27.05.2018
ESPERANÇA PARA A DOR
João 4.43-54
43Depois daqueles dois dias, Jesus partiu para a Galileia. 44Ele mesmo tinha dito que um profeta não é honrado em sua própria terra. 45Mas, uma vez que os galileus haviam estado em Jerusalém para a festa da Páscoa e visto tudo que Jesus fizera, eles o receberam. 46Enquanto Jesus viajava pela Galileia, chegou a Caná, onde tinha transformado água em vinho. Perto dali, em Cafarnaum, havia um oficial do governo cujo filho estava muito doente. 47Quando soube que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi até ele e suplicou que fosse a Cafarnaum para curar seu filho, que estava à beira da morte. 48Jesus exclamou: “Jamais crerão, a menos que vejam sinais e maravilhas!”. 49O oficial implorou: “Senhor, por favor, venha antes que meu filho morra”. 50“Volte!”, disse Jesus. “Seu filho viverá.” O homem creu nas palavras de Jesus e partiu para casa. 51Enquanto estava a caminho, alguns de seus servos vieram a seu encontro com a notícia de que seu filho estava vivo e bem. 52Ele perguntou quando o menino havia começado a melhorar, e eles responderam: “Ontem à tarde, à uma hora, a febre subitamente desapareceu!”. 53Então o pai percebeu que havia sido naquele exato momento que Jesus tinha dito: “Seu filho viverá”. E o oficial e todos de sua casa creram em Jesus. 54Esse foi o segundo sinal que Jesus realizou na Galileia, depois que veio da Judeia.
Quando a dor arromba o coração
Espera-se que os filhos tenham que lidar com a morte e o sepultamento de seus pais e não o contrário. Não é verdade? O problema é que, na vida real, é tragicamente possível que pais tenham que, abruptamente, enterrar seus filhos, como foi o caso de Nicholas Wolterstorff (86 anos), filósofo e professor norteamericano (professor de filosofia, dentre outras, nas universidade de Harvard e Yale).
Era uma tarde de domingo ensolarada, meados dos anos 1980, ele na casa dos 50, quando um trágico telefonema o comunicou a respeito do acidente fatal, numa montanha da Áustria, que ceifou a vida de seu filho que contava apenas 25 anos à época. Em seu livro Lamento por um filho (1987), o pai enlutado refletiu sobre os sentimentos dolorosos quando a dor arrombou seu coração e de seus familiares:
Desaparecido da face da terra. Olho para um grupo de estudantes que atravessa a rua à minha frente, e de súbito começo a pensar: ele não está lá. Vou a um jogo de futebol e me vejo observando todos os de 25 anos; nenhum deles é ele. Em todas as multidões e avenidas e cômodos e igrejas e escolas e bibliotecas e reuniões de amigos no mundo, em todas as montanhas, mesmo que o procure, eu não o encontrarei. Apenas sua ausência.
Silêncio. “Chegou alguma carta do Eric?” “Quando o Eric disse que telefonaria?” Agora, apenas silêncio. Ausência e silêncio.
Quando nos reunimos, agora há sempre alguém ausente; sua ausência é tão presente quanto a nossa presença; seu silêncio é tão audível quanto a nossa fala. Ainda cinco filhos, mas um sempre estará desaparecido, ausente. Quando estamos todos juntos, não estamos todos juntos.
É o nunca mais que é tão doloroso. Eric nunca mais estará aqui conosco — nunca mais sentado à mesa conosco, nunca mais viajando conosco, nunca mais sorrindo conosco, nunca mais chorando conosco, nunca mais nos abraçando ou nos beijando antes de sair ou ao chegar, não verá seus irmãos e irmã se casar. Viveremos sem ele para o resto de nossa vida.
