31.12.2020
[Salmo 112.6-8, NVI] 6O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR. 8O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota dos seus adversários.
No final de um ano como este… com o mundo contabilizando dezenas de milhões de infectados e milhares de mortos por causa da pandemia de COVID-19, os registros de novas cepas do vírus, a taxa de desemprego batendo recordes, o aumento da hostilidade política e a turbulência institucional nas e entre as nações, a vida sendo vivida em lockdown e na virtualidade, o atrito racial e as desconfianças inflamadas, um temporal com rajadas de vento de teorias da conspiração as mais diversas, os profetas do caos entregando seus oráculos aos quatro cantos, a incerteza e a instabilidade econômica, os incêndios florestais mais devastadores, as nuvens de gafanhotos que desta vez ameaçaram até o agronegócio brasileiro, as igrejas lutando para saber como ministrar neste “novo tempo”… fora aqueles problemas pessoais e já dolorosos o bastante e que se arrastam há tempo… no final de um ano como este, as palavras do Salmo 112 nos chegam aos ouvidos como brisa suave de sossego:
6O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR. 8O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota dos seus adversários.
Que ano, meu Deus! Que ano!
No final deste ano, penso que todos nós nos sentimos como se estivéssemos dentro de um frasco de pimenta que foi chacoalhado com toda a força do braço. Arde muito. Está tudo misturado e confuso, fora do lugar. Não conseguimos enxergar lá fora, e a sensação é de que nada será como antes – realmente não será! Em minha reflexão para o Natal que passou, escrevi e mandei uma mensagem à igreja, aos amigos e aos familiares que descreve bem, penso, o sentimento de muita gente, talvez o seu também. Ouça:
Povo de Deus,
Você consegue pensar em um ano em que mais se precisou da graça de Deus do que este que ora caminha para o fim? Sim, eu sei, todos os dias, a cada momento nós precisamos da graça de Deus para viver e prosseguir, e certamente houve anos passados em que, quando os passamos em retrospectiva, suspiramos e dissemos com o fôlego curto: “Que ano difícil, meu Deus!”. Mas nada que pudesse ser comparado com o que vivemos e ainda estamos vivendo em 2020.
Este foi o ano em que a COVID-19 tirou centenas de milhares de vidas em todo o mundo (e até de pessoas próximas de nós, gente que amávamos e que por elas ainda derramamos lágrimas); fora aquelas que sobreviveram ao vírus, mas carregam sequelas físicas (e psico-emocionais) ainda irreparáveis (e que talvez nem sejam superadas).
Este foi o ano em que, talvez na história do mundo, nunca se viu tantos milhares de milhares de pessoas vivendo, ao mesmo tempo, em isolamento. Pais isolados de filhos… irmãos isolados de irmãos… marido e mulher isolados um do outro, na maioria das vezes, dentro da própria casa, cada um em um cômodo… amigos isolados de amigos… crentes isolados uns dos outros e sem ir à igreja para congregar… crianças, adolescentes, jovens, adultos e velhos se tornaram prisioneiros dentro da própria casa, sem poder sair às ruas, passear ou mesmo estudar e trabalhar. É verdade, eu sei, foi preciso que populações inteiras limitassem, de algum modo, a exposição ao mundo exterior para não se contrair a doença e não se multiplicar a propagação do vírus, sobretudo para poupar os de situação de risco ou mais vulneráveis, e ainda não sobrecarregar os sistemas de saúde.
Este foi o ano em que colocamos máscaras, escondemos sorrisos, deixamos de nos abraçar, apertar as mãos e expressar afeto com presença ou algum toque de ternura.
Este foi o ano em que tensões político-ideológicas causaram polarizações ainda maiores e as tensões raciais explodiram, provocando violência, destruição e até mortes. Assistimos neste ano (ou até fomos vítimas de) muitas divisões, rachas e separações, que talvez jamais serão reparadas: familiares, amigos de longas datas e (o pior de tudo!) até irmãos de fé (gente unida pelo sangue de Cristo) brigaram e alguns viraram a cara para outros.
