06.05.2018
GRAÇA E VERDADE NA PRÁTICA
João 4.1-26
1Jesus sabia que os fariseus tinham ouvido dizer que ele batizava e fazia mais discípulos que João, 2embora Jesus mesmo não os batizasse, e sim seus discípulos. 3Assim, deixou a Judeia e voltou para a Galileia. 4No caminho, teve de passar por Samaria. 5Chegou ao povoado samaritano de Sicar, perto do campo que Jacó tinha dado a seu filho José. 6O poço de Jacó ficava ali, e Jesus, cansado da longa caminhada, sentou-se junto ao poço, por volta do meio-dia. 7Pouco depois, uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: “Por favor, dê-me um pouco de água para beber”. 8Naquele momento, seus discípulos tinham ido ao povoado comprar comida. 9A mulher ficou surpresa, pois os judeus se recusam a ter qualquer contato com os samaritanos. “Você é judeu, e eu sou uma mulher samaritana”, disse ela a Jesus. “Como é que me pede água para beber?” 10Jesus respondeu: “Se ao menos você soubesse que presente Deus tem para você e com quem está falando, você me pediria e eu lhe daria água viva”. 11“Mas você não tem corda nem balde, e o poço é muito fundo”, disse ela. “De onde tiraria essa água viva? 12Além do mais, você se considera mais importante que nosso antepassado Jacó, que nos deu este poço? Como pode oferecer água melhor que esta que Jacó, seus filhos e seus animais bebiam?” 13Jesus respondeu: “Quem bebe desta água logo terá sede outra vez, 14mas quem bebe da água que eu dou nunca mais terá sede. Ela se torna uma fonte que brota dentro dele e lhe dá a vida eterna”. 15“Por favor, senhor, dê-me dessa água!”, disse a mulher. “Assim eu nunca mais terei sede nem precisarei vir aqui para tirar água.” 16“Vá buscar seu marido”, disse Jesus. 17“Não tenho marido”, respondeu a mulher. Jesus disse: “É verdade. Você não tem marido, 18pois teve cinco maridos e não é casada com o homem com quem vive agora. Certamente você disse a verdade”.19“O senhor deve ser profeta”, disse a mulher. 20“Então diga-me: por que os judeus insistem que Jerusalém é o único lugar de adoração, enquanto nós, os samaritanos, afirmamos que é aqui, no monte Gerizim, onde nossos antepassados adoraram?” 21Jesus respondeu: “Creia em mim, mulher, está chegando a hora em que já não importará se você adora o Pai neste monte ou em Jerusalém. 22Vocês, samaritanos, sabem muito pouco a respeito daquele a quem adoram. Nós adoramos com conhecimento, pois a salvação vem por meio dos judeus.23Mas está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. O Pai procura pessoas que o adorem desse modo. 24Pois Deus é Espírito, e é necessário que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. 25A mulher disse: “Eu sei que o Messias (aquele que é chamado Cristo) virá. Quando vier, ele nos explicará tudo”. 26Então Jesus lhe disse: “Sou eu, o que fala com você!”.
Contraste de cores
Quem já ouviu falar de psicologia das cores? Para alguns, pode parecer bobagem, mas cor ou cores é assunto muito sério no marketing comercial. A razão é muito simples: as cores são poderosas e influenciam diretamente tanto produtores como consumidores. Estudos apontam que:
Não subestime, portanto, o poder das cores, pois elas, comprovadamente, desempenham um papel importante na nossa percepção visual, uma vez que influencia nossas reações sobre o mundo que nos rodeia. Mas não é tudo.
Na ciência ou psicologia das cores, o contrastede cor tem uma função fundamental e, de novo, muitas vezes é mal compreendido ou subestimado. É o contrasteque desperta o interesse e, ao mesmo tempo, intriga quem o vê. Padrões de beleza são definidos pelos contrastestanto dos contornoscomo das cores. Faça um teste. Da próxima vez que alguma imagem, paisagem ou pessoa chamar sua atenção pela beleza ou pela aparência, observe, investigue, concentre-se, compare e você perceberá que por traz de sua admiração estão cores e contornos muito bem contrastados, tudo na medida certa: proporção, matriz (cor), saturação, brilho, etc. Contraste é determinante para a definição de beleza.
