11.06.2023
Gênesis 2.18-25 18O SENHOR Deus disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Farei alguém que o ajude e o complete”. 19O SENHOR Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu. Trouxe-os ao homem para ver como os chamaria, e o homem escolheu um nome para cada um deles. 20Deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens. O homem, porém, continuava sem alguém que o ajudasse e o completasse. 21Então o SENHOR Deus o fez cair num sono profundo. Enquanto o homem dormia, tirou dele uma das costelas e fechou o espaço que ela ocupava. 22Dessa costela o SENHOR Deus fez uma mulher e a trouxe ao homem. 23“Finalmente!”, exclamou o homem. “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do ‘homem’”. 24Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só. 25O homem e a mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha.
Masculinidade tóxica é a expressão da vez. Realmente, há razões para tanto barulho. Para se dizer o mínimo, o relacionamento entre homem e mulher não tem sido dos melhores. Tem havido muito abuso, de ambos os lados. Muitas vezes mais por parte do homem do que da mulher. A solução, porém, não é a desconstrução do masculino e do feminino; não é a desmasculinização ou a desfeminilização. A solução é a redenção em Cristo Jesus – isto é, salvação e santificação progressiva.
Neste propósito, recorremos ao plano original de Deus para o homem (o plano original para a mulher nós veremos mais tarde). Recorremos a Gênesis 1 e 2 (na mensagem passada). Juntando tudo o que vimos, nós tecemos as seguintes considerações:
PRIMEIRO, TEMOS DE COMPREENDER O PAPEL QUE DEUS MESMO ESTABELECEU PARA O HOMEM: a responsabilidade de liderar. Isto está muito claro pelo que foi exposto: [1.] Adão foi criado primeiro; [2.] Deus deu a Adão a responsabilidade de transmitir a lei moral no Éden; [3.] Eva foi dada a Adão como auxiliadora; [4.] Adão deu nome a Eva; [5.] a humanidade recebeu o nome de Adão; [6.] a serpente suprimiu a liderança de Adão (abordando Eva, não o homem como o responsável pelo jardim); e [7.] Deus, após a queda, chamou à prestação de contas primeiramente o homem, embora Eva tivesse pecado primeiro que Adão.
Portanto, biblicamente falando, não pode haver dúvida sobre este ponto: a versão original do homem é de liderança – na família e na igreja (que é a família de Deus). Alguém, ainda que se diga cristão, até poderá questionar estes fatos, mas terá que fazê-lo minando a autoridade bíblica, colocando em cheque os padrões bíblicos de verdade, dizendo que tudo é cultural, e já que naquele tempo todos eram patriarcais e machistas, não poderia ter sido diferente, mas agora tudo mudou. — Percebeu? — Ou você toma a Bíblia pelo que ela é (Palavra infalível e atemporal de Deus), ou você toma a Bíblia pelo que ela diz e se molda a ela (pelo poder do Espírito), ou você não tem mais um livro sagrado e cheio de autoridade divina nas mãos, apenas opiniões culturais readaptáveis; apenas registros de experiências religiosas do passado.
Portanto, esta é a primeira coisa a se fazer: compreender o papel de liderança na família e na igreja que Deus mesmo estabeleceu para o homem.
SEGUNDO, TEMOS DE CONFESSAR QUE, COMO HOMENS, FRACASSAMOS: fracassamos assim: ou abdicamos do papel de liderança ou alteramos tal papel para algo – em algum momento e de algum modo – opressor e destrutivo em termos de liderança; e ambas as atitudes são diabólica. Por exemplo, James Dobson (psicólogo cristão de renome e fundador do ministério Foco na Família, nos Estados Unidos) identificou a tremenda importância dessa verdade – a liderança do homem – e os terríveis efeitos quando um marido e pai abdica de sua responsabilidade. Aqui está – em um cápsula – o que ele disse: “a maior necessidade da América [eu diria: do Ocidente, inclusive do Brasil] é que os maridos comecem a orientar sua família, em vez de despejar todos os recursos materiais e emocionais na mera aquisição de mais dinheiro.”
Soa durão, eu sei (eu sou homem também!), mas é verdade. É ISTO O QUE ESTÁ ENSINADO NAS PRIMEIRAS PÁGINAS DE GÊNESIS: Deus trouxe o homem ao mundo primeiro, como o líder; Deus confiou primeiramente ao homem o padrão moral do jardim do Éden; foi o homem, após a queda no pecado, que Deus chamou primeiramente para prestar contas pelo fracasso da desobediência, ainda que tenha sido Eva a primeira a pecar. Portanto, embora o homem e a mulher tenham responsabilidades individuais idênticas diante de Deus (é isso o que significa ser criado à sua imagem; cf. Gl 3.28), no entanto, em relação um ao outro, o homem carrega uma responsabilidade maior pela liderança do que a mulher. Mas nós, homens, sejamos honestos!, temos fracassado.
