06.04.2025
Hebreus 2.1-4 (NVT)
1Portanto, precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas. 2Pois a mensagem que foi transmitida por meio de anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu o castigo merecido. 3O que nos faz pensar que escaparemos se negligenciarmos essa grande salvação, anunciada primeiramente pelo Senhor e depois transmitida a nós por aqueles que o ouviram falar? 4E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.
O propósito dos sinais, prodígios e milagres — assim como o dos dons do Espírito Santo — é um só e o mesmo: confirmar as verdades da mensagem do evangelho da cruz de Cristo para a salvação do pecador que se arrepende e crê.
Já estudamos, em cinco mensagens anteriores, como Deus utiliza os “sinais, prodígios e milagres” como servos da mensagem do evangelho. E hoje, nesta terceira exposição sobre os dons do Espírito, concluiremos o tema “Dons do Espírito Santo”.
A respeito desse tópico, nas duas mensagens anteriores (16 e 23 de março), examinamos duas passagens bíblicas específicas: Romanos 1.11-12 e Romanos 12.3-8. A partir delas, chegamos às seguintes conclusões: 1) O dom espiritual existe para fortalecer a fé em Cristo e 2) O dom espiritual flui da fé para gerar e fortalecer a fé.
Portanto, um dom espiritual é a capacitação dada por Deus para realizarmos algo que, sem o Espírito Santo, não seríamos capazes de fazer.
Além disso, é uma capacitação especial para exercer com maior zelo, eficácia e frequência aquilo que, naturalmente, já poderíamos fazer.
Esses dons são concedidos em diferentes medidas, para que ninguém se vanglorie da capacidade recebida do Espírito Santo para fortalecer a fé dos outros em Cristo.
Agora, vejamos 1Pedro 4.10-11.
10Deus concedeu um dom a cada um, e vocês devem usá-lo para servir uns aos outros, fazendo bom uso da múltipla e variada graça divina. 11Você tem o dom de falar? Então faça-o de acordo com as palavras de Deus. Tem o dom de ajudar? Faça-o com a força que Deus lhe dá. Assim, tudo que você realizar trará glória a Deus por meio de Jesus Cristo. A ele sejam a glória e o poder para todo o sempre! Amém.
Quero destacar, de forma breve, quatro pontos importantes sobre os dons espirituais com base nesse texto:
1) “Deus concedeu um dom a cada um”
Os dons não são concedidos apenas a alguns, mas a todos. Cada crente recebe habilidades dadas pelo Espírito Santo, que podem ser usadas para fortalecer os outros — 1Pedro 4.10: “Deus concedeu um dom a cada um, e vocês devem usá-lo”. Ou: “Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu” (NAA).
A maior alegria da vida está em descobrir quais são esses dons e colocá-los a serviço dos outros. Você os encontrará se realmente desejar ser um instrumento de Deus para gerar fé evangélica e alegria sólida em Cristo na vida das pessoas.
Este, como você deve se lembrar, é o ponto central: querer reconhecer as necessidades, desejar agir para fortalecer a fé dos outros e buscar em Deus a capacitação espiritual para essa missão. Foi por isso que “Deus concedeu um dom a cada um”.
2) Somos Administradores dos Recursos da Graça
John Piper diz que a imagem apresentada em 1Pedro 1.10 é a de uma casa com administradores talentosos, encarregados de gerenciar os recursos do proprietário:
Deus concedeu um dom a cada um, e vocês devem usá-lo para servir uns aos outros, fazendo bom uso da múltipla e variada graça divina. (NVT)
Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus. (NAA)
A parte mais marcante dessa analogia está em comparar os recursos do proprietário com a graça de Deus. Em outras palavras, somos recipientes da graça e temos o dever de distribuí-la, administrá-la aos outros. O meio pelo qual realizamos essa distribuição são os nossos dons espirituais ou talentos variados exercidos com fé.
Dessa forma, podemos reformular a definição de dons espirituais que já apreciamos lá na Parte 1 desse tema: Dons espirituais são habilidades ou capacidades — naturais ou sobrenaturais — por meio das quais — em fé — recebemos a graça de Deus e — em fé — a transmitimos aos outros — para fortalecer a fé dos outros.