A excelência de Jesus Cristo
Não é diferente com o Senhor, pois o que torna Cristo glorioso, conforme Jonathan Edwards comentou a mais de 250 anos, é “um conjunto admirável de características excelentes e diversificadas”— em outras palavras: um conjunto admirável de contrastes maravilhosamente diversificados. John Piper, apresenta alguns exemplos:
Admiramos Cristo por sua transcendência, mas o admiramos mais ainda porque a transcendência de sua grandeza se mistura com submissão a Deus. Maravilhamos nele porque sua justiça inflexível é temperada com misericórdia. Sua majestade é adoçada com meiguice. Apesar de igualar-se a Deus, ele tem uma profunda reverência por Deus. Apesar de ser digno de tudo o que é bom, ele foi paciente para sofrer o que é mau. Seu domínio soberano sobre o mundo foi revestido de um espírito de obediência e submissão. Ele confundiu os orgulhosos escribas com sua sabedoria, mas foi simples a ponto de ser amado pelas crianças. Ele acalmou a tempestade com uma só palavra, mas não destruiu com um raio os samaritanos, nem fugiu do martírio da cruz.
A glória de Cristo não é fácil de ser compreendida. É um conjunto de qualidades extremamente diversificadas (i.e., conjunto de contrastes maravilhosos) em uma só pessoa. Vemos isso claramente tanto no Evangelho de João como no Apocalipse. Afinal, os dois foram escritos pelo mesmo João: aquele discípulo que o Senhor amava.
Lá em Apocalipse, por exemplo, João apresentou um contraste maravilhoso em Jesus Cristo: ele é Cordeiro e Leão (Ap 5.6) — Cordeiro: ele é manso e humilde (Mt 11.28-29), mas é, ao mesmo tempo, Leão: soberano e cheio de autoridade (Mt 28.18-20). João de fato viu a glória de Jesus; ele e todos os seus companheiros. Tendo-a visto, ele nos revelou o que seus olhos contemplaram, apresentando-nos contrastes maravilhosos em Cristo (Jo 1.14):
Assim, a Palavra se tornou ser humano, carne e osso, e habitou entre nós. Ele era cheio de graça e verdade. E vimos sua glória, a glória do Filho único do Pai.
Percebeu o que João acabou de dizer? “Vimos sua glória, a glória do Filho único do Pai”. Como assim, João? Com o que se parecia “a glória do Filho único do Pai”? Descreva para nós essa imagem! Como ele era? “Bem”, diria João,“vimos um ser humano (que na verdade é a Palavra ou o Verbo eterno encarnado) entre nós; e ele era cheio de graça e verdade.”
Cordeiro e Leão! Cheio de graça e verdade! É assim que João descreve a excelência maravilhosa de Jesus Cristo. O que vemos nas descrições de João é um contraste de qualidades maravilhosas e maravilhosamente contrastadas.
Graça e verdade na prática
“Tá, tudo bem!”, alguém poderia argumentar, “Mas como é isso na prática? Como é ou como se comporta esse Deus-homem? Como ele procede quando se aproxima das pessoas? Como seria a convivência com alguém que é Cordeiro e Leão? Como seria se relacionar com alguém cheio de graça e verdade?”. É tudo isso que enxergamos nos encontros de Jesus com os personagens dos Evangelhos, especialmente aqui no Evangelho de João e mais especificamente ainda nesse encontro de Jesus com a mulher samaritana.
O texto de hoje, portanto, revela-nos graça e verdade na prática.Ao olharmos, mais uma vez, para esse encontro de Jesus com a mulher samaritana, observe a forma como Jesus aborda e lida com essa mulher, pois aqui nós aprendemos sobre como devemos abordar as pessoas e levar a elas o evangelho; o quadro da mulher como um todo, nas palavras de Martyn Lloyd-Jones, também nos indica a situação na qual todos nós nos encontramos à parte da graça de Deus em Jesus Cristo.
Então, como é ou como se comporta, na prática, alguém cheio de graça e verdade? Graça e verdade na prática produzem intencionalidade; promovem relacionamentose proclamam asalvação.
1. Graça e verdade na prática produzem intencionalidade
A história da mulher samaritana começa com a informação de que Jesus deixou o sul da Judéia e seguiu para o norte da Galiléia, passando por Samaria. Até ai, tudo bem, mas a maneira como João escreve levanta algumas questões (vv. 1-4). Observe:
1Jesus sabia que os fariseus tinham ouvido dizer que ele batizava e fazia mais discípulos que João, 2embora Jesus mesmo não os batizasse, e sim seus discípulos. 3Assim, deixou a Judeia e voltou para a Galileia. 4No caminho, teve de passar por Samaria.
Ao ficar sabendo que os fariseus tomaram conhecimento da proporção que o seu ministério estava atingindo (Batizando e fazendo mais discípulos que João, embora Jesus mesmo não batizasse!), Jesus deixou a Judeia e voltou para a Galileia, passando por Samaria. Por quê? Estaria o Senhor com medo dos fariseus? Samaria, por ser local evitado pelos Judeus, oferecia um caminho mais seguro para a “fuga” de Jesus? Medo nós sabemos que não foi o motivo para Jesus deixar a Judeia. Afinal, o Senhor sabia dos poderes que tinha em suas mãos e de como ele mesmo era senhor de seu próprio destino:
João 3.35 (NVT) |O Pai ama o Filho e pôs tudo em suas mãos.
João 10.17-18 (NVT) | 17“O Pai me ama, pois sacrifico minha vida para tomá-la de volta. 18Ninguém a tira de mim, mas eu mesmo a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para tomá-la de volta, pois foi isso que meu Pai ordenou”.
Jesus, portanto, não está deixando a Judéia porque tinha medo dos fariseus. Ele estava partindo porque era intencional em tudo o que fazia; todas as suas atitudes ou ações seguiam o curso de seus propósitos soberanos. Sobre a partida dele nesta ocasião, nós podemos pensar em quatro possibilidades, sedo todas elas graciosamente legítimas.
Primeiro, ele pode ter decidido partir porque a sua hora (a hora da cruz) ainda não havia chegado(Jo 2.4; 7.30; 8.20). Claro que se ele permanecesse na Judeia, fazendo o que estava fazendo, a situação tomaria proporções grandiosas, precipitando a sua condenação e crucificação. Mas, como a hora da cruz ainda não havia chegado, Jesus decidiu deixar a Judeia e partir para a Galileia. Ele é Senhor do tempo e do acontecimento das coisas.
Segundo, ele pode ter decidido ir embora porque os fariseus deviam estar usado a popularidade de Jesus para desacreditar João Batista diante das multidões. João Batista havia constrangido os fariseus porque os confrontava com mensagem de arrependimento e os chamava para o batismo. Veja bem, não é que os fariseus estivessem favorecendo Jesus, mas que eles estavam tendo naquela situação uma ótima oportunidade para mostrar que João Batista era apenas um modismo religioso passageiro. Então, como não se alegra com a ridicularização de ninguém, especialmente de alguém como João Batista, Jesus decidiu partir da Judeia para a Galileia (Afinal, ele é cheio de graça e verdade!).
Terceiro, Jesus pode ter visto que os fariseus estavam simplesmente desacreditando os dois movimentos, o dele e o de João Batista, dizendo que ambos eram apenas grupos fragmentados ou divididos por picuinhas e sem nenhuma base estável. Como Jesus não se mete em confusão na internet nem nas redes sociais, pois não precisa provar nada para ninguém, ele decidiu deixar a Judeia para a Galileia.
Quarto, como complemento às três razões acima, Jesus pode ter sentido um impulso divino para partir da Judeia e ir para a Galiléia, passando por Samaria, porque Deus planejou para ele um encontro divino com a mulher samaritana. As palavras “teve de passar por Samaria”, no versículo 4, não significam apenas que a estrada era geograficamente mais curta. De fato, era possível ir à Galiléia cortando volta de Samaria. Aliás, tomar o desvio mais longo para a viagem era o que a maioria dos judeus faziam, pois consideravam impuros os samaritanos. No entanto, João disse que Jesus “teve de passar por Samaria”. Por quê? Qual era o compromisso dele em Samaria? Por que ele saiu da Judeia para a Galileia passando por Samaria? A intenção era levar o evangelho de Deus à mulher samaritana!
Se Jesus fosse só verdade, ele condenaria aquela mulher. Se ele fosse só graça, ele deixaria de ser justo e colocaria panos quentes nos pecados dela. Mas, como ele é cheio de graça e verdade, ele buscou salvar, graciosamente, aquela pecadora com a verdade do evangelho. Isto é o que vemos aqui. Graça e verdade na prática.
Graça e verdade na prática produzem intencionalidade.Soberano que é, o Senhor nunca fica refém das circunstâncias; ele nunca simplesmente reage; ele sempre age intencionalmente; age com propósitos graciosos; ele é soberano, cheio de graça e verdade. Veja o que pontuamos a pouco: Jesus é dono do seu tempo; não precisa nem tem prazer na diminuição dos outros para a expansão do seu reino; não tem necessidade de autoafirmação diante dos homens; busca sempre um maneira de chegar com o evangelho aos que precisam do evangelho, mesmo que tenha que passar por Samaria.
Graça e verdade na prática produzem intencionalidade: amor pelo próximo; dessa forma, aprendemos a remir e a aproveitar o tempo para a glória de Deus e a salvação dos outros; não nos aproveitamos das pessoas nem nos afirmamos sobre a desgraça delas; não nos enfiamos em discussões desnecessárias e que não edificam; antes, fazemos de tudo para chegar com o evangelho aos que precisam do evangelho. Graça e verdade na prática produzem intencionalidade, pois o evangelho precisa chegar aos perdidos.
Então: Como você investe o seu tempo? Que caminhos você escolhe percorrer no seu dia a dia? Seus caminhos o levam aos que precisam do evangelho? Você corta volta deles? Lembre-se: graça e verdade na prática produzem intencionalidade.
2. Graça e verdade na prática promovem relacionamentos
Pessoas que são apenas verdadeiras, geralmente espantam os outros; pessoas só graciosas, costumam acobertar erros; mas quem é cheio de graça e verdade busca se relacionar com amor para que, pelo evangelho, haja transformação. A história da mulher samaritana nos revela que a intencionalidade de Jesus visava sempre promover relacionamentos que pudessem resultar no compartilhamento do evangelho para a salvação. Veja (vv. 4-10):
4No caminho, teve de passar por Samaria. 5Chegou ao povoado samaritano de Sicar, perto do campo que Jacó tinha dado a seu filho José. 6O poço de Jacó ficava ali, e Jesus, cansado da longa caminhada, sentou-se junto ao poço, por volta do meio-dia. 7Pouco depois, uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: “Por favor, dê-me um pouco de água para beber”. 8Naquele momento, seus discípulos tinham ido ao povoado comprar comida. 9A mulher ficou surpresa, pois os judeus se recusam a ter qualquer contato com os samaritanos. “Você é judeu, e eu sou uma mulher samaritana”, disse ela a Jesus. “Como é que me pede água para beber?” 10Jesus respondeu: “Se ao menos você soubesse que presente Deus tem para você e com quem está falando, você me pediria e eu lhe daria água viva”.
O que se pode aprender desse relacionamento intencionalmente promovido por Jesus com a mulher samaritana? De que maneira graça e verdade se comportam?
Primeiro, e mais importante, observe o desejo de levar “água viva” aos sedentos(v. 10). Tanta gente hoje se relaciona apenas por interesse, conveniência, para tirar vantagem pessoal ou com segundas intenções, sem a menor preocupação com o que há de mais importante em qualquer relacionamento: repartir “água viva” com as pessoas; compartilhar Jesus. Aquela mulher não tinha nada para oferecer em troca a Jesus, pelo contrário: era mulher, era samaritana, não tinha status social (como tinha Nicodemos, Jo 3.10) e, ainda por cima, levava uma vida imoral com um homem que não era seu marido (vv. 16-18). Enfim, nada para oferecer em troca, apenas complicação para um homem, considerado mestre por muitos, conversando sozinho com uma mulher desconhecida e com reputação duvidosa: “naquele momento, seus discípulos tinham ido ao povoado comprar comida”(v. 8). Mas mesmo assim Jesus foi intencional; importou-se em promover um relacionamento, visando saciar a sede dela com água viva. Graça e verdade na prática.
Segundo, a disposição de abrir mão do momento só seu para poder repartir água viva com os outros; note: “Jesus, cansado da longa caminhada, sentou-se junto ao poço, por volta do meio-dia”(v. 6). Mesmo cansado, mesmo tendo que abrir mão do descanso, daquele momento só dele para descansar e curtir, longe de tudo e de todos, inclusive dos discípulos (v. 8), Jesus se preocupou em promover um relacionamento com aquela mulher, oferecendo-lhe água viva (v. 10). Promover relacionamento é trabalho duro, mas é o meio mais eficaz de se alcançar alguém para Jesus Cristo. Gosto do que escreveu o Dr. Richard D. Phillips:
Muitos de nós não são discipuladores eficazes simplesmente porque somos preguiçosos e egoístas. Nós não estamos dispostos a atravessar a rua para conhecer pessoas. Não nos importamos o suficiente com o destino eterno de amigos, familiares e colegas de trabalho, por isso não corrermos o “risco” de falar com eles sobre o Senhor. Nossas vidas estão focadas em nossas próprias necessidades e nas de nossas famílias, por isso não temos tempo para evangelizar e discipular. Para muitos de nós, o primeiro passo na prática de fazer discípulos é simplesmente preocupar-se o bastante com os perdidos, a pontos de nos cansarmos levando a eles o evangelho. Aqueles que se cansam evangelizando e fazendo discípulos são os que desfrutam de doce comunhão com o Salvador que descansou sentando-se junto ao poço de Jacó.
Além do desejo de levar Jesuse da disposição de abrir mão de momentos só nossos, relacionamentos intencionais, que visam fazer discípulos de Jesus, requerem de nós a dedicação para desenvolver a habilidade de nos conectarmos com as pessoas. Jesus foi um mestre neste quesito. Observe, nas palavras de Hernandes Dias Lopes, como Jesus se “conectou” com aquela mulher. Jesus despertouna mulher
Graça e verdade na prática promovem relacionamentossimpáticos e confiáveis, que despertam no outro curiosidade pelo evangelho da glória e da graça de Deus, consciência pelo pecado, senso da necessidade de mudança e de transformação, além do desejo de conhecer Jesus Cristo. Como são os seus relacionamentos? Refletem graça e verdade?
3. Graça e verdade na prática proclamam a salvação
A conversa de Jesus com a mulher samaritana chega ao final; com isso, o Senhor atingiu o ponto crucial do evangelho (Jo 4.25-26):
25A mulher disse: “Eu sei que o Messias (aquele que é chamado Cristo) virá. Quando vier, ele nos explicará tudo”. 26Então Jesus lhe disse: “Sou eu, o que fala com você!”.
O que aprendemos? Além de priorizarmos a intencionalidade na construção de relacionamentoscom as pessoas; além de construirmos pontes de amizade entre nós e os outros, devemos também cruzá-las para trazermos os não-crentes a um contato direto com o Senhor Jesus. As pessoas precisam sentir a responsabilidade pessoal que têm de tomar uma decisão sobre o Senhor Jesus. Graça e verdade na prática proclamam a salvação em Jesus Cristo.
Até esse ponto da conversa, seis vezes Jesus se dirigiu à mulher (vv. 7, 10, 13, 16, 17 e 21), e seis vezes ela lhe respondeu. Na sétima vez, no entanto, quando Jesus declarou ser o Cristo (v. 26), ela não lhe deu nenhuma palavra em resposta; o que lemos diz respeito a sua reação à revelação de que Jesus mesmo era o Cristo. Observe (vv. 28-29):
28A mulher deixou sua vasilha de água junto ao poço e correu de volta para o povoado, dizendo a todos: 29“Venham ver um homem que me disse tudo que eu já fiz na vida! Será que não é ele o Cristo?”.
A mulher samaritana encontrou o Messias, saciou sua alma e bebeu da água viva. William Barclay é da opinião que, ao deixar sua vasilha de água, ela revela duas intenções: 1) ela estava com pressa em ir à cidade para compartilharsua experiência com Cristo; 2) ela tinha planos de voltar para desfrutar de mais comunhãocom Jesus Cristo. De fato, quem se converte a Cristo tem pressa em anunciar o evangelho e faz planos para desfrutar de comunhão com o Senhor. Graça e verdade na prática proclamam salvação e produzem verdadeiros adoradores (mais sobre isto, Deus permitindo, na próxima mensagem).
Graça e verdade na prática
Pois bem, esse é o nosso Deus, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Cristo é cheio de graça e de verdade. Na prática, isso significa que ele procura intencionalmente meios de nos achar e salvar; ele vem ao nosso encontro; nos acha em nossos esconderijos do pecado, sozinhos e cansados da vida, sedentos de água viva; ele faz isso a um alto preço; sofre por nós: tem sede para nos matar a sede; morre em nosso lugar: derrama seu sangue para comprar-nos a sua vida.
Cristo é cheio de graça e de verdade. Na prática, isso significa que ele procura intencionalmente meios de manter comunhão conosco; ele quer que nós o adoremos em espírito e em verdade. Para tanto, muitas vezes ele nos deixa sozinhos.
Cristo é cheio de graça e de verdade.Na prática, isso significa que ele se revela a nós pelo evangelho com o objetivo de nos conduzir a Deus(1Pe 3.18): “Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas. Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los a Deus”.
Não há Deus como o nosso, cheio de graça e de verdade; justo e justificador; Cordeiro e Leão; Santo e Salvador. Portanto, arrependa-se de viver para os seus pecados e creia na obra de Jesus para a sua salvação. Beba da água viva e nunca mais tenha sede.
A todos quantos provaram dessa água, cabe-lhes a responsabilidade de viver como Cristo viveu: uma vida cheia de graça e verdade; uma vida que busca, intencionalmente, promover relacionamentos que nos permitam repartir o evangelho de Cristo — relacionamentos discipuladores. O mundo precisa de Cristo. Você precisa de Cristo. Nós precisamos de Cristo. O mundo precisa de homens e mulheres que vivam uma vida cheia de graça e verdade na prática. Como você tem vivido?
S.D.G. L.B.Peixoto
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