Então o que deveríamos fazer?
BEM, HOMENS, DEVEMOS NOS HUMILHAR DIANTE DE DEUS por causa de nossos pecados. Todos nós, irmãos. Todos nós, homens de Deus. Nosso chamado – a versão original do homem – não é para se exaltar, colocando-se como superior à mulher. Nosso chamado, homens de Deus, não é para dominar, menosprezar e colocar a mulher no lugar dela; tampouco somos chamados para assediar, abusar de qualquer maneira, ferir ou destruir a mulher. Ela é, afinal, co-herdeira conosco da graça da vida. Ela foi criada, assim como nós, à imagem de Deus. Nosso chamado, portanto, homens de Deus, é para nos quebrantarmos e assumirmos a responsabilidade de liderança – um líder servo nas várias maneiras apropriadas para cada relacionamento diferente com as mulheres – no casamento, na família, na igreja, no trabalho e na sociedade.
HOMENS, TEMOS DE COMPREENDER NOSSA RESPONSABILIDADE DE LIDERANÇA, tomando consciência de que quando a abdicamos ou a alteramos nós ferimos a glória de Deus e a mulher (em todas as esferas sociais). Lembre-se: Satanás rejeitou a ordem que Deus estabeleceu: a liderança do homem sobre a mulher (na família e na igreja); Satanás simplesmente ignorou a presença do homem ao lado de Eva no Éden e iniciou sua batalha sutil, correndo direto para a mulher. E ao proceder desse modo, Satanás transformou o homem exatamente no que ele planejou que o homem fosse: um covarde de boca fechada, calado, retraído, fraco, medroso e passivo. — CUIDADO! — Um homem covarde, calado, retraído, fraco, medroso e passivo é um homem muito perigoso. — Sabe por quê? — Em um momento ele está passivo e segue sua mulher rumo ao abismo; e no momento seguinte ele está com raiva e a culpa por todos os seus problemas. John Piper, falando da astúcia da serpente neste ponto, escreveu que Satanás dá risada consigo mesmo e esbraveja:
Veja! Eu criei uma confusão tão grande de papéis entre homem e mulher que eles nunca vão conseguir resolver. Eles vão olhar para o homem abusivo e dizer-lhe para ser mais passivo com as mulheres [menos homem]. E eles vão olhar para a mulher abusada e dizer a ela para ser mais assertiva com os homens [menos mulher]. Eles nunca chegarão à raiz do problema!
MAS EM GÊNESIS 3.17 DEUS FOI DIRETO À RAIZ DO PROBLEMA. Deus disse ao homem: “Uma vez que você deu ouvidos à sua mulher e comeu da árvore cujo fruto ordenei que não comesse, maldita é a terra por sua causa”. EM OUTRAS PALAVRAS: “Adão, você ficou ouvindo quando deveria ter falado!”; “Adão você ficou passivo quando deveria ter liderado!”. Deus sabia o que Satanás tinha feito. E Deus quer que nós também saibamos o que Satanás fez. Deus criou o homem primeiro; Deus deu primeiramente a Adão o padrão moral do jardim do Éden; Deus responsabilizou Adão primeiro pelo fracasso; e Deus puniu Adão primeiro por se alinhar com o arqui-inimigo de Deus, quando Satanás atraiu o homem e a mulher para uma grande inversão de papéis em Gênesis 3.
O que faremos agora será esboçar alguns traços da versão original do homem, ou se preferir: um perfil da masculinidade bíblica. Seremos práticos. Permitam-me lhes apresentar a definição de masculinidade desenvolvida por John Piper:
No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar, prover e proteger as mulheres de maneiras adequadas aos diferentes relacionamentos de um homem.
Desembrulhando:
NO CORAÇÃO DA… Significa que não é exaustiva esta definição. Há mais do que se está propondo, e não pode haver menos.
MASCULINIDADE MADURA… Significa que o senso de responsabilidade de um homem está em processo de crescimento (e de santificação), superando suas distorções e limitações pecaminosas, e encontrando sua verdadeira natureza como uma forma de amar, não de autoafirmação ou de imposição de qualquer natureza.