Portanto, o que deveria estar acontecendo na Segunda Igreja Batista em Goiânia é que todos os administradores de Deus — todos nós, vocês e eu, membros do corpo de Cristo — despertássemos cada vez mais para a graça de Deus que possuímos em Cristo, buscando maneiras criativas de distribuí-la uns aos outros e àqueles de fora, por meio do uso dos nossos dons espirituais. Por exemplo:
Gálatas 6.1-5 (NVT)
1Irmãos, se alguém for vencido por algum pecado, vocês que são guiados pelo Espírito [vocês que são espirituais] devem, com mansidão, ajudá-lo a voltar ao caminho certo. E cada um cuide para não ser tentado. 2Ajudem a levar os fardos uns dos outros e obedeçam, desse modo, à lei de Cristo. 3Se vocês se consideram importantes demais para ajudar os outros, estão apenas enganando a si mesmos.
4Cada um preste muita atenção em seu trabalho, pois então terá a satisfação de havê-lo feito bem e não precisará se comparar com os outros. 5Porque cada um de nós é responsável pela própria conduta.
1) “Deus concedeu um dom a cada um”
2) Administramos os recursos da Graça [evangelho, oração, dinheiro, etc.]
3) Dons Orientados para a Palavra ou para a Ação
A graça de Deus pode ser distribuída por meio de dons orientados para a palavra ou para a ação. Diz o texto, 1Pedro 4.11:
Você tem o dom de falar? Então faça-o de acordo com as palavras de Deus. Tem o dom de ajudar? Faça-o com a força que Deus lhe dá. […]
Se o dom envolve falar
Se o seu dom envolve falar, não confie apenas em sua própria sabedoria ou habilidade. Busque em Deus as palavras que deve comunicar.
Transmitimos graça aos ouvintes somente quando compartilhamos uma palavra iluminada por Deus. Isso não significa necessariamente citar um versículo bíblico diretamente, mas sim comunicar algo orientado e conduzido por Deus, algo bíblico, que direcione a atenção do ouvinte para o SENHOR, e não para nós mesmos.
Como está escrito em 1Samuel 23.16 (ARA): “Então, se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi para Davi, a Horesa, e lhe fortaleceu a confiança em Deus.”
Se o dom envolve fazer
Se o seu dom envolve serviço prático, se está relacionado à ação, não tente realizá-lo apenas com sua própria capacidade ou força: “Faça-o com a força que Deus lhe dá.” (1Pe 4.11)
Quando servimos apenas com nosso próprio esforço, não estamos utilizando um dom espiritual em seu sentido mais profundo. Para que um dom seja verdadeiramente espiritual, ele precisa nascer da fé e ser exercido com plena dependência da graça de Deus, pela fé — para gerar ou nutrir fé nas outras pessoas. Afinal, “tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm 14.23, ARA).
A graça divina não será transmitida, seja por palavras ou por ações, a menos que falemos as palavras de Deus (untadas pelo Espírito: falar em fé; falar com graça e verdade, no poder do Espírito; falar palavras temperadas com sal) e ajamos com a força que ele próprio provê (movidos pela fé no poder de Deus).
4) Somente Para a Glória de Deus
A última lição que se pode extrais de 1Pedro 4.11 é que o propósito supremo de todos os dons espirituais é glorificar a Deus. Leia:
[…] Assim, tudo que você realizar trará glória a Deus por meio de Jesus Cristo. A ele sejam a glória e o poder para todo o sempre! Amém.
Deus nos concede dons e a fé necessária para utilizá-los justamente para que a sua glória seja revelada e admirada. Ele deseja que nós e todas as pessoas reconheçamos a sua grandeza e majestade. A realidade de Deus é suprema e engloba todas as coisas. Romanos 11.36 (NVT): “Pois todas as coisas vêm dele, existem por meio dele e são para ele. A ele seja toda a glória para sempre! Amém.”
Nada é mais empolgante, mais alegre, mais significativo ou mais satisfatório do que encontrar nosso lugar na manifestação eterna da glória divina. Ainda que nosso dom pareça pequeno, quando o entendemos como parte da revelação da infinita glória de Deus, ele assume grande importância.
Os dons espirituais não existem para nossa própria exaltação, mas para edificar o Corpo de Cristo e glorificar a Deus — os dons do Espírito Santo existem para confirmar a mensagem do evangelho.
Portanto, seja o seu dom falar ou servir, faça tudo pautado pela palavra de Deus, com a força que Deus mesmo supre, para que somente ele seja exaltado acima de tudo!
Quero concluir nosso estudo sobre os dons do Espírito Santo aplicando à lista de dons apresentada em 1Coríntios 12.7-11 os princípios que aprendemos em Romanos 1.11-12, Romanos 12.3-8 e 1Pedro 4.10-11.
Partindo do pressuposto de que um dom espiritual existe para fortalecer a fé do próximo em Cristo e promover a glória de Deus — tudo isso na confirmação da mensagem do evangelho da cruz —, é importante reforçar que nenhuma das quatro listas de dons espirituais presentes no Novo Testamento (Romanos 1.11-12, Romanos 12.3-8, 1Coríntios 12.7-11 e 1Pedro 4.10-11) é exaustiva. Essas listas servem como amostras.
Ou seja, Paulo provavelmente identificou as principais necessidades das igrejas e aplicou a elas o princípio de que Deus distribui dons para o fortalecimento mútuo da fé no corpo de cristo. Com efeito, leia o que ele escreveu aos coríntios:
1Coríntios 12.12-21 (NVT)
12O corpo humano tem muitas partes, mas elas formam um só corpo. O mesmo acontece com relação a Cristo. 13Alguns de nós são judeus, alguns são gentios [ou: gregos], alguns são escravos e alguns são livres, mas todos nós fomos batizados em um só corpo pelo único Espírito, e todos recebemos o privilégio de beber do mesmo Espírito.
14De fato, o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas partes diferentes. 15Se o pé diz: “Não sou parte do corpo porque não sou mão”, acaso, por isso, deixa de ser parte do corpo? 16E se a orelha diz: “Não sou parte do corpo porque não sou olho”, será que, por isso, deixa de ser parte do corpo? 17Se o corpo todo fosse olho, como vocês ouviriam? E, se o corpo todo fosse orelha, como sentiriam o cheiro de algo?
18Mas nosso corpo tem muitas partes, e Deus colocou cada uma delas onde ele quis. 19O corpo deixaria de ser corpo se tivesse apenas uma parte. 20Assim, há muitas partes, mas um só corpo. 21O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de você”. E a cabeça não pode dizer aos pés: “Não preciso de vocês”.
Cada membro deve reconhecer sua importância no corpo, a igreja, e buscar servir à fé do próximo usando seus dons espirituais. Além disso, ninguém deve pensar que pode prescindir da atuação dos outros em sua própria vida.
Por fim, no corpo de Cristo, ninguém é superior a ninguém, e nenhum dom é mais importante que outro, pois as necessidades são reais e muitas vezes dolorosas. Os dons existem para atender a essas necessidades, confirmando o evangelho.
Pois bem, agora examinaremos, em linhas gerais, quais necessidades humanas reais fundamentam cada um dos dons listados em 1Coríntios 12.7-11. Você pode se surpreender ao perceber que o tema dos dons espirituais é muito mais simples do que geralmente se pensa, prega e pratica.
Vamos lá.
Quais são as necessidades reais por trás desses dons?
De que modo esses dons confirmam a mensagem do evangelho?
São nove os dons listados em 1Coríntios 12.7-11. Leia:
7A cada um de nós é concedida a manifestação do Espírito para o benefício de todos. 8A um o Espírito dá a capacidade de [1] oferecer conselhos sábios [ou: uma palavra de sabedoria], a [2] outro o mesmo Espírito dá uma mensagem de conhecimento especial [ou: uma palavra de conhecimento]. 9A um o mesmo Espírito dá [3] grande fé, a outro o único Espírito concede [4] o dom de cura. 10A um ele dá o poder de [5] realizar milagres, a outro, a capacidade de [6] profetizar. A outro ele dá a capacidade de [7] discernir se uma mensagem é do Espírito de Deus ou de outro espírito. A outro, ainda, dá a capacidade de [8] falar em diferentes línguas, enquanto a um outro dá a capacidade de [9] interpretar o que está sendo dito. 11Tudo isso é distribuído pelo mesmo e único Espírito, que concede o que deseja a cada um.
Pois bem, agora examinaremos, em linhas gerais, quais necessidades humanas reais fundamentam cada um dos dons listados aqui. Você pode se surpreender ao perceber que o tema dos dons espirituais é muito mais simples do que geralmente se pensa, prega e pratica.
Vamos lá:
Palavra de Sabedoria e Palavra de Conhecimento (v. 8)
Necessidade real: clareza espiritual e discernimento para decisões difíceis e situações complexas da vida cotidiana.
A palavra de sabedoria confirma o evangelho ao explicar claramente o significado profundo da morte de Jesus na cruz, revelando-o como a sabedoria divina para salvação (cf. 1Co 2.6-16).
A palavra de conhecimento confirma o evangelho ao fornecer fundamentação teológica clara para decisões práticas sobre a vida cristã diária, promovendo uma caminhada santificada e coerente com a mensagem de Cristo.
Grande Fé (v. 9a)
Necessidade real: confiança inexplicável em Deus diante de situações específicas e desafiadoras, para resultados específicos, mesmo quando não há uma promessa divina específica.
Este dom confirma o evangelho mostrando que a cruz de Cristo é o fundamento sólido que permite aos cristãos confiarem em Deus além do que a lógica ou circunstâncias humanas possam sugerir, revelando uma fé que transcende a compreensão natural (não se trata aqui da fé salvífica). Romanos 8.32 (ARA): “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”
Dons de Curar (v. 9b)
Necessidade real: restauração física, emocional e espiritual diante do sofrimento e da dor humana. Tiago 5.15-16: “Essa oração de fé curará o enfermo, e o Senhor o restabelecerá. E, se cometeu algum pecado, será perdoado. Portanto, confessem seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo tem grande poder e produz grandes resultados.”
Esses dons confirmam o evangelho manifestando o poder curador e misericordioso de Deus que flui diretamente da vitória alcançada por Cristo sobre o pecado e a morte na cruz.
Operações de Milagres (v. 10a)
Necessidade real: intervenção divina diante de situações humanamente impossíveis. Confirmam o evangelho ao revelar o poder soberano de Deus, autenticando a mensagem cristã ao apontar para a cruz como o maior milagre: Deus intervindo definitivamente para salvar a humanidade e, na glória, curar todas as enfermidades.
Profecia (v. 10b)
Necessidade real: salvação, encorajamento, exortação e direção espiritual diante de incertezas, desânimo e erros. A profecia confirma o evangelho ao comunicar claramente a mensagem de Deus, centrada na cruz, fortalecendo a igreja ao lembrar continuamente do sacrifício e da vitória de Cristo.
1Coríntios 12.10 (Notas da ESV Study Bible)
A palavra “profecia” (gr. prophēteia), conforme usada por Paulo em 1Coríntios, refere-se, de modo geral, a uma fala que comunica algo que Deus traz espontaneamente à mente ou “revela” ao orador — para edificar, encorajar e consolar (cf. 1Co 14.3). No entanto, essa mensagem é expressa em palavras meramente humanas, e não diretamente em palavras de Deus. Por essa razão, pode conter erros e deve ser testada ou avaliada (ver 1Co 12.29; 14.37-38; 1Ts 5.19-21).
Esse dom é utilizado para edificar, encorajar e consolar a comunidade reunida (1Coríntios 14.3). Além disso, tem um propósito evangelístico, pois pode revelar os segredos dos corações dos incrédulos e levá-los a adorar a Deus (1Co 14.24-25).
Como Deus usava esse dom para edificar a comunidade cristã, Paulo incentivou os coríntios a valorizá-lo grandemente (1Co 14.4-5, 39).
Discernimento de Espíritos (v. 10c)
Necessidade real: proteção contra o engano espiritual e contra influências destrutivas. Trata-se de uma habilidade especial para discernir entre a influência do Espírito Santo e a influência de espíritos demoníacos na vida de uma pessoa. Aqueles que afirmam falar sob o impulso do Espírito podem estar enganados; por isso, Deus concede à comunidade cristã dons de discernimento (1Co 14.29; 1Ts 5.20-21; 1Jo 4.1-3).
Este dom confirma o evangelho protegendo a integridade da mensagem cristã da cruz, expondo falsidades e preservando a pureza da fé fundamentada na obra redentora de Cristo.
Variedade de Línguas e Interpretação de Línguas (v. 10d)
Necessidade real: comunicação espiritual profunda e pessoal com Deus (o uso provado do dom), e edificação coletiva da igreja (a comunicação do evangelho na língua da gente).
Esses dons confirmam o evangelho ao demonstrar o caráter universal e inclusivo da cruz de Cristo, rompendo barreiras culturais e linguísticas e proporcionando comunhão íntima com Deus e unidade no corpo de Cristo.
1Coríntios 12.10 (Notas da ESV Study Bible)
Línguas. Refere-se ao discurso em um idioma desconhecido pelo falante e que, em alguns casos, não segue os padrões de nenhuma língua humana conhecida (1Co 13.1). Paulo parece também ver esse dom como um meio de expressar oração ou louvor a Deus (1Co 14.2, 14-17, 28; cf. At 10.46), no qual o espírito humano do falante está orando, ainda que ele próprio não compreenda o significado (ver 1Co 14.2, 11, 13-19, 23).
A natureza geralmente ininteligível das línguas torna necessária sua interpretação, para que a comunidade reunida possa ser edificada (1Coríntios 14.1–25). É provável que Paulo tenha colocado os dois últimos dons no final da lista porque o foco excessivo em línguas na igreja de Corinto levou à negligência de outros dons espirituais (1Coríntios 12.14–26; ver também 12.28, 30).
Os cristãos que creem na Bíblia divergem quanto à continuidade do dom de línguas: alguns acreditam que ele cessou após a era apostólica da igreja primitiva, enquanto outros defendem que ainda deve ser praticado nos dias de hoje. Em qualquer caso, não há indicação de que falar em línguas seja um requisito normativo para todos os cristãos.
E ainda que alguém, mesmo em particular, ore ou louve em línguas, deve lembrar que a norma para a edificação pessoal e coletiva sempre será o uso de palavras inteligíveis, conforme o próprio Paulo escreve aos coríntios:
1Coríntios 14.10-17 (NVT)
10Há muitos idiomas no mundo, e todos têm sentido. 11Mas, se eu não entendo um idioma, sou estrangeiro para quem o fala, e ele é estrangeiro para mim. 12O mesmo se aplica a vocês. Uma vez que estão ansiosos para ter os dons espirituais, busquem os dons que fortalecerão a igreja toda.
13Portanto, quem fala em línguas deve orar pedindo também a capacidade de interpretar o que é dito. 14Pois, se oro em línguas, meu espírito ora, mas eu não entendo o que estou dizendo.
15Então, o que devo fazer? Orarei no espírito e também orarei em palavras que entendo. Cantarei no espírito e também cantarei em palavras que entendo. 16Pois, se louvarem apenas no espírito, como poderão louvar com vocês aqueles que não os entendem? Como poderão agradecer com vocês se não entendem o que estão dizendo? 17Vocês darão graças muito bem, mas não fortalecerão aqueles que os ouvem.
Outra coisa: línguas sem interpretação em público é um sinal de condenação para os descrentes. Leia:
18Dou graças a Deus porque falo em línguas mais que qualquer um de vocês. 19Contudo, numa reunião da igreja, prefiro dizer cinco palavras compreensíveis que ajudem os outros a falar dez mil palavras em outra língua.
20Irmãos, não sejam infantis no entendimento dessas coisas. Sejam inocentes como bebês com relação ao mal, mas sejam maduros no entendimento. 21Pois as Escrituras dizem [em Isaías 28.11-12]:
“Falarei a este povo em línguas estranhas
e por meio de lábios estrangeiros.
Mesmo assim, este povo não me ouvirá,*
diz o Senhor”.
22Portanto, falar em línguas é um sinal [de juízo] não para os que creem, mas para os descrentes. A profecia, contudo, é para os que creem [posto que por ela os crentes são edificados, exortados e consolados — cf. 1Co 14.3], e não para os descrentes. 23Ainda assim, se descrentes ou pessoas que não entendem essas coisas entrarem na reunião de sua igreja e ouvirem todos falarem em línguas, pensarão que vocês são loucos. 24Mas, se todos vocês estiverem profetizando e descrentes ou pessoas que não entendem essas coisas entrarem na reunião, serão convencidos do pecado e julgados por aquilo que vocês disserem. 25Ao ouvirem, os pensamentos secretos deles serão revelados, e eles cairão de joelhos e adorarão a Deus, declarando: “De fato, Deus está aqui no meio de vocês”.
Em resumo, esses dons não são apenas fenômenos espirituais isolados; eles atendem necessidades reais, humanas e cotidianas, confirmando a mensagem do evangelho da cruz de maneira prática e concreta, demonstrando que o poder e o amor de Deus manifestados em Cristo crucificado estão vivos e ativos entre seu povo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Dons do Espírito Santo – Parte 3
Pr. Leandro B. Peixoto