26.09.2021
Ageu 2.10-19 10Em 18 de dezembro do segundo ano do reinado de Dario, o SENHOR enviou esta mensagem ao profeta Ageu: 11“Assim diz o SENHOR dos Exércitos. Pergunte aos sacerdotes sobre a lei: 12‘Se alguém levar em sua roupa a carne consagrada de um sacrifício, e se, por acaso, a roupa tocar num pão, num ensopado, em vinho, em azeite ou em qualquer outro tipo de alimento, esse alimento também se tornará consagrado?’”. “Não”, responderam os sacerdotes. 13Em seguida, Ageu perguntou: “Se alguém se tornar cerimonialmente impuro ao tocar num cadáver e depois tocar num desses alimentos, o alimento ficará contaminado?”. “Sim”, responderam os sacerdotes. 14Então Ageu disse: “É o que acontece com este povo e com esta nação, diz o SENHOR. Tudo que fazem e oferecem é contaminado por seu pecado. 15Vejam o que estava acontecendo com vocês antes de começarem a lançar os alicerces do templo do SENHOR. 16Quando esperavam uma colheita de vinte medidas, colhiam apenas dez. Quando esperavam tirar cinquenta medidas da prensa de uvas, tiravam apenas vinte. 17Enviei ferrugem, mofo e granizo para destruir tudo que vocês trabalharam para produzir. E, no entanto, vocês não voltaram para mim, diz o SENHOR. 18“Pensem neste 18 de dezembro, o dia em que foram lançados os alicerces do templo do SENHOR. Sim, pensem bem. 19Eu lhes faço uma promessa agora, enquanto a semente ainda está no celeiro e suas videiras, figueiras, romãzeiras e oliveiras ainda não deram frutos. Mas, de hoje em diante, eu os abençoarei”.
Se você é do tipo que gosta de mensagens motivacionais para começar o dia, então Ageu, ao lado de Zacarias, será o seu profeta favorito. Ele foi um profeta motivacional. Não foi do tipo motivacional que existe hoje em dia por aí, isto é, superficial, sentimentalista, sincrético e centrado no homem, que faz do ser humano o centro do Universo. Nada dessas coisas! Ageu foi levantado por Deus para uma época cujo ar que se respirava era o do descontentamento. E a missão de Ageu foi motivar o povo a deixar de viver para eles mesmos e viver para a glória de Deus (Ag 1.8):
Esdras 5.1-2 1Nessa época, os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus de Judá e Jerusalém. Falavam em nome do Deus de Israel, que estava sobre eles. 2Em resposta, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jeozadaque, começaram outra vez a reconstruir o templo de Deus em Jerusalém. E os profetas de Deus estavam com eles e os auxiliavam.
Esdras 6.14 Com isso, os líderes dos judeus puderam continuar seu trabalho e foram encorajados pela pregação dos profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido. Finalmente, o templo foi terminado, como havia sido ordenado pelo Deus de Israel e decretado por Ciro, Dario e Artaxerxes, reis da Pérsia.
Note a maneira como os profetas Ageu e Zacarias motivaram os judeus a focarem na glória de Deus, empenhando-se na construção do templo: eles usaram a pregação centrada em Deus. Essa metodologia traz uma aplicação poderosa para nós que também lutamos com o descontentamento: a pregação bíblica tem poder para mudar e motivar as pessoas, reorientando suas afeições, sarando do descontentamento. Meu Deus, e que época é essa a que nós vivemos! Todo mundo vive descontente, posto que não tira os olhos de si mesmos, de suas necessidades sentidas, de seu momento como a única realidade plausível, de seus próprios interesses como a força motriz para viver. A gente de hoje, como lá na época de Ageu, precisa de pregação bíblica, cristocêntrica – pregação que faz reviver (cf. Ezequiel 37).
O livro de Ageu está claramente divido em quatro mensagens distintas da parte de Deus e que foram pregadas dentro de um período de apenas quatro meses. Cada uma está datada com precisão: [1] a primeira mensagem (1.1-15) é de 29/08/520 a.C.; [2] segunda mensagem (2.1-9) é de 17/10/520 a.C.; [3] a terceira mensagem (2.10-19) é de 18/12/520 a.C.; [4] a quarta mensagem (2.20-23) também é de 18/12/520 a.C.
Na primeira mensagem (em 1.1-15), Deus chamou o povo à reflexão quando disse: “Defina as suas prioridades”. Na segunda mensagem (em 2.1-9), Deus convocou o povo ao trabalho quando disse: “Domine os seus pensamentos”. Na terceira mensagem (que é o nosso texto para agora, em 2.10-19), Deus cobrou santidade do povo ao dizer: “Descarte seus pecados”. Em todas essas coisas, o objetivo de Deus através do profeta é o mesmo: combater o descontentamento, motivando o povo a viver exclusivamente para a sua glória e o seu louvor. Já nos debruçamos em cima das duas primeiras mensagens de Ageu, focaremos agora a terceira. Aprenderemos porque descartar o pecado é importante nesta luta contra o descontentamento.
Todo descontentamento tem uma causa, e a causa mais profunda de todo descontentamento é o pecado, o pecado da incredulidade. É tanto que Jesus, combatendo a ansiedade, chamou de “gente de pequeno fé” (Mt 6.30) os que vivem preocupados “com a vida diária, se terão o suficiente para comer, beber ou vestir” (Mt 6.25). Portanto, contrário do que comumente se pensa, o descontentamento não é fruto da falta de recursos financeiros, da oposição ou perseguição dos homens maus, nem mesmo dos entraves diversos da vida, mas do pecado. Está claro na Bíblia que uma das primeiras consequências do pecado foi o descontentamento (com o próximo):
Gênesis 3.11-12 11“Quem lhe disse que você estava nu?”, perguntou Deus. “Você comeu do fruto da árvore que eu lhe ordenei que não comesse?” 12O homem respondeu: “Foi a mulher que me deste! Ela me ofereceu do fruto, e eu comi”.
Portanto, se quiser riscar o descontentamento de vez de sua vida, você terá que descartar um a um os seus pecados de estimação. Na luta contra o pecado, Ageu apontará três motivos para você descartar seus pecados de estimação: [1] o pecado é contagioso (em 2.10-13); [2] o pecado é corruptor (em 2.14); e [3] o pecado é contraproducente (em 2.15-19). Passemos a cada um desses três.
Aos sacerdotes foram feitas duas perguntas que para nós são esquisitas e, aparentemente, totalmente fora do ritmo do contexto da passagem bíblica em tela (em 2.10-11). Mas não eram nada disso para os ouvintes de Ageu. O conteúdo da primeira pergunta era a santidade. E o da segunda era o contágio. Vejamos.
A primeira pergunta:
Ageu 2.12 ‘Se alguém levar em sua roupa a carne consagrada de um sacrifício, e se, por acaso, a roupa tocar num pão, num ensopado, em vinho, em azeite ou em qualquer outro tipo de alimento, esse alimento também se tornará consagrado?’”. “Não”, responderam os sacerdotes.
Um animal sem defeito que fosse levado para o sacrifício era considerado santo, ou seja, separado exclusivamente para Deus (Lv 6.25). A carne que sobrava daquele sacrifício poderia ser usada pelo sacerdote. O sacerdote enrolava a carne na orla do manto [ou seja: a bainha ou a parte de baixo da veste era puxada para cima para funcionar como um saco para a carne consagrada]; assim, enrolando a carne na orla do manto, ele ficava consagrado/santificado por causa do sangue do animal santificado (Lv 6.26-30), mas se o manto tocasse noutro mantimento, o tal não era santificado/consagrado.
A segunda pergunta:
Ageu 2.13 Em seguida, Ageu perguntou: “Se alguém se tornar cerimonialmente impuro ao tocar num cadáver e depois tocar num desses alimentos, o alimento ficará contaminado?”. “Sim”, responderam os sacerdotes.
A Lei prescrevia que o contato com um cadáver resultava em grave impureza que somente poderia ser removida mediante purificação com água depois do terceiro e do sétimo dias (Nm 19.11-13). Durante esse tempo, tudo quanto o imundo tocasse se tornava também impuro (Nm 19.22).
Afinal, O QUE DEUS QUERIA COMUNICAR COM ESSAS IMAGENS postas na forma de perguntas? Eram óbvias para os sacerdotes e para o povo de Ageu, mas muito estranhas para nós em pleno século XXI. Não é verdade?
Com a primeira pergunta (v. 12), esperava-se que o povo concluísse: santidade não é transferível; consagração não é automático ou por indução. Dito de outro modo: colocar algo puro em contato com algo impuro não altera o estado do que é impuro.
Já pela segunda pergunta (v. 13), almejava-se que se dissesse: impureza é sim transferível; corrompe-se por indução. Trocando em miúdos: colocar algo impuro em contato com algo puro altera o estado do que é puro. De fato, carne boa em contato com carne estragada não altera o estado de apodrecimento. Muito pelo contrário. A carne boa apodrece ainda mais rápido.
Ageu está demonstrando que o pecado e a maldade são muito mais facilmente transmitidos do que a pureza e a bondade. Pode-se transmitir sujeira e contaminação de um objeto para o outro, ou de uma pessoa para a outra, mas não se pode transmitir limpeza e pureza. Com efeito, uma pessoa saudável não pode transmitir saúde para alguém, mas um enfermo pode transmitir a própria doença a quem está por perto. Em poucas palavras: o pecado contagia muito mais facilmente as pessoas do que a pureza.
O apóstolo escreveu assim, Romanos 5.12 “Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque todos pecaram.” Assim, a prescrição do mesmo Paulo é a seguinte, 1Tessalonicenses 5.22 “Mantenham-se afastados de toda forma de mal.”
Mas o que isso tem a ver com a mensagem de Ageu?
A impureza espiritual da liderança sacerdotal estava contaminando toda a nação. Seus valores distorcidos, como na replicação viral na pessoa e dessa pessoa a outra pessoa, estavam epidemicamente sendo transmitidos a todos em todos os cantos. Já fazia três meses que eles haviam retomado a construção do templo. Mas, como é muito comum a todos nós, eles já estavam refletindo e repassando o seu descontentamento aos demais, mais ou menos assim: “Veja, já que a obra está sendo feita, o templo está sendo construído, e eu tenho feito a minha contribuição, deixe-me seguir vivendo a vida do meu jeito. Aliás, em breve o Senhor fará tremer a terra inteira (Ag 2.6). Portanto, ‘comamos e bebamos porque amanhã morreremos’ (1Co 15.32).”
Isso tudo partia da liderança e se alastrava para toda a gente da nação!
O pecado é contagioso. É muito mais fácil sermos contaminados por ele do que servirmos para combatê-lo. Portanto, como José do Egito e segundo o conselho de Paulo, devemos fugir de toda forma do mal. Nessa esteira, cuidado com amizades, namoros, ambientes, internet, smartphones, passatempos, negócios etc. Ninguém é forte o suficiente que não possa ser contaminado pelo pecado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” Afaste-se, pois, de toda forma de mal. Quer ver? Preste bastante atenção no que Paulo escreveu, combatendo o falso ensino de que não há ressurreição:
1Coríntios 15.32-34 32[…] Se não há ressurreição, “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!”. 33Não se deixem enganar pelos que dizem essas coisas, pois “as más companhias corrompem o bom caráter”. 34Pensem bem sobre o que é certo e parem de pecar. Pois, para sua vergonha, eu lhes digo que alguns de vocês não têm o menor conhecimento de Deus.
O pecado é contagioso. Afaste-se, pois, de toda forma de mal.
Uma vez contagiado, aparecem os sintomas do pecado:
Ageu 2.14 Então Ageu disse: “É o que acontece com este povo e com esta nação, diz o SENHOR. Tudo que fazem e oferecem é contaminado por seu pecado.
É incrível como o pecado corrompe até as coisas mais nobres da vida. Não é assim, por exemplo, com o sexo e a comida? Quanta corrupção daquilo que Deus criou e disse que era “bom”, “muito bom”! Promiscuidades e perversões sexuais, glutonaria, bebedeira, e tanto, tanto mais!
Com o culto e a adoração não é diferente. Aquilo que é para a alegria do nosso coração em Deus e a glória de Deus se torna em ritual penoso e abominável. Ageu 2.14: “É o que acontece com este povo e com esta nação, diz o SENHOR. Tudo que fazem e oferecem é contaminado por seu pecado.”
O povo de Ageu estava, sim trabalhando na construção do templo e oferecendo seus sacrifícios em um altar improvisado (Ed 3.3), mas aquelas atitudes cúlticas não os tornavam mais santos e puros aos olhos de Deus. Eles se aproximavam do sagrado de forma automática, mecanicamente, mas nem por isso se tornavam mais santos (Ag 2.12). Ao contrário, a atitude deles, a impureza deles, a morte espiritual deles é que contaminava o culto a Deus (Ag 2.13). Por fora, tudo bonito e bem arrumado, mas, como se lê de Samuel, o profeta, 1Samuel 16.7, “O SENHOR não vê as coisas como o ser humano as vê. As pessoas julgam pela aparência exterior, mas o SENHOR olha para o coração.”
O povo estava, sim, ali para o trabalho e para o sacrifício, mas o coração não estava lá no culto e na obra do SENHOR. O coração estava nas plantações e nos celeiros. Ageu 2.16: “Quando esperavam uma colheita de vinte medidas, colhiam apenas dez. Quando esperavam tirar cinquenta medidas da prensa de uvas, tiravam apenas vinte.” “Cultuavam” e “serviam” a Deus, mas com o coração estava lá no trigo e no vinho que amavam mais do que ao Senhor Deus. Fica claro que todo aquele entusiasmo por Deus de três meses atrás já tinha abrandado. Como nós somos rápidos para pecar!
Estaria o povo “trabalhando” e “sacrificando” apenas em troca de trigo e vinho?
Parece que sim, pois seu coração não estava lá na obra e no altar. Era tão sério que Deus chegou ao ponto de chamá-los de “este povo”, “esta nação” e não de “meu povo” e “minha nação”. Contrário do que eles pensavam, a adoração deles era “impura” e os tinha afastado da santidade de Deus. Eles tinham contaminado o culto a Deus!
Deus não quer o trabalho e o sacrifício de ninguém que não venha de coração inteiramente dedicado; Deus quer o coração, pois é no coração que guardamos as coisas que mais amamos. É lá que entesouramos as nossas jóias de valor (Mt 6.21). Davi, quebrantado pelo pecado cometido, escreveu sobre o que aprendera:
Salmos 51.16-17 16Tu não desejas sacrifícios, do contrário eu os ofereceria; também não queres holocaustos. 17O sacrifício que desejas é um espírito quebrantado; não rejeitarás um coração humilde e arrependido.
