16.07.2017
ESPERA EM DEUS
Isaías 40.27-31
27Ó Jacó, como pode dizer que o SENHOR não vê o que se passa? Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com seus direitos? 28Você não ouviu? Não entendeu? O SENHOR é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele nunca perde as forças nem se cansa, e ninguém pode medir a profundidade de sua sabedoria. 29Dá forças aos cansados e vigor aos fracos. 30Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos. 31Mas os que confiam no SENHOR renovam suas forças; voam alto, como águias. Correm e não se cansam, caminham e não desfalecem.
A esperança nos torna insensíveis
Viktor Frankl foi um dos principais psiquiatras da Europa. Mas, de 1942 a 1945, foi jogado na prisão em Auschwitz e noutros três campos de concentração nazistas. Ele viu com os próprios olhos o que fazia a diferença entre os sobreviventes e os mortos daquela condição sub-humana de vida, imposta pelo diabólico Adolf Hitler — e veja que não era uma questão de saúde ou força física.
O diferencial entre os vivos e os mortos era a esperança — algo pelo que viver além do arame farpado, algo a se agarrar e pelo que se aguardar, algo para o que voltar depois que terminasse os horrores daquela guerra. Sobre isso ele escreveu em sua obra clássica, Em busca de sentido, publicado no Brasil em parceria pelas editoras Sinodal e Vozes:
Quem não consegue mais acreditar no futuro — seu futuro — está perdido no campo de concentração. Com a perda da crença no futuro, tal pessoa perde também o apoio espiritual, deixa-se cair interiormente e decai física e psiquicamente. Geralmente isto acontece de forma até bastante repentina, numa espécie de crise, cujos sintomas o recluso relativamente experiente conhece muito bem. Cada um de nós temia aquele momento em que se manifestava pela primeira vez essa crise — não em si próprio, pois então já teria sido indiferente, e sim em seus amigos. Geralmente essa crise se configurava da seguinte maneira: a pessoa em questão, certo dia ficava simplesmente deitada em seu barracão, e ninguém conseguia persuadi-la a botar a roupa, ir ao lavatório ou mesmo a se apresentar no local de chamada. Nada mais surtia efeito, nada lhe metia medo, nem súplicas, nem ameaças, nem golpes, tudo em vão. O sujeito simplesmente ficava deitado, não se mexia, e quando uma doença provocava essa crise, a pessoa se negava inclusive a ser transportada para o ambulatório ou tomar qualquer medida em prol de si mesma. Ela entregava os pontos! Ficava deitada até nas próprias fezes e urina, pois nada mais a interessava.
Nós também não sobreviveremos sem algo pelo que viver além do arame farpado desta vida. Desistiremos e nos prostraremos aqui mesmo. Essa é uma condição comum aos seres humanos, chamada desespero. Mas, aonde olhar em busca de sentido para viver?
Em geral, olhamos 1para os shopping centers (programa preferido dos goianienses!), 2para os cardápios de comidas e cartas de vinhos, 3para as ofertas de viagens, 4para os compromissos da semana… mas, é realmente com isso que nós temos de nos contentar?
Se o melhor que podemos esperar é o próximo final de semana ou feriado, as próximas férias para nos divertirmos ou viajarmos, se a nossa esperança for por uma existência confortável e bem-sucedida, cheia de reconhecimento e autoglorificação, até o dia de morrermos, inevitavelmente cairemos no estilo de vida que Blaise Pascal chamou de viver “lambendo a terra” — ou seja, puro ego, carnalidade e materialismo.
Por outro lado, se tivermos algo pelo que aguardar além do arame farpado, algo belo e que seja nosso; um tesouro; algo pelo que viver e que nunca poderá ser retirado de nós, podemos enfrentar qualquer coisa nesta vida — morrer, inclusive, será lucro (Fl 1.21).
Todos vivemos nossas vidas aqui e agora à partir de uma conexão vital com o futuro — com o daqui a alguns instantes, com o amanhã, com o ano que vem, com a velhice e até com a vida além. Negar que exista vida após a morte, por exemplo, não passa de negação de uma realidade com a qual a pessoa não sabe lidar, não quer encarar ou para a qual ela não encontrou respostas. A esperança é o que nos torna invencíveis (Sl 18.29).
Em Isaías 40.27-31 Deus está dizendo: “Minhas promessas podem fazê-lo prosseguir, decolar, como se você estivesse subindo nas asas da águia. Deixa-me lhe mostrar como.”
Prisioneiros sem esperança
Quando Isaías profetizou e escreveu aos judeus exilados na Babilônia, aquele povo já estava no cativeiro por algumas décadas; muitos deles já se encontravam na beira do desespero. Não aguentavam mais aquele vai e vem de sonhos e de esperanças. A maioria pensava: lá se foi minha vida; lá se foi minha felicidade; tudo o que posso aguardar agora é uma longa sentença de morte. Veja o que escreveu um dos salmistas:
Sl 137.1-6 | 1Junto aos rios da Babilônia, sentamos e choramos, ao nos lembrarmos de Sião. 2Pusemos de lado nossas harpas e as penduramos nos galhos dos salgueiros. 3Os que nos levaram cativos queriam que cantássemos; nossos opressores exigiam uma canção alegre: “Cantem para nós uma das canções de Sião!”. 4Mas como poderíamos cantar as canções do SENHOR estando em terra estrangeira? 5Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que minha mão direita perca sua habilidade. 6Que minha língua se prenda ao céu da boca se eu não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém minha maior alegria.
Quando nossos pensamentos se sintonizam nessa frequência, o que Deus precisa fazer para nos arrancar desse redemoinho mortal de desesperança e de desespero? Ele vem com uma injeção de esperança, acordando-nos para uma realidade infinitamente gloriosa e que está além do arame farpado dessa existência caída no pecado; o Senhor nos revela a si mesmo, a glória do próprio Deus. O início do capítulo do nosso texto anuncia:
Is 40.1-5 | 1“Consolem, consolem meu povo”, diz o seu Deus. 2“Falem com carinho a Jerusalém; digam-lhe que seus dias de luta acabaram e que seus pecados foram perdoados. Sim, o SENHOR a castigou em dobro por todos os seus pecados.” 3Ouçam! Uma voz clama: “Abram caminho no deserto para o SENHOR! Preparem para nosso Deus uma estrada reta na terra desolada! 4Aterrem os vales, nivelem os montes e as colinas. Endireitem as curvas, tornem planos os trechos acidentados. 5Então a glória do SENHOR será revelada, e todos a verão. O SENHOR falou!”.
Depois, Isaías exorta o povo a confiar no Senhor (Is 40.6-11), pois ele é grande, sábio, incomparável, superior (Is 40.12-26) e, portanto, digno de se confiar (Is 40.27-31).
Espera em Deus
Aqueles prisioneiros sem esperança precisavam de Deus. Nós também. Todos precisamos ver a vida para além dos arames farpados dessa existência — precisamos aprender a ver e a esperar esperar em Deus. Pois bem…
Olhando o nosso texto — Isaías 40.27-31, descobrimos que esperar em Deus requer de nós pelo menos três atitudes: 1evitar um risco letal; 2cultivar uma prática vital; e 3desenvolver uma postura espiritual. Vejamos, portanto, 1o risco a se evitar, 2a prática a se cultivar e 3o espírito a se desenvolver…
1. O risco a se evitar
Assim como no caso dos israelitas, a espera nos tenta a querer duvidar de Deus e a descrer em seus planos e promessas.
Is 40.27 | Ó Jacó, como pode dizer que o SENHOR não vê o que se passa? Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com seus direitos?
Os exilados judeus, que viviam numa espécie de prisão domiciliar em massa na Babilônia, estavam se sentindo abandonados por Deus: “Meu Deus, que rumo a minha vida tomou! Onde está Deus que não faz justiça? Cadê o Senhor que não responde quando eu o chamo? Ele exige tanto, mas não levanta um dedo para ajudar.” Essa maneira de pensar não é nova. John Knox, o renomado reformador escocês, escreveu:
Sobre a maneira como Satanás, pela primeira vez, extraviou a humanidade da obediência a Deus, as Escrituras testemunham: a saber, derramando em seus corações aquele veneno, a sugestão de que Deus não os amava.
Isaías, ao articular para nós os nossos pensamentos venenosos, desafia-nos: “Ó Jacó, como pode dizer que Deus não vê o que está acontecendo? Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com você?” É verdade que ninguém possui fé inabalável. Vez ou outra ela vacila, especialmente quando nós atravessamos momentos de profunda e perpétua tribulação. Israel, porém, tinha extrapolado os limites da normalidade. Isaías, então, exorta a nação, desafiando a irracionalidade da sua incredulidade. O desejo do profeta não era pisar na cana quebrada, mas ajudar aquele povo a voltar aos trilhos.
Sobre a dúvida: existem dois tipos de dúvida.
Um deles, sob os ataques dos problemas aparentemente insolúveis, luta para crer ou para continuar crendo. Esse tipo de dúvida está aberto às respostas de Deus, está disposto a ouví-lo. É a dúvida resultante da fé fraca.
O outro tipo de dúvida resiste à crença, mesmo quando são oferecidas boas e suficientes razões. Esse tipo de dúvida cruza os braços em resistência e diz: “Nah! Eu ainda duvido. Não acredito de jeito nenhum! E nada que você possa me dizer satisfará minha dúvida.” Esse tipo de dúvida nem sequer é capaz de ouvir o que Deus tem a dizer. É a dúvida resultante do coração duro.
Parece que no caso dos exilados judeus a dúvida flutuava entre uma fé enfraquecida pelas dificuldades e um coração endurecido pelo orgulho. Então, o que Deus fez? Ele andou a segunda milha com eles, mostrando o quanto ele é grande, sábio, incomparável e superior (Is 40.12-26). Se nem a menor estrela do céu escapa da atenção de Deus, os exilados deveriam ter certeza de que os olhos do Senhor estavam amorosamente sobre eles.
Agora, no entanto, Deus os faz recordar algo sobre si mesmos. Eles são “Jacó e/ou Israel”. Eles são o povo da sua aliança de graça. Eles ainda têm um lugar em seu coração. Ou seja: como pode um Deus tão grandioso, poderoso, incomparável, superior a tudo e a todos, que cuida com tanta sabedoria e com tanto carinho da criação (Is 40.12-26), não ver e não se importar com o povo da sua aliança (Is 40.27)? Não fazia sentido aquele desespero. Israel precisava recobrar sua confiança.
Ao chamar o povo de Jacó e depois de Israel, Deus os estava fazendo-os recordar da crise pela qual passou o patriarca da nação. Houve um dia em que Jacó lutou com Deus e prevaleceu— Deus o abençoou e mudou o seu nome (Gn 32.28). Que lição há para Israel?
Assim como Jacó lutou e prevaleceu, aquele povo no exílio também prevaleceria se continuassem lutando para manter a fé e a esperança no Senhor. Deus tinha uma aliança com eles. O Senhor os amava. Nada nem ninguém poderiam separá-los do amor daquela aliança eterna com o Deus de Jacó!
Meu povo, quando as crises nos sobrevêm, quando os problemas nos atacam, quando as dificuldades se acampam em nossas vidas e parecem nunca mais ir embora, a tentação é duvidarmos da bondade, do amor e da sabedoria de Deus. O resultado é o nosso desespero. É nessa hora, porém, que Deus nos dá a chance de avaliar e ver se tudo pelo que esperamos está apenas aqui, nesta vida, dentro dos limites dos arames farpados deste mundo estirado e moribundo no maligno.
Quem espera apenas nesta vida jamais deixará de viver como um miserável. Tudo pelo que passamos, como filhos de Deus, tem como propósito purificar-nos e preparar-nos para ver Deus face a face. Sem santificação ninguém verá o Senhor. Deus nos ama e tem uma aliança conosco. Nada nem ninguém nos separará do amor de Cristo (Rm 8.33-39). Como disse Paulo (Romanos 8.32):
Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas (a saber: conhecer, amar, predestinar, justificar, santificar e glorificar — Rm 8.29-32)?
Aquele que começou em nós a obra de salvação irá terminá-la até o dia de Cristo (Fl 1.6).
Portanto, quando tudo de pior se abater sobre você e insistir em não partir e deixar você em paz, evite o risco de duvidar de Deus. Não coloque em xeque sua grandeza, poder, santidade, sabedoria e amor. Não duvide de sua aliança.
Espera em Deus. Evite o risco de duvidar. Mas, como?
Isso nos leva à prática a se cultivar na hora da crise ou da dor…
2. A prática a se cultivar
Para se recobrar e se manter a esperança, nós deveremos parar de olhar para as circunstâncias e cultivar o hábito de olhar para Deus. Não é focando nos problemas que nós encontraremos força para levantar. Também não é apontando o nosso amor ou a nossa estima para os recursos dessa vida ou aquilo que julgamos ter em nós mesmos que acharemos motivação para prosseguir. Nada nem ninguém será capaz de nos levantar, fazer seguir e perseverar.
Afinal, recursos acabam, pessoas nos decepcionam, e mesmo que nada disso aconteça, nada nem ninguém tem o tamanho exato para preencher o que de fato o nosso coração precisa. Portanto, a prática a se cultivar é se voltar para a adequação divina.
Is 40.28-29 | 28Você não ouviu? Não entendeu? O SENHOR é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele nunca perde as forças nem se cansa, e ninguém pode medir a profundidade de sua sabedoria. 29Dá forças aos cansados e vigor aos fracos.
Isaías destaca quatro atributos de Deus: ele é eternidade, criador, força ou resistência e sabedoria. É para esse Deus que nós deveremos olhar na hora que tivermos que esperar. Agora, o que esses atributos têm a ver com as nossas dificuldades? Por que Isaías os destacou?
Ao contemplarmos esse Deus pela fé, seremos fortalecidos e revigorados em sua maravilhosa graça. Mas, como? Ao destacar os atributos de Deus, Isaías nos ensina como cultivar a prática de se focar em Deus:
Cultive o hábito de olhar para Deus.
3. O espírito a se desenvolver
Tendo falado do risco a se evitar e da prática a se cultivar, Isaías falará do espírito a se desenvolver no ato de esperar em Deus: espírito de fé e de esperança que nos impulsiona a seguir amando tanto a Deus como o próximo. Por quê? O que acontece quando aprendemos a esperar em Deus? Isaías nos apresenta quatro benefícios.
3.1 — Esperar em Deus é renovar as forças
Is 40.30-31 | 30Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos. 31Mas os que confiam no SENHOR renovam suas forças; […]
Ao revelar que Deus é quem renova (heb.: lit., troca) nossas forças, Isaías desmascara as nossas principais fontes de energia e de motivação para prosseguir com a vida. O profeta diz que a nossa própria força nunca darão conta do recado; elas precisam ser trocadas. Aliás, a Bíblia diz que na vida com Deus não é por força nem por poder, mas pelo Espírito.
Zc 4.6-10 | 6Então ele me disse: “Assim diz o SENHOR a Zorobabel: Não por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. 7Nada será obstáculo para Zorobabel, nem mesmo uma grande montanha; diante dele ela se tornará uma planície! E, quando Zorobabel colocar no lugar a última pedra do templo, o povo gritará: ‘É pela graça! É pela graça!’”. 8Depois, recebi outra mensagem do SENHOR: 9“Zorobabel lançou os alicerces deste templo, e ele o completará. Então vocês saberão que o SENHOR dos Exércitos me enviou. 10Não desprezem os começos humildes, pois o SENHOR se alegra ao ver a obra começar, ao ver o prumo na mão de Zorobabel”.
A profecia de Zacarias é dirigida a Zorobabel, o governador de Judá, que juntamente com Josué, o sumo sacerdote, foi encarregado pelo profeta Ageu com a tarefa de reconstruir o templo (Ed 5.2; Ag 1.1). A palavra de Deus para ele é um lembrete de que os obstáculos que eles enfrentariam na tarefa de reconstrução não seriam superados por recursos convencionais de força ou de poder. Em vez disso, os recursos viriam de um derramamento do Espírito de Deus. Tanto que Ageu, o profeta, declarou o seguinte:
Ag 2.5 | Meu Espírito [diz o Senhor] habita em seu meio, como prometi quando vocês saíram do Egito. Portanto, não tenham medo.
O crente vive a sua vida pela fé no Filho de Deus (Gl 2.20), empoderado pelo Espírito Santo (Gl 3.5). Essa é a força de que nós precisamos. Ela jamais esgota. Espere no Senhor e troque a sua força. Viva pela fé em Jesus (em suas promessas) e experimente o poder.
Outra coisa que Isaías desmascara, além de nossa própria força, é a nossa juventude ou capacidade humana. Ele diz: “Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos” (Is 40.29). No hebraico bíblico, “Jovens” significa “aqueles que estão no auge da juventude, no melhor momento da vida”; e “rapazes” significa “aqueles escolhidos a dedo pelo vigor físico”. Percebeu o que Isaías está dizendo?
O que nos dá força para prosseguir não é o auge nem o vigor da juventude; condições para prosseguir não vêm, em última instância, do tempo favorável ou da saúde perfeita. Força e condições para chegar longe vêm do Senhor, que renova as nossas forças, que troca as nossas forças, que coloca em nós o seu Espírito de força e de poder.
Esperar em Deus é renovar as forças. Portanto, não invista só no corpo, na auto-estima, ou apenas na sua capacidade intelectual… invista no seu espírito, invista em Deus.
1Tm 4.8 | O exercício físico tem algum valor, mas exercitar-se na devoção é muito melhor, pois promete benefícios não apenas nesta vida, mas também na vida futura.
Esperar em Deus, portanto, é renovar (trocar) as forças, mas é também ganhar perspectiva divina dos fatos…
3.2 — Esperar em Deus é ganhar perspectiva divina dos fatos
Is 40.31 | […] voam alto, como águias.
As águias possuem olhos muito potentes, podendo, das alturas, enxergar suas presas e as tempestades a quilômetros de distância. Pairar no ar como águias, enquanto esperamos no Senhor, poderá nos dar uma perspectiva melhor dos fatos e da situação que estamos lidando. Lembre-se: quem enxerga longe, chega mais longe.
Espere em Deus e ganhe perspectiva dos fatos.
3.3 — Esperar em Deus é criar resistência e fortalecer a alma
Is 40.31 | […] Correm e não se cansam, caminham e não desfalecem.
Teremos que correr e caminhar — i.e., teremos que enfrentar situações adversas e precisaremos correr; teremos que prosseguir com a rotina da vida e precisaremos caminhar. Agora, quem não aprende a esperar em Deus, ao correr irá se cansar (heb.: perderá a força inata ou inerente de se ser humano); e ao caminhar irá desfalecer (heb.: exaurir por causa da dureza da vida).
Sozinho, sem esperar em Deus, quem corre perde o que tem em termos de força e quem anda esgota o que tem em termos de ânimo. Isaías é muito realista! Agora, esperar nos Senhor é criar resistência e fortalecer a alma para enfrentar os obstáculos e os reveses que nos aguardam pela frente, além de renovar o ânimo para enfrentar a rotina.
Espere em Deus e crie resistência e força para a alma. Dessa forma, correremos e caminharemos, chegaremos longe, mas não nos cansaremos nem desfaleceremos.
Espera em Deus
Como está a sua esperança? Ela determinará o nível de sua força para voar, correr e caminhar. No que e pelo que você espera? Seus olhos enxergam apenas até os limites dos arames farpados dessa vida? Cuidado! Afinal, “Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos.” (Is 40.30).
Outra coisa:
Em que marcha você está neste momento da sua vida?
Em que marcha você está? Está voando e não pode cair? Está correndo e não pode cansar? Está caminhando e não pode desfalecer? Ou será que você precisa voar e não consegue, precisa correr mas já se cansou, precisa andar mas já desfaleceu?
Seja como for, espere em Deus. Warren W. Wiersbe, sobre esse texto de Isaías, anotou:
A jornada de milhares de quilômetros começa com um passo. Os maiores heróis da fé não são sempre aqueles que parecem estar avançando. Muitas vezes são eles que estão paciente e lentamente caminhando sob o peso das dificuldades. Enquanto esperamos no Senhor, ele nos capacita não apenas a voar mais alto e a correr mais rápido, mas também a caminhar por mais tempo. Bem-aventurados os que perseveram caminhando, pois, eventualmente, chegarão ao destino!
Espera em Deus. Jeremias também sabia do valor de se esperar em Deus. Em suas Lamentações, o profeta anotou o seguinte:
Lm 3.19-27 | 19Como é amargo recordar meu sofrimento e meu desamparo! 20Lembro-me sempre destes dias terríveis enquanto lamento minha perda. 21Ainda ouso, porém, ter esperança quando me recordo disto: 22O amor do SENHOR não tem fim! Suas misericórdias são inesgotáveis. 23Grande é sua fidelidade; suas misericórdias se renovam cada manhã. 24Digo a mim mesmo: “O SENHOR é minha porção; por isso, esperarei nele!”. 25O SENHOR é bom para os que dependem dele, para os que o buscam. 26Portanto, é bom esperar em silêncio pela salvação do SENHOR. 27É bom as pessoas se sujeitarem, ainda jovens, ao jugo de sua disciplina.
Espera em Deus:
Espera em Deus: não duvide, nutra sua fé e espera em Deus!
Is 40.27-31 | 27Ó Jacó, como pode dizer que o SENHOR não vê o que se passa? Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com seus direitos? 28Você não ouviu? Não entendeu? O SENHOR é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele nunca perde as forças nem se cansa, e ninguém pode medir a profundidade de sua sabedoria. 29Dá forças aos cansados e vigor aos fracos. 30Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos. 31Mas os que confiam no SENHOR renovam suas forças; voam alto, como águias. Correm e não se cansam, caminham e não desfalecem.
Que Deus nos abençoe com fé e esperança para prosseguirmos com amor.
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