25.06.2023
A CARTA AOS HEBREUS foi escrita nos anos de 60 d.C, antes da destruição do templo de Jerusalém (a qual ocorreu nos ano 70 d.C.). Por um breve período, em 64 d.C., os cristãos da cidade de Roma foram perseguidos e executados. Mas, entre 30 e 90 d.C., raramente um cristão era condenado à morte no império simplesmente por ser cristão.
OS DISCÍPULOS DE CRISTO eram vistos como componentes de uma divisão do judaísmo (o qual era considerando uma “fé dentro da Lei”). Em vez de perseguição sistemática, os cristãos enfrentavam a intolerância. Nas cidades mais populosas, eram comuns os conflitos étnicos mais acirrados. Trabalho, moradia e casamento dependiam da lealdade aos “padrinhos” da família ou ao grupo social. Tornar-se cristão, portanto, significava virar as costas para as tradições familiares e arriscar-se a perder o trabalho e a casa. O açougueiro do bairro não venderia carne para você. E, se alguém o denunciasse às autoridades, você corria o risco de ser executado, caso se negasse a oferecer sacrifício ao divino imperador, a maior prova de lealdade do cidadão.
A CARTA AOS HEBREUS é sobre a supremacia, a superioridade de Jesus Cristo — superior a anjos, Moisés, sacerdotes, leis cerimoniais. Treze vezes o autor usará o adjetivo “melhor” ou “superior” para enfatizar que Jesus é melhor e superior a qualquer pessoa ou qualquer coisa que veio antes dele ou virá depois dele. Como nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote, Ele “fez propiciação pelos nossos pecados” (2.17), e “também pode salvar aqueles que através dele se achegam a Deus, visto que vive sempre para interceder por eles” (7.25). O AUTOR DE HEBREUS É CRISTALINO: por sua obra de expiação na terra, Cristo obteve nossa salvação e pela obra de intercessão no céu, mantém nossa salvação.
E, COMO O AUTOR E CONSUMADOR – ou o Iniciador e Aperfeiçoador – da fé, este Rei-Sacerdote que cumpriu as expectativas do Antigo Testamento tanto nos capacita como nos inspira a correr a corrida da vida cristã, uma corrida de fé e perseverança na qual ele é nosso principal exemplo (12.1-2). Se Hebreus 11 e 12 fornecem exemplos e encorajamentos de fé, Hebreus 13 está repleto de evidências e da ética da fé, evidências e ética que são marcas distintivas de uma igreja saudável.
Vários estudiosos do Novo Testamento acreditam que o conteúdo da carta aos HEBREUS foi inicialmente proferido como um SERMÃO OU SÉRIE DE SERMÕES. Desse modo, como aplicação prática e resposta natural à “tão grande salvação” fornecida a nós em Jesus (2.3), o capítulo 13 é uma advertência final – aplicações práticas –, estrategicamente elaborada para a conclusão deste sermão poderoso, uma série de exortações robustas para viver a fé cristã nos detalhes de nossas responsabilidades diárias.
Neste CAPÍTULO DE 25 VERSÍCULOS, o autor apimenta seu texto com 12 IMPERATIVOS (no original grego) que fornecem palavras de comando sobre como nós devemos responder corretamente à obra perfeita de Cristo na cruz. Aqui nós encontramos marcas de uma comunidade de fé saudável que deve caracterizar qualquer igreja, qualquer cristão e a qualquer hora; marcas que a SIB em Goiânia deverá cultivar nesta época e geração, à caminho de seus 80 anos. Destacaremos 9 marcas de uma igreja saudável:
1. Amem consistentemente uns aos outros
Hebreus 13.1 Continuem a amar uns aos outros como irmãos.
2. Cuidem abnegadamente dos que mais precisam
Hebreus 13.2-3 2Não se esqueçam de demonstrar hospitalidade, porque alguns, sem o saber, hospedaram anjos. 3Lembrem-se dos que estão na prisão, como se vocês mesmos estivessem presos. Lembrem-se dos que são maltratados, como se sofressem os maus-tratos em seu próprio corpo.
3. Honrem seriamente o casamento e a família
Hebreus 13.4 Honrem o casamento e mantenham pura a união conjugal, pois Deus certamente julgará os impuros e os adúlteros.