Deus só aceita o nosso trabalho e o nosso sacrifício se ele tiver primeiro o nosso coração. Foi assim na oferta de Abel. Preste atenção na história toda:
Gênesis 4.1-5 1Adão teve relações com Eva, sua mulher, que engravidou. Quando deu à luz Caim, ela disse: “Com a ajuda do SENHOR, tive um filho!”. 2Tempos depois, deu à luz o irmão de Caim e o chamou de Abel. Quando os meninos cresceram, Abel se tornou pastor de ovelhas, e Caim cultivava o solo. 3No tempo da colheita, Caim apresentou parte de sua produção como oferta ao SENHOR. 4Abel, por sua vez, ofertou as melhores porções dos cordeiros dentre as primeiras crias de seu rebanho. O SENHOR aceitou Abel e sua oferta, 5mas não aceitou Caim e sua oferta. […]
Não é que Deus preferia a oferta de sangue de animais às ofertas de cereais. Deuteronômio 26.2 deixa explícito que Deus se agradava também de ofertas agrícolas, tanto quanto das ofertas dos primogênitos da pecuária (Dt 15.19-23). Mas em nenhum momento a Bíblia sugere que as ofertas – fossem dos campos, fossem dos currais – funcionassem automaticamente, como se a fé e a contrição do coração do adorador não importassem. Desse modo, o problema da oferta de Caim estava no coração de Caim (em Gn 4.5, preste atenção na ordem dos fatos: “Deus não aceitou Caim e sua oferta”). O coração de Caim era mau, não havia nele fé, mas injustiça. Isso fica claro pelo ressentimento para com Abel, seu irmão e em suas respostas cínicas e atrevidas a Deus no decorrer da passagem bíblica (Gn 4.6-9). Ademais, pelo menos dois textos do Novo Testamento revelam que Caim se apresentou a Deus com um coração mau ou praticando obras más, enquanto Abel demonstrou um coração piedoso ou com obras justas. — Mas o que torna uma obra má e outra justa? Resposta: a fé. Preste atenção.
1João 3.12 Não sejamos como Caim, que pertencia ao maligno e assassinou seu irmão. E por que o assassinou? Porque Caim praticava o mal [suas obras eram más], e seu irmão praticava a justiça [as obras de seu irmão eram justas].
Hebreus 11.4 Pela fé, Abel apresentou a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Com isso, mostrou que era um homem justo, e Deus aprovou suas ofertas. Embora há muito esteja morto, ainda fala por meio de seu exemplo.
De volta a Ageu.
O povo de Ageu estava descontente com Deus. Deus não era sua grande alegria. Eles participavam dos cultos, envolviam-se com o trabalho, mas o coração estava longe do Senhor. Eles queriam as coisas de Deus e não o Deus das coisas. Faltava-lhes fé. 1Timóteo 6.6 diz que “a devoção acompanhada de contentamento [fruto de fé] é, em si mesma, grande riqueza.” Faltava fé, faltava contentamento em Deus ao povo de Ageu.
Ô, meu povo! Quanta gente contagiada pelo pecado, vivendo dessa maneira corrompida! Gente religiosa. Tem vocabulário “evangélico”. Frequentadores de igrejas. Participantes de atividades e de programações. Consumidores de cultos. Telespectadores da fé. Pensam ser de Deus, mas não passam de “este povo” (fazendo referência a Ageu 2.14). Pensam estar próximos de Deus, mas não passam de “impuros”, estão separados da glória de Deus. Acreditam ser igreja de Jesus, quando na verdade não passa de “esta gente”. Não amam a Deus pelo que Deus é, mas querem a Deus pelo que Deus pode lhes dar. Deus não é a maior alegria. Deus não é o maior prazer. Deus não é o tesouro, mas um meio de se chegar a outros tesouros.
Pobres pecadores! Uma vez contagiados, foram corrompidos pelo pecado. Precisam da graça de Deus em Cristo Jesus. Seria este o seu caso? Cuidado! O pecado é corruptor. E cega!
O pecado é contagioso e corruptor, mas ele também é contraproducente. Veja.
Deus é gracioso e mais uma vez colocou o povo para pensar – meu Deus! como o pensar coerentemente é obra da graça de Deus! – , preste atenção, Ageu 2.15: “Vejam o que estava acontecendo com vocês antes de começarem a lançar os alicerces do templo do SENHOR.” Meu povo, poucas coisas são mais espirituais do que o nosso raciocínio, quando dirigido pelos parâmetros de Deus. Por isso foi que Deus colocou o povo para pensar. Eles deveriam considerar o quanto o pecado, contrário do que se imagina, é contraproducente. Observe a seguir.
3.1 – Negligenciar a glória de Deus acarreta sérios prejuízos
Ageu 2.15-16 15Vejam o que estava acontecendo com vocês antes de começarem a lançar os alicerces do templo do SENHOR. 16Quando esperavam uma colheita de vinte medidas, colhiam apenas dez. Quando esperavam tirar cinquenta medidas da prensa de uvas, tiravam apenas vinte.
Deixar de viver para a glória de Deus, em vez de te fazer prosperar, te faz padecer. Abandonar a glória de Deus custou ao povo uma diminuição de 50% na produção de trigo e 60% na produção de vinho! Faz-me lembrar das palavras do salmista:
Salmos 127.1-2 1Se o SENHOR não constrói a casa, o trabalho dos construtores é vão. […] 2É inútil trabalhar tanto, desde a madrugada até tarde da noite, e se preocupar em conseguir o alimento, pois Deus cuida de seus amados enquanto dormem [ou: Deus dá o sono, o descanso a seus amados].
O povo tinha deixado o cativeiro para reconstruir o templo (Ed 1.5). Ao chegarem em Jerusalém, eles fizeram votos solenes de que se engajariam naquela obra. Porém, o tempo, as dificuldades e o coração descontente e materialistas, o coração incrédulo os fizeram abandonar os votos pelas suas casas de fino acabamento, luxuosas (Ag 1.2, 4). Comentando essa atitude, Dionísio Pape escreveu:
Ainda hoje o povo de Deus faz muitas promessas vãs ao Senhor. Votos feitos na hora da doença não são cumpridos na saúde. Promessas de contribuir feitas na escassez são esquecidas na hora da fartura. Compromissos assumidos depois de um sermão de consagração são logo esquecidos. Nada mais que promessas vãs de tornar-se dizimista e ofertante fiel. Se todos os nossos votos e promessas se cumprissem, haveria meios suficientes para todos os projetos da igreja. Não faltariam fundos para missões, para o ministério jovem e para os projetos sociais. E o doador seria ainda ricamente compensado (Ag 2.19).
De fato, meu povo, negligenciar a glória de Deus acarreta sérios prejuízos, para nós mesmos e para a obra do Senhor.
3.2 – Fechar os olhos para a disciplina de Deus pode ser desastroso
Deus não nos disciplina porque gosta de nos ver sofrer. Ele não “pesa a mão”, mas nos corrige em amor. Preste atenção na dinâmica da disciplina amorosa de Deus:
Ageu 2.16-17 16Quando esperavam uma colheita de vinte medidas, colhiam apenas dez. Quando esperavam tirar cinquenta medidas da prensa de uvas, tiravam apenas vinte. 17Enviei ferrugem, mofo e granizo para destruir tudo que vocês trabalharam para produzir. E, no entanto, vocês não voltaram para mim, diz o SENHOR.
Ora, mais doloroso do que a disciplina de Deus é ver um povo que não se curva diante do Pai que os ama e os chama ao arrependimento através da dor e do sofrimento.
Não estaria Deus disciplinando você em amor através de seu sofrimento (Hb 12.5-12)? Observe e veja como está a sua vida. É só “ferrugem [destruindo suas ferramentas, mofo [estragando os alimentos na sua despensa] e granizo [castigando suas lavouras]”? Não endureça seu coração. Não se magoe. Volte-se para Deus.
O pecado não vale a pena. Ele é contraproducente. Além de não bancar a sua alegria, o caminho largo do pecado o levará à destruição e à morte.
3.3 – Viver para a glória de Deus é o melhor caminho
Após fazer o povo refletir no passado recente, para que dessa forma revissem seu caminho e retornassem imediatamente com alegria para Deus no presente, o SENHOR fez o povo olhar com esperança para o futuro:
Ageu 2.18-19 18“Pensem neste 18 de dezembro, o dia em que foram lançados os alicerces do templo do SENHOR. Sim, pensem bem. 19Eu lhes faço uma promessa agora, enquanto a semente ainda está no celeiro e suas videiras, figueiras, romãzeiras e oliveiras ainda não deram frutos. Mas, de hoje em diante, eu os abençoarei”.
