27.03.2022
[Atos 13.4-13] 4Enviados pelo Espírito Santo, eles desceram ao porto de Selêucia, de onde navegaram para a ilha de Chipre. 5Ali, na cidade de Salamina, foram às sinagogas judaicas e pregaram a palavra de Deus. João Marcos os acompanhava como assistente. 6Viajaram por toda a ilha até que, por fim, chegaram a Pafos, onde encontraram um feiticeiro judeu, um falso profeta chamado Barjesus. 7Ele acompanhava o governador Sérgio Paulo, um homem inteligente que convidou Barnabé e Saulo para visitá-lo, pois desejava ouvir a palavra de Deus. 8Mas Elimas, o feiticeiro (esse é o significado de seu nome), opôs-se a eles, na tentativa de impedir que o governador viesse a crer. 9Cheio do Espírito Santo, Saulo, também conhecido como Paulo, encarou Elimas nos olhos 10e disse: “Filho do diabo, cheio de toda espécie de engano e maldade e inimigo de tudo que é certo! Quando deixará de distorcer os caminhos retos do Senhor? 11Preste atenção, pois o Senhor colocou a mão sobre você para castigá-lo, e você ficará cego, sem conseguir ver a luz do sol por algum tempo”. No mesmo instante, neblina e escuridão cobriram-lhe os olhos e ele começou a tatear, suplicando que alguém o tomasse pela mão e o guiasse. 12Quando o governador viu o que havia acontecido, creu, muito admirado com o ensino a respeito do Senhor. 13Paulo e seus companheiros saíram de Pafos num navio e foram à Panfília, onde aportaram em Perge. Ali, João Marcos os deixou e voltou para Jerusalém.
Quando criança, um de meus sonhos era visitar o Playcenter – um parque de diversão que ficava localizado na Marginal Tietê na cidade de São Paulo. Foi inaugurado em 1973 (ano em que eu nasci) e fechou no ano de 2012. Era inspirado nos parques das grandes cidades dos Estados Unidos e da Europa.
O tio Pérsio, irmão de meu pai, morava em São Paulo, à margem da Represa Billings. Nas férias escolares, geralmente em julho, minha avó Oscarina me levava para passear com ela na casa do filho caçula, o meu tio. Um dia avistei o parque da janela do ônibus. Nunca mais fui o mesmo. Fiquei maravilhado! Não sosseguei até o dia em que finalmente tínhamos dinheiro para pagar o passa-porte e desfrutar do Playcenter. Lembro-me de passar a catraca e olhar para o mundo de diversão que se agigantava à minha frente. Era como se eu tivesse adentrado outra dimensão, um mundo encantado no qual só havia aventuras e alegrias. Eu não acreditava no que estava vendo! De tão bom, nem parecia real. Era um sonho!
Você já teve experiência parecida?
Quando se tornou cristão, você achou que todas as dificuldades acabariam? Você pensou que a vida cristã seria uma espécie de Playcenter ou de Disneylândia espiritual, onde as preocupações são deixadas no portão e o mundo se transforma em um lugar encantado, seguro e feliz? Você creu que a vida seria um sonho?
A verdade é que a vida muitas vezes se parece mais com um pesadelo, mesmo para quem é cristão. Aliás, talvez seja ainda mais doloroso viver quando se é um cristão neste mundo. Passamos a lidar com novas tensões entre o reino do céu e o reino deste mundo. Sofremos tentações que antes não tínhamos ou não nos perturbavam. Aprendemos novas verdades, especialmente sobre nós mesmos, e isso pode nos deixar muito desconfortáveis e bastante humilhados. Somos ignorados, desprezados, criticados e colocados à margem por aqueles que não gostam da nossa nova vida em Cristo. Até nos tornamos vítimas da maldade e da perseguição dos homens que odeiam o evangelho da cruz, sobretudo se nos mantivermos em modo de operação (como deve ser!) para o cumprimento da missão de Deus no mundo: buscar e salvar os perdidos.
Não é fácil ser crente, gente! Não é de jeito nenhum fácil. A vida cristã está mais para um campo de batalha do que para um parque de diversão. Quem é crente já há algum tempo descobriu que a bolha de sabão de um idealismo qualquer ou de um conto de fadas espiritual ou de uma esperança sem fundamento não resiste à inevitável alfinetada da realidade. Sim, a vida cristã é maravilhosa e a vida eterna com Deus não tem preço, mas quem disse que seria tudo fácil, um mar de rosas, um Playcenter espiritual?
Portanto, como podemos estar preparados para lidar com tais dificuldades?
A resposta não é cair no outro extremo e se tornar um pessimista. Nosso credo não deve ser a Lei de Murphy que diz que se alguma coisa pode dar errado, certamente ela dará errado e no pior momento possível; portanto, sorria, aproveite o hoje, pois amanhã poderá ser muito pior. Não, gente! Não é assim que nós cremos. Esse tipo de abordagem, esse pessimismo em relação à vida até poderá diminuir suas expectativas, mas também roubará sua alegria de viver.
Em vez de adotar uma atitude pessimista, niilista em relação à vida cristã, é melhor ser realista, como aconselha F. B. Meyer:
Não pense que seja estranho, filho de Deus, o passar pela provação de fogo que te prova, como se algo estranho estivesse acontecendo. Alegre-se!, pois é um sinal confiável de que você está no caminho certo. Se em viagem a um país desconhecido sou informado de que devo passar por um vale onde o sol se esconde e tomar uma estrada pedregosa e cheia de buracos para chegar ao meu destino, quando chegar a esses pontos do trajeto, cada momento de sombra e solavanco da carruagem me dirão que estou no caminho certo. Então, quando um filho de Deus passa pela aflição, ele não fica surpreso – ele sabe que está no caminho correto de sua jornada.
Saulo de Tarso era esse tipo de realista esperançoso. No entanto, João Marcos, seu jovem auxiliar, era mais do tipo idealista sonhador. Tanto que Lucas, narrando nossa história, encerra o parágrafo bíblico que temos em tela com as seguintes palavras de Atos 13.13: “Paulo e seus companheiros saíram de Pafos num navio e foram à Panfília, onde aportaram em Perge. Ali, João Marcos os deixou e voltou para Jerusalém.”
O que teria acontecido? Por que João Marcos desistiu e abandonou o time?
Nesta manhã eu convido você a se juntar comigo a esse esquadrão missionário, liderado por Barnabé e Paulo, e descobrir o que aconteceu no caminho, quando chegaram ao vale da sombra e bateram com as rodas nas pedras e nos buracos da estrada, ainda bem no início da primeira viagem missionária de Paulo (Atos 13.4—14.28).
O texto que lemos no início, Atos 13.4-13, é apenas o cabeçalho desta viagem, da primeira de três viagens missionária no total que estão registradas em Atos dos Apóstolos (a primeira: 13.4–14.28; a segunda: 15.36–18.22; a terceira: 18.23–21.17). Mas o que se tem neste início é o padrão do que se terá até o final das viagens e do ministério de Paulo: expansão e pregação, oposição e salvação, e também deserção. Portanto, sabedor de tudo isso, você, em sua caminhada cristã, quando se deparar com qualquer dessas coisas saberá que está no caminho certo do discipulado cristão.
Lucas, narrador inspirado desta história, começa nos descrevendo o início efetivo da viagem missionária de Paulo e Barnabé, que, sob a direção do Espírito Santo, foram separados e enviados pela igreja de Antioquia da Síria (At 13.1-3). Ouça o relato:
Atos 13.4-6a 4Enviados pelo Espírito Santo, eles desceram ao porto de Selêucia, de onde navegaram para a ilha de Chipre. 5Ali, na cidade de Salamina, foram às sinagogas judaicas e pregaram a palavra de Deus. João Marcos os acompanhava como assistente. 6Viajaram por toda a ilha até que, por fim, chegaram a Pafos, […]
Nenhum deles – Barnabé e Saulo, tampouco João Marcos – esteve antes em alguma viagem missionária. Não havia para eles livros ou diários de missionários impressos que os pudessem inspirar e instruir. Não tiveram seminário ou treinamento intensivo para evangelização e discipulado em contexto transcultural. Nada do que hoje se tem e é tão comum (e necessário) para o trabalho missionário. Mas Lucas nos conta de algo essencial e que não lhes faltou: o Espírito Santo.
O Espírito Santo
A narrativa começa com outra referência ao Espírito Santo. O mesmo Espírito que os separou (At 13.2), agora os enviava para a primeira viagem missionária (At 13.4-6a):
Enviados pelo Espírito Santo, eles [Barnabé e Saulo] desceram ao porto […] navegaram para a ilha de Chipre. […] foram às sinagogas judaicas e pregaram a palavra de Deus. João Marcos os acompanhava como assistente. Viajaram por toda a ilha até que, por fim, chegaram a Pafos…
Tudo o que fizeram foi sob a direção e no poder do Espírito Santo.
Com isso, Lucas deseja ressaltar a soberania de Deus na obra missionária. É o Espírito Santo quem chama, envia, direciona e capacita os ministros do evangelho como missionários de Cristo às nações. E o Espírito faz a mesma coisa com cada cristão – que também é chamado (todos são chamados) a testemunhar e fazer discípulos de Jesus.
João Marcos
Além de Barnabé e Paulo, Lucas nos informa, sem maiores detalhes, que João Marcos, primo de Barnabé (cf. Cl 4.10) – o mesmo que os havia acompanhado de Jerusalém à Antioquia (cf. 12.25) – continuou a acompanhá-los como auxiliar durante a primeira etapa da primeira viagem de Paulo.
A ilha de Chipre
Do porto de Selêucia (situado a cerca de 25 km de distância de Antioquia da Síria), o esquadrão missionário embarcou para a ilha de Chipre – a maior ilha do oriente do Mar Mediterrâneo, com aproximadamente 9.250 km2 e 648 km de linha costeira.
Desembarcaram na cidade de Salamina, no litoral leste da ilha (uma viagem de aproximadamente de 100 km). Não se sabe exatamente quanto tempo Barnabé e Paulo permaneceram em Salamina. Sabemos apenas que ali eles pregaram a palavra de Deus nas sinagogas locais (At 13.5). O Dr. Paulo Anglada, estudioso do grego bíblico, informa que o tempo imperfeito do verbo pregar (do grego kateggellon) parece indicar que Paulo e Barnabé permaneceram pregando a palavra de Deus por algum tempo em Salamina.
De Salamina, partiram em direção à cidade de Pafos, capital da ilha, localizada na região sudoeste de Chipre. É razoável pensar que eles foram anunciando o evangelho nas cidades por onde passaram – uma viagem de aproximadamente 145 km por terra. Foi em Pafos que eles encontraram os dois personagens mais importantes desta narrativa: o falso profeta Barjesus (At 13.6), conhecido como Elimas, o mágico ou feiticeiro, e o procônsul (governador da ilha) Sérgio Paulo (At. 13.7). Chegaremos a eles em instantes.
A pergunta que cabe fazer aqui neste ponto da jornada é a seguinte: por que a primeira viagem missionária teria começado pela ilha de Chipre? Paulo Anglada apresenta as razões seguintes (as quais julgo ser bastante coerentes):
PRIMEIRO, CHIPRE ERA A TERRA NATAL DE BARNABÉ, o líder inicial do esquadrão na primeira viagem missionária. Não é de estranhar, portanto, que eles iniciassem suas atividades missionárias em uma região cuja cultura e condição espiritual e moral fossem bem conhecidas de Barnabé, e onde ele, juntamente com o primo João Marcos, provavelmente ainda tivesse pessoas conhecidas ou mesmo parentes residindo. Chipre era uma ilhe marcada pela impiedade e pela licenciosidade, pois Pafos era a sede do culto à deusa Afrodite/Vênus, a deusa do amor. Somente o evangelho de Cristo poderia mudar essa condição. Chipre, portanto, era o tubo de ensaio perfeito do que teriam pela frente no novo mundo, os confins da terra que receberiam o evangelho.
SEGUNDO, A PRÓPRIA IGREJA DE ANTIOQUIA DA SÍRIA HAVIA SIDO INICIADA POR EVANGELISTAS ANÔNIMOS NATURAIS DE CHIPRE E DE CIRENE. Isto significa que provavelmente outros membros da igreja também ainda possuíam contatos na ilha, e estavam pessoalmente interessados na evangelização de seus habitantes e no avanço do reino de Deus na região.
TERCEIRO, ALGUNS JUDEUS DA REGIÃO PROVAVELMENTE JÁ POSSUÍAM UM CERTO CONHECIMENTO DO EVANGELHO. Como nos informa Lucas, crentes de Jerusalém, dispersos por ocasião do martírio de Estêvão, foram para Chipre, onde falaram de Cristo a judeus habitantes da ilha, antes de se dirigirem para Antioquia (cf. At 11.19).
O método de Paulo
Outra observação a fazer diz respeito ao padrão de trabalho missionário praticado pelo apóstolo Paulo, ilustrado já aqui, no início de sua primeira viagem, qual seja: aonde chegasse, o apóstolo começava anunciando o evangelho a judeus da dispersão e a prosélitos do judaísmo (i.e., convertidos ao judaísmo) nas sinagogas locais.
Paulo tinha razões teológicas e práticas para isso.
Razões teológicas. Paulo sabia que o evangelho de Cristo havia sido destinado primeiramente ao judeus, os detentores originais das revelações, das alianças, do culto e das promessas de Deus (Rm 3.1-3; 9.4-5); e, apenas depois, aos gentios (cf. At 3.26; 13.46-47 e Rm 1.16).
Razões práticas. Os judeus e prosélitos do judaísmo já conheciam as verdades bíblicas fundamentais sobre Deus, bem como as promessas messiânicas reveladas no Antigo Testamento – contexto histórico fundamental do evangelho de Cristo.
O acontecimento principal desta etapa da viagem missionária ocorreu em Pafos, capital da ilha de Chipre (que era uma província romana). Leia mais uma vez:
Atos 13.6-12 6Viajaram por toda a ilha até que, por fim, chegaram a Pafos, onde encontraram um feiticeiro judeu, um falso profeta chamado Barjesus. 7Ele acompanhava o governador Sérgio Paulo, um homem inteligente que convidou Barnabé e Saulo para visitá-lo, pois desejava ouvir a palavra de Deus. 8Mas Elimas, o feiticeiro (esse é o significado de seu nome), opôs-se a eles, na tentativa de impedir que o governador viesse a crer. 9Cheio do Espírito Santo, Saulo, também conhecido como Paulo, encarou Elimas nos olhos 10e disse: “Filho do diabo, cheio de toda espécie de engano e maldade e inimigo de tudo que é certo! Quando deixará de distorcer os caminhos retos do Senhor? 11Preste atenção, pois o Senhor colocou a mão sobre você para castigá-lo, e você ficará cego, sem conseguir ver a luz do sol por algum tempo”. No mesmo instante, neblina e escuridão cobriram-lhe os olhos e ele começou a tatear, suplicando que alguém o tomasse pela mão e o guiasse. 12Quando o governador viu o que havia acontecido, creu, muito admirado com o ensino a respeito do Senhor.
A paganização do judaísmo de Chipre
Pafos, capital da província romana de Chipre, era governada pelo procônsul Sérgio Paulo, maior autoridade romana local. Você leu que um dos membros da corte de Sérgio Paulo era um falso profeta judeu de nome Barjesus, conhecido como Elimas, o mágico ou feiticeiro. É curioso notar que, nas palavras de João Calvino, a fé estava bastante corrompida entre os judeus, a tal ponto de caírem em superstições. Em outras palavras: o judaísmo da ilha de Chipre estava assumindo a forma do paganismo.
Apesar de o nome próprio hebraico Barjesus significar filho de Jesus (palavra grega para o nome hebraico Josué), isto é, filho do Deus que salva, ou filho da salvação, Barjesus era, na verdade, nas palavras de Paulo no versículo 10: “Filho do diabo”, cujo trabalho principal era distorcer os caminhos retos do SENHOR, mediante toda espécie de engano e maldade e se fazendo inimigo de tudo que é certo!
Paulo Anglada nos dá conta de que não era incomum que as autoridades romanas na época tivessem como conselheiros homens religiosos, considerados sábios por estarem familiarizados com questões divinas ou que supostamente possuíssem poderes mágicos para adivinhar sonhos, prever o futuro, etc. Guardadas as proporções, a mesma coisa que fizeram da fé cristã algumas alas do cristianismo evangélico brasileiro – que mais se parece como magia, feitiçaria e paganismo do que com cristianismo bíblico.
O puritano Mathew Henry, sobre este incidente, escreveu que
Satanás está especialmente ocupado com pessoas importantes e poderosas, a fim de evitar que elas se tornem religiosas; porque ele sabe que o exemplo delas, seja bom ou mal, terá influência sobre muitos. Aqueles que, de qualquer maneira, contribuem para que pessoas tenham preconceitos contra as verdades e o caminho de Cristo estão realizando a obra do diabo.
Mas este era o estado do judaísmo da ilha de Chipre: estava paganizado. Será mesmo que qualquer semelhança com alguns arraiais ditos evangélicos de hoje é mera coincidência? Pense e tire suas próprias conclusões.
A conversão de Sérgio Paulo
O procônsul Sérgio Paulo, por outro lado, era “um homem inteligente”, e a sua inteligência se manifestou na sua diligência para ouvir a palavra de Deus anunciada por Barnabé e Paulo (v. 7). Elimas, porém, se opunha a isso, usando de sua influência para dissuadir Sérgio Paulo ou impedir o seu encontro com o esquadrão missionário cristão.
Diante da oposição de Barjesus, Paulo entra em ação. Observação: esta é a primeira vez que Lucas chama Saulo de Paulo – nome que ele passa a usar para se referir ao apóstolo deste ponto em diante. Pois bem, Paulo, cheio do Espírito Santo (isto é, no poder do Espírito), confrontou Barjesus diretamente, desmascarando o seu real caráter, descrevendo-o como (v. 10): “Filho do diabo, cheio de toda espécie de engano e maldade e inimigo de tudo que é certo!”, e ainda indagando: “Quando deixará de distorcer os caminhos retos do Senhor?”.
Comentando essa passagem, Matthew Henry escreveu que “a abundância de engano e malícia, juntas, tornam um homem realmente um filho do diabo”, e que “aqueles que são inimigos da doutrina de Cristo são inimigos de toda justiça, pois na doutrina de Cristo toda a justiça é resumida e cumprida.”
Portanto, todos quantos, mesmo que usando o nome de Deus ou de Cristo, pregam o engano e distorcem os caminhos retos da cruz de Cristo, estão fazendo o papel de Elimas, o feiticeiro; são homens maus, inimigos da cruz, posto que impedem que outros creiam na verdade do evangelho para a salvação. Foi por isso que Paulo se opôs a Elimas, o qual padeceu sob o juízo de Deus:
Atos 13.9-11 9Cheio do Espírito Santo, Saulo, também conhecido como Paulo, encarou Elimas nos olhos 10e disse: “Filho do diabo, cheio de toda espécie de engano e maldade e inimigo de tudo que é certo! Quando deixará de distorcer os caminhos retos do Senhor? 11Preste atenção, pois o Senhor colocou a mão sobre você para castigá-lo, e você ficará cego, sem conseguir ver a luz do sol por algum tempo”. No mesmo instante, neblina e escuridão cobriram-lhe os olhos e ele começou a tatear, suplicando que alguém o tomasse pela mão e o guiasse.
O resultado foi que (v. 12) “quando o governador viu o que havia acontecido, creu, muito admirado com o ensino a respeito do Senhor.” Ou seja: a diligência de Sérgio Paulo para ouvir o evangelho de Cristo foi recompensada com fé salvadora nas maravilhosas verdades divinas anunciadas pelos verdadeiros profetas de Deus (v. 12). Ele creu na obra redentora de Cristo, teve seus pecados perdoados, e alcançou a salvação eterna – o que Barjesus, o suposto “filho da salvação”, procurara obstinadamente impedir.
A última coisa a se notar nesta passagem é a deserção de João Marcos – Atos 13.13: “Paulo e seus companheiros saíram de Pafos num navio e foram à Panfília, onde aportaram em Perge. Ali, João Marcos os deixou e voltou para Jerusalém.”
Lucas não nos explica o motivo para João Marcos ter desertado o esquadrão missionário capitaneado por Barnabé, primeiro e, depois, por Paulo. Hernandes Dias Lopes compila três possíveis razões:
Seja o que for: ressentimento, medo, comodismo, outras prioridades… não importa, fato é que João Marcos desertou o esquadrão missionário. De algum modo as coisas não seguiram o rumo que ele esperava e a esperança foi a primeira que morreu. EM TODO CASO, mais tarde, João Marcos se recuperou e voltou a ser útil para o ministério de Paulo (2Tm 4.11). Mas no momento da primeira viagem missionária, João Marcos foi uma grande decepção para o apóstolo.
Há muitas e importantes lições que você e a nossa igreja podem e devem aprender da experiência desse esquadrão missionário. Destaco cinco:
Portanto,
S.D.G. L.B.Peixoto
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