UM SENSO DE… No coração da masculinidade madura está um senso de… Piper usa a palavra “senso” porque para ser masculino um homem deve não apenas ser responsável, mas ter senso de que ele é ou tomar consciência de que ele é o responsável. Se ele não tiver “senso” ou não tomar consciência ou não afirmar a sua responsabilidade, ele não está maduro em sua masculinidade, precisa crescer, amadurecer.
RESPONSABILIDADE… No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade… Esta palavra pretende enfatizar que a masculinidade é uma posição dada por Deus para o bem de todas as suas criaturas, não um direito para os homens agirem para sua própria exaltação ou satisfação do ego. É menos uma prerrogativa do que um chamado. É um dever, uma obrigação e um encargo.
BENEVOLENTE… No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente… Esta palavra – benevolente – pretende destacar que a responsabilidade da masculinidade é para o bem (a edificação, a santificação) da mulher. A RESPONSABILIDADE BENEVOLENTE VISA A ELIMINAR todo autoritarismo auto-engrandecedor (cf. Lucas 22.26: “Entre vocês, porém, será diferente. Que o maior entre vocês ocupe a posição inferior, e o líder seja o servo.”). “Benevolência” destina-se a descartar qualquer atitude que faça a mulher se sentir diminuída ou menosprezada em vez de honrada e valorizada (cf. 1Pedro 3.7: “Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos [conheça bem a mulher] no convívio com ela, pois, ainda que seja mais frágil que vocês [tratando-a com parte mais frágil], ela é igualmente participante da dádiva de nova vida concedida por Deus. Tratem-na de maneira correta [com honra, com dignidade], para que nada atrapalhe suas orações.”). A PALAVRA “BENEVOLENTE” TAMBÉM PRETENDE SINALIZAR que a masculinidade madura dá expressão apropriada à Regra de Ouro nos relacionamentos homem-mulher (cf. Mateus 7.12: “Em todas as coisas façam aos outros o que vocês desejam que eles lhes façam. Essa é a essência de tudo que ensinam a lei e os profetas.”).
PARA LIDERAR… No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar… A seguir, John Piper apresenta nove declarações esclarecedoras sobre o significado da liderança masculina madura:
1. A masculinidade madura se expressa não na exigência de se ser servido pela mulher, mas na força para servi-la e se sacrificar pelo bem dela:
Lucas 22.26 Entre vocês, porém, será diferente. Que o maior entre vocês ocupe a posição inferior, e o líder seja o servo.
Efésios 5.23, 25-26 Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja. […] 25Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, 26a fim de torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra.
2. A masculinidade madura não assume a autoridade de Cristo sobre a mulher, mas a advoga:
Colossenses 3.19 Maridos, ame cada um a sua esposa e nunca a trate com aspereza [i.e., amargura, fúria, severidade].
Efésios 5.23 Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja.
3. A masculinidade madura não pressupõe superioridade, mas atua para potencializar as qualidades da mulher (a mulher é co-herdeira, não serviçal; Rm 8.17):
Efésios 5.28-29 28Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua esposa, como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo. 29Ninguém odeia o próprio corpo, mas o alimenta e cuida dele, como Cristo cuida da igreja.
4. A masculinidade madura não precisa iniciar todas as ações, mas sente a responsabilidade de fornecer um padrão geral de iniciativa:
Provérbios 31.10-12, 23 10Quem encontrará uma mulher virtuosa? Ela é mais preciosa que rubis. 11O marido tem plena confiança nela, e ela lhe enriquecerá a vida grandemente. 12Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias de sua vida. […] 23Seu marido é respeitado na porta da cidade, onde se senta com as demais autoridades. [Esse texto revela diversas iniciativas que a mulher toma sob a liderança do marido: compra, negociação, confecção, gestão do lar, etc.]
5. A masculinidade madura aceita a responsabilidade de ter a palavra final nas divergências em tomadas de decisões entre marido e mulher, mas não presume usá-la em todas as situações; nem sempre usará a prerrogativa de veto.
6. A masculinidade madura expressa sua liderança nas relações sexuais românticas entre marido e mulher (casamento), comunicando uma aura de busca forte e terna; a masculinidade madura não será reduzida ao desejo bruto (animal) nas relações sexuais; a masculinidade madura permanecerá alerta às necessidades pessoais mais profundas da mulher e mesclará força e ternura para tornar completa a alegria da esposa:
Cantares de Salomão 5.10-16 10Meu amado é moreno e fascinante; ele se destaca no meio da multidão! 11Sua cabeça é como o ouro puro, seu cabelo ondulado, preto como o corvo. 12Seus olhos são como pombas junto aos riachos, incrustados como joias lavadas em leite. 13Suas faces são como jardins de especiarias que espalham sua fragrância. Seus lábios são como lírios perfumados com mirra. 14Seus braços são como barras redondas de ouro, enfeitadas com berilo. Seu ventre é como marfim polido, que resplandece com safiras. 15Suas pernas são como colunas de mármore apoiadas em bases de ouro puro. Seu porte é majestoso, como o dos cedros do Líbano. 16Sua voz é a própria doçura; ele é desejável em todos os sentidos. Esse, ó mulheres de Jerusalém, é meu amado, meu amigo.
