecido da forma como está, jamais seria comprado no mercado dos prazeres desse mundo. Confira mais uma vez o que Paulo escreveu:
2Co 12.9-10 – 9 Mas ele [Cristo] me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 10 Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
Que dia que essa mensagem seria vendida por aí? Nunca! O que o mundo quer (e nós também!) é poder para acabar com a fraqueza, poder para não ter que sofrer. O mundo não quer poder para viver na fraqueza, para aguentar o sofrimento, glorificando a Deus e servindo em amor o próximo. Por isso que para atender as necessidades tão centradas no “eu” a mensagem bíblica precisa ser drasticamente distorcida, o que muitas vezes, infelizmente, acontece.
Qual é o problema de se distorcer a mensagem da Bíblia para que ela seja comercializada?
E assim, sem verdade e sem solução, vai seguindo a humanidade atolada no sofrimento. Por exemplo:
A revista ÉPOCA de 23 de setembro de 2013 (n. 800, p. 122), falando sobre 800 inovações que mudaram o mundo, publicou 16 ideias que, segundo Walcyr Carrasco, mudaram radicalmente o mundo. Uma delas é a “Tarja Preta” (ou remédios controlados por prescrição média). Disse o colunista:
Os tarjinhas tornaram a vida mais suportável para um número absurdo de pessoas [verdade!]. Graças a eles, elas dormem, acordam [verdade!] – [mas, agora o perigo!] e vivenciam uma sensação de felicidade, sem nenhum motivo objetivo para isso.
Que tristeza, mas que verdade! Quanta gente atolada no sofrimento e apenas seguindo a vida vivenciando “uma sensação de felicidade, sem nenhum motivo objetivo para isso”.
Combatendo o sofrimento
Para que fiquemos com a verdade da Bíblia e recebamos, pelo Espírito, o poder para combater o sofrimento, o nosso objetivo agora será mergulhar no texto de Paulo em busca de instrução. – Que fique claro, porém, que combater o sofrimento não significa eliminá-lo totalmente, erradicá-lo completamente. Isso é impossível desse lado de cá do céu.
Quando falamos de combater o sofrimento nós estamos sugerindo verdades bíblicas que nos capacitem a viver na fraqueza ou aguentar o sofrimento e assim conseguir viver para a glória de Deus e em amor pelo próximo. Para este fim, o texto que lemos no início é inigualável. Há pelo menos três verdades que Paulo nos ensina em 2Coríntios 12.1-10. Você tem o texto diante de você. Acompanhe-me nesta jornada e julgue por você mesmo. Nossas três verdades são:
Essas três verdades são importantes não apenas por estarem descritas no texto em tela, mas por serem capazes de nos fortalecer todas as vezes que nos lembrarmos delas em meio ao sofrimento. Então, vamos lá, uma verdade de cada vez:
O sofrimento não é a sina de apenas alguns maus sucedidos. É para todo mundo, pois é fruto do pecado de todos nós. E nem mesmo os nossos momentos de grande experiência com Deus nos livram do infortúnio do sofrimento. Paulo que nos diga.
O apóstolo havia desfrutado de grandes momentos com Deus, através das visões que ele teve até aquele momento de sua vida (At 9.3; 16.8-10; 18.9-11; 22.6; 22.17-18; 23.11). Das muitas visões e revelações recebidas, Paulo agora seleciona uma que lhe foi dada quatorze anos antes (2Co 12.1-6). Sobre essa visão, três fatos podem ser destacados:
A procedência das visões:
1 É necessário que eu continue a gloriar-me com isso. Ainda que eu não ganhe nada com isso, passarei às visões e revelações do Senhor.
O privilégio das visões:
2 Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe. 3 E sei que esse homem – se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus o sabe – 4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu coisas indizíveis, coisas que ao homem não é permitido falar.
O perigo das visões:
5 Nesse homem me gloriarei, mas não em mim mesmo, a não ser em minhas fraquezas. 6 Mesmo que eu preferisse gloriar-me não seria insensato, porque estaria falando a verdade. Evito fazer isso para que ninguém pense a meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve.
Depois do topo vem o vale, depois do êxtase o sofrimento. Paulo faz uma transição das visões celestiais (v. 1-6) para o espinho na carne (v. 7-10), ensinando-nos que a vida é tecida de altos e baixos, momento alegres e tristes, sorrisos e sofrimentos, cores escuras e cores alegres. Tais sofrimentos trançados no tecido da vida, Paulo chama de “fraquezas”, e cita alguns deles:
2Co 12.9-10 – 9 Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 10 Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas [falta de força, enfermidade], nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
Três vezes o apóstolo faz menção de sua “fraqueza” ou “fraquezas”. Ele está falando de seus sofrimentos. A seguir, no final do verso 10, o apóstolo cita-os (fraquezas/sofrimentos) por categorias:
Insultos – Quando as pessoas planejam maneiras e agem para fazer a fé, o estilo de vida, o nível social e cultural, a personalidade, as palavras e o procedimento do outro parecer estúpido ou estranho ou ridículo. São as feridas causadas pelo abuso de palavras.
