20.02.2022
[Lamentações 3.19-23] 19Como é amargo recordar meu sofrimento e meu desamparo! 20Lembro-me sempre destes dias terríveis enquanto lamento minha perda. 21Ainda ouso, porém, ter esperança quando me recordo disto: 22O amor do SENHOR não tem fim! Suas misericórdias são inesgotáveis. 23Grande é sua fidelidade; suas misericórdias se renovam cada manhã.
Para viver bem, bem de verdade, você terá que aprender a sofrer. Não há outro camino. O sofrimento é real e não tem como fugir dele; ele vem em todos os modelos e tamanhos, para todas as idades. Portanto, o segredo de saber sofrer tem tanto valor na vida real que dinheiro nenhum do mundo é suficiente para comprar. Aliás, parece que não tem ninguém o vendendo por aí; pelo menos eu não consegui encontrar. O que vejo são pessoas cobrando, e cobrando caro para ensinar que é possível conquistar um patamar de vida tal que os problemas não serão mais capazes de te abalar ou de te desestruturar; e se te atingir com força, você poderá mudar de universo e ir para o metaverso.
Mas na vida real não é assim, não é gente?!
O sofrimento é de verdade e é inevitável. E sabe de uma coisa? A Bíblia nos ensina de graça o segredo de saber sofrer: é cultivando a esperança, a verdadeira esperança. Para este propósito, o propósito de ousarmos ter esperança, nós estamos estudando o livro de Lamentações de Jeremias no Antigo Testamento. Estamos ousando ter esperança neste mundo que é sim um mar de sofrimento.
O capítulo 3 é o ápice do livro de Lamentações. Neste capítulo está o tema e o fundamento da obra inteira, e em Lamentações 3.21-33 se acha o coração da mensagem do profeta à nação destroçada. É uma mensagem muito clara sendo entregue sobre quem é Deus e em que Jeremias estava confiando na hora do sofrimento. Tudo convergiu para este ponto do livro. Os capítulos 1 e 2 prepararam o caminho para o capítulo 3. E os capítulos 4 e 5 voltarão para a cena devastadora da cidade arruinada pelos babilônios, mas com uma mentalidade diferente por causa da mensagem do capítulo 3.
Perceba uma coisa: destoando da literatura convencional, o ápice da literatura de lamentação está no meio, no centro, não no final da obra. O autor começa a lamentar, chega ao miolo do que lhe dá esperança e depois volta a lamentar, pois a vida continua fazendo-o sofrer. O lamento, de fato, mantém o coração do lamentador equilibrado, centrado em Deus. Veja, em linhas gerais, a estrutura de Lamentações, por exemplo:
Em Lamentações 1 nós achamos o profeta juntando os cacos do que sobrou de Jerusalém após a devastação causada pelas tropas da Babilônia. Em Lamentações 2 nós vemos o profeta tateando no escuro promovido pela nuvem negra do justo julgamento de Deus que caíra sobre a cidade santa. E em Lamentações 3 Jeremias está abrindo seu coração em angústia pessoal, tomando o lugar dos habitantes de Jerusalém, lamentando no lugar deles, em nome deles – e nesse lamento Jeremias encontra a âncora de seu coração, ele acha a esperança, e a agarra com fé. Lamentações 4 e 5 que se seguirão ainda serão compostos de lamentos, mas de lamentos torneados pela esperança de Lamentações 3 (como veremos nas mensagens a seguir, Deus permitindo).
Hoje à noite eu convido você à dor de Jeremias; ele próprio nos está revelando a anatomia de seu sofrimento, dissecando diante de nossos olhos o próprio coração. Desse modo, o profeta nos está ensinando sobre como cultivar a esperança – e ele mesmo está sobre a mesa da sala de anatomia. E nós daremos uma expiada na autópsia que Jeremias faz de si mesmo.
Após a morte de sua esposa (Helen Joy Davidman), C. S. Lewis descobriu que escrever em seu diário era seu único consolo, a única maneira de manter a sanidade. Esse diário tomou a forma de quatro cadernos de anotação. Eis como ele abre seu texto (p. 23):
Nunca me disseram que o luto se parecia tanto com o medo. Não estou com medo, mas a sensação é como estar com medo. A mesma agitação no estômago, a mesma inquietação, o bocejo. Eu continuo com a garganta seca. Outras vezes, é como se eu estivesse ligeiramente bêbado ou tivesse recebido uma pancada na cabeça. Há uma espécie de manto invisível entre o mundo e eu. Acho difícil entender o que alguém diz. Ou talvez, é difícil querer entender. É tão desinteressante. No entanto, quero que os outros estejam perto de mim. Eu receio os momentos em que a casa está vazia. Se ao menos falassem uns com os outros, e não comigo.
O que o sofrimento tem provocado em você? Sente que Deus te abandonou?
Quando o câncer ceifou a vida de sua esposa amada, Lewis até considerou que Deus não se lembrava mais dele, ouça (p. 25):
Quando você está feliz, tão feliz que não tem a sensação de precisar dele, tão feliz que é tentado a sentir como uma interrupção as reivindicações dele a seu respeito, se você se lembrar e se voltar para ele com gratidão e louvor, você será — ou é o que sinto — recebido de braços abertos. Mas vá a ele quando sua necessidade é desesperadora, quando todas as outras ajudas são vãs, e o que você encontra? Uma porta batida na sua cara e um som de tranca, assim como o som da segunda tranca do lado de dentro. Depois disso, silêncio. Você também pode se afastar. Quanto mais você esperar, mais enfático se tornará o silêncio. Não há luzes nas janelas. Talvez seja uma casa vazia. Já foi habitada? Uma vez pareceu ter sido sim. E essa impressão era tão forte quanto a de agora. O que isso significa? Por que ele é um comandante tão presente em nossos tempos de prosperidade e uma ajuda tão ausente em tempos de angústia?
Quanta gente consegue se identificar com esse sentimento de Lewis na hora do sofrimento! Sabe por quê? É que na hora da dor, principalmente nos estágios iniciais da dor, por natureza (talvez pelo instinto de sobrevivência), o sofredor fica totalmente absorvido pela sua própria dor, quase como se o mundo inteiro girasse em torno dela. Ouça como Lewis falou desse sentimento (p. 27-28):
Certa vez, li a frase: “Passei a noite inteira acordado com dor de dente, pensando sobre dor de dente e sobre ficar acordado”. É verdade com respeito à vida. Parte de todo tormento é, por assim dizer, a sombra ou o reflexo do tormento: o fato de que você não apenas sofre, mas tem de continuar pensando no fato de que você sofre. Eu não apenas vivo cada interminável dia no luto, mas vivo cada dia pensando em viver cada dia no luto. Estas notas apenas agravam esse lado do luto? Apenas confirmam a marcha monótona e árdua da mente em torno de um assunto? Mas o que devo fazer? Devo fazer uso de alguma droga, e ler não é uma droga suficientemente forte agora. Ao anotar tudo (tudo? Não: um pensamento em cem), acredito que consigo sair um pouco disso.
Anotar tudo, fazer um diário diante de Deus com o objetivo de sair de si mesmo um pouco e se ver diante de Deus. É isso o que Jeremias faz. Ele anota sua dor diante de Deus. Leia comigo e perceba a profusão de pronomes na primeira pessoa do singular:
Lamentações 3.1-3 1Eu sou aquele que viu as aflições trazidas pela vara da ira do SENHOR. 2Ele me conduziu para a escuridão e removeu toda a luz. 3Voltou sua mão contra mim repetidamente, o dia todo.
É claro que Jeremias não falava apenas por si mesmo, mas por todos que estavam sofrendo com a mesma dor (e fala por nós também). Na hora da dor, por natureza, talvez por instinto de sobrevivência, fazemos de nós mesmos o centro de referência para todas as coisas. O sofrimento atinge a nossa mente. Mas o sofrimento também nos atinge fisicamente – Lamentações 3.4: “Fez minha pele e minha carne envelhecerem e me quebrou os ossos.” A linguagem é poética, mas revela verdades. O sofrimento atinge o corpo.
O sofrimento atinge ainda a alma ou o espírito, o sofrimento nos atinge também espiritualmente:
Lamentações 3.5-9 5Sitiou-me e cercou-me de angústia e aflição. 6Enterrou-me num lugar escuro, como os que há muito morreram. 7Cercou-me de muros, e não consigo escapar; prendeu-me com pesadas correntes. 8E, ainda que eu clame e grite, ele fechou os ouvidos para minha oração. 9Com um muro de pedra, impediu meu caminho; tornou minha estrada tortuosa.
Há também questões psicológicas com as quais devemos lidar na hora do sofrimento. Veja o caso de Jeremias: por mais de quarenta anos, o profeta preparou a si mesmo e seu povo, tanto para a possibilidade quanto para a inevitabilidade da queda de Jerusalém pelas mãos dos babilônios. Seria de esperar, portanto, que Jeremias e o povo estivesses psicologicamente preparado. Ou não? A gente olha para a história e vê que a pancada veio, e juntamente com ela chegou a dura realidade da morte e da tragédia. E ninguém estava realmente preparado para tudo aquilo. Ninguém nunca estará preparado. Perdas, dores e mortes sempre nos pegarão despreparados. Ouça como Jeremias se sentiu, psicologicamente:
Lamentações 3.10-12 10Escondeu-se como um urso ou um leão que espera para atacar. 11Arrastou-me para fora do caminho e despedaçou-me; deixou-me devastado. 12Preparou seu arco e me fez alvo de suas flechas. É natural, mas não podemos parar por aí.
Sobre a surpresa que sempre será a dor e o sofrimento quando forem despejados sobre nós mesmos, ouça o que Lewis escreveu (p. 47):
Sentimentos, e sentimentos, e sentimentos. Deixe-me tentar um pensamento, em vez disso. Do ponto de vista racional, que novo fator a morte de [Helen Joy] trouxe para o problema do universo? Que base ela me deu para duvidar de tudo aquilo em que acredito? Eu já sabia que essas coisas, e piores, aconteciam diariamente. Eu diria que as levei em consideração. Fui advertido — adverti a mim mesmo — para não contar com a felicidade mundana. Sofrimentos nos foram até mesmo prometidos. Eles faziam parte do programa. Foi-nos dito: “Bem-aventurados os que choram”, e eu aceitei. Não há nada que eu não tenha tentado negociar. Claro que é diferente quando a coisa acontece com a própria pessoa, não com os outros, e na realidade, não na imaginação.
O sofrimento nos atinge mentalmente, fisicamente, psicologicamente e também socialmente:
Lamentações 3.13-14 13As flechas que ele atirou entraram fundo em meu coração. 14Meu povo ri de mim; o dia inteiro entoam canções de zombaria.
Com a cabeça, o corpo, o coração e a convivência com as pessoas assim tão afetados pelo sofrimento, não era por nada então que Jeremias se estendia em seu lamento nestes termos:
Lamentações 3.15-18 15De amargura ele me encheu e me fez beber um amargo cálice de dor. 16Fez-me comer pedrinhas até quebrar os dentes e cobriu-me de pó. 17Tirou-me a paz, e já não sei o que é prosperar. 18Grito: “Meu esplendor se foi! Tudo que eu esperava do SENHOR se perdeu!”.
Jeremias nos apresentou a anatomia de seu sofrimento: feriu a cabeça (eu, eu, eu, eu…), o corpo (envelheceu), o coração (vacilou na fé) e a convivência com as pessoas.
A segunda parte de Lamentações 3 (vs. 19-33) apresenta uma nota de esperança emergindo do fundo do poço – Jeremias começa a orar. A angústia descrita até aqui nunca pretendeu tornar-se um fim em si mesma. O profeta não se permitiu ficar preso em seu lamaçal de sofrimento. Assim como Jeremias fora retirado do poço lamacento onde fora jogado pelos falsos profetas (em Jeremias 38), agora nós o achamos sendo gradualmente guinchado para fora do poço de seu eu natural que afogava no desespero total. O homem que há pouco dissera que Deus havia fechado as portas para sua oração estava novamente orando, e enquanto orava recordava a si mesmo onde deveria ser lançada a âncora de seu coração. Jeremias ora – e prega ao seu próprio coração.
O que se ouve?
Quais são as verdades eternas nas quais Jeremias ancora seu coração?
1. Sempre há um caminho de volta para o colo de Deus
Lamentações 3.19-21 19Como é amargo recordar meu sofrimento e meu desamparo! 20Lembro-me sempre destes dias terríveis enquanto lamento minha perda. 21Ainda ouso, porém, ter esperança quando me recordo disto:
2. As misericórdias do SENHOR não têm fim
Lamentações 3.22-24 22O amor do SENHOR não tem fim! Suas misericórdias são inesgotáveis. 23Grande é sua fidelidade; suas misericórdias se renovam cada manhã. 24Digo a mim mesmo: “O SENHOR é minha porção; por isso, esperarei nele!”.
3. Esperar não é sinônimo de desperdiçar
Lamentações 3.25-30 25O SENHOR é bom para os que dependem dele, para os que o buscam. 26Portanto, é bom esperar em silêncio pela salvação do SENHOR. 27É bom as pessoas se sujeitarem, ainda jovens, ao jugo de sua disciplina. 28Que permaneçam sozinhas e em silêncio sob o jugo do SENHOR. 29Que se deitem com o rosto no pó, pois talvez ainda haja esperança. 30Que deem a outra face para os que os ferem e aceitem os insultos de seus inimigos.
4. A história ainda não terminou, e não termina por aqui
Lamentações 3.31-32 31Pois o Senhor não abandona ninguém para sempre. 32Embora traga tristeza, também mostra compaixão, por causa da grandeza de seu amor.
5. Deus é sempre bom
Lamentações 3.33 Pois não tem prazer em afligir as pessoas, nem em lhes causar tristeza.
Quando o sofrimento chegar, e se ele já não tiver chegado ele chegará, quando você sofrer, pregue ao seu coração essas verdades simples:
Ancore seu coração nessas verdades e você não ficará no poço do desespero.
Veja, Jeremias começou revelando a anatomia de seu sofrimento (vs. 1-18); depois ele passou a refletir sobre as verdades nas quais ele ancorava seu coração (vs. 19-33); e agora ele revela no que ele achava ânimo para prosseguir em meio à dor (vs. 34-54).
1. A justiça de Deus
Lamentações 3.34-36 34Quando alguém esmaga sob os pés todos os prisioneiros da terra, 35quando nega a outros seus direitos em oposição ao Altíssimo, 36quando distorce a justiça nos tribunais, será que o Senhor não vê tudo isso?
Deus não é sádico. Deus é bom, e justo. Mas tem mais.
2. A soberania de Deus
Lamentações 3.37-39 37Quem pode ordenar que algo aconteça sem a permissão do Senhor? 38Acaso o Altíssimo não envia tanto a calamidade como o bem? 39Então por que nós, humanos, nos queixamos quando somos castigados por nossos pecados?
Deus é bom, é justo, e ele é soberano. Mas tem ainda mais.
3. A santidade de Deus
Deus é santo, por isso o pecado tem consequências terríveis:
Lamentações 3.40-54 40Em vez disso, examinemos nossos caminhos e voltemos para o SENHOR. 41Levantemos o coração e as mãos para Deus nos céus e digamos: 42“Pecamos e nos rebelamos, e tu não nos perdoaste. 43“Com tua ira nos envolveste, nos perseguiste e nos massacraste sem piedade. 44Tu te escondeste numa nuvem, para que nossas orações não chegassem a ti. 45Como refugo e lixo, nos lançaste fora, no meio das nações. 46“Todos os nossos inimigos falam contra nós. 47Vivemos cheios de medo, pois estamos presos numa armadilha, devastados e arruinados”. 48Rios de lágrimas correm de meus olhos pela destruição de meu povo. 49Minhas lágrimas correm sem parar; não cessarão 50até que o SENHOR se incline dos céus e veja. 51Meu coração está aflito pelo destino das mulheres de Jerusalém. 52Meus inimigos, a quem nunca fiz mal, caçaram-me como se eu fosse um pássaro. 53Num poço me jogaram e atiraram pedras sobre mim. 54A água subiu acima de minha cabeça e clamei: “É o fim!”.
Jeremias continua sofrendo, mas ele sofre como quem tem esperança – seu coração está ancorado na verdadeira esperança: o SENHOR. Esperançoso, Jeremias recobra o ânimo para prosseguir – não nas circunstâncias (que em nada mudaram), mas no caráter de Deus: Deus é bom, justo, soberano e santo. É por isso que ele continua orando.
Jeremias pede ajuda a Deus
Lamentações 3.55-57 55Mas, lá do fundo do poço, invoquei teu nome, SENHOR. 56Tu me ouviste quando clamei: “Ouve minha súplica! Escuta meu clamor por socorro!”. 57Sim, tu vieste quando clamei e disseste: “Não tenha medo”.
Jeremias clama pela justiça de Deus
Lamentações 3.58-66 58Senhor, defende minha causa, pois redimiste minha vida. 59Viste a injustiça que me fizeram, SENHOR; demonstra tua justiça. 60Viste os planos vingativos que meus inimigos tramaram contra mim. 61SENHOR, ouviste os insultos deles; sabes muito bem dos planos que tramaram. 62Meus inimigos me acusam e conspiram contra mim o dia todo. 63Olha para eles! Sentados ou em pé, zombam de mim com suas canções. 64SENHOR, dá-lhes o que merecem por todo o mal que fizeram. 65Dá-lhes coração duro e teimoso, e que tuas maldições caiam sobre eles. 66Persegue-os em tua ira e destrói-os sob os céus do SENHOR.
Ânimo para prosseguir só é encontrado no SENHOR: na bondade, justiça, soberania e santidade do SENHOR.
Uma das grandes crises filosóficas e existenciais da humanidade, se não a maior delas, é o problema do sofrimento no mundo. Como pode um Deus bom e todo poderoso permitir que a coroa de sua criação, a humanidade, sofra tanto como se vê. Não é possível, argumentam alguns: ou Deus e mal, e não merece nosso respeito; ou Deus é bom, e não tem tanto poder assim para intervir. O Deus da Bíblia não é assim. Deus é bom. Ele é justo. É soberano. E santo. É o que achamos na Bíblia, de capa a capa, e em Lamentações de Jeremias em particular.
Este texto deixa claro que todo o sofrimento de Jerusalém – o nivelamento de Jerusalém e do templo ao pó do chão – não desabou do coração de um Deus que tem prazer em fazer seu povo sofrer. Deus não fica lá no céu alimentando prazer em disciplinar seus próprios filhos. Em vez disso, Deus os disciplina por causa de propósitos soberanos, justos, santos e bons que sempre se acham por trás de todas as dificuldades.
Deus não poderia, por exemplo, permitir que Israel continuasse em sua rebelião e flagrante idolatria. Ele deveria detê-los. E para detê-los, Ele teria que devastá-los – pelo menos por um tempo. O objetivo final de Deus sempre flui de um coração misericordioso e amoroso. Ele quer o melhor para seus filhos, e foi por isso que Jerusalém caiu.
Deus pretende salvar seu povo, mas antes que isso aconteça, ele precisa que o coração desse povo esteja pronto para ouvi-lo atentamente, ansiosamente. E a dor tem um jeito próprio de descascar o calo de um coração endurecido e enganoso. Portanto, tenha certeza de que, se você é um discípulo de Cristo, tudo em sua vida, de alguma forma, de alguma maneira, faz parte do plano bom, perfeito e agradável de Deus para te salvar e te santificar. Deus não tem prazer no seu sofrimento ou nas suas lágrimas. Mas está sim produzindo algo de bom em você através desse sofrimento. Tenha fé.
Agora, se você ainda não creu para salvação, se ainda não é discípulo de Jesus, não tenha dúvida de que Deus também está chamando você, destruindo seus ídolos, derrubando falsas esperanças, desmascarando mentiras, desmamando você deste mundo, desta feira de vaidades que é a vida sem Deus. Renda-se. Arrependa-se. Creia em Jesus. Torne-se discípulo dele, junte-se pelo batismo à sua igreja. Persevere para a salvação eterna.
A esperança para a hora do sofrimento brota da reafirmação da verdade bíblica para a nossa própria alma. Portanto, não deixe de pregar ao seu coração a única coisa que pode te dar e fazer manter a esperança — a verdade, está verdade:
[1.] sempre há um caminho de volta para o colo de Deus (Cristo é o caminho; assim como Jeremias se identificou com o sofrimento de Jerusalém — colocando o sofrimento da nação na primeira pessoa do singular: “eu”, Cristo assumiu a forma de servo e se identificou com o nosso sofrimento e se tornou o nosso substituto na cruz);
[2.] as misericórdias do SENHOR não têm fim (elas se renovam todas as manhãs);
[3.] esperar não é sinônimo de desperdiçar (ache meios de se aquietar em silêncio);
[4.] a história ainda não terminou, e não termina por aqui; e
[5.] Deus é sempre bom, e santo, e justo, e soberano. A esperança para a hora do sofrimento brota da reafirmação da verdade bíblica para a nossa própria alma.
Lamentações 3.19-23 19Como é amargo recordar meu sofrimento e meu desamparo! 20Lembro-me sempre destes dias terríveis enquanto lamento minha perda. 21Ainda ouso, porém, ter esperança quando me recordo disto: 22O amor do SENHOR não tem fim! Suas misericórdias são inesgotáveis. 23Grande é sua fidelidade; suas misericórdias se renovam cada manhã.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto