09.07.2023
Gênesis 1.27 Assim, Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.
Este texto que acabamos de ler é contracultural na potência máxima. Sim, dizer [1.] que Deus nos criou e [2.] que Deus nos criou homem e mulher é atacar “no 12” a nossa cultura. Mas não foi sempre assim.
Houve um tempo – Era uma vez… – que ser contracultura era quebrar o que se chamavam de tabus, e contrariar normas, valores e padrões morais e culturais na sociedade edificada sobre valores judaicos-cristãos. Até então, por exemplo: o sexo definia o gênero, ou seja: masculino era homem e feminino era mulher, era binário e ponto final; o casamento era entre um homem (masculino) e uma mulher (feminino); a relação sexual era para ser desfrutada no contexto da aliança matrimonial, ou seja, no casamento – que sempre foi monogâmico, entre um homem (masculino) e uma mulher (feminino); e desse núcleo se formava a família e em torno dela a sociedade como um todo. Aborto? Nem pensar! Em hipótese alguma. Essa era a cultura; e tudo o que a isso se contrapunha era contracultural.
Quando se olha para a história, as ações de contracultura, em geral, surgiram de jovens (já doutrinados e) descontentes com a vida e os valores estabelecidos por seus pais, os quais, obviamente, por sua vez, haviam sido criados dentro da cosmovisão judaico-cristã. O auge desse movimento contracultural se deu nos Estados Unidos, com o movimento hippie, na década de 1960, em convergência ao ápice da Guerra Fria (a polarização do mundo entre dois bloco: EUA – Estados Unidos da América e URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; ou seja, a polarização entre capitalismo e socialismo). Foi nessa época que, na Inglaterra, surgiu o movimento punk – e de lá se espalhou pelo mundo (movimento punk é caracterizado pela contestação e desprezo pelos valores sociais). A doutrinação nesse período extrapolou os focos de ideologias ateístas localizados, geralmente apenas entre intelectuais e acadêmicos, e se disseminou, principalmente, pelas letras das músicas das bandas de Rock e outros gêneros – desde Elvis Presley e Beatles até todos os demais.
Minha juventude, por exemplo, na década de 1980 e 1990, cantava “despretensiosamente”, sem prestar a devida atenção às letras das músicas desse período, posto que estavam quase todos entorpecidos pelo sexo, a droga e o rock and roll; e o que se cantava era sobre amor (a redefinição de amor, claro; amor de maneira contrária aos padrões judaicos-cristãos, amor “livre”); cantava-se também sobre crítica social, crítica à “imposição cultural norte-americana”, crítica à repressão ditatorial de qualquer natureza (na prática, era uma verdadeira apologia ao anarquismo; anarquismo, sim, posto que, espremendo tudo, o que se tem é o desprezo por qualquer conceito de autoridade ou de governo estabelecido, incluindo instituições educacionais, família e Estado).
Portanto, houve um tempo em que ser contracultura era bater na cultura judaico-cristã. Hoje, a coisa inverteu completamente. Agora, contracultural é assumir os valores judaicos-cristãos; aliás, dependendo da forma como se expressa, passou a ser até crime.
Veja bem, a maioria continua operando dentro dos valores bíblicos (no mínimo, aceitando os valores bíblicos), em termos de costumes e de moralidade, mas a minoria está muito bem organizada na formação de opinião e no doutrinamento cultural – nas universidades, na cúpula dos governos e de seus poderes, na grande imprensa, nas big techs, no mercado editorial, na industria do entretenimento etc. Desse modo, o que outrora era absolutamente natural, cultural – por exemplo, afirmar-se que “Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, […] homem e mulher os criou” (Gn 1.27), tornou-se não só contracultural como também quase um crime.
Você pensa que não?!
A COISA É TÃO SÉRIA que a fé cristã, por exemplo, já é tomada de modo passível de ser até criminalizada, como qualquer ideologia que se julgarem antidemocrática, antissocial ou qualquer coisa do tipo. VEJA: a Folha de S. Paulo, em 1 de julho de 2023, publicou uma matéria intitulada: “Armas e aborto são os temas que mais dividem os brasileiros, diz Datafolha”. Pois bem, é, no mínimo, preocupante a forma como se coloca nesse artigo a fé cristã, sobretudo evangélica, chamando-a de “esteio ideológico”.
Salvo engano, é a primeira vez na nossa história que se trata assim como ideologia – e não como fé ou expressão de credo e de fé – o seguimento evangélico. EU SEI QUE de algum modo se abriu esse precedente, quando se misturou tão declaradamente o candidato Bolsonaro com a fé evangélica ou a igreja evangélica, MAS tratar assim como um todo a fé evangélica – chamando-a de “esteio ideológico” – é um passo para a criminalização da fé cristã, como Nietzche tanto apregoou que se deveriam fazer. De fato, em 1888, esse filósofo tão hostil ao cristianismo desde que perdeu a fé por volta dos vinte, tratando o cristianismo como um mera legenda e sua doutrina como mitologia, escreveu:
Até hoje, o ataque ao cristianismo é não apenas tímido, mas distorcido. Enquanto a moral do cristianismo não for percebida como um crime capital contra a vida, os seus defensores estarão em vantagem. O simples problema da “verdade” do cristianismo – a existência do seu Deus ou a historicidade da sua legenda, sem mencionar sua astronomia e sua ciência da natureza – é um problema completamente acessório, enquanto não for questionado o valor da moral cristã.
Pois bem, agora perceba a sutileza da matéria da Folha (fico pensando se já não é uma deixa para se caminhar na direção proposta por Nietzche):
Em 2011, a união estável de pessoas do mesmo sexo foi considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, e virou uma realidade, dado que o Conselho Nacional de Justiça obriga cartórios a lavrá-las. Mas no papel ainda não houve uma mudança legal no Congresso para a conversão do instrumento em casamento, como ocorre com heterossexuais – quanto mais a aceitação plena das igrejas, o que é outro assunto. [AGORA, PRESTE ATENÇÃO:] A fé, por sinal, é um dos esteios ideológicos brasileiros. Para 84% dos ouvidos, “a igreja deve fazer parte do projeto de vida das pessoas”, enquanto apenas 14% discordam da afirmação.
Sim, meu povo, apesar de ser maioria, a fé cristã, tratada como “esteio ideológico”, uma vez afirmada, defendida ou mesmo praticada em praça pública passou a ser uma voz contracultural, beirando à criminalidade. A Bíblia, no entanto, continua sendo verdadeira e será verdadeira para sempre e sempre: Lucas 21.33 (NVI) — “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.” Portanto, o que se tem em Gênesis 1.27 foi, é e será para sempre verdade, a verdade: “Deus criou os seres humanos à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.”
Foi com base nessa verdade que iniciamos nossas reflexões para a construção do que estamos chamando de “uma teologia de gênero”. Parte dessa tarefa tem sido construir a visão bíblica do que significa ser homem (masculino) e mulher (feminino). Reconhecemos que há uma guerra entre os sexos, fruto do pecado; e afirmamos que a solução, a cura, jamais será desmasculinizar o homem ou desfeminilizar a mulher, nem descartar ou redefinir o papel de cada um (a complementaridade) estabelecido pelo próprio Deus. O caminho não é revolução nem desconstrução, mas a redenção possível em Jesus Cristo. Em Cristo, o homem se torna homem como ele deve ser, e a mulher se torna mulher como ela deve ser e ambos são tratados com dignidade (e tratam um ao outro com dignidade), e aprendem a purificar e a pacificar o relacionamento – no lar, na igreja e na sociedade.
ATÉ AQUI NÓS abordamos a versão original do homem, apresentamos uma definição de masculinidade bíblica, demonstramos a vitória que Cristo obteve para a mulher e apendoemos a olhar para homens e mulheres pelas lentes de Jesus. Isto é: olhamos um para o outro como filhos ou possíveis filhos de Abraão; olhamos um para o outro como o que eles são ou poderão vir a ser em Cristo. Além disso, aprendemos com Jesus a odiar a objetificação da mulher, a aplicar a regra de ouro em nosso trato com mulheres e a nos tornar como crianças, humildes nos relacionamentos com mulheres. No topo de tudo, vimos que homens são chamados a assumir um papel de liderança servil. Feitas essas considerações, estamos prontos para uma definição de FEMINILIDADE BÍBLICA.
Um aspecto significativo da feminilidade é como uma mulher responde ao padrão de iniciativas estabelecido pela masculinidade madura. Esta é a razão pela qual primeiramente abordamos a questão da masculinidade. Recapitulando:
No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar, prover e proteger as mulheres de maneiras adequadas aos diferentes relacionamentos de um homem.
Pois bem, é importante agora focalizar o conceito de feminilidade:
No coração da feminilidade madura está uma libertadora disposição de ratificar, receber e nutrir força e liderança de homens dignos, através de formas apropriadas aos diferentes relacionamentos de uma mulher.
Desembrulhando:
NO CORAÇÃO… Estas palavras indicam que a definição de feminilidade não é exaustiva. Há mais sobre a feminilidade do que contém esta definição. Entretanto, aproxima-se bastante do significado da verdadeira feminilidade, mesmo que haja um mistério a respeito da existência complementar do homem e da mulher que jamais esgotaremos.
FEMINILIDADE MADURA… O adjetivo “madura” sugere que há distorções na feminilidade. Ao falarmos de feminilidade, portanto, devemos fazer distinções cuidadosas entre as distorções do pecado e o desígnio original de Deus. A “feminilidade madura” refere-se não ao que o pecado fez da feminilidade ou o que a opinião popular faz dela, mas ao que Deus desejou que ela fosse, no seu melhor.
UMA LIBERTADORA DISPOSIÇÃO… No coração da feminilidade madura está uma libertadora disposição… John Piper focaliza a feminilidade madura como uma disposição, em vez de um conjunto de comportamento e papéis. Isto porque a feminilidade madura se expressará de muitas formas diferentes, dependendo da situação.
Por exemplo, a submissão de uma esposa toma diferentes formas, dependendo da qualidade da liderança do marido. Ela deve possuir uma disposição para ceder à autoridade do marido e uma inclinação para seguir sua liderança. AGORA, importa muito que se destaque o seguinte: nenhuma submissão de um ser humano a outro é absoluta. O marido, por exemplo, não substitui Cristo como a autoridade suprema da mulher. Ela nunca deve seguir a liderança do marido, se esta for conduzi-la ao pecado ou a destruição da imagem de Deus nela (no caso de abuso ou agressão de qualquer natureza).
POR OUTRO LADO, uma mulher pode ter um espírito de submissão, uma disposição para submeter-se, até mesmo quando tem de se posicionar ao lado de Cristo contra a vontade pecaminosa de seu marido. Ela pode mostrar, por sua atitude e comportamento, que não está resistindo à vontade de seu marido, e, sim, desejando que ele abandone o pecado e a lidere com justiça e retidão, para novamente poder honrá-lo como cabeça numa relação harmoniosa.
A DISPOSIÇÃO DA FEMINILIDADE MADURA É LIBERTADORA. Isto ocorre porque está de acordo com a verdade do propósito de Deus na criação. É a verdade que liberta (Jo 8.32). Há sensações de independência que não são liberdade verdadeira, pois negam a verdade e se destinam à calamidade. Por exemplo, duas mulheres podem saltar de um avião e experimentar uma liberdade na queda livre. Mas há uma diferença: uma está vestida de um pára-quedas às costas, e a outra está livre deste peso. Qual delas está mais livre? Aquela que não tem um pára-quedas amarrado às suas costas até poderá se sentir mais livre e leve; mas, ela não é ou não está de fato livre. Ela está presa à força da gravidade e à ilusão de que tudo está bem (e acabará bem). Este falso senso de liberdade é de fato escravidão à calamidade, que está para acontecer – fatalmente! – após um ligeiro momento de prazer.
ISTO É O QUE, HOJE, MUITAS MULHERES (E HOMENS) PENSAM SOBRE A LIBERDADE. Eles a julgam com base nas sensações imediatas de independência. Mas, a verdadeira liberdade leva em conta o propósito de Deus na criação e busca se encaixar tranquilamente no bom desígnio de Deus. Ora, é verdade que a liberdade inclui também fazer o que queremos. Mas, a mulher madura não buscará esta liberdade, forçando a realidade a se enquadrar em seus desejos. Ao contrário, a mulher madura buscará a liberdade ao transformar seus desejos (ao redimir seus desejos), a fim de que se enquadrem à perfeita vontade de Deus (cf. Rm 12.2). A MAIOR LIBERDADE, portanto, está em sermos tão transformados pelo Espírito de Deus que possamos fazer o que gostamos, sabendo que nossos atos se conformam à vontade de Deus e levam à vida e à glória eternas com Cristo no céu.
DEUS NÃO PRETENDE QUE as mulheres sejam esmagadas, subjugadas ou frustradas. Entretanto, DEUS TAMBÉM NÃO PRETENDE QUE as mulheres façam algo para remover tais sentimentos, sem considerarem se a ação é apropriada. Às vezes, a liberdade vem de meras mudanças exteriores, circunstanciais. Às vezes, vem de mudanças interiores, no coração e na mente. Atualmente, muitos dizem, por exemplo, que a verdadeira liberdade para uma mulher seria a liberdade de agir de acordo com a sua preferência sexual. Mas a Bíblia diria que a verdadeira liberdade não pode ignorar o juízo de Deus sobre as atividades pervertidas de qualquer natureza. Portanto, A VERDADEIRA LIBERDADE não é cedermos a todo impulso. Envolve, antes, a satisfação de descobrirmos o poder de Deus e libertarmo-nos da escravidão o nosso ego pecaminoso (o núcleo de nossa personalidade pecaminosa).
A FEMINILIDADE À QUAL DEUS CHAMA A MULHER é o caminho da liberdade para toda mulher. A feminilidade madura não se desenvolverá em circunstâncias iguais para todas as mulheres; mas acarretará responsabilidades sobre todas as mulheres, da mesma maneira que a masculinidade madura acarretará responsabilidades sobre todos os homens. Algumas destas responsabilidades nós expressamos naturalmente. Outras nós devemos aprender através de oração, fé e prática da palavra de Deus.
Prosseguindo com a nossa definição de feminilidade bíblica…
DE RATIFICAR, RECEBER E NUTRIR FORÇA E LIDERANÇA DE HOMENS DIGNOS… No coração da feminilidade madura está uma libertadora disposição de ratificar, receber e nutrir força e liderança de homens dignos, … A “força e liderança de homens dignos” mencionada aqui se refere à responsabilidade da masculinidade madura de liderar, prover e proteger. Reconhecemos que existe uma liderança que é indigna da aprovação de uma mulher. Não pretendemos, portanto, definir feminilidade meramente como uma resposta a qualquer coisa que homens pecadores possam oferecer. A feminilidade madura está enraizada no compromisso com o senhorio de Cristo, e é criteriosa no tipo de liderança que aprova ou à qual se submete. A feminilidade madura tem uma visão bíblica clara da masculinidade madura. Quando um homem não possui masculinidade madura, a resposta de uma mulher madura não é abandonar a sua feminilidade. Ao contrário, sua feminilidade permanece intacta, com o desejo de que tudo seja conforme Deus planejou. Porém, ela reconhece que a expressão natural de sua feminilidade será atrapalhada pela imaturidade do homem.
Observe as três palavras que descrevem a resposta de uma mulher à força e à liderança de homens dignos: ratificar, receber e nutrir.
“RATIFICAR” significa que mulheres maduras aprovam o aspecto complementar masculino-feminino que aqui descrevemos: homens lideram com espírito servil de Cristo, mulheres se submetem em amor a Cristo.
“RECEBER” significa que a feminilidade madura se sente natural e alegre por aceitar a força e a liderança de homens dignos. Uma mulher madura fica contente quando um homem respeitoso e atencioso, servil e amoroso, oferece iniciativas apropriadas em seu relacionamento. Ela não quer inverter estes papéis. Ela se alegra quando ele não é passivo, mas servilmente ativo e amoroso. Ela se sente enriquecida, honrada e livre pela força, atenção e liderança oferecida por ele.
“NUTRIR” significa que uma mulher madura sente uma responsabilidade não apenas de receber, mas de fortalecer as fontes da masculinidade. Ela deverá ser companheira dele; como Gênesis 2.18 afirma: “Uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Há contribuições que as mulheres trazem a um relacionamento que os homens não têm condições de trazer. Mulheres maduras oferecem observações que tornam os homens mais fortes e sábios e que tornam o relacionamento mais rico.
Por fim, em nossa definição de feminilidade bíblica…
ATRAVÉS DE FORMAS APROPRIADAS AOS DIFERENTES RELACIONAMENTOS DE UMA MULHER… No coração da feminilidade madura está uma libertadora disposição de ratificar, receber e nutrir força e liderança de homens dignos, através de formas apropriadas aos diferentes relacionamentos de uma mulher.
A feminilidade madura não se expressa da mesma forma em todos os seus relacionamentos com os homens. Uma mulher casada, por exemplo, não recebe bem, de outros homens (nem deverá receber), o mesmo tipo de liderança que recebe de seu marido. Mas, ela deve ratificar, receber e nutrir a força e a liderança de homens, de alguma forma, em todos os seus relacionamentos com eles.
IMPORTANTE: É normal que em algumas ocasiões uma mulher seja colocada em uma posição de influenciar ou liderar homens (no trabalho, por exemplo). Nessa situação, ela está exercendo um tipo de liderança. Ela tem conhecimento superior no assunto, do qual o homem necessita e ao qual ele se submete em busca de orientação e liderança. Mas sabemos que existe uma forma correta pela qual esta mulher poderá orientar o homem, de modo que nenhum deles sinta sua feminilidade ou masculinidade comprometidas. Um belo exemplo de tal liderança foi o de Abigail, ao convencer Davi a não matar Nabal, seu marido tolo. Abigail exerceu grande influência sobre Davi e mudou o curso da vida do rei; mas, o fez com impressionante restrição, submissão e discrição; e em momento algum desonrou o próprio marido:
1Samuel 25.23-38 23Quando Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e se curvou diante de Davi com o rosto em terra. 24Caiu a seus pés e disse: “A culpa é toda minha, meu senhor! Por favor, ouça o que sua serva tem a dizer. 25Nabal é um homem perverso; não dê atenção ao que ele disse. Ele é um insensato, como seu nome indica. Mas eu nem sequer vi os rapazes que o senhor enviou. 26“Agora, meu senhor, tenha certeza de que, tão certo como vive o SENHOR, e tão certo como a sua própria vida, foi o SENHOR que o impediu de matar e se vingar com as próprias mãos! Que todos os seus inimigos e os que procuram matá-lo acabem como Nabal! 27Aqui está um presente que sua serva trouxe para o senhor e seus companheiros. 28Por favor, perdoe-me se o ofendi de algum modo. Que o SENHOR lhe conceda uma dinastia duradoura, pois está lutando as batalhas do SENHOR. Que ele o livre de fazer o mal durante toda a sua vida! 29“Mesmo quando for perseguido por aqueles que procuram matá-lo, sua vida estará segura sob o cuidado do SENHOR, seu Deus, protegida como um tesouro. Mas a vida de seus inimigos desaparecerá como pedras atiradas de uma funda! 30Quando o SENHOR tiver feito tudo que prometeu e o tiver colocado como líder de Israel, 31não haverá em sua consciência a tristeza e o peso de ter derramado sangue e se vingado sem necessidade. E, quando o SENHOR tiver feito grandes coisas em seu favor, lembre-se de sua serva!”. 32Davi respondeu a Abigail: “Louvado seja o SENHOR, Deus de Israel, que hoje a enviou ao meu encontro! 33Graças a Deus por seu bom senso! Que você seja abençoada por me impedir de matar e me vingar com minhas próprias mãos. 34Pois, tão certo como vive o SENHOR, o Deus de Israel, que me impediu de lhe fazer mal, se você não tivesse vindo depressa ao meu encontro, amanhã pela manhã não haveria nenhum homem ou menino vivo na casa de Nabal”. 35Então Davi aceitou o presente de Abigail e lhe disse: “Volte para casa em paz. Ouvi o que você disse e farei o que me pediu”. 36Quando Abigail chegou em casa, viu que Nabal estava oferecendo um banquete digno de rei. Ele se divertia e já estava muito bêbado, de modo que ela só lhe contou sobre o encontro com Davi na manhã seguinte. 37Pela manhã, quando Nabal estava sóbrio, sua esposa lhe contou o que havia acontecido. Como consequência, ele teve um mal súbito e ficou completamente paralisado. 38Passados cerca de dez dias, o SENHOR o feriu, e ele morreu.
Pedro também traz instruções às mulheres que acabam por terem que tomar alguma posição no lar, sem, contudo, destruir a liderança do marido:
1Pedro 3.1-7 1Da mesma forma, vocês, esposas, sujeitem-se à autoridade de seu marido. Assim, mesmo que ele se recuse a obedecer à palavra, será conquistado por sua conduta, sem palavra alguma, 2mas por observar seu modo de viver puro e reverente. 3Não se preocupem com a beleza exterior obtida com penteados extravagantes, joias caras e roupas bonitas. 4Em vez disso, vistam-se com a beleza que vem de dentro e que não desaparece, a beleza de um espírito amável e sereno, tão precioso para Deus. 5Era assim que se adornavam as mulheres santas do passado. Elas depositavam sua confiança em Deus e se sujeitavam à autoridade do marido. 6Sara, por exemplo, obedecia a Abraão e o chamava de senhor. Vocês são filhas dela quando praticam o bem, sem medo algum. 7Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos no convívio com ela, pois, ainda que seja mais frágil que vocês, ela é igualmente participante da dádiva de nova vida concedida por Deus. Tratem-na de maneira correta, para que nada atrapalhe suas orações.
O QUE ACABAMOS DE ESBOÇAR É UMA VISÃO BÍBLICA; não é um quadro perfeito, sem dúvida, mas um quadro fiel. Esta é a maneira como Deus intencionou que fosse, antes mesmo de haver qualquer pecado no mundo: o homem sem pecado, com sua liderança terna e forte em relação à mulher; e a mulher sem pecado, em seu feliz apoio à liderança do homem. Nenhum desprezo da parte do homem, nenhuma humilhação por parte da mulher. Dois seres inteligentes e humildes, em bela harmonia, vivendo suas responsabilidades únicas. O PECADO, NO ENTANTO, DISTORCEU ESTE PROPÓSITO em todos os aspectos. Não somos mais sem pecado. Mas cremos que a recuperação da masculinidade e da feminilidade madura é possível, pelo poder do Espírito de Deus, pela fé em suas promessas e pela obediência à sua Palavra.
No lar, quando o marido lidera como Cristo e a esposa reage como a noiva de Cristo, há harmonia que é tanto bela quanto satisfatória. LIDERANÇA BÍBLICA é o chamado divino para o marido assumir, à semelhança de Cristo, a responsabilidade pela liderança, proteção e provisão de seu próprio lar. SUBMISSÃO BÍBLICA para a esposa é o chamado divino para honrar e apoiar a liderança de seu marido e ajudá-lo a realizá-la de acordo com os seus dons. Este é o caminho da felicidade, pois Deus ama o seu povo e quer a sua própria glória. Ampliaremos isto noutra mensagem.
O mesmo é verdade quanto ao desígnio de Deus para a liderança da igreja. As realidades da liderança e da submissão no casamento têm seus paralelos na liderança da igreja, conforme veremos noutra mensagem, Deus permitindo (cf. 1Tm 2.11-15).
Concluo com esta palavra de John Piper:
Se eu tivesse de apontar um pecado que hoje devasta a humanidade, não seria o tão falado movimento feminista, mas a falta de liderança espiritual dos homens, no lar e na igreja. Satanás conseguiu uma impressionante vitória tática, ao disseminar a noção de que a chamada à liderança masculina nasce do orgulho e da decadência, quando de fato o orgulho é precisamente o que impede a liderança espiritual. A falta de propósito espiritual, a fraqueza, a letargia e a falta de fibra entre os homens é a questão maior, e não a busca feminina por cargos de liderança, tanto na igreja como em outras áreas do viver diário.
Orgulho e autopiedade, medo, preguiça e confusão estão induzindo muitos homens a casulos de silêncio. Isto abre espaço para as mulheres assumirem mais liderança. Isto, às vezes, é endossado como uma virtude; porém, creio que no fundo os homens — e as mulheres — sabem que não é correto.
Onde estão os homens com uma visão moral por suas famílias, um zelo pela casa do Senhor, um compromisso com o avanço do reino de Deus, um sonho pela missão da igreja e uma tenacidade para fazer disso uma realidade?
Quando o Senhor nos visitar do alto e criar um poderoso exército de homens espirituais, comprometidos com a Palavra de Deus e com a missão global da igreja, a grande maioria das mulheres se regozijará com a liderança destes homens. Homens e mulheres entrarão em uma alegre parceria que sustenta e honra o belo padrão bíblico de masculinidade e feminilidade maduras.
S.D.G. L.B.Peixoto
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