Necessidades (dureza) – Circunstâncias adversas, reveses, falta das coisas, enfermidades e toda sorte de surpresas indesejadas.
Perseguição – Feridas, abusos (físicos, verbais, sexuais), acontecimentos dolorosos, bullying, circunstâncias preconceituosas, exploração, injustiça por causa da fé ou de sua posição ética e moral.
Angústias (calamidades, dificuldades, problemas) – Pressão externa e ou interna, peso na alma, estresse, tensão, tristeza e depressão.
Perceba que a fraqueza descrita por Paulo não é alguma tendência que ele tivesse para o pecado, mas diferentes sofrimentos que, de tão intensos, o enfraqueciam física e espiritualmente. Paulo ensina com seu exemplo que a vida é assim, pintada com cores alegres e tristes.
Mas de onde vieram tantos sofrimentos a Paulo? Quais eram as fontes das “fraquezas” de Paulo? Deus ou Satanás? Ambos?
De todas as fraquezas, Paulo destaca seu “espinho na carne” (v. 7). Não sabemos ao certo se era um problema físico ou uma perseguição implacável. O fato é que lhe causava dores indescritíveis. O pastor Augustus Nicodemus Lopes nos informa que a palavra usada para “espinho” é “skolops” e
Pode ser igualmente traduzida como “estaca”. Na literatura extra bíblica que remonta ao século primeiro, a palavra é usada para se referir à estaca que era usada pelos carrascos do Império Romano para empalar os condenados e levá-los à morte. Era uma forma de morte muito dolorosa. O empalamento era um suplício antigo, em que o condenado era espetado pelo ânus numa estaca pontiaguda, ficando nela exposto até morrer. Essa é a palavra que é usada aqui, e estudiosos sérios como Lightfoot e Ramsay acreditam que a melhor tradução é “uma estaca na carne”.
Fosse perseguição (2Co 11.14-15) – o que parece ser mais correto, malária (William Barclay), cegueira (Gl 6.10), epilepsia (Tertuliano), enxaquecas violentas (Jerônimo), feiura (2Co 10.10), etc. o fato é que era algo muitíssimo doloroso que o incomodava, inquietava e perturbava profundamente. Afinal, quem conseguiria viver bem com essa “estaca” enfiada no corpo ou na alma? Ademais, tal “espinho na carne” se tratava de algo contínuo (verbo no tempo presente, indicando persistência) e muito humilhante (pois eram “golpes no rosto com o punho fechado”):
2Co 12.7 – (…) foi-me dado [tem sido me dado] um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar [esbofetear].
Doloroso, humilhante e persistente. Essa era a natureza desse sofrimento de Paulo. Mas, de onde vinha? Vinha de Satanás. Era “um mensageiro de Satanás”.
Agora, note bem que assim como foi no caso de Jó, o diabo não agiu sem limites ou restrições. Deus estava no comando. O texto diz:
2Co 12.7 – (…) foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar [esbofetear].
A expressão “foi-me dado” indica que Paulo estava consciente de que o “mensageiro de satanás” agia com a permissão ou pelo decreto de Cristo. Às vezes nossos sofrimentos podem ter origem satânica (Jó 2.7; Lc 13.16; Lc 22.31; 1Co 5.5), mas eles sempre são controlados e dosados por Deus. – para o bem daqueles que são chamados por Deus. Portanto, aceite a realidade do sofrimento.
Nossa atitude diante do sofrimento não e a mesma de Deus. Nós sempre pedimos para Deus remover nossas dores, fraquezas e pesares. Deus, no entanto, sempre tem algo em mente, muito melhor para nós, através do sofrimento. Paulo demorou, mas entendeu essa lição:
2Co 12.7-9 – 7 Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. 8 Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. 9 Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, (…)
A atitude de Deus diante dos nossos sofrimentos é sempre diferente da nossa atitude e também da dos outros.
O mundo, as outras pessoas, muitas vezes nós mesmos, e também Satanás, quando infligem sofrimento têm como objetivo a destruição, e tudo bem se orarmos suplicando pela graça de Deus, como Paulo o fez (v. 8), mas o propósito de Deus é muito maior do que conseguimos enxergar – “Mas ele me disse” (v. 9) – “Paulo, chega de orar e ouça…”.
Foram os muitos sofrimentos que fizeram Paulo aprender “que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28).
O sofrimento é indispensável para nós. Assim como Jesus aprendeu pelas coisas que sofreu (Hb 5.8-9) e realizou sua obra através do sofrimento (Hb 13.12), também nós aprendemos pelo sofrimento (Rm 5.3-5) e servimos melhor através do sofrimento (Cl 1.24). Por que o sofrimento é necessário?
2.1. Para olharmos para Deus (2Co 12.7)
Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.
O sofrimento não é para Deus nos destruir, mas para ele não nos perder para nós mesmos. É para nos ensinar olhar para ele. Paul D. Tripp postou em sua conta no Twitter esta semana:
Seu Senhor desviará sua direção enquanto ele o leva a um caminho muito melhor.
Seu Senhor lhe enviará uma tempestade, não para puni-lo, mas para resgatá-lo de uma tempestade do coração, que o tem em suas mãos e deixaria um rastro de destruição em sua vida.
Deus derrubará o que você construiu, não porque ele está com raiva de você, mas porque ele te ama e está fazendo uma base melhor sobre a qual construir.
O sofrimento não é para Deus nos destruir, mas para ele não nos perder para nós mesmos.
2.2. Para buscarmos a Deus (2Co 12.8)
Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim.
O sofrimento não é para ser usado contra Deus, nem para vivermos a vida lamentando, mas para nos fazer buscar a Deus. É para nos ensinar a buscá-lo.
2.3. Para dependermos de Deus (2Co 12.9a)
Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. (…)
O sofrimento não é para nos fazer desgostar da vida, mas para nos ensinar que a graça de Deus é melhor do que a própria vida. É para nos ensinar a depender dele.
2.4. Para servirmos a Deus (2Co 12.9b-10)
9 (…) Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 10 Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
O sofrimento não é para nos tornar inválidos, mas para nos capacitar para o serviço. É para nos ensinar a ministrar em amor pelo próximo e para a glória de Deus.
Quando somos fortes: nós rebatemos os insultos e saímos por cima; revertemos nossas necessidades e seguimos nosso próprio caminho; revidamos aos que nos perseguem para destruí-los; reagimos para sair da angústia sem dela tirar qualquer proveito para o crescimento e a glória de Deus.
Mas quando somos fracos, nós conseguimos, pela força de Deus, responder e servir em amor pelo próximo e para a glória de Deus.
2Co 1.3-6 – 3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, 4 que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. 5 Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. 6 Se somos atribulados, é para consolação e salvação de vocês; se somos consolados, é para consolação de vocês, a qual lhes dá paciência para suportarem os mesmos sofrimentos que nós estamos padecendo.
O sofrimento é necessário pois ele é pedagógico. Deus é um professor diferente dos nossos. Os nossos dão a lição e depois aplicam a prova. Mas Deus, não. Primeiro ele dá a prova e só depois ensina a lição.
Lembre-se sempre de que o sofrimento sempre tem um propósito, mais que uma causa. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. Se ele não remove os nossos espinhos é porque ele está trabalhando em nós para depois trabalhar através de nós. O sofrimento é necessário.
Pois bem,
Ao atingir a maturidade cristã, a pessoa, assim como Paulo, não se ostenta de suas conquistas, mas de suas fraquezas. Por quê?
2Co 12.9-10 – 9 Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 10 Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
Que sublimidade, que valor há no sofrimento? O poder de Cristo repousa sobre nós, o poder de Cristo “arma sua tenda” sobre nós, a glória de Deus brilha através de nós. Nossa força impede a glória de Deus de repousar sobre nós, mas nossa fraqueza a atrai. Afinal, o Senhor não divide sua glória com ninguém.
Combatendo o sofrimento
Viver sem sofrimento é impossível, mas quando nós conseguimos, pela graça de Deus,
Nós encontramos força para viver na fraqueza ou aguentar o sofrimento, e assim conseguiremos viver para a glória de Deus e em amor pelo próximo.
Saindo do casulo, com muito sofrimento
Talvez você já tenha ouvido essa historinha, mas é bastante apropriada:
“Certa vez uma menina encontrou um casulo pendurado num galho no meio da floresta. Ela pegou o casulo, levou-o para o quarto e o colocou dentro de uma jarra de vidro, esperando o dia que a borboleta emergiria. Num belo dia, ela viu a borboleta dentro do casulo tentando sair. A borboleta lutava muito enquanto tentava sair através da abertura do casulo. A menina, observando aquela cena angustiante, decidiu ajudar o pobre inseto a sair sem muito sofrimento por aquele caminho tão apertado. Com boa intenção e muito cuidado, ela abriu um pouco mais a fenda do casulo. Depois disso, a borboleta conseguiu sair rapidinho, sem muito esforço. Mas, uma coisa estranha aconteceu… em vez de abrir duas belas asas, a borboleta exibiu duas asas murchas, enrugadas, feias e inúteis.
Por quê?
Deus projetou a borboleta e o seu casulo para que no ato de sua saída dessa abertura apertada ela sofra e lute para endireitar e fortalecer as suas asas. Portanto, sem a pressão da abertura apertada, a borboleta teve roubada a beleza de suas asas e, o mais importante, dela foi roubada também a habilidade de voar para os céus. Ela ficou condenada a se arrastar pelo chão!”
Lembre-se, quando somos fracos é que somos fortes. O poder de Cristo se aperfeiçoa em nossa fraqueza, em meio ao sofrimento.
S.D.G. L.B.Peixoto
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