7. A masculinidade madura se expressa na família com o homem tomando a iniciativa de disciplinar os filhos quando ambos os pais estão presentes e um padrão familiar foi quebrado:
Provérbios 1.7-9 7O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento, mas os tolos desprezam a sabedoria e a disciplina. — [O conselho de um pai: adquira sabedoria] — 8Meu filho, preste atenção à correção de seu pai e não deixe de lado a instrução de sua mãe. 9O que aprender com eles será coroa de graça em sua cabeça e colar de honra em seu pescoço.
8. A masculinidade madura é sensível às expressões culturais de masculinidade e se adapta a elas (quando não há pecado envolvido), para desse modo comunicar à mulher que o homem gostaria de se relacionar não de uma maneira agressiva ou pervertida, mas com a maturidade e dignidade de um homem – isto é: vestir-se de um jeito que não seja afeminado, áspero ou dissonante, nem agressivo; cavalheirismo… [Veja o padrão de masculinidade em Cantares.]
9. A maturidade masculina reconhece que o chamado para a liderança é um chamado ao arrependimento, à humildade e a acorrer riscos.
PROVER… No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar, prover … Seja provendo sozinho para o lar, com trabalho e sustento, seja provendo um ambiente que permita (a exemplo de Provérbios 31) o florescimento da mulher no lar e também no trabalho.
PROTEGER AS MULHERES… No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar, prover e proteger as mulheres … Proteger as mulheres de riscos físicos, espirituais e morais.
DE MANEIRAS ADEQUADAS AOS DIFERENTES RELACIONAMENTOS DE UM HOMEM… No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar, prover e proteger as mulheres de maneiras adequadas aos diferentes relacionamentos de um homem. Efésios 5.22, Tito 2.5 e 1Pedro 3.1, 5 exortam as esposas a serem submeterem a “seus próprios” (idiois) maridos. O termo “seus próprios” mostra que a relação de liderança e submissão entre uma mulher e seu marido deve ser diferente da relação de liderança e submissão que ela possa ter com os homens em geral. Maridos e esposas têm responsabilidades mútuas no casamento que não têm com os outros homens e mulheres. Piper escreveu assim:
A responsabilidade dos homens em relação às mulheres vai variar de acordo com o tipo de relacionamento que eles têm. O marido e a mulher terão responsabilidades diferentes do pastor e da mulher que é membro de sua igreja. E essas responsabilidades, por sua vez, serão diferentes das responsabilidades de homens e mulheres nos negócios, no lazer, no governo, na vizinhança, no namoro, no noivado, etc. A possibilidade de que homens e mulheres interajam entre si são incontáveis e extremamente variadas. Minha convicção é que a masculinidade madura vai procurar expressões apropriadas de masculinidade em cada um desses relacionamentos.
Essas expressões de masculinidade incluirão atos de defesa e proteção, uma prontidão para servir com a força, e um padrão de iniciativa. […] embora um homem não dê passos iniciais de liderança com uma estranha ou com uma colega da mesma forma que faria com sua esposa, sua masculinidade madura buscará um padrão de iniciativa apropriado para o relacionamento com o sexo oposto.
Neste ponto cabe bem a observação de Paul Jewett:
Nosso autoconhecimento está indissoluvelmente ligado não apenas com o nosso ser humano, mas também com o nosso ser sexual. No nível humano não há “eu e tu” per se, mas apenas o ‘eu’ que é masculino ou feminino confrontado com o ‘tu’, o ‘outro’, que também é masculino ou feminino – ele ou ela.
Caberá ao homem saber exercer a sua masculinidade bíblica, isto é:
No coração da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar, prover e proteger as mulheres de maneiras adequadas aos diferentes relacionamentos de um homem.
Permitam-me, ainda, acrescentar os seguintes (John Piper):
1Timóteo 2.8 Quero, portanto, que em todo lugar de culto os homens orem com mãos santas levantadas, livres de ira e de controvérsias.
Na próxima mensagem, querendo o SENHOR, cobriremos “a vitória obtida para a mulher”, a verdadeira libertação comprada por Jesus para a mulher – e na sequência, falaremos da “feminilidade bíblica”.
Quero aqui terminar com esta nota de C. S. Lewis, no capítulo 7 – “Vamos fazer de contas” – (do livro IV) de Cristianismo Puro e Simples (é simplesmente fenomenal; fala do processo de santificação; do processo que todo homem, em Cristo, terá que passar para se conformar à masculinidade bíblica):
Será que posso começar mais uma vez colocando duas imagens, ou, melhor, duas histórias, na sua cabeça? Uma é a história que todos vocês já leram, chamada A Bela e a Fera. A moça, como vocês devem se lembrar, teve de se casar com um monstro por alguma razão, e ela o fez. Ela o beijou como se fosse um ser humano. E então, para o seu alívio, ele se transformou em um homem de verdade e tudo ficou bem. A outra história é sobre alguém que teve de usar uma máscara; uma máscara que fazia com que ele tivesse uma aparência muito melhor do a que realmente tinha. Ele teve de usá-la por anos a fio, e, quando ele a retirou, descobriu que a sua face havia se conformado com ela, e ele então havia ficado bonito de verdade. O que começou com um disfarce havia se tornado uma realidade. […]
Você não é um ser como o Filho de Deus, cuja vontade e cujo interesse estão em harmonia com os do Pai; você é um emaranhado de medos egocêntricos, de esperanças, de ganâncias, de invejas e de presunção, fadados à morte. Sendo assim, de certa forma esse vestir-se de Cristo é um tremendo atrevimento; o mais estranho, entretanto, é que ele nos mandou fazer isso. E por qual motivo? Qual a vantagem de fazer de conta que somos o que não somos?
Bem, mesmo no nível humano, há dois tipos de faz de conta.
Há o tipo ruim, em que o fingimento está substituindo a coisa real — por exemplo, quando uma pessoa faz de conta que vai ajudá-lo em vez de fazê-lo de verdade.
Mas também há um tipo bom [de faz de conta], em que o simulado leva à coisa real. Quando você não está se sentido particularmente amigável, mas sabe que o deve ser, a melhor coisa que pode fazer, muitas vezes, é assumir modos gentis e se comportar como se fosse uma pessoa mais legal do que realmente é. Muitas vezes, a única forma de desenvolver realmente uma qualidade é começar a se comportar como se você já a tivesse. Esse é o motivo pelo qual os jogos infantis são tão importantes. As crianças sempre fazem de conta que são adultas — brincando de serem soldados, de irem ao supermercado, mas em todo esse tempo elas estão fortalecendo os músculos e aguçando a inteligência, de modo que o faz-de-conta de serem adultas as ajuda a crescer de verdade.
Agora, no momento em que você se dá conta do “Olha eu aqui, me vestindo de Cristo”, é bem provável que, naquele mesmo instante, enxergue alguma maneira de tornar aquele faz de conta menos fingimento e mais realidade. […]
A partir daí, começamos a entender do que o Novo Testamento está falando. Ele fala sobre cristãos que são “nascidos de novo”, orientando-os a “revestirem-se de Cristo”; fala de Cristo “sendo formado em nós” e de como passamos a “ter a mesma mente de Cristo”. […]
Deus olha para você como se você fosse um pequeno Cristo, e Cristo está do seu lado para operar essa transformação. Ouso dizer que essa ideia do faz de conta divino soa bem estranha no começo, mas será que é realmente tão estranha? Não é sempre assim que as coisas superiores alcançam as inferiores? Uma mãe ensina o seu bebê a falar falando com ele, como se ele entendesse, muito antes de ele realmente o fazer. Tratamos nossos cachorros como se eles fossem “quase humanos”, e é nisso que acabam se tornando no final.
Que maravilha!
Pela graça de Deus, por meio da fé, é possível a sua salvação do pecado, a sua transformação profunda, o desenvolvimento da masculinidade bíblica em sua vida, homem de Deus:
Efésios 4.21-24 21Uma vez que ouviram falar de Jesus e foram ensinados sobre a verdade que vem dele, 22livrem-se de sua antiga natureza e de seu velho modo de viver, corrompido pelos desejos impuros e pelo engano. 23Deixem que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes 24e revistam-se de sua nova natureza, criada para ser verdadeiramente justa e santa como Deus.
Somente assim será possível se obter a masculinidade bíblica – Efésios 4.13 – “até que todos alcancemos a unidade que a fé e o conhecimento do Filho de Deus produzem e amadureçamos, chegando à completa medida da estatura de Cristo.”
S.D.G. L.B.Peixoto
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