Imagine ter que lutar contra esse tipo de sentimento, se você não tivesse esperança; sem esperança de céu, vida eterna, sentido, descanso, reencontro e regozijo crescente e eterno, todos juntos e na presença de Deus. Como seria insuportável ter que continuar vivendo sem esperança nas promessas de Deus, quando a dor vem com tudo e arromba o coração, aprisionado-nos (para usar a linguagem de John Bunyan em O Peregrino) no “Castelo da Dúvida” do “gigante Desespero” (esposo da terrível “Desconfiança”).
A vida sem esperança (insuflada por dúvidas e desconfianças, aprisionada à masmorra do desespero) é, de fato, desgraçadamente insuportável. Graças a Deus, porém, que há, sim, esperança para a dor; é possível, sim, entristecer-se, mantendo-se a esperança (1Ts 4.13-18); é possível, sim, entristecer-se, mantendo-se sempre a alegria (2Co 6.10). Mesmo que a dor arrombe o coração (Ah! E como ela arrombará! Mais cedo ou mais tarde arrombará!), é possível, sim, em Cristo, obter esperança para a dor. Este é o tema do texto de hoje e nós o estudaremos em três etapas. Veremos, primeiro, a origem da dor; depois, a cura para a dor; e, por fim, os frutos da dor.
1. A origem da dor
Por que sofremos?
A grosso modo: sofremos porque pecamos (melhor, porque somos pecadores). A dor tem origem no pecado. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Deus não nos criou para a dor e o sofrimento. Deus é bom. Fomos criados para uma vida plena de prazeres na presença de Deus, fruto de fé e confiança em Deus (Gn 2.15-17). O problema foi que pecamos e nos separamos da glória de Deus; perdemos a vida gloriosa que Deus planejou para o ser humano (Rm 3.23). Agora sofremos. Temos a dor por companheira.
Como pecamos?
Nossa desconfiança da bondade e da sabedoria de Deus nos levou à desobediência. Assumimos o papel de Deus. Arrogamos o direito de discernir entre o bem e o mal por nós mesmos, mesmo que ao preço de morte (afinal, garantiu-nos o Senhor ainda no ato da criação: “Coma à vontade dos frutos de todas as árvores do jardim, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Se você comer desse fruto, com certeza morrerá”— Gn 2.16-17). Preferimos ser autônomos (Gn 3.1-6). Pecamos porque a desconfiança (ou incredulidade) nos levou à desobediência, e a desobediência, por sua vez, nos fez desaguar num mundo de dor e desespero, tendo a morte por carrasco.
É trágica a nossa história: pecamos, separamo-nos de Deus, separamo-nos uns dos outros e ficamos possuídos pelo medo — medo de Deus, medo uns dos outros, medo da morte (leia Gn 3 e Hb 2.15). Perdemos a paz. Perdemos o sossego. Perdemos o paraíso.
O nosso texto (Jo 4.46-54) nos mostra um pai com medo, medo de perder o filho para a morte, já que o garoto “estava muito doente”(v. 46). A ordem natural das coisas foi afetada pelo pecado, e o que vemos é morte; a ordem natural das coisas foi invertida pelo pecado, e muitas vezes o filho caminha para a sepultura na frente do pai, e não o pai antes do filho. Não era para ser assim. O pecado nos colocou neste estado de morte.
De fato, não fomos criados para a morte e muito menos para sepultar nossos filhos. Mas é isto que, corriqueiramente, acontece: pais veem seus filhos adoecerem, sofrem impotentes ao lado deles no leito de enfermidade, cuidam deles em sofrimento e, por fim, amargam a dor de sepultar os filhos. Por que, meu Deus, por quê?
O pecado nos tirou do paraíso e a dor se tornou nossa companheira. Num brilhante insight de sabedoria bíblica, J. C. Ryle escreveu assim sobre o nosso texto em João:
Aqui está uma lição a respeito da qual somos todos vagarosos em aprender. Somos hábeis em fechar os olhos para a clareza dos fatos, falamos e agimos como se fosse natural que os jovens jamais morressem enquanto são jovens. Entretanto, os epitáfios nas sepulturas nos mostram que, entre uma centena de pessoas, […] alguns nem mesmo chegam à idade adulta. A primeira sepultura cavada neste mundo foi cavada [por um pai, Adão] para um [filho] jovem [Abel]. O primeiro a morrer não foi um pai, e sim um filho [assassinado pelo próprio irmão, pois Caim matou Abel].
A dor tem origem no nosso pecado. Sofremos porque somos pecadores; escolhemos ser donos de nossas próprias vidas, não obstante o alerta de Deus (Gn 2.17), e agora, longe da árvore da vida ou sem ter vida em nós mesmos, nós não conseguimos bancar a vida, não conseguimos arcar com as consequências do nosso pecado.
Olhe para esse pai em João 4: rico, influente, oficial do alto escalão do governo de Herodes, proprietário de “servos”, homem com acesso irrestrito ao que existia de melhor no mundo romano em termos de cura física. Porém, nada do que ele tinha ou poderia obter foi capaz de bancar a vida do filho. O pecado nos torna impotentes.
Esse é o segundo milagre no Evangelho de João. Tanto no primeiro, quando Jesus transformou água em vinho (Jo 2.1-12), como no segundo, agora que Jesus cura o filho do oficial romano (Jo 4.46-54), João nos revela uma mesma verdade: o ser humano não consegue bancar a vida plena de prazeres que todos almejam desfrutar; mais cedo ou mais tarde o vinho da alegria acaba (apesar de planejamentos, esforços e investimentos que empreendemos); mais cedo ou mais tarde a dor arromba a porta do coração (apesar de tudo o que temos e construímos, visando nos protejer das dores da vida).
A lição está muito clara. João nos ensina que se Jesus não estiver por perto, quando o vinho acabar ou quando a doença atacar, a dor desembocará no desespero.
O pecado nos detonou. A dor é inevitável. Sábio, portanto, face à realidade em que nos encontramos, não é quem confia que construirá uma vida próspera, longa e feliz, imune do vinho que acaba ou da doença que chega para matar tanto o velho como o novo. Sábio é quem entende que morrerá, mais cedo ou mais tarde morrerá (Sl 49.20); afinal, o salário do pecado é a morte. O sábio sabe que vai morrer (mais cedo ou mais tarde morrerá) e se prepara para morrer. J. C. Ryle afirmou que
A única sabedoria verdadeira consiste em estar sempre preparado para encontra-se com Deus, não colocando de lado as coisas concernentes à eternidade e vivendo de forma a estar pronto, a qualquer momento, para partir desta vida. Se assim vivemos, não há grande importância em morrermos quando jovens ou velhos. Unidos ao Senhor Jesus Cristo estaremos seguros em qualquer circunstância.
A origemda dor é o pecado e a curapara a dor é o Senhor Jesus Cristo (Hb 2.14-15):
14Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, 15e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.
Isso nos leva à segunda etapa do nosso texto.
2. A cura para a dor
A história da cura do oficial romano não começa no verso 46, como a maioria pode ser induzida a pensar. Os versos 43 a 45 não são detalhes menos importantes da narrativa do milagre; eles revelam algo maravilhoso à respeito de Jesus. Na verdade, eles nos apresentam a causa do milagre de Jesus, isto é: graça e misericórdia. Observe (Jo 4.43-46):
43Depois daqueles dois dias [em Samaria], Jesus partiu para a Galileia [como foi o plano original, desde o começo deste capítulo, quando Jesus decidiu deixar a Judeia rumo à Galileia, vv. 1-3]. 44Ele mesmo tinha dito que um profeta não é honrado em sua própria terra. 45Mas, uma vez que os galileus haviam estado em Jerusalém para a festa da Páscoa e visto tudo que Jesus fizera, eles o receberam. 46Enquanto Jesus viajava pela Galileia, chegou a Caná, onde tinha transformado água em vinho. Perto dali, em Cafarnaum, havia um oficial do governo cujo filho estava muito doente.
Duas perguntas, pelo menos, surgem neste ponto.