4. Creiam profundamente na providência de Deus
Hebreus 13.5-6 5Não amem o dinheiro; estejam satisfeitos com o que têm. Porque Deus disse: “Não o deixarei; jamais o abandonarei”. 6Por isso, podemos dizer com toda a confiança: “O Senhor é meu ajudador, portanto não temerei; o que me podem fazer os simples mortais?”.
5. Considerem diligentemente o ministério pastoral
Hebreus 13.7 Lembrem-se de seus líderes que lhes ensinaram a palavra de Deus. Pensem em todo o bem que resultou da vida deles e sigam seu exemplo de fé.
Hebreus 13.17 Obedeçam a seus líderes e façam o que disserem. O trabalho deles é cuidar de sua alma, e disso prestarão contas. Deem-lhes motivo para trabalhar com alegria, e não com tristeza, pois isso certamente não beneficiaria vocês.
Hebreus 13.24 Transmitam minhas saudações a todos os seus líderes e a todo o povo santo. Os irmãos da Itália também mandam lembranças.
6. Abracem fortemente a sã doutrina
Hebreus 13.8-9 8Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre. 9Portanto, não se deixem atrair por ensinos novos e estranhos. A força de vocês vem da graça de Deus, e não de regras sobre alimentos, que em nada ajudam aqueles que as seguem.
7. Ofereçam constantemente sacrifícios de louvor, ações de graças e serviço
Hebreus 13.10-16 10Temos um altar do qual os sacerdotes no tabernáculo não têm direito de comer. 11O sumo sacerdote traz o sangue dos animais para o lugar santo como sacrifício pelo pecado, enquanto o corpo dos animais é queimado fora do acampamento. 12Da mesma forma, Jesus sofreu fora das portas da cidade, para santificar seu povo mediante seu próprio sangue. 13Portanto, vamos até ele, para fora do acampamento, e soframos a mesma desonra que ele sofreu. 14Pois não temos neste mundo uma cidade permanente; aguardamos a cidade por vir.
15Assim, por meio de Jesus, ofereçamos um sacrifício constante de louvor a Deus, o fruto dos lábios que proclamam seu nome. 16E não se esqueçam de fazer o bem e de repartir o que têm com os necessitados, pois esses são os sacrifícios que agradam a Deus.
8. Orem fervorosamente por cada detalhe da vida pessoal e eclesiástica
Hebreus 13.18-19 18Orem por nós, pois nossa consciência está limpa e desejamos viver de forma honrada em tudo que fazemos. 19Orem especialmente para que eu volte e possa vê-los em breve.
9. Olhem firmemente para Jesus que os capacita para toda boa obra
Hebreus 13.20-25 20E, agora, que o Deus da paz, que trouxe de volta dos mortos nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, e confirmou uma aliança eterna com seu sangue, 21os capacite em tudo que precisam para fazer a vontade dele. Que ele produza em vocês, mediante o poder de Jesus Cristo, tudo que é agradável a ele, a quem seja a glória para todo o sempre! Amém.
22Suplico a vocês, irmãos, que prestem atenção naquilo que lhes escrevi nesta breve exortação.
23Quero que saibam que nosso irmão Timóteo já saiu da prisão. Se ele vier em breve, eu o levarei comigo quando for vê-los.
24Transmitam minhas saudações a todos os seus líderes e a todo o povo santo. Os irmãos da Itália também mandam lembranças.
25Que a graça de Deus seja com todos vocês.
O renomado teólogo inglês William Griffith Thomas escreveu que CINCO PALAVRAS SIMPLES PODERIAM RESUMIR A CARTA AOS HEBREUS: entrar, experimentar, desfrutar, exultar e exaltar [espalhar]. Anexe essas palavras ao nosso Grande Sumo Sacerdote e Pastor das ovelhas, e você terá o fundamento necessário para construir uma igreja saudável, uma comunidade tornada completa, através do sangue da aliança eterna, em toda boa obra para fazer a Sua vontade. UMA IGREJA QUE entra na presença de Cristo, experimenta os benefícios comprados por Cristo, desfruta esses benefícios, exulta neles e exalta, espalhando a mensagem do evangelho.
Somos quem somos porque Jesus é quem Ele é. Fazemos o que fazemos porque Jesus fez o que fez. Se Cristo é superior em nós, Hebreus 13 será praticado em nossa vida. Cristo é a chave que destranca a possiblidade de se exibir as marcas de uma igreja saudável, exibidas ao mundo (físico e espiritual) que nos assiste para a glória de nosso grande Deus.
Como então viveremos?
A carta a Diogneto, datada de 130 d.C., é uma correspondência anônima; o remetente se identifica como um discípulo dos Apóstolos e alguns sugerem que o endereçado tenha sido o tutor de Marco Aurélio (121—180 d.C.) – ele se tornou imperador romano aos 40 anos de idade e ocupou o trono até a sua morte, aos 59 anos. A carta é, também, considerada um exemplo de apologética cristã, uma vez que procura defender o Cristianismo de seus acusadores.
Quem foi Diogneto? Era um homem pagão muito culto, desejoso de conhecer melhor a nova religião – o cristianismo – que se espalhava pelas províncias do império romano. Diogneto estava impressionado pela maneira como os cristãos desprezavam o mundo, a morte e os deuses pagãos, pelo amor com que se amavam, e queria saber: que Deus era aquele em quem confiavam e que tipo de culto lhe prestavam; de onde vinha aquela raça nova e por que razões aparecera na história tão tarde. Foi para responder a estas e outras questões de igual importância que nasceu esta jóia da literatura cristã primitiva, o escrito que conhecemos como Epístola a Diogneto.
Capítulo V – Os mistérios [ou costumes] dos cristãos
Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e a especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros.Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Põe a mesa em comum, mas não o leito; estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem as leis estabelecidas, mas com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e enriquecem a muitos; carecem de tudo e têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida. Pelos judeus são combatidos como estrangeiros, pelos gregos são perseguidos, a aqueles que os odeiam não saberiam dizer o motivo do ódio.
Schaff, Philip (1819–1893). Anti-Nicene Fathers: Epistle to Diognetus.
Christian Classic Ethereal Libray. Vol 1. Pag 80.
Flávio Justino (100–165 d.C.), também conhecido como Justino Mártir ou Justino de Nablus, foi um teólogo romano do século II, mártir e tido em alta honra na história do cristianismo. Eis algumas de suas afirmações sobre o Cristianismo:
Nós costumávamos odiar e destruir um ao outro e recusávamos a nos associar com outra raça (etnia) ou país. Agora, por causa de Cristo, nós vivemos juntos com tais pessoas e oramos pelos nossos inimigos.
Nós oramos por nossos inimigos; nós procuramos persuadir aqueles que nos odeiam sem causa para vivermos em conformidade com os bons preceitos de Cristo, para que eles possam se tornar participantes conosco da jubilosa esperança das bênçãos de Deus, o Senhor de todos.
O mundo nada sofre dos cristãos, mas os odeia, porque eles rejeitam os seus prazeres.
Agora, Pedro, o apóstolo:
1Pedro 2.21-25 21Porque Deus os chamou para fazerem o bem, mesmo que isso resulte em sofrimento, pois Cristo sofreu por vocês. Ele é seu exemplo; sigam seus passos. 22Ele nunca pecou, nem enganou ninguém. 23Não revidou quando foi insultado, nem ameaçou se vingar quando sofreu, mas deixou seu caso nas mãos de Deus, que sempre julga com justiça. 24Ele mesmo carregou nossos pecados em seu corpo na cruz, a fim de que morrêssemos para o pecado e vivêssemos para a justiça; por suas feridas somos curados. 25Vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora voltaram para o Pastor, o Guardião de sua alma.
Foi assim que esse “Servo Sofredor” venceu o mundo, e nós também haveremos de vencer – as portas do inferno não prevalecerão contra o avanço da igreja de Cristo, SE soubermos usar as armas que nos são devidas:
2Coríntios 10.3-5 3Embora sejamos humanos, não lutamos conforme os padrões humanos. 4Usamos as armas poderosas de Deus, e não as armas do mundo, para derrubar as fortalezas do raciocínio humano e acabar com os falsos argumentos. 5Destruímos todas as opiniões arrogantes que impedem as pessoas de conhecer a Deus. Levamos cativo todo pensamento rebelde e o ensinamos a obedecer a Cristo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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