26.09.2021
Ageu 2.20-23 20Naquele mesmo dia, 18 de dezembro, o SENHOR enviou mais uma mensagem a Ageu: 21“Diga ao governador de Judá, Zorobabel, que estou prestes a sacudir os céus e a terra. 22Derrubarei tronos e destruirei o poder de reinos estrangeiros. Derrubarei os carros de guerra e seus condutores; os cavalos cairão, e seus cavaleiros matarão uns aos outros. 23“Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, honrarei você, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel. Farei que você seja como um anel de selar em meu dedo, diz o SENHOR, pois eu o escolhi. Eu, o SENHOR dos Exércitos, falei!”.
Já faz tempo que a gente tem vivido em estado de alerta. Coisas terríveis estão acontecendo perto da gente e pelo mundo afora. Este estado de alerta constante em que vivemos tem o potencial de deixar qualquer pessoa paralisada pelo medo.
Quer ver uma coisa?
Como confiar na vizinha do prédio, quando ela, na calada da noite, pode estar esquartejando o próprio marido, depois de ter atirado nele à queima roupa? — E pensar que você poderia estar dando bom-dia a ela, na garagem do prédio, enquanto ela organiza as três malas no porta malas do carro, e você não saberia que lá dentro estão os pedaços do corpo do marido! Pior: E se você, sendo cavalheiro, tivesse se oferecido para ajudar a carregar e colocar as malas no carro? — Pois foi isso que, em maio de 2012, Elize Matsunaga (30 anos à época) fez com o marido, Marcos Matsunaga (41 anos).
Tem mais: Como caminhar em paz pelos parques e calçadões, como dirigir pelas ruas das cidades deste país, se a qualquer momento você pode ser vítima de um assalto ou de bala perdida? Como usar um caixa eletrônico, fazer compras numa loja de conveniência, sacar dinheiro no banco e outras coisas mais se quase todo dia nós assistimos as imagens de explosões e assaltos, imagens de guerra em toda parte? Como mandar os filhos para a escola e ficar tranquilo(a), sabendo que, vira e mexe, um louco entra em escolas atirando em todo mundo? Aliás, nem os professores estão seguros da violência ou loucura de alunos! Como confiar em líderes religiosos, se todo dia aparece um escândalo de abuso sexual contra menores, adultério ou enriquecimento ilícito? Como dormir em paz depois de assistir às notícias dos jornais, que falam de tanta barbaridade e prenunciam guerras o tempo todo? E mais recentemente: como sair de casa, cumprimentar alguém que a gente ama ou simplesmente considera, sem risco de contaminação como o vírus da COVID-19, e se o outro estiver contaminado, assintomático?
Percebeu?
O fato é este: vivemos todos com medo, em estado de alerta.
O outro lado da moeda é a frieza, o distanciamento, a insensibilidade, viver trancado em casa ou viver trancado em si mesmo.
É sabido daqueles que são mais perspicazes, por experiência própria, que a resposta anterior ao medo, ou estado de alerta, é a ansiedade. Na ansiedade, o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou a pessoa ou o animal ou o objeto que lhe causa medo. Especialistas no comportamento humano até traçaram uma escala dos graus de medo na qual o máximo seria o pavor e o mínimo uma leve ansiedade.
Em face dessas coisas, como viver contente? Como estar contente se hoje em dia a vida é como um pêndulo que oscila o tempo todo entre o pavor e uma leve ansiedade? Não é por nada, portanto, que temos encontrado tantos transtornos emocionais.
Comentando os dias de Ageu, João Calvino disse o seguinte:
Os judeus estavam cercados, por todos os lados, de inimigos inveterados [inimigos de longas datas]. Eles tinham tantos inimigos quanto o número de vizinhos [já que eles eram perseguidos pelos samaritanos e os demais ao redor mais próximo]. E eles eram odiados também pelo resto do mundo [as nações que os circundavam].”
À época, o povo de Ageu vivia sob o domínio dos persas, os quais provocaram, à força, uma reviravolta tremenda na Babilônia – a nação que os persas tinham acabado de conquistar e dominar para si. As autoridades do governo persa estavam começando a ser contestadas por todas as potências do Oriente Próximo. O mundo estava certo de que a cabeça de alguém iria rolar. Sob fortes pressões e ameaças, o medo era quem reinava nas casas dos persas e dos povos subjugados. Já no palácio de Ciro, todos estavam preocupados em garantir o poder e o prestígio do rei. Tudo o que acontecesse na Pérsia afetaria diretamente Judá e a capital Jerusalém. Afinal, quem se importava com os judeus? Eles eram uma nação muito pequena, insignificante em termos globais. Não havia grandes motivos para se preocupar com aquela gente religiosamente obstinada.
Ora, meu povo, não era de se admirar que os habitantes de Judá estivessem em estado de alerta, temendo tanto a erupção dos conflitos em torno de seu país. A coisa toda respingaria lá dentro dos limites de Jerusalém.
Como descansar e confiar num tempo assim tão conturbado? Como continuar vivendo para a glória de Deus, quando se vive sob tantas pressões e ameaças? Como se contentar e deixar de se preocupar consigo mesmo, concentrando-se no templo e no próximo, quando ninguém se preocupa com você? Como viver sem enraizar sua alegria nas circunstâncias?
Veja, não era por pouca coisa que todos lá em Jerusalém viviam oscilando entre obediência e desobediência, empenho e negligência, confiança e medo, alegria e tristeza, contentamento e descontentamento. Estavam todos, de Ageu ao povo comum, em estado de alerta.
Enquanto na Pérsia ninguém se importava com a segurança e o bem estar de Judá e cada um vivia para si, buscando os seus próprios interesses, Deus, como sempre faz, se importava muito com o seu povo. O mundo estava para explodir e Judá tinha todos os motivos para viver em estado de alerta, mas Deus continuava na torre de controle.
Veja o nosso texto, Ageu 2.20, aquele era o dia 18/12/520 a.C, e Deus já tinha falado uma vez naquele mesmo dia através de seu servo, o profeta Ageu (2.10-19). Aliás, nos últimos quatro meses, Deus já tinha falado três vezes com o povo (e aquela era a quarta vez que a palavra do SENHOR chegava aos ouvidos e ao coração daquela gente).
PRIMEIRO, em 29/08/520 a.C., Deus chamou o povo à reflexão e disse que todos precisavam definir suas prioridades (em 1.1-15). A SEGUNDA VEZ que Deus falou foi em 17/10/520 a.C., quando Deus convocou o povo ao trabalho e disse que eles deveriam dominar seus pensamentos (em 2.1-9). A TERCEIRA MENSAGEM foi entregue em 18/12/520 a.C., quando Deus exigiu santidade, dizendo que deveriam descartar seus pecados se realmente quisessem aprender o segredo do contentamento (em 2.10-19). E agora, PELA QUARTA VEZ, a segunda vez no mesmo dia da terceira mensagem, no dia 18/12/520 a.C., Deus falou ao povo. Dessa vez, o SENHOR estava incentivando a nação a depender de suas promessas se quisessem realmente aprender a viver contentes (Ag 2.20-23). TROCANDO EM MIÚDOS: através de Ageu, com sua mensagem motivacional da parte do céu, o SENHOR estava ensinando o povo o segredo do contentamento.
Anos mais tarde, Paulo também ensinou que CONTENTAMENTO é uma ciência que nós APRENDEMOS. Ninguém nasce pronto para viver contente. O choro estridente dos recém-nascidos famintos já comprova o estado constante de descontentamento de todo ser humano. O pecado nos tornou descontentes.
Outra coisa que Paulo declarou foi que contentamento não depende de pessoas, coisas ou circunstâncias, mas de confiança e de prazer em Deus:
Filipenses 4.12-20 12Sei viver na necessidade e também na fartura. Aprendi o segredo de viver em qualquer situação, de estômago cheio ou vazio, com pouco ou muito. 13Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me dá forças. […] 19E esse mesmo Deus que cuida de mim lhes suprirá todas as necessidades por meio das riquezas gloriosas que nos foram dadas em Cristo Jesus. 20Agora, toda a glória seja a Deus, nosso Pai, para todo o sempre! Amém.
À luz desse texto de Paulo, nós vimos, no primeiro sermão desta série no livro de Ageu, como Jeremiah Burroughs definiu o contentamento. Revise comigo:
Contentamento cristão é aquele estado doce, interior, sereno e gracioso de espírito, que livremente se submete e se delicia na disposição sábia e paternal de Deus em toda e qualquer situação. [Aprendendo a estar contente – editora PES].
É precisamente sobre essa “disposição sábia e paternal de Deus em toda e qualquer situação” que Ageu trata nesta mensagem final do livro (em 2.20-23).
Portanto, veja comigo por que O SEGREDO DO CONTENTAMENTO, além de requerer que se defina prioridades, que se domine pensamentos e que se descarte pecados, como já vimos anteriormente, passa, necessariamente, também pela dependência das promessas de Deus. Aprenda comigo sobre as promessas de Deus que elas são [1] personificadas; [2] precisas; e [3] pedagógicas.
O leitor atento do livro de Ageu tem que notar que na última mensagem (em 2.20-23), pela primeira vez no livro, o profeta traz uma palavra para apenas uma pessoa. Se não, observe agora comigo a sequência do livro:
Na última pregação de Ageu, Zorobabel, o governador de Judá, foi o escolhido de Deus para receber com exclusividade a mensagem. Por quê? Depois de falar ao governador, aos sacerdotes e ao povo, Deus falou exclusivamente ao governador. Por quê?
Primeiro Deus falou apenas aos líderes: ao governador e ao sumo sacerdote – (em 1.1). Depois Deus falou a todo mundo: ao governador, ao sumo sacerdote e ao remanescente do povo (em 2.1-2). Na terceira vez, Deus falou apenas aos sacerdotes, os quais estavam contribuindo para o pecado de todo o povo (em 2.11). E na quarta e última vez, Deus falou apenas ao governador de Judá, Zorobabel (em 2.21). Por quê?
Primeiro, para despertar uma nação, uma família ou uma igreja, primeiramente os líderes precisam ser despertados (1.1). Segundo, para se trabalhar na reconstrução, todo mundo precisa estar envolvido (2.2). Terceiro, líderes não podem dar mau exemplo ou servir de má influência, como era o caso dos sacerdotes (2.11). Por fim, em 2.21, Deus sabe que seus líderes são os que mais precisam de encorajamento diante dos desafios.
Enquanto o povo teme, os líderes tremem. Pesam sobre os ombros dos líderes as responsabilidades especiais relativo à liderança, as quais não são todos os que as carregam. Por isso que os líderes, aqueles que estão na linha de frente da batalha, precisam de encorajamento e de palavras especiais da parte de Deus. NOTE OS DETALHES:
Zorobabel, o governador de Judá, era neto de Jeoaquim (Mt 1.12; Jr 22.24, 28) e, portanto, descendente direto de Josias (responsável pelas grandes reformas espirituais em Israel). Logo, Zorobabel, além de possuir um belíssimo currículo, descendia da mesma linhagem real de Davi. Por que essas informações são tão importantes para nós?
Esses dados nos contam que, em vez de usar uma coroa de rei e se assentar sobre um trono real e ficar de lá dando ordens, Zorobabel assumiu a postura de um governador humilde, servo, em face de uma dificílima realidade.
Servindo aos judeus remanescentes, os quais sofriam todo tipo de males em Jerusalém, Zorobabel lutava para ver concluída a obra de um templo humanamente inglório (quando comparado ao templo de Salomão que tinha sido destruído pelos babilônios).
Além desse quadro deprimente da situação, no qual se encontrava o homem da linhagem real, pesava sobre Zorobabel a inconstância e o descontentamento do povo, sem contar a inveja e a discórdia dos samaritanos.
Não bastasse tudo isso, Zorobabel vivia à mercê dos desdobramentos entre a Pérsia e as outras nações que, lideradas pelos babilônios, ressurgiam contra a potência da vez: a Pérsia que por ora oferecia salvo conduto, alvará aos judeus em Jerusalém.
Percebeu?
Ficou claro?
Não foi por capricho, não foi por pouca coisa que Deus entregou, através de Ageu, uma mensagem personalizada ao governador Zorobabel.
A PRIMEIRA LIÇÃO preciosa que podemos aprender deste texto é que não importa o que estejamos passando, Deus cuida sempre de nós, de forma personalizada. Podemos, então, descansar contentes em seus braços. Deus sabe quem você é e se está ou não sendo humilhado(a). Ele conhece a sua estrutura e sabe o quanto você conseguirá suportar. E na hora certa o SENHOR trará uma palavra de esperança, uma mensagem personalizada, para você, para cada um de nós. Principalmente se você está à frente de algo importante (família, trabalho, ministério, desafio, etc.).
Sobre essa promessa personalizada de Deus a cada um de nós, permitam-me fazer três observações:
1.1 – O canal das promessas de Deus
Ageu 2.20-21 20Naquele mesmo dia, 18 de dezembro, o SENHOR enviou mais uma mensagem a Ageu: 21“Diga ao governador de Judá, Zorobabel, […]
Deus nos fala pelos profetas e apóstolos (Ef 2.20) – pela Escritura Sagrada. Portanto, busque as promessas personalizadas de Deus para a sua vida na Bíblia Sagrada.
1.2 – A constância das promessas de Deus
Ageu 2.20-21 20Naquele mesmo dia, 18 de dezembro, o SENHOR enviou mais uma mensagem a Ageu: 21“Diga ao governador de Judá, Zorobabel, […]
Deus é constante e persistente em falar conosco. Portanto, busque as promessas personalizadas de Deus – sem cessar.
1.3 – O cuidado das promessas de Deus
Ageu 2.23 “Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, honrarei você, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel.
Deus toma o cuidado de chamar Zorobabel de “meu servo”. Ora, Zorobabel era de linhagem real e, portanto, deveria estar servindo como rei. Mas por ora ele era apenas governador (da província da Pérsia em Judá). Em todo caso, ele era “servo”, “servo de Deu” – “meu servo”, disse o SENHOR dos Exércitos. [Detalhe: em 2.14, “este povo, esta nação”, mas em 2.23, “meu servo”.]
“Meu servo” era um título muito especial. Apenas Moisés (Nm 12.7), Davi (Ez 34.23) e Daniel (Dn 6.20) tinham sido chamados de “meu servo” no Antigo Testamento. Além deles, o próprio Senhor Jesus é chamado de “servo” (Is 52 e 53).
O que se aprende com essa expressão – “meu servo”?
Honra não é servir como rei ou governador, mas apenas servir. Servir ao SENHOR, seja em que posição for. Servir ao SENHOR nos lugares onde ele te colocar para servir. O próprio Jesus se expressou deste modo:
Lucas 22.24-27 24Depois, começaram a discutir entre si qual deles era o mais importante. 25Jesus lhes disse: “Neste mundo, os reis e os grandes homens exercem poder sobre o povo e, no entanto, são chamados de seus benfeitores. 26Entre vocês, porém, será diferente. Que o maior entre vocês ocupe a posição inferior, e o líder seja o servo. 27Quem é mais importante, o que está à mesa ou o que serve? Não é aquele que está à mesa? Mas não aqui! Pois eu estou entre vocês como quem serve.
Assim como Jesus, Zorobabel estava em Jerusalém “como quem serve” (Lc 22.27). Servir era e é suficiente, independentemente de títulos e honras. Portanto, busque na Palavra as promessas personalizadas de Deus e deleite-se no cuidado do SENHOR por cada um de nós, os quais Deus mesmo separa para servir.
Como nós seríamos mais felizes – e contentes – se entendêssemos que servir, seja em que posição for, com derrotas ou com vitórias, é em si um privilégio inegociável! Zorobabel aprendeu isso através da PROMESSA PERSONALIZADA DE DEUS. Mais importante que ser rei ou governador, mais importante que qualquer posição ou status é ser chamado por Deus de “meu servo”, “minha serva”.
Além de personalizadas, as promessas de Deus são precisas.
O que mais pesava no coração de Zorobabel, que via de perto a aflição de seu povo, era o temor. Medo do que os samaritanos poderiam fazer contra eles. Medo da situação política da Pérsia. Medo de se dedicar totalmente à gloria de Deus e não ser feliz. Valeria mesmo a pena tudo aquilo? Deus, portanto, decide falar com precisão ao coração de Zorobabel, aniquilando todo e qualquer temor. Observe:
Ageu 2.21-23 21“Diga ao governador de Judá, Zorobabel, que estou prestes a sacudir os céus e a terra. 22Derrubarei tronos e destruirei o poder de reinos estrangeiros. Derrubarei os carros de guerra e seus condutores; os cavalos cairão, e seus cavaleiros matarão uns aos outros. 23“Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, honrarei você, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel. Farei que você seja como um anel de selar em meu dedo, diz o SENHOR, pois eu o escolhi. Eu, o SENHOR dos Exércitos, falei!”.
Ou seja: Zorobabel não precisava temer. Nem ele nem o povo. Deus é quem estava sacudindo os reinos da terra. Deus é quem destronaria os poderosos e subiria ao trono quem ele desejasse. E em meio a toda aquela turbulência e apesar de toda a instabilidade, seu povo continuaria nos seus braços. Seriam guardados como jóia preciosa.
Nas mãos de Deus, o mundo é como os oceanos, está sempre em movimento. Algumas vezes, mais turbulento e outras vezes, menos agitado. Mas, graças a Deus, pois quando a terra treme, Deus está movendo as peças do seu tabuleiro para que no final o Rei dos reis dê o xeque-mate.
Como Deus “sacode” os ímpios?
2.1 – Deus destrona os poderosos
Ageu 2.22 Derrubarei tronos e destruirei o poder de reinos estrangeiros. […]
Babilônios foram vencidos pelos persas, que foram vencidos pelos gregos, que foram vencidos pelos romanos, etc. Deus sempre mexe nas peças do tabuleiro para cumprir sua vontade. Se está chacoalhando é porque Deus está movendo as peças.
2.2 – Deus destrói os poderes
Ageu 2.22 […] Derrubarei os carros de guerra e seus condutores; os cavalos cairão, […]
Se o poder e a força do povo estava em seus carros e cavalos (Sl 20.7), Deus destruiria seus carros e cavalos, derrubando os cavaleiros. Só o Rei deverá ficar em pé! Deus destrói todo poder que se levanta contra ele e contra seus planos.
2.3 – Deus desorienta os povos
Ageu 2.22 […] os cavalos [e os seus cavaleiros] cairão, e seus cavaleiros matarão uns aos outros.
Uma das maneiras de Deus “sacudir” os ímpios é através da desorientação interna dos povos. Um destruindo o outro, denegrindo o outro, descontando no outro, decepando golpes contra o outro. Até que todos caiam um pela espada do outro – seu próprio irmão! Mas Zorobabel, os sacerdotes e povo de Judá não precisavam temer. Deus estava no controle de tudo. Suas promessas eram precisas. Deus destronaria os poderosos para fazer cumprir sua vontade, destruiria os poderes que se levantavam contra ele, impedindo o seu avanço e desorientaria um a um dos povos até que todos caíssem. Deus estava “sacudindo” os ímpios da terra. Seu povo precisava apenas se segurar com fé.
As promessas de Deus são [1] personalizadas – alegrando-nos enquanto servos do Rei Jesus; as promessas de Deus são [2] precisas – revelando-nos o soberano controle de Deus sobre tudo e sobre todos; e as promessas de Deus são também [3] pedagógicas – elas sempre nos apontam para Cristo, a jóia preciosa do nosso contentamento.
É impressionante como a profecia de Ageu termina com uma bela referência ao Messias prometido de Israel – o nosso Senhor Jesus Cristo. VEJA: se essa profecia toda de Ageu, ao longo de suas quatro mensagens, tem como objetivo nos revelar que o contentamento cristão está na glória de Deus (em 1.8), nada melhor do que terminar o livro exibindo para nós que o centro da glória de Deus é o próprio Senhor Jesus Cristo.
Ageu termina assim:
Ageu 2.23 “Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, honrarei você, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel. Farei que você seja como um anel de selar em meu dedo, diz o SENHOR, pois eu o escolhi. Eu, o SENHOR dos Exércitos, falei!”.
O “anel de selar” (ou “pingente de selar”) continha uma pedra cravada com o símbolo da pessoa que estava no poder. Era o seu selo, a sua marca. Tal anel era usado para autenticar o lacre de alguma correspondência real ou a assinatura de algum documento oficial (Et 3.10; 8.8-10). Funcionava, portanto, como uma assinatura autenticada, uma impressão digital. Era muito precioso. Ficava no dedo do rei. Se fosse um pingente, ele era pendurado em um cordão de ouro ao redor de seu pescoço. Ele jamais se desgrudava de seu dono. Mas os babilônios – servindo como a mão do próprio Deus – arrancaram o anel de selar do dedo do rei Joaquim, lá na ocasião da derrubada de Judá (Jr 22.24). Desse modo, parecia que tudo estava perdido para Israel.
No entanto, o SENHOR transferiu esse anel a outro filho de Davi – Zorobabel – , garantindo que a promessa não fora quebrada e que finalmente se cumpriria na vinda do Messias – o Senhor Jesus Cristo – , da linhagem de Zorobabel.
Mas note que em Ageu 2.23 Deus estava dizendo que Zorobabel seria como aquele “anel de selar”. Ele ficaria protegido em seu dedo ou ao redor de seu pescoço. E mesmo que as nações da terra fossem chacoalhadas, enquanto os ímpios eram “sacudidos”, Zorobabel (e sua descendência) permaneceria seguro(a). Ninguém menos do que “o Senhor dos Exércitos” estava garantindo isto ao governador de Judá (e a nós!).
Por que Zorobabel havia sido o “escolhido”?
Através do governador de Judá e de sua descendência nasceria Jesus de Nazaré, o Salvador do mundo. Tanto que o nome de Zorobabel aparece nas duas genealogias de Jesus no Novo Testamento (Mt 1.12; Lc 3.27).
No futuro, “Naquele dia” (Ag 2.23), alguém da linhagem de Zorobabel autenticaria a intervenção de Deus na história. Seria Jesus Cristo, o “anel de selar” de Deus.
Meu povo, as promessas de Deus são pedagógicas porque elas sempre nos apontam para Cristo Jesus. Existimos para a glória de Cristo. Somos salvos para a glória de Cristo. Trabalhamos para a glória de Cristo. Casamo-nos para a glória de Cristo. Comemos e bebemos para a glória de Cristo. De fato, tudo o que fazemos é para a glória de Cristo (1Co 10.31) Em Cristo, portanto, se resume todas as coisas, no Universo e em nossa vida (Ef 1.10). Não precisamos, pois, temer, pois em Cristo, a promessa de Deus a Zorobabel, a promessa de Deus ao Messias, é nossa também, Ageu 2.23:
“Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, honrarei você, meu servo, […] Farei que você seja como um anel de selar em meu dedo, diz o SENHOR, pois eu o escolhi. Eu, o SENHOR dos Exércitos, falei!”.
Não tema, filho de Deus!
Receba a Cristo no seu coração e desfrute das promessas de Deus para viver. Além de Cristo ser o cumprimento da grande promessa de Deus, nele nós temos – você pode ter – todas as promessas de Deus: promessas personificadas, precisas e pedagógicas.
2Coríntios 1.20 Pois todas as promessas de Deus se cumpriram em Cristo com um alto e claro “Sim!”. E, por meio de Cristo, confirmamos isso, de modo que nosso “Amém” se eleva a Deus para sua glória.
Entregue-se a Deus. Arrependa de seus pecados e receba, pela fé, Cristo no seu coração. Passe a viver, pela força do Espírito, em novidade de vida.
2Coríntios 7.1 Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo que contamina o corpo ou o espírito, tornando-nos cada vez mais santos porque tememos a Deus.
Apegue-se às promessas de Deus em Cristo, receba a salvação, busque a satisfação e fuja das seduções e enganos do pecado.
2Pedro 1.4 E, por causa de sua glória e excelência, ele nos deu grandes e preciosas promessas. São elas que permitem a vocês participar da natureza divina e escapar da corrupção do mundo causada pelos desejos humanos.
O contentamento está em Cristo, que é o cumprimento de todas as promessas de Deus, para a glória de Deus. Mais uma vez, 2Coríntios 1.20,
Pois todas as promessas de Deus se cumpriram em Cristo com um alto e claro “Sim!”. E, por meio de Cristo, confirmamos isso, de modo que nosso “Amém” se eleva a Deus para sua glória.
Em Cristo, você tem promessas
personificadas – ele te chama pelo nome.
precisas – te chama à salvação, para ser santo (separado).
pedagógicas – aponta a glória de Cristo.
O mundo e todo mundo ao seu redor estão em estado de alerta. Você está em estado de alerta, não é verdade? De que modo você poderá aprender e manter o contentamento, a paz e o prazer de viver? Olhando para Cristo. Desfrutando das promessas de Cristo. Fazendo da leitura bíblica diária um hábito, tornando a leitura bíblica pessoal.
Arrancando a raiz da alegria de viver do solo das circunstâncias
Quero terminar com um conselho de John Piper para quem deseja parar de enraizar a alegria de viver às circunstâncias. De fato, Piper dá quatro conselhos a essas pessoas, a você e a mim – como parar de enraizar sua alegria de viver às circunstâncias?
Quero destacar o conselho de número 3: se você deseja parar de enraizar a alegria de viver às circunstâncias, então TORNE A LITURA DA BÍBLIA PESSOAL. Piper falou:
Torne a leitura da Bíblia todos os dias algo muito pessoal. Não pense apenas em aprender a viver de acordo com as diretrizes da Bíblia, que são importantes, mas todos os dias, pense no que você pode saber sobre Jesus, o Filho de Deus, e sobre Deus o Pai, e sobre Deus o Espírito Santo – o que você pode conhecer deles como pessoas [Pai, Filho e Espírito Santo]. Em outras palavras, leia a Bíblia para conhecer a pessoa de Deus. Sempre pense deste modo: eu amo uma pessoa. Eu amo uma pessoa! Deus é totalmente admirável. Deus é forte. Deus é sábio. Deus é bom. Deus é paciente. Deus é justo. Deus é misericordioso. E ao ver essas características em Deus, ame-o por causa delas. Encontre a própria pessoa de Deus para ser seu tesouro. Torne a leitura da Bíblia pessoal.
Este é o segredo do contentamento: conhecer Cristo pelas páginas e promessas da Bíblia Sagrada e fazer dele o maior prazer. Prove e veja.
S.D.G. L.B.Peixoto
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