Primeiro, se não era honrado na Galileia (sua terra, lugar onde cresceu e viveu; em Nazaré; na região da Galileia), por que Jesus voltou para lá (v. 43)? Na verdade, esse era seu plano desde o início. Ele veio para se oferecer, de novo e de novo, para os seus, mesmo que os seus não o recebessem, pois todos quantos o recebessem se tornariam filhos de Deus por terem crido em seu nome (Jo 1.11-12). Logo, graça e misericórdia fizeram Jesus voltar para a sua terra e viajar pela Galileia, mesmo sabendo que aquele povo o rejeitava. Graça e misericórdia levaram Jesus à Cafarnaum, ao alcance do“oficial do governo cujo filho estava muito doente”(v. 46). Pare e pense nisto: Deus, em graça e misericórdia, vive se oferecendo a nós na pessoa de Jesus Cristo. Pare de rejeitá-lo!
Segundo, como nós podemos dizer que Jesus foi desonrado ou rejeitado na Galileia (v. 44) se lemos que os galileus o receberam (v. 45)? Ah, mas você percebeu por que eles o receberam? Percebeu a motivação dos galileus ao o receberem? Eles o “receberam” pelos milagres que eles o viram fazer (v. 44-45):
44Ele mesmo tinha dito que um profeta não é honrado em sua própria terra. 45Mas, uma vez que os galileus haviam estado em Jerusalém para a festa da Páscoa e visto tudo que Jesus fizera, eles o receberam.
Ou seja: existe uma forma de crer semcrer, de receber semreceber, de honrar semhonrar. Como? Quando nãose recebe Jesus por quem ele realmente é: Senhor e Salvador do mundo, mas como um merooperador de milagres ou um tipode “marido de aluguel espiritual” que está disponível para resolver nossos problemas e, assim, podermos continuar vivendo nossa vida de bem-estar como bem entendermos.
Quem não recebe Jesus como Senhor e Salvador, na verdade, não o recebe, mesmo que o receba; de fato, desonra-o. Foi o que fizeram os galileus (Jo 4.44-45), os habitantes de Jerusalém (Jo 2.23-25) e os irmãos de Jesus (Jo 7.3-5); creram semfé, creram num poderpara curar, não creramno Deus que se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade (Jo 1.14), não creramno Senhor e Salvador do mundo: Jesus Cristo (Jo 4.42).
A cura para a dor começa quando entendemospara que Jesus veio (salvar o mundo do pecado) e o recebemospor quem ele verdadeiramente é (o Salvador do mundo, v. 42). Jesus veio para nos curar do pecado e nos levar para o céu. Jesus não veio para vivermos o bem-bom desta vida aqui sem Deus. Jesus não veio para esbanjarmos prazeres sem Deus. Jesus não veio para curar o corpo de forma a podermos continuar vivendo no corpo, mas sem viver para Deus. Paulo resumiu bem o que estamos dizendo (Gl 2.20):
Fui crucificado com Cristo; assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Portanto, vivo neste corpo terreno pela [a vida que agora vivo neste corpo, vivo-a pela] fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo foi ainda mais claro (2Co 5.15):
Ele morreu por todos, para que os que recebem sua nova vida não vivam mais para si mesmos, mas para Cristo, que morreu e ressuscitou por eles.
Jesus Cristo veio para nos salvar do pecado, de nós mesmos e de todos os nossos ídolos, fazendo-nos viver para ele pela fé, viver a vida dele em fé (viver é Cristo), de forma que morrer seja lucro (estar com Cristo para sempre, o que é incomparavelmente melhor, pois finalmente estaremos com ele: o prazer de nossa alma) — Fl 1.21 e 23. Essa, sim, é a cura verdadeira para a dor: Cristo; a nova vida em Cristo; viver e morrer em Cristo para poder desfrutar de Cristo para sempre e sempre.
Pois bem, se essa é a cura para a dor? Como obter a cura?
Essencialmente, a cura para a alma (o perdão para o pecado) é obtido por arrependimentoe fé. Ambos estão bem ilustrados na vida do oficial de Cafarnaum.
Arrependimento
O que é arrependimento?
Arrependimento é você, entristecido pelo estado miserável em que se encontra, virar as costas para a velha vida (ídolos) e se voltar para Deus em Jesus Cristo (1Ts 1.9).
A postura deste oficial, guardadas as proporções, ilustra o que estamos definindo como arrependimento. Sendo quem ele era, um oficial de Herodes, ao voltar-se publicamente para Cristo, ele estava virando as costas para seus privilégios palacianos. Afinal, esse Herodes, o chefe desse oficial, era o mesmo que decapitou João Batista, o precursor de Jesus Cristo (Lc 9.7-9). Imagine o que poderia acontecer a este homem, uma vez que o oficial, publicamente, humilhou-se aos pés de Jesus!
Jo 4.46-47 | 46Enquanto Jesus viajava pela Galileia, chegou a Caná, onde tinha transformado água em vinho. Perto dali, em Cafarnaum, havia um oficial do governo cujo filho estava muito doente. 47Quando soube que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi até ele e suplicou que fosse a Cafarnaum para curar seu filho, que estava à beira da morte.
Esse pai cansou de tentar no que vinha tentado, cansou de gastar no que vinha gastado, cansou de fazer o que vinha fazendo; ele reconheceu seu estado deplorável, virou as costas para tudo e para todos e correu para Jesus. Essa é a essência do arrependimento.
Fé
Fé, em essência, é você se agarrar com esperança prazerosa à palavra de Deus, mesmo sem ver ou enxergar “resultados” (Hb 11.1). Foi o que fez o oficial: agarrou-se com fé, com esperança prazerosa (ver o filho curado) à palavra de Cristo e voltou.
Jesus requer de nós fé. Não precisa ser fé grande. Apenas fé. E foi fé que o oficial teve, mesmo que pequena, limitada e, inicialmente, defeituosa. E Cristo, soberana e graciosamente, o contemplou em sua pouca fé.
Inicialmente, o oficial achava que, para curar, Jesus precisava ir até o garoto— “venha [até meu filho]”(v. 49); ele ainda não sabia que Jesus é Deus onipotente (basta-lhe a palavra) e onipresente (não se limita ao espaço físico). Sua fé também se limitava a crer que o poder de Jesusnão se estendia após a morte— “venha antes que meu filho morra”(v. 49).
Mas não era apenas pequenae limitadaa fé daquele oficial; era também defeituosa, pois quando ouviu sobre Jesus, ouviu de uma forma distorcida — ouviu como sendo apenas um poderoso operador de milagres que podia curar o filho (v. 48). Porém, ao ser confrontado por Jesus, demostrou que possuía fé, mesmo que pequena, limitada e, inicialmente, defeituosa; mas possuía fé:
48Jesus exclamou: “Jamais crerão, a menos que vejam sinais e maravilhas!”. 49O oficial implorou: “Senhor, por favor, venha antes que meu filho morra”. 50“Volte!”, disse Jesus. “Seu filho viverá.” O homem creu nas palavras de Jesus e partiu para casa.
O homem creu e seu filho foi curado:
51Enquanto estava a caminho, alguns de seus servos vieram a seu encontro com a notícia de que seu filho estava vivo e bem. 52Ele perguntou quando o menino havia começado a melhorar, e eles responderam: “Ontem à tarde, à uma hora, a febre subitamente desapareceu!”. 53Então o pai percebeu que havia sido naquele exato momento que Jesus tinha dito: “Seu filho viverá”. E o oficial e todos de sua casa creram em Jesus. 54Esse foi o segundo sinal que Jesus realizou na Galileia, depois que veio da Judeia.
Tanto no primeiro (Jo 2.6-9) como no segundo sinal (Jo 4.51-53), o milagre aconteceu na medida em que a fé foi exercitava pelas pessoas envolvidas (enquanto elas caminhavam em obediência à palavra de Cristo). Com a fé é assim: ela nasce do comando de Deus e, no caminho, cumprindo a palavra de Deus em obediência, a fé vai se fortalecendo e crescendo em nós e através de nós. O oficial aprendeu que Jesus é Deus poderoso, Senhor do corpo, do tempo e do espaço; o oficial cresceu em fé. Mas tem mais.
“Todos de sua casa creram em Jesus”. Dele, a fé se espalhou em todos na sua casa. A cura chegou para o garoto, para o oficial e para todos em sua casa. Todos creram em Jesus Cristo para a salvação. Não importa qual seja a dor, desde que nos leve a Jesus, desde que nos una a Jesus. Por isso é que nós cantamos — “Mais perto”, 283 CC:
Mais perto quero estar, meu Deus, de ti, // Inda que seja a dor que me una a ti! // Sempre hei de suplicar: // Mais perto quero estar, // mais perto quero estar, // Meu Deus, de ti! […] E quando a morte, enfim, me vier chamar, // Com serafins nos céus irei morar. // Então me alegrarei, // Perto de ti, meu Rei, // perto de ti, meu Rei, // Meu Deus, de ti!
Cristo é a cura para a dor. A dor nos leva a Cristo com arrependimento e fé para a salvação. A dor nos une a Cristo em doce comunhão. A dor nos faz querer o céu em eterna consolação.
3. Os frutos da dor
Veja como a dor transformou o oficial de Cafarnaum e toda a sua família.
Resumindo os frutos da dor na vida do oficial de Cafarnaum: a dor o levou a Jesus, tornou-o num homem de fé na palavra de Deus, o fez rever suas prioridades na vida, o fez presente aos seus e o ensinou a orar. Ele aprendeu que Jesus é soberano sobre tudo e sobre todos; poderoso sobre o corpo e as doenças; poderoso sobre qualquer circunstância, mesmo à distância; ele aprendeu que Jesus é o Salvador do mundo. Foi pela dor que Jesus Cristo salvou aquele homem, salvou seu filho e salvou todos de sua casa.
A dor é um dom de Deus.Pela dor, Deus conquista nossa atenção e nos chama à salvação. Deus é soberano, todo-poderoso e, ao mesmo tempo, bom, muito bom. Tão bom que ele usa a dor para o nosso bem, nas esperança de nos salvar (Rm 8.19-25).
Esperança para a dor
Cristo é a esperança para a dor.
Olhe para Jesus, veja a glória de Jesus e seja salvo, viva liberto do cativeiro do medo, bem longe do Castelo da Dúvida do gigante Desespero.
Olhe para Jesus e veja a sua glória: um garoto moribundo, curado de repente, curado por apenas uma palavra de Jesus à 30km de distância do leito. Esse é o poder de Jesus. Graça e poder. Misericórdia e poder. Olhe para Jesus.
Em Cristo nós podemos ver a glória de Deus, e de sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça. Minha oração é que o Senhor remova de nós todo orgulho, incredulidade, dor e desespero e nos revele a glória da graça e do poder de Cristo, fazendo-nos crer para a salvação.
Cristo é a esperança para a dor: para a sua dor, para a dor daqueles que você ama e para a dor do mundo ao nosso redor. Receba Jesus pela fé. Reparta Jesus com fé. Jesus Cristo é a esperança para a dor.
O evangelho nesta história
O oficial de Cafarnaum tentou de tudo para não ver seu filho morrer. Deus, o Pai, entregou o próprio Filho à morte no lugar do pecador. Maior amor não há! Receba-o pela fé. Arrependa-se e creia.
A primeira morte da história foi a de um filho. Adão sepultou Abel. Deus, o Pai, para nos salvar, sepultou também o próprio Filho. Mas ele ressuscitou ao terceiro dia e todo o que nele crê não morre; passa da morte para a vida. Graça maior não há. Receba Jesus pela fé. Arrependa-se e creia.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto