05.01.2020
A GLÓRIA DE CRISTO NA VIDA SEM PECADO
Hebreus 4.15
Nosso Sumo Sacerdote entende nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou.
A GLÓRIA DA PESSOA DE CRISTO
Nossos olhos sempre buscam beleza. Amamos o belo. Aliás, neste quesito, os superlativos que comumente utilizamos descrevem bem o que deseja nosso coração: Queremos tudo que é fabuloso… grandioso… esplendoroso… delicioso… maravilhoso… grandioso… glorioso… surreal! Temos fome e sede e desejo do belo e do glorioso. Somos capazes de qualquer coisa para ter e desfrutar o que encanta nosso coração. E é pelo belo que somos educados.
Carlos Nougué, em A Arte do Belo, seguindo a tradição de Aristóteles e Tomás de Aquino:
O fim último das artes do belo: Fazer propender ao bom e verdadeiro, e fazer afastar do mal e do falso.
Nesta direção, Paulo apontou-nos para o que há de mais belo e glorioso no universo: Cristo. Colossenses 3:
1Uma vez que vocês ressuscitaram para uma nova vida com Cristo, mantenham os olhos fixos nas realidades do alto, onde Cristo está sentado no lugar de honra, à direita de Deus. 2Pensem nas coisas do alto, e não nas coisas da terra. 3Pois vocês morreram para esta vida, e agora sua verdadeira vida está escondida com Cristo em Deus. 4E quando Cristo, que é sua vida, for revelado ao mundo inteiro, vocês participarão de sua glória.
O encanto com a glória… a beleza… a maravilha da pessoa de Cristo é de fato a única coisa capaz de transformar nosso coração e de nos deixar prontos para a participação na glória de Cristo no céu (Cl 3.4). 2Coríntios 3.18:
Portanto, todos nós, dos quais o véu foi removido, podemos ver e refletir a glória do Senhor, e o Senhor, que é o Espírito, nos transforma gradativamente à sua imagem gloriosa, deixando-nos cada vez mais parecidos com ele.
Nosso propósito, portanto, tem sido estudar a glória da pessoa de Cristo.
A HUMANIDADE DE CRISTO
Vimos em mensagem anterior — A Glória do Nascimento Virginal — que Jesus Cristo foi milagrosamente concebido na virgem Maria (concepção virginal). Mateus 1.18:
Foi assim que nasceu Jesus Cristo. Maria, sua mãe, estava prometida para se casar com José. Antes do casamento, porém, ela engravidou pelo poder do Espírito Santo.
Na sequência, o versículo 20 enfatiza que Maria não foi engravidada por um homem, mas que a criança “foi concebida pelo Espírito Santo”. Ou seja: Cristo, o Filho eterno de Deus nasceu “de uma mulher” (Gl 4.4), mas — em vez de ter sido concebido pela união de um homem e uma mulher, José e Maria — ele foi concebido pelo “poder do Altíssimo” (Lc 1.35). Assim, a pessoa nascida era tanto divina como humana.
Humanamente, o SENHOR Jesus Cristo se tornou semelhante a nós, conhecendo todas as eventualidades da vida: provações, alegrias, tristezas, ira, indignação, sofrimentos, perdas, ganhos, dores, tentações (mas sem pecado!)… Cristo sentiu todas essas coisas e, portanto, compreendeu-as, tornando-se tanto um sacrifício perfeito no lugar do pecador (já que não pecou) como um modelo para nós ao passarmos por experiências semelhantes (já que sentiu o que sentimos).
Dessa forma, justificados pelo sacrifício de Cristo e estimulados pelo exemplo de Cristo, somos encorajados a nos achegar a ele em oração, sabendo que nosso Salvador compreende, mais do que ninguém, o que estamos enfrentando. Hebreus 4.15:
Nosso Sumo Sacerdote entende [simpatiza-se com; compadece-se de] nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou.
O apóstolo Pedro falou do valor de Cristo como padrão quando encorajou aqueles de sua época a suportarem o sofrimento assim como Jesus o fizera. 1Pedro 2.21:
Porque Deus os chamou para fazerem o bem, mesmo que isso resulte em sofrimento, pois Cristo sofreu por vocês. Ele é seu exemplo; sigam seus passos.
Seguindo essa mesma linha de pensamento, o autor de Hebreus nos encoraja a orar e a viver seguindo o exemplo de Cristo. Hebreus 2.16-18:
16Também sabemos que o Filho não veio para ajudar [socorrer] os anjos, mas sim os descendentes de Abraão. 17Portanto, era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, de modo que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus e realizar o sacrifício que remove os pecados do povo. 18Uma vez que ele próprio passou por sofrimento e tentação, é capaz de ajudar [socorrer] aqueles que são tentados.
A humanidade de Cristo, portanto, conforme já vimos em mensagem anterior — A glória da humanidade de Cristo — e acabamos de pincelar com poucas palavras, era indispensável para a nossa salvação e socorro bem presente nas tribulações (Sl 46.1). Encante-se e seja encorajado pela humanidade gloriosa de Cristo, crente.
A GLORIOSA CONCEPÇÃO SEM PECADO DE CRISTO
Daremos um passo além.
Ainda sobre a humanidade de Cristo, precisamos agora destacar a realidade e a importância da impecabilidade de Cristo. Ou seja: A Glória de Cristo na Vida sem Pecado.
Diferente de todos os outros seres humanos após Adão, Jesus não tinha pecado. Em outras palavras: Jesus não tinha culpa imputada ou corrupção herdada. Como assim?
Adão, no Éden, era o representante legal (federal) de toda a humanidade — eu e você, inclusive. A Bíblia ensina que, na mente de Deus, quando Adão pecou, agiu no lugar de (representando) todos os seus descendentes. Romanos 5.12,18:
12Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque todos pecaram. […] 18É verdade que um só pecado de Adão trouxe condenação a todos, […]
Wayne Grudem comenta:
Mas não era verdade que todos haviam realmente cometido pecado no momento em que Paulo estava escrevendo, porque alguns ainda nem tinham nascido e muitos outros tinham morrido na infância, antes mesmo de cometer quaisquer atos conscientes de pecado. Portanto, Paulo deve estar dizendo que, quando Adão pecou, Deus considerou que todos pecaram em Adão.
Por que Adão nos representaria? Archibald Alexander Hodge explicou:
O lugar federal [representação legal] de Adão pressupõe e repousa sobre seu lugar natural. Ele era nosso cabeça natural [biológico] antes de ser nosso cabeça federal [legal]. Ele foi sem dúvida feito nosso cabeça federal porque ele era nosso progenitor natural, […]
Portanto, deve ficar claro que, enquanto descendentes naturais e legais de Adão, a todos nós foi imputada a culpa do pecado original. E decorrente dessa imputação da culpa do pecado original, todos nós herdamos também a corrupção da natureza adâmica. Mas, como?
A. A. Hodge, na esteira da ortodoxia protestante, ensinou que
A imputação a nós do pecado de Adão, isto é, a colocação dele sobre nós judicialmente, deve ser considerada como se Deus contemplasse a raça humana como um só todo, como um só corpo moral, antes do que como uma série de indivíduos. A raça foi condenada como um só todo, e por isso cada indivíduo nasce num estado de ruína pré-natal e justa. […] A imputação a nós em comum do ato de apostasia de Adão leva o homem, judicialmente, ao desamparo espiritual em particular, e este o leva, como conseqüência necessária, à depravação inerente.
Assim foi que Charles Hodge, pai de A. A. Hodge, afirmou que
o homem todo, alma e corpo, o mais elevado assim como o mais baixo, e as faculdades intelectuais assim como as emocionais da alma, acha-se afetado pela corrupção de nossa natureza derivada de nossos primeiros pais.
Mas neste ponto alguns sempre se opõem e dizem que isso não é justo. Tais pessoas argumentam que não devemos ser responsabilizados pelo pecado de Adão porque nós não cometemos o primeiro pecado. Ele, Adão, cometeu! A questão, no entanto, é que nós não somos responsáveis pelo pecado de Adão. Somos, sim, afetados pelo pecado original de Adão de duas maneiras principais.
Primeiro, a doutrina do pecado original ensina que o pecado de Adão nos trouxe (imputou-nos) culpa. Trouxe-nos culpa porque Adão nos representava legalmente; e quando Adão morreu, “todos morremos em Adão” (1Co 15.22).
Segundo, tendo Adão como cabeça da raça humana, nosso ancestral natural ou biológico, herdamos sua natureza pecaminosa, posto que fomos desamparados espiritualmente por Deus — destituídos da glória de Deus (Rm 3.23). Agora, com esta disposição pecaminosa, tendo alma e corpo afetados pelo pecado (sem o amparo espiritual de Deus), cometemos todo tipo de depravação moral, transgredindo a lei de Deus (1Jo 3.4).
Outra coisa (conforme argumenta A. A. Hodge): Negar a representação legal de Adão logicamente leva a uma negação da representatividade de Cristo na cruz. O nosso pecado foi lançado sobre Cristo na cruz; a imputação dos nossos pecados ao Cristo sem pecado resultou em seu desamparo na cruz (Mt 27.46), mas o seu desamparo temporário não trouxe consigo nenhuma tendência para pecado inerente, porque Cristo é o Deus-homem (sem pecado e impecável). A doutrina da representação legal de Adão permitiu Paulo escrever (Rm 5.18): “É verdade que um só pecado de Adão trouxe condenação a todos, mas um só ato de justiça de Cristo removeu a culpa e trouxe vida a todos.”
E agora, decorrente da obra de Cristo na cruz, a imputação da justiça de Cristo aos que se tornaram filhos de Deus — pela graça, por meio da fé (Rm 4.24) — traz consigo a restituição do Espírito Santo, e essa restituição do Espírito Santo leva, como consequência necessária, à regeneração e à santificação até o dia em que seremos glorificados (recebendo o mesmo tipo de corpo perfeito e sem pecado do Cristo ressurreto).
Feito esse desvio teológico necessário, voltemos para o ponto de origem.
Como foi possível a Cristo não ter sido concebido em pecado? Vamos lá.
A Bíblia não diz que a culpa imputada [moral] e a corrupção herdada [alma e corpo afetados pelo pecado] venham somente do pai, e nós sabemos também que Maria era pecadora assim como o resto da humanidade. Então: Como foi possível Cristo ser concebido sem pecado?
Embora a concepção virginal testifique que Cristo não era um ser humano ordinário, por si mesma ela — a concepção virginal — era insuficiente para proteger a criança de toda contaminação (por causa do pecado de Maria). E aí?
Ocorre que a impecabilidade de Cristo não pode ser devido à concepção virginal somente, mas foi o decreto soberano de Deus de que nenhuma culpa seria imputada sobre Cristo e que nenhuma corrupção seria herdada por ele. Assim foi que “o poder do Altíssimo” não somente causou a concepção de Cristo sem um pai humano (adicionando ao óvulo de Maria um espermatozoide criado), mas também guardou a criança tanto da culpa legal de Adão como da natureza corrupta resultante do pecado e que tinha contaminado também Maria. Deu-se dessa maneira para que a criança pudesse ser corretamente chamada de “santo” (Lc 1.35).
Assim que se deu a gloriosa concepção sem pecado de Jesus.
A GLORIOSA IMPECABILIDADE DE CRISTO
Concebido sem pecado, Jesus era isento de pecado e jamais cometeu pecado. Tinha que ser assim para que o Cordeiro de Deus pudesse tirar o pecado do mundo (1Pe 1.18-19):
Pois vocês sabem que o resgate para salvá-los do estilo de vida vazio que herdaram de seus antepassados não foi pago com simples ouro ou prata, que perdem seu valor, mas com o sangue precioso de Cristo, o Cordeiro de Deus, sem pecado nem mancha.
Lemos no início que o autor de Hebreus afirma que Jesus foi tentado mas, ao mesmo tempo, insiste que ele não pecou: Jesus “enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou” (4.15). Ele é o Sumo Sacerdote “santo, irrepreensível, sem nenhuma mancha de pecado, separado dos pecadores e colocado no lugar de mais alta honra no céu” (Hb 7.26). Pedro declara enfaticamente que Cristo “não cometeu pecado, nem foi encontrado engano em sua boca” (1Pe 2.22). Quando Jesus morreu, foi “o justo pelos injustos”, para nos conduzir a Deus (1Pe 3.l8). E João, na primeira epístola, chama-o “Jesus Cristo, o Justo”, e diz que “nele não existe pecado” (1Jo 3.5). Portanto, é difícil negar que a impecabilidade de Cristo é ensinada de maneira clara em todas as seções importantes do Novo Testamento. Ele era realmente humano, mas sem pecado.
Que Cristo não pecou está muito claro na Bíblia. Mas…
Cristo poderia ter pecado?
Além de plenamente humano, Cristo é plenamente Deus. E as Escrituras afirmam que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13). Ponto final. Logo, como bem argumentou Millard J. Erickson, “é adequado ressaltar […] que, mesmo que ele pudesse ter pecado, era certo que não o faria. Houve lutas e tentações genuínas, mas o resultado sempre esteve garantido [pela divindade de Cristo].”
Como homem-Deus, Cristo estava livre para escolher entre diversas opções, inclusive pecar, mas as suas escolhas foram influenciadas por quem ele é: Deus-homem. A possibilidade de Cristo pecar ou não pecar, portanto, precisa ser compreendida com sua capacidade de agir à luz de quem ele é: Deus-homem; logo, “não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13).
Wayne Grudem argumenta que isso é tudo o que podemos dizer pelas afirmações claras e explícitas das Escrituras. Nesse ponto ficamos diante de um dilema semelhante a uma série de outros dilemas doutrinários em que as Escrituras parecem ensinar coisas que, se não são diretamente contraditórias, são pelos menos muito difíceis de harmonizar em nosso entendimento humano, finito, limitado.
Por exemplo, com respeito à doutrina da Trindade, afirmamos que Deus existe em três pessoas e que cada uma é plenamente Deus e que existe um só Deus. Ainda que essas afirmações não sejam contraditórias, é difícil compreendê-las em ligação uma com a outra e, ainda que possamos obter avanços na compreensão de como se ligam, pelo menos nesta vida temos de admitir que não pode haver compreensão plena de nossa parte.
As Escrituras não nos dizem que “Jesus foi tentado” e que “Jesus não foi tentado”. A Bíblia nos diz que “Jesus foi tentado”, que “Jesus era plenamente homem”, que “Jesus era plenamente Deus” e que “Deus não pode ser tentado”. Essa combinação de ensino da Bíblia nos deixa aberta a possibilidade de que quando compreendermos como a natureza humana e divina de Jesus agem em conjunto, poderemos compreender melhor como ele podia ser tentado em um sentido e, ainda assim, não ser tentado em outro sentido.
Nesse ponto, Wayne Grudem nos leva além das afirmações claras da Bíblia e tenta apresentar uma solução para o problema de Cristo poder ou não cometer pecado. Importante: a seguinte solução é por natureza mais um jeito de combinar vários ensinos bíblicos, não sendo diretamente sustentada por declarações explícitas das Escrituras. Tendo isso em mente, é adequado dizer:
Mas a pergunta continua de pé: “Como, então, as tentações de Jesus podiam ser reais?” O exemplo da tentação de transformar pedras em pães é útil nesse sentido.
Por causa de sua natureza divina, Jesus tinha a capacidade de realizar esse milagre, mas, se o fizesse, já não estaria obedecendo só na força de sua natureza humana, teria fracassado na prova em que Adão também fracassou e não teria conquistado para nós a salvação. Assim, Jesus recusou-se a recorrer à sua natureza divina para tornar a obediência mais fácil para si.
De modo semelhante, parece certo concluir que Jesus enfrentou cada tentação do pecado, não por seu poder divino, mas só na força de sua natureza humana (embora, é claro, não fosse “só”, porque Jesus, ao exercer o tipo de fé que os homens devem exercer, dependia de Deus Pai e do Espírito Santo em todos os momentos). A força moral de sua natureza divina estava ali como um tipo de “barreira” que, em todo caso, o impediria de pecar (e, por conseguinte, podemos dizer que ele não podia pecar), mas ele não podia fiar-se na força de sua natureza divina para enfrentar as tentações com maior facilidade, e sua recusa em transformar pedras em pães é uma clara indicação disso.
AS TENTAÇÕES DE CRISTO FORAM REAIS
Nesse caso, as tentações eram reais?
Wayne Grudem destaca que só aquele que consegue resistir à tentação até o fim sente plenamente a força da tentação. Assim como um campeão de halterofilismo que consegue levantar e manter sobre a cabeça o maior peso na prova sente mais plenamente a carga do que a pessoa que tenta levantá-lo, mas o derruba. Assim também qualquer cristão que consegue enfrentar a tentação até fim sabe que isso é muito mais difícil do que logo dar lugar ao pecado. É o que ocorre com Jesus: cada tentação que enfrentou, enfrentou-a até o fim e a venceu. As tentações eram reais, ainda que não cedesse a elas. De fato, foram mais reais porque ele não cedeu a elas.
Que diremos, então, do fato de que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13)? Parece que isso faz parte de uma série de afirmações que precisamos fazer a respeito da natureza divina de Jesus, mas não de sua natureza humana. Essa natureza divina não podia ser tentada pelo mal, mas sua natureza humana podia, e é claro que foi tentada.
Como essas duas naturezas uniam-se em uma pessoa ao enfrentar tentações?
A Bíblia não nos explica de maneira clara. Mas essa distinção entre o que se aplica a uma natureza e o que se aplica a outra é um exemplo de uma séria de declarações semelhantes que a Bíblia exige que façamos (E que estudaremos melhor quando abordarmos A Glória das duas Naturezas de Cristo).
A GLÓRIA DE CRISTO NA VIDA SEM PECADO
A Glória de Cristo na Vida sem Pecado em três aplicações:
Regozijem-se, crente! Temos um Salvador glorioso: o Cristo, cuja vida é sem pecado. Aos demais, arrependam-se e creiam no Cristo glorioso sem pecado.
S.D.G. L.B.Peixoto
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