A desobediência do passado havia acarretado juízo, provocando a disciplina do SENHOR. As consequências podiam ser sentidas até aquele momento, pois a videira, a figueira, a romeira e a oliveira ainda estavam sem fruto (Ag 2.19), mas a obediência do presente marcaria um novo tempo de bênção para o futuro do povo. Se o pecado traz prejuízo, a longo prazo, da perspectiva da eternidade, a obediência a Deus faz prosperar.
Mas, cuidado neste ponto. Não é toma lá, da cá. Não é barganha com Deus. Não é teologia da prosperidade. Mas é que onde chega o evangelho, que transforma o indivíduo, de dentro para fora, a vida vai tomando um novo rumo.
Será que você poderá sair daqui hoje de manhã dizendo que “de hoje em diante” Deus passou a abençoar você? Há, sim, bênçãos para você em Cristo. São bênçãos espirituais, que caem do céu para todo o que nele crê:
Efésios 1.3-14 3Todo louvor seja a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais nos domínios celestiais. 4Mesmo antes de criar o mundo, Deus nos amou e nos escolheu em Cristo para sermos santos e sem culpa diante dele. 5Ele nos predestinou para si, para nos adotar como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito de sua vontade. 6Deus assim o fez para o louvor de sua graça gloriosa, que ele derramou sobre nós em seu Filho amado. 7Ele é tão rico em graça que comprou nossa liberdade com o sangue de seu Filho e perdoou nossos pecados. 8Generosamente, derramou sua graça sobre nós e, com ela, toda sabedoria e todo entendimento.
9Agora Deus nos revelou sua vontade secreta a respeito de Cristo, isto é, o cumprimento de seu bom propósito. 10E o plano é este: no devido tempo, ele reunirá sob a autoridade de Cristo tudo que existe nos céus e na terra. 11Além disso, em Cristo nós nos tornamos herdeiros de Deus, pois ele nos predestinou conforme seu plano e faz que tudo ocorra de acordo com sua vontade.
12O propósito de Deus era que nós, os primeiros a confiar em Cristo, louvássemos a Deus e lhe déssemos glória. 13Agora vocês também ouviram a verdade, as boas-novas da salvação. E, quando creram em Cristo, ele colocou sobre vocês o selo do Espírito Santo que havia prometido. 14O Espírito é a garantia de nossa herança, até o dia em que Deus nos resgatará como sua propriedade, para o louvor de sua glória.
Não saia daqui sem essas bênçãos. Saia daqui dizendo: “De hoje em diante o SENHOR Jesus me abençoará!”
Descarte seus pecados:
Receba de Deus, por meio do sangue de Jesus, o perdão dos pecados. Confesse a Cristo como Senhor e Salvador. Receba-o em seu coração. Afaste-se do mal. Doutrine-se pela Palavra da Vida, conforme a revelação bíblica.
Isaltino Gomes Coelho Filho termina assim o seu comentário sobre este trecho de Ageu (2.10-19) que acabamos de estudar:
Esta profecia de Ageu pode ser expressa em termos muito simples e bastante diretos. Quando somos obedientes encontramos as portas da prosperidade abertas para nós. Quando não o somos, Deus nos chama à mudança de vida para fazermos a sua vontade. Se não o ouvimos, então somos disciplinados. Deus nos ajude a sermos fieis. É bom para nós mesmos.
É a pura verdade! Dinheiro de pinga vira comida na mesa. A cobiça dá lugar à generosidade e ao contentamento. A falta de propósito é tomada pelos projetos de Deus.
Quer aprender a viver contente? Eis os segredos de Ageu, o profeta da motivação: [1] defina suas prioridades: Cristo é a sua vida; [2] domine seus pensamentos: Cristo é a sua paz; e [3] descarte seus pecados: Cristo é o seu tesouro.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto