02.04.2023
Gênesis 1.26-31 26Então Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem; ele será semelhante a nós. Dominará sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre todos os animais selvagens da terra e sobre os animais que rastejam pelo chão”. 27Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou. 28Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”. 29Então Deus disse: “Vejam! Eu lhes dou todas as plantas com sementes em toda a terra e todas as árvores frutíferas, para que lhes sirvam de alimento. 30E dou todas as plantas verdes como alimento a todos os seres vivos: aos animais selvagens, às aves do céu e aos animais que rastejam pelo chão”. E assim aconteceu. 31Então Deus olhou para tudo que havia feito e viu que era muito bom. A noite passou e veio a manhã, encerrando o sexto dia.
Dizem que a felicidade é uma ciência. Tem até livros – sim! mais de um, achei pelo menos três – exatamente com este título: A ciência da felicidade. Um desses autores sustentou que o caminho para ser feliz parte do ponto em que se toma a consciência de que “se tem uma coisa que não muda é que o mundo está sempre em transformação.” — Agora: adivinha qual é o teórico por trás dessa afirmação? Charles Darwin! Isso mesmo. — O pai da teoria da evolução é invocado para sustentar o argumento, nestas palavras: “Charles Darwin dizia uma coisa muito interessante: quem sobrevive as mudanças não são os mais fortes, mas os que melhores se adaptam às mudanças.” Daí o autor emenda [preste atenção ao pano de fundo da teoria da evolução nestas palavras]: “como seres em transformações, mudar não é uma opção, mas uma imposição da própria natureza da vida em sociedade, das etapas de vida e do nosso próprio crescimento pessoal.”
Buscando ser convincente no seu argumento, o autor do livro – A ciência da felicidade – que estou citando, usa uma analogia do dramaturgo irlandês Bernard Shaw, o qual viveu da segunda metade do século XIX até o final da primeira metade do século XX (1856—1950); conta que Shaw, fazendo provocações sobre o necessário processo de transformação pessoal, disse que “o único homem que se comporta de forma sensata é meu alfaiate. Ele tira minhas medidas novas todas as vezes que me vê, enquanto todos os outros continuam com suas medidas velhas e esperam que eu caiba nelas”.
Percebeu aonde isso vai desembocar?
Ora, gente, é óbvio, nesta visão de mundo: para sobreviver você terá que se adaptar às mudanças (Charles Darwin); mudar não é uma opção para você, mas uma imposição da natureza mesma da vida (autor citado); afinal, amanhã você não caberá na medida atual de sua roupa, tampouco caberá na medida padrão“certinha” da sociedade (Shaw) teísta, monoteísta, judaico-cristã e, portanto, dizem: desumanizadora, opressora, machista, misógina, binária, fóbica de todos os tipos etc.
Como ser, então, feliz dentro desta roupa apertada e antiquada de ontem ou de antigamente? Simples! Arranque e jogue fora. Rasgue e descarte na lata de lixo. Liberte-se, ora! (Trans)forme-se. Procure um alfaiate e tire suas medidas, novas medidas. Aliás, nem use a fita métrica; diga a ele qual é a medida desejada. Melhor: como ninguém gosta mais (nem deve gostar!) dessa coisa individualizada, personalizada, afetiva demais de alfaiate – até porquê, roupa de alfaiate e de costureira fica certinha demais no copo – vá a uma loja de departamento e escolha o que lhe apetecer; não importa o tamanho: grande, pequeno, sobrando ou faltando pano; aliás, se preferir, nem use pano ou roupa (largados e pelados está na moda, não está?); e se optar por alguma vestimenta, aquela à sua própria escolha, tem opções em cores infinitas (foi-se o tempo de cores básicas!); hoje é tudo multicor, “policor”, sem-cor, “transcor”; ah! tem também em cinquenta tons de cinza ou nas cores do arco-íris… É só você escolher!
OUÇA-ME, POR FAVOR. Não estou dizendo que você não tem o direito. A vida e a escolha são, sim!, suas (eu creio nisto); você faz da sua vida o que desejar (sob sua conta e risco). Sinceramente. Agora, não imponha aos outros nem a mim; não diga que eu não posso advertir ou também me expressar; não induza ou imponha àqueles que ainda sequer chegaram à maturidade, conquistaram a própria independência e obtiveram já a capacidade de, sozinhos, por si próprios, arcar com as consequências diversas que toda escolha pessoal se nos impõe; não me obrigue a me (trans)formar; não tentem confundir a cabeça de quem ainda está em formação; nem tentem educar com (des)informação.
Por que eu digo isto?
Lembra do sujeito do livro A ciência da felicidade? Pois bem, ele cita a seguinte frase de Augusto Cury: “nós educadores somos os únicos que temos o poder de causar uma revolução social. Com uma das mãos nós escrevemos na lousa, com a outra, movemos o mundo”. É verdade, gente, para o bem ou para o mau os educadores “movem [sim!] o mundo”, aonde desejarem. O autor que estou citando escreveu assim:
[O mundo mudou desde o surgimento da tecnologia e da internet.] Mas qual é o efeito dessas mudanças em nós educadores? A resposta é muito simples: toda transformação exterior começa por uma transformação interior. Isso se dá na forma como você se enxerga, […] a sua forma de encarar o mundo e a sua projeção de objetivos e valores pessoais. Aqui vale ressaltar o pensamento de Paulo Freire [sim, ele cita Paulo Freire!]: “A Educação não transforma o mundo. A Educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo”.
O mundo está em (trans)formação. O homem está em (trans)formação. Isto é fato. Inda pior: a rota é de desconstrução e desembocará em desespero e destruição. Neste caminho, seguindo o fluxo, as pessoas estão cada vez mais angustiadas diante do famoso dilema: “PRECISO MUDAR MINHA VIDA, MAS NÃO SEI POR ONDE COMEÇAR.”
Como mudar?
Realmente, o autor citado tem alguma razão neste ponto.
Toda transformação exterior – eu diria: qualquer transformação de vida – começa por uma transformação interior – eu diria, pela Bíblia: começa pela regeneração do coração, fruto da graça e geradora de fé em Jesus Cristo (arrependimento e fé). A transformação, a mudança de vida se dá – eu diria que ela começa no momento mesmo em que você nasce de novo (é regenerado e se converte a Cristo). Fruto do novo nascimento, fruto da obra de salvação, você começa a se enxergar ou passa a se enxergar à luz da verdade revelada de Deus na Bíblia, passa a se enxergar na medida de Cristo; ou seja, a sua forma de encarar o mundo e a sua projeção de objetivos e de valores pessoais serão moldados e movidos pela palavra de Deus no poder do Espírito: focados em Cristo.
A bem da verdade – biblicamente falando –, você não precisa de (trans)formação, mas de regeneração (acima de tudo, primeiro de tudo, regeneração, novo nascimento, arrependimento e fé, conversão e santificação para a glorificação); você não precisa, primeiro, mudar de vida, mas da nova vida em Cristo; você não precisa de autoconhecimento e de automotivação, mas de conhecimento bíblico e de santificação, você precisa crescer na graça e no conhecimento de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, e neste processo, contemplando sua glória, a glória de Deus revelada no rosto de Cristo pelas páginas da Bíblia, você vai sendo, pela vida do Espírito Santo em você, – aí sim! – transformado à imagem do Filho Jesus Cristo. Este processo, Paulo descreveu deste modo:
Gálatas 2.20 Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Portanto, vivo neste corpo terreno pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
É assim mesmo que você muda de vida. É assim mesmo que qualquer pessoa muda de vida. É assim que se volta ao padrão do Criador: a vida cristã pura e simples é o padrão do Criador para suas criaturas que caíram no pecado.
1. A descrição da vida cristã
Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
2. A dinâmica da vida cristã
Portanto, vivo neste corpo terreno pela fé no Filho de Deus,
3. A demanda da vida cristã
[O Filho de Deus] que me amou e se entregou por mim.
A (trans)formação do homem, a reinvenção da raça humana nesta etapa da história é fruto do materialismo e do naturalismo científicos. A precursora de tudo isso foi a teoria da evolução de Charles Darwin. De acordo com essa cosmovisão, o universo se originou de matéria pré-existente, e depois o homem descendeu de espécies animais inferiores, através de um longo e cruel processo de seleção natural ou de mutações genéticas. O teólogo sistemático holandês Herman Bavinck costumava dizer que evolução “é a palavra mágica que em nossos dias deve, de alguma forma, resolver todos os problemas sobre a origem e essência de todas as criaturas”.
Vern S. Poythress – matemático e teólogo reformado, especialista em Novo Testamento (coordenador dos tradutores do Novo Testamento grego ao inglês; ESV: English Standard Version) – Dr. Poythress observou que o evolucionismo naturalista não é apenas uma teoria biológica, mas uma cosmovisão que, como tal, procura oferecer respostas a questões fundamentais relacionadas ao significado e destino do ser humano. Segundo ele [no livro Redimindo a Ciência – uma abordagem teocêntrica; ed. Monergismo], os conceitos do evolucionismo naturalista:
Vão muito além de investigações biológicas do registro fóssil, embriologia e genética. Na realidade, eles envolvem suposições metafísicas e religiosas de grande alcance. As suposições são religiosas porque decidem sobre a existência e natureza de Deus. Apesar disso, por causa de vários fatores na sociedade contemporânea, o evolucionismo naturalista tende a desfrutar do prestígio de ciência, e seus fundamentos metafísicos tendem a permanecer inquestionados [ora, isto é religião, meu povo!].
É daí que nascem as confusões e as ações que vêm degradando o ser humano. Afinal, SE JÁ É QUASE DESUMANO SOBREVIVER dentro da normatividade – i.e., dentro do estado natural ou normal ou normativo das coisas e dos seres – estando sob as consequências de um mundo que está caído no pecado e sofrendo com todas as suas perversões, IMAGINE ENTÃO VOCÊ TER QUE VIVER como alguém que decidiu que não se enquadra ou não deseja viver na normatividade. Imagine você tentar viver fora do normal.
Permita-me falar de um jeito que até as crianças conseguirão entender: viver a vida fora do normal (fora do natural, fora dos padrões daquilo que os próprios olhos enxergam em termos de diferenças físicas, por exemplo) é como tentar ser o Nemo e a Dory (os peixinhos da Disney Pixar) não nos mares salgados dos oceanos Pacífico e Índico, mas Nemo e Dory no deserto do Saara ou no asfalto quente da Avenida 24 de Outubro. — O que acontecerá? — Ora, tirando-os de seu estado natural, tirando-os da água e os colocando na areia ou no asfalto quente, peixes se agonizarão até morrerem asfixiados e esturricados. E mesmo que fiquem para sempre no mar mesmo, mas desejando a não-normatividade do deserto ou do asfalto, Nemo e Dory viverão infelizes, angustiados.
PARA SE TER UMA IDEIA: diz-se que a luta da pessoa inconformada com seu gênero começa no momento em que ela entende ou declara que não pertence à normatividade. Outra coisa: li que jovens da população LGBT pensam três vezes mais em suicídio que heterossexuais e têm cinco vezes mais chances de colocar a ideia em prática. — Por quê? — O argumento é que, pelas suas escolhas, essas pessoas são colocadas para fora de casa ou de grupos, são rejeitadas e perseguidas ou sofrem todo tipo de bullying etc. De fato, há casos que até pagam com a própria vida, lamentavelmente. É por isso que se dizem que “a luta da pessoa LGBT começa no momento em que ela entende que não pertence à normatividade. Tanto continuar ‘no armário’, quanto sair dele exige muito da saúde mental e do emocional.”
Óbvio! Será sempre imensamente, indescritivelmente angustiante o tentar viver de forma contrária ao estado natural das coisas, de qualquer coisa. É a historinha do Nemo e da Dory que acabei de contar. – Sim, os problemas poderão ser ou serão mesmo agravados por parte daqueles que responderão pecaminosamente, agressivamente e até criminosamente aos que estão buscando viver fora da normatividade. E mesmo que não haja bullying, preconceito ou perseguição e ameaças (nunca deve haver! pecadores não devem pecar contra pecadores), ainda assim a pessoa vivendo ou considerando viver como quem se entendeu ou se definiu não pertencente à normatividade sempre sofrerá. — Por que sofrerá? — Sofrerá devido a angústia de se buscar ser o que não se é; ainda que como Thanos (o supervilão da Marvel, arqui-inimigo dos Vingadores) se consiga, num estalar de dedos e sem dor, eliminar todos quantos se opõem às (trans)formações.
Thanos – os fãs de Marvel vão se recordar – intencionava destruir metade da humanidade e do Universo para que nenhuma vida fosse ceifada como forma de sacrifício para a continuidade da raça criada pelos Celestiais. E do grupo sobrevivente, do caos gerado surgisse uma nova humanidade, de algum modo agora sob controle e sem qualquer lembrança do passado. Uma espécie de nova página em branco para se escrever tudo novo. Mas isso jamais funcionaria, como deixou claro o Tony Stark, o Homem de Ferro, ao sacrificar a própria vida para salvar o universo das loucuras de Thanos.
A solução, portanto, não é (trans)formar o mundo para que este se encaixe ou vista bem nos (trans)formados. A solução é seguir o padrão do bom, perfeito e agradável Criador. Mas, claro!, por se rejeitar o Criador ou se tentar (trans)formar o Criador à imagem e conforme a semelhança dos (trans)formados é que tantos vêm buscando eliminar ou mesmo atualizar a Bíblia Sagrada. Na contramão de tudo, a solução apontada pela Bíblia Sagrada é a recriação da humanidade, em Cristo:
Efésios 2.14-18 14Porque Cristo é nossa paz. Ele uniu judeus e gentios em um só povo ao derrubar o muro de inimizade que nos separava. 15Ele acabou com o sistema da lei, com seus mandamentos e ordenanças, promovendo a paz ao criar para si, desses dois grupos, uma nova humanidade. 16Assim, ele os reconciliou com Deus em um só corpo por meio de sua morte na cruz, eliminando a inimizade que havia entre eles. 17Ele trouxe essas boas-novas de paz tanto a vocês que estavam distantes dele como aos que estavam perto. 18Agora, por causa do que Cristo fez, todos temos acesso ao Pai pelo mesmo Espírito.
A nova humanidade nasce pela graça, por meio da fé em Cristo, não de (trans)formações. De fato, sem Cristo, a humanidade vive “no mundo sem Deus e sem esperança” (Ef 2.12). E por mais que se busque (trans)formação não se conseguirá ser feliz; por mais que deseje mudar de vida, não será capaz; e no final será condenado. O meio de se construir “um nova humanidade”, um “novo homem” (Ef 2.15), é voltando-se ao padrão original do Criador; isto se dá pela graça, por meio da fé em Cristo. Veja:
Efésios 2.1-10 1Vocês estavam mortos por causa de sua desobediência e de seus muitos pecados, 2nos quais costumavam viver, como o resto do mundo, obedecendo ao comandante dos poderes do mundo invisível. Ele é o espírito que opera no coração dos que se recusam a obedecer. 3Todos nós vivíamos desse modo, seguindo os desejos ardentes e as inclinações de nossa natureza humana. Éramos, por natureza, merecedores da ira, como os demais.
4Mas Deus é tão rico em misericórdia e nos amou tanto 5 que, embora estivéssemos mortos por causa de nossos pecados, ele nos deu vida juntamente com Cristo. É pela graça que vocês são salvos! 6Pois ele nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar com ele nos domínios celestiais, porque agora estamos em Cristo Jesus. 7Portanto, nas eras futuras, Deus poderá apontar-nos como exemplos da riqueza insuperável de sua graça, revelada na bondade que ele demonstrou por nós em Cristo Jesus.
8Vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus. 9Não é uma recompensa pela prática de boas obras, para que ninguém venha a se orgulhar. 10Pois somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas obras que ele de antemão planejou para nós.
Continua na parte 2…
S.D.G. L.B.Peixoto
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