Este foi o ano em que o fechamento de comércios, a paralização do sistema econômico e a diminuição da circulação do dinheiro causou quebradeiras, falências, desempregos e milhares, milhares de pessoas no nosso país e ao redor do Globo sentiram a humilhação e a privação causadas pela falta de emprego, de salário, de comida na mesa, de acesso ao médico e à farmácia.
2020 foi e tem sido um ano de profundo estresse e de abalos psicossomáticos sem precedentes nas últimas gerações. Temo que nada será como antes, nunca mais. Este foi o ano em que o nosso mundo mudou para sempre – se para melhor, só Deus sabe. Humanamente falando, acho que mudou para pior.
O maior de todos os meus medos é que o povo de Deus, os crentes em Cristo, especialmente aqueles que já achavam que não precisavam de tanto assim, deixem de congregar e viver a vida em comunhão na igreja, uma vez que aprenderam a viver sem a comunhão real, presencial, comunitária, de corpo e alma na congregação.
É exatamente por isso que precisamos, mais do que nunca, de intervenção poderosa da graça de Deus. E nada melhor do que a celebração do Natal para sermos lembrados, todos os anos em festas natalinas, de que Deus nos visitou com graça.
E 2021, como será?
Já se fala que o ano que vem será ainda pior. Eu não sei! Você também não sabe. Ninguém sabe como será o ano novo! Mas Deus sabe. Isto nos basta: Deus sabe!
Eclesiastes 7.14 (NVI) Quando os dias forem bons, aproveite-os bem; mas, quando forem ruins, considere: Deus fez tanto um quanto o outro, para evitar que o homem descubra alguma coisa sobre o seu futuro.
Ao virarmos a página de 2020, sem saber quais males nos sobrevirão nos próximos meses – sabemos que virão, mas não sabemos quais nem como eles serão –, precisamos de uma estrutura que possa dar sustentação para o coração, deixando-o à prova de abalos. Precisamos de uma estrutura de concreto armado para o coração se apoiar.
As estruturas – li sobre isto recentemente – são responsáveis por dar a sustentação a casa. Elas transferem o peso (carga) da construção para as fundações, que por sua vez distribuem a carga para o solo. A estrutura de concreto armado é a mais comum nas casas dos brasileiros. O concreto armado é a combinação do concreto com o aço, ou seja, cada peça da estrutura é composta por uma armação feita com barras de aço coberta de concreto. O aço é resistente à tração (movimentos laterais), enquanto o concreto tem alta resistência a compressão (movimentos verticais). Isto torna a combinação de concreto e aço muito eficaz e utilizada em todos os tipos de obras.
Em casas, a estrutura de concreto armado mais utilizada é a coluna-viga-laje ou pilar-viga-laje. Nesse tipo de estrutura, o peso dos telhados, caixa d’água, laje e outros é uniformemente distribuído para as vigas; estas distribuem os pesos para as colunas; e assim as cargas não passam pelas paredes, e vão das colunas direto para as fundações. Além de sustentar a casa e tudo o mais, a estrutura de concreto armado permite ao construtor colocar portas e janelas para o mundo lá fora.
O coração também precisa de alguma estrutura de concreto armado: [1] para sustentá-lo – com todo o peso que constantemente se comprime em cima dele; [2] para permiti-lo abrir portas e outras pessoas entrem e saiam, e janelas sejam colocadas e se contemple beleza e se receba frescor. Sem uma estrutura de concreto armado o coração se desmoronará quando chegar a má notícia – ah! e ela chegará!
Como construir essa estrutura de concreto armado para o coração? Deus, pela palavra de Deus. Mateus 7.24-27 (NVI):
24“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. 26Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”.
Este é o modo de construir estrutura de concreto armado para o coração: ouvir a Palavra E praticá-la. Não há segredo: ouvir, ler, estudar, memorizar a Bíblia E praticar a Bíblia. Dito de outro modo, agora pelo salmista, Salmo 112.6-8 (NVI):
6O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR. 8O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota dos seus adversários.
Por que “o justo jamais será abalado” (Sl 112.6)?
— “O seu coração está firme, confiante no SENHOR” (Sl 112.7), “O seu coração está seguro e nada temerá” (Sl 112.8) — informa-nos o salmista.
Mas, como? Que estrutura há debaixo desse coração que não o permite se abalar, mantendo-o firme, seguro e sem medo? Ouça o salmo anterior, paralelo a este, Salmo 111.7-9 (NVI):
7As obras das suas mãos são fiéis e justas; todos os seus preceitos merecem confiança. 8Estão firmes para sempre, estabelecidos com fidelidade e retidão. 9Ele trouxe redenção ao seu povo e firmou a sua aliança para sempre. Santo e temível é o seu nome!
O coração que não se abala é o que se sustenta não nas notícias – especialmente nas más notícias –, mas nos preceitos, a palavra de Deus. A estrutura de concreto armado que sustenta o coração é a palavra de Deus, ouvida e praticada. O coração sob a compressão de problemas e de sofrimentos, e que sofre pressões de dificuldades e de dissabores de todos os lados precisa da fundação e da sustentação da firme e confiável palavra de Deus. Minha oração, portanto, é que seu coração tenha estrutura – uma estrutura de concreto armado: a palavra de Deus.
O salmista ao dizer “O seu coração está seguro e nada temerá” (Sl 112.8), de fato usa um verbo hebraico que está na voz passiva – ou seja, “seguro” (סמךְ – camak), em realidade, significa “é mantido seguro”. Faz toda a diferença, pois nos lembra que é algo fora de nós mesmos que nos mantém seguros, sem medo e inabaláveis. O mesmo verbo (סמךְ – camak) aparece repetidamente nos Salmos:
Salmos 37.17 (NVI) pois o braço forte dos ímpios será quebrado, mas o SENHOR sustém [mantém sustentado, seguro] os justos.
Salmo 51.12 (NVI) Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.
Salmo 54.4 (NVI) Certamente Deus é o meu auxílio; é o Senhor que me sustém.
Salmo 119.116 (NVI) Sustenta-me, segundo a tua promessa, e eu viverei; não permitas que se frustrem as minhas esperanças.
Salmo 3.5 (NVI) Eu me deito e durmo, e torno a acordar, porque é o SENHOR que me sustém.
Não ser balado (Sl 112.6), estar firme no SENHOR (Sl 12.7) é ser sustentado, mantido seguro pelo SENHOR mesmo (Sl 112.8). Não é tanto o você faz, mas o que Deus faz em você e por você; não é pura coragem, mera paciência ou apenas sobriedade, mas dependência de quem o sustenta – o Rei todo-sábio, todo-poderoso e todo-amoroso que é sobre tudo e sobre todos. A estabilidade vem de conhecer aquele que de fato sustenta a sua vida, de apegar-se a tudo o que ele prometeu em Cristo, de confiar nele para o sustentar, manter, guardar e proteger dia e noite, aconteça o que acontecer. Salmo 112:
6O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR. 8O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota dos seus adversários.
Se desejar não se abalar, não temer e se firmar com segurança em um mundo de abalos sísmicos de todos os jeitos e instável em todos os sentidos – e se eu pegar o vírus? se a economia? e se a china? e se a vacina? e se o próximo vírus? e se a próxima pandemia? e se fizer lockdown de novo? e se? e se? e se? – você precisará de uma estrutura de concreto armado para o seu coração: saber que é sustentado e que será sustentado não importam as chuvas, os rios e os ventos de qualquer natureza.
O Salmo 112 nos dá pelo menos três verdades seguras e mais profundas a respeito dessa segurança divina, inabalável: o temor espanta o medo; a obediência sustenta a coragem; e a esperança ilumina o vale.
A primeira coisa muito clara neste salmo é que estar seguro em Deus – ou ser sustentado por Deus – (v. 8) é fruto do temor a Deus (Sl 112.1, 7):
Salmo 112 (NVI) 1Aleluia! Como é feliz o homem que teme o SENHOR… 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR.
Simples assim: o homem que teme não tem medo. O temor do SENHOR, repentinamente, tornou esse homem em uma pessoal inabalavelmente segura, firme, confiante.
Pare e pense um pouquinho:
Quanto de seus receios e instabilidades, este ano, resultaram não foram resultado do medo (temor) mal colocado ou desequilibrado? Sim, eu sei, enfrentamos medos reais este ano – um vírus que pode ser letal (e que se provou letal na morte de milhares), lockdowns intermináveis, empresas fechadas, empregos perdidos, queimadas descontroladas, tiroteios policiais, tumultos violentos, debates políticos acalorados etc. – adicionado a tudo o que cada um de nós já carregava ou sofria antes do mundo ter sido lançado nesta pandemia. Sentimos medo, não sentimos?
Entretanto, um temor maior, de longe, eleva-se – deve se elevar – acima de todos os medos: o terrível e maravilhoso poder e a justiça de nosso justo Senhor e Juiz. Se tememos como um vírus, uma bala perdida, um motim ou qualquer outro mal pode nos prejudicar de forma tão devastadora, devemos temer ainda mais aquele “que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno”. Jesus, de fato, disse assim (Mt 10.28, NVI):
Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.
Não é que não devemos ter medo daquilo que nos ameaça, mas que esse medo não poderá nos paralisar, uma vez que o pior que nos pode acontecer é morrer. Agora, Deus, esse sim a quem devemos temer, destrói “tanto a alma como o corpo no inferno” – sim, o sofrimento eterno é o que de mais terrível poderá sobrevir a qualquer pessoa.
Morte?
Morte sem a condenação do inferno (por mais que se sofra morrendo) – uma vez que em Cristo a morte no leva a Deus (1Pe 3.18) – é muito melhor, incomparavelmente melhor do que a vida neste mundo contaminado pelo pecado (Fl 1.23). O temor do SENHOR, o Medo dos medos, é o que coloca todas as coisas sob a ótica correta.
O Medo dos medos é um fenômeno estranho e maravilhoso, pois quem teme o mais Temível de tudo e de todos é que de fato encontra refúgio, abrigo, proteção e o amigo: “O SENHOR é amigo dos que o temem” (Sl 25.14, NVT).
O Medo dos medos é ao mesmo tempo estranho e maravilhoso porque Aquele a quem eles temem os sustenta; o temor do SENHOR se torna o lugar mais seguro em todo o mundo. Com efeito, o único local verdadeiramente seguro.
Além de proteção, o temor do SENHOR os torna sábios e cheios de bom senso (Sl 111.10). Quaisquer que sejam as terríveis provações que eles sofrem, eles as enfrentam nos braços ainda mais fortes da compaixão do SENHOR, Salmo 103.13-14 (NVI):
13Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o SENHOR tem compaixão dos que o temem; 14pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó.
Os que temem ao SENHOR não carecem de coisa alguma, Salmo 34.8-11 (NVI):
8Provem, e vejam como o SENHOR é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia! 9Temam o SENHOR, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que o temem. 10Os leões podem passar necessidade e fome, mas os que buscam o SENHOR de nada têm falta. 11Venham, meus filhos, ouçam-me; eu lhes ensinarei o temor do SENHOR.
O temor do SENHOR espanta o medo:
Salmo 112 (NVI) 1Aleluia! Como é feliz o homem que teme o SENHOR… 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR.
O temor que espanta o medo também inspira uma obediência corajosa – isto é, o temor do SENHOR nos torna obedientes é e na obediência que se ganha e se sustenta a coragem para ser diferente de todos ao redor. Salmo 112.1:
Aleluia! Como é feliz o homem que teme o SENHOR e tem grande prazer em seus mandamentos!
Agora veja como quem teme o SENHOR tem grande prazer em cumprir seus mandamentos. De que forma prática ele, temendo o SENHOR, cumpre os mandamentos? Com integridade, justiça, misericórdia, generosidade e honestidade. Preste atenção:
1Aleluia! Como é feliz o homem que teme o SENHOR e tem grande prazer em seus mandamentos! 2Seus descendentes serão poderosos na terra, serão uma geração abençoada, de homens íntegros. 3Grande riqueza há em sua casa, e a sua justiça dura para sempre. 4A luz raia nas trevas para o íntegro, para quem é misericordioso, compassivo e justo. 5Feliz é o homem que empresta com generosidade e que com honestidade conduz os seus negócios.
O homem que teme o SENHOR age, fala, gasta e ama de maneiras impressionantes, uma vez que, por temer mesmo o SENHOR, “não é dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus” (1Ts 4.5, NVI). E obedece a Deus porque tem prazer em obedecê-lo, e diz: “Regozijo-me em seguir os teus testemunhos como o que se regozija com grandes riquezas” (Sl 119.14, NVI). Para quem teme o SENHOR, os mandamentos do SENHOR “são mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo” (Sl 19.10).
A obediência se torna o forno para a coragem, refinando-a na medida em que se pratica os mandamentos, ela vai dissolvendo o medo. de seu ouvido. É uma ironia tecida na absoluta realidade: aqueles que se arriscam na obediência a Deus estão mais seguros e satisfeitos do que aqueles que tentam servir a si mesmos e salvar a si mesmos – Mateus 10.39 (NVI): “Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará.” E é uma tragédia que em toda a história humana muitos mais têm preferido os perigos terríveis da percepção de segurança na autonomia (vivendo para não perder, para resguardar e garantir), à obediência total a Deus (abrindo mão do que não pode reter para ganhar o que não se pode perder).
O temor espanta o medo e inspira a obediência corajosa em vida íntegra e demonstrações concretas de amor.
O homem sustentado por Deus sabe a quem mais temer, a quem obedecer quando sua carne – sua inclinação natura – resiste e protesta, e conhece aquele por quem sua alma anseia e espera. Os medos dos presentes esmaecem e se dissipam ao lado da luz do futuro. Salmo 112:
1Aleluia! Como é feliz o homem que teme o SENHOR e tem grande prazer em seus mandamentos!
6O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR. 8O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota dos seus adversários.
Sua adversidade terminará, seus inimigos cairão, seu triunfo chegará. Mesmo quando ele é assaltado por provações e tristezas, e aqueles que desprezam a Deus parecem estar prosperando, quem teme o SENHOR sabe que a fortuna e o conforto dos ímpios terão vida curta – enquanto os seus (dos justos) serão eternos:
2Coríntios 4.16-18 (NVI) 16Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, 17pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. 18Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.
O homem de Deus, a mulher de Deus recebe as más notícias com confiança e até com alegria, porque conhece as boas-novas que um dia lançarão todos os males que já surgiram e ainda surgirão no lago de fogo, Apocalipse 20.10-15 (NVI):
10O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre. 11Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. 12Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. 13O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. 14Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. 15Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo.
Graças a Deus que não para aqui. Veja, Apocalipse 21.1-4 (NVI):
1Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. 2Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. 3Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. 4Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou”.
Vírus surgirão, serão espalhados e serão curados, eleições virão e passarão, nações surgirão e cairão, mas aqueles que confiam no SENHOR – que o temem, obedecem-no e esperam por seu retorno – renovarão suas forças. Enquanto outros estão sobrecarregados com preocupações mundanas, “aqueles que esperam no SENHOR renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Is 40.31, NVI).
Não apenas que a nossa luz brilhará após as trevas, mas que ela brilhará nas trevas – “A luz raia nas trevas para o íntegro” (Sl 112.4), até que as próprias trevas desapareçam para sempre e sempre. Não é apenas que a alegria virá pela manhã, mas que também seremos sustentados durante as noites de tristeza e choro – até que as más notícias se tornem para sempre uma vaga memória inofensiva.
2021 já está batendo à nossa porta! Como ele será não importa.
Importa, contudo, temer o SENHOR e ter grande alegria em seus mandamentos.
Que venha 2021, pois nós já sabemos que:
[Salmo 112.6-8, NVI] 6O justo jamais será abalado; para sempre se lembrarão dele. 7Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no SENHOR. 8O seu coração está seguro e nada temerá. No final, verá a derrota dos seus adversários.
Paz, em 2021 e sempre!
S.D.G. L.B